[Alex Mendes] – [Atualidades] [Crise na Grécia] Os problemas econômicos na Europa tem sido mais forte nos chamados PIIGS (acrônimo em inglês para Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), sigla comumente usada com os países europeus em dificuldades financeiras. Após o estouro da crise econômica mundial em 2008, os gastos públicos destes países foram intensificados para tentar conter os efeitos da recessão. Simultaneamente, a arrecadação despencou por conta da queda no consumo e do desemprego, levando muitas empresas a enfrentar dificuldades. Essa combinação cruel elevou o déficit acima dos limites aceitáveis, e atualmente o grande temor é que alguns dos PIIGS não paguem a dívida. Entre eles, o caso mais preocupante atualmente é a Grécia, que sofre com uma máquina administrativa excessivamente burocrática e os altos gastos com funcionalismo público, que aumentaram muito e transformaram o Estado em um grande e inchado cabide de empregos. Em meio a greves e manifestações violentas, o governo tomou medidas rígidas visando a austeridade para tentar algum tipo de salvação vindo da União Europeia. Entre os grupos dos protestos estão os fazendeiros (exigem maiores subsídios do Governo), servidores públicos (tiveram os salários congelados), taxistas (obrigados a fornecer notas fiscais em todas a corridas), entre outros. Além da crise global, consecutivos governos populistas ajudaram a afundar as finanças do país, e a amarga conta vem agora: a dívida grega deve chegar a 121% do PIB, o equivalente a 295 bilhões de euros, frente a reservas de apenas 7 bilhões. Ano passado, o país registrou déficit de 12,7% do PIB. A moratória é um risco real e preocupante, não só para os europeus como também para países emergente. A Comissão Europeia negou ajuda do bloco econômico e exige que a Grécia apresente urgentemente um planejamento para as finanças públicas. 1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Semelhanças com os Estados Unidos O caso da Grécia é curioso porque guarda algumas semelhanças com o cenário americano. Assim como acontece nos EUA, as dívidas gregas também cresceram exponencialmente na última década, e boa parte delas está relacionada a investidores estrangeiros. Os mecanismos financeiros que levaram à crise das "subprime" nos Estados Unidos, segundo extensa cobertura do New York Times, também ajudaram a agravar o cenário e foram praticadas por mais de uma década na Grécia, burlando os limites impostos por Bruxelas para controle da dívida. O jornal comparou a estratégia ao método que levou milhares de americanos a hipotecarem suas casas para pagar os problemas com cartões de crédito. No início de novembro, três meses antes do agravamento da crise, uma equipe do banco americano Goldman Sachs apresentou uma proposta para diluir parte da dívida dos sistemas de saúde e postergar o restante, uma solução que já havia sido utilizada no início da década e funcionado. Com ela, o país pode pegar emprestado bilhões de euros sem ultrapassar as restrições da Comissão Europeia. Desta vez, porém, a proposta não foi aceita. A participações de grandes bancos americanos em casos semelhantes em outros países (Grécia e Itália, entre outros) também é apontada como provável pelo New York Times. Ainda a exemplo do que aconteceu com os Estados Unidos, o grande temor é a crise na Grécia “contaminar” outros mercados e se espalhar, embora a vai empurrar a União Européia já tenha sinalizado com um controle mais coordenado das políticas econômicas do bloco. Org. Prof. Alex Mendes 2 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?