belsimonato.wordpress.com HISTÓRIA 1 Profª Isabel Cristina Simonato TURBULÊNCIAS NO MUNDO GLOBALIZADO A economia mundial enfrenta recessão em 2009, após crise financeira nos Estados Unidos Falência de bancos e indústrias, bolsas de valores em queda e países com a economia em crise. Esses têm sido alguns dos acontecimentos recentes da economia mundial, sobre os quais podemos ler todo dia nos jornais e revistas. Como, atualmente, a economia dos países é muito interligada, a crise iniciada há dois anos no mercado financeiro dos Estados Unidos acabou rapidamente por afetar a economia global de modo geral. A atual crise estourou em setembro de 2008, quando uma onde de falências atingiu bancos e empresas imobiliárias norte-americanas. A seguir, o problema espraiou-se para a Europa, provocando a pior crise econômica desde a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. Em consequência, o mundo entrou numa recessão em 2009, da qual estava tentando se recuperar no fim do ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas eis que, em dezembro, eclodiu uma crise de endividamento financeiro da Grécia, país da União Europeia, que voltou a tumultuar as bolsas de valores e os mercados internacionais. As principais características da atual crise, como a grande liberdade de movimento de capitais e a velocidade com que os problemas financeiros surgidos nos Estados Unidos se espalharam, são típicas da globalização, atual fase de desenvolvimento da economia global, na qual o mundo entrou há duas décadas. - EFEITO DOMINÓ, por Denise Odorissi A crise econômica originada na Grécia ameaça vizinhos e lança dúvidas quanto ao futuro do euro, o maior símbolo da integração europeia Quando ensaiava uma recuperação econômica da crise mundial iniciada em 2008, a União Europeia (UE) voltou à beira do abismo. E a fenda começou a se abrir justamente na Grécia, uma das economias mais frágeis do bloco. Os dois momentos estão intimamente ligados. Nos últimos anos, a Grécia fez empréstimos pesados, financiou crescimento econômico médio de 4% ao ano entre 2001 e 2008, mas também elevou demais os gastos públicos e o endividamento do Estado. Quando a crise de crédito estourou, em 2008, o país não tinha recursos para lidar com ela e não conseguia novos empréstimos por já estar muito endividada. Para tentar amenizar o problema, o governo grego aumentou ainda mais seus gastos para dar incentivos a diversos setores da economia. Mas não adiantou: o desemprego aumentou, desapareceu o consumo e a arrecadação de impostos, em 2008. A dívida pública se aprofundou e o déficit no orçamento – ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada – ficou em 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB), um dos mais altos da Europa e quatro vezes acima do previsto pelas regras impostas aos 16 integrantes da UE que utilizam o euro como moeda. Um ranking internacional pôs a Grécia, em abril, em quarto lugar entre os países que apresentam maior risco para os investidores internacionais. Preocupados com que a crise de crédito pudesse se espalhar para os países vizinhos, a UE e o FMI rapidamente anunciaram um plano de ajuda à Grécia no valor recorde de 110 bilhões de euros – quantia que corresponde a quase metade do PIB do país. A contrapartida exigida da Grécia também foi grande: a) o déficit público do país precisará ficar abaixo de 3% até 2014; b) a Grécia tem de economizar cerca de 5% do PIB até 2013; c) a arrecadação do governo deve subir o equivalente a 4% do PIB até 2013. Para cumprir as novas exigências, o governo decidiu aumentar impostos, demitir e congelar salários do funcionalismo público, cortar benefícios trabalhistas, como férias e bônus, e reformar o sistema previdenciário. Vários pacotes desse tipo foram anunciados em poucos meses. Divulgou-se também um amplo pacote de privatizações que inclui até a área de saneamento básico. Será que o remédio irá melhorar ou piorar a doença?