desenvolvimento inicial de cultivares de mamona

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AVALIAÇÃO DAS ÉPOCAS DE CULTIVO E SELEÇÃO DE CULTIVARES DE MAMONA
PARA O MUNICÍPIO DE ALEGRE – ES
Felipe Pianna Costa1, Lima Deleon Martins1, Leônidas Leoni Belan1, Frederico de
Pina Matta1, Antonio Fernando de Souza1, Alexandre Rosa dos Santos1.
1
Universidade Federal do Espírito Santo, Alto Universitário, s/nº - Cx Postal 16, Guararema - 29500-000
Alegre-ES, e-mail: [email protected]
Resumo- A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta oleaginosa tropical, rústica, heliófila e tolerante
à seca, tendo se destacado como uma fonte alternativa de energia, na produção de biodiesel. Dado a
crescente demanda de combustíveis de fontes renováveis visando à sustentabilidade, a mamona surge
como alternativa potencial para a produção de óleos capazes de serem transformados em combustíveis
para a substituição parcial e/ou total dos de origem fóssil, tornando a cultura da mamoneira importante
potencial econômico e estratégico ao País. A análise de crescimento, constitui uma ferramenta eficiente
para a identificação de materiais promissores. Com o objetivo de se determinar a melhor época de plantio e
a cultivar mais adaptada na região de Alegre - ES foi realizado no Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espírito Santo em duas épocas (24/01 e 24/02/09) a avaliação quanto aos
seguintes parâmetros: altura das plantas, número de folhas e diâmetro do caule de cinco cultivares de
mamona. O experimento foi montado segundo delineamento experimental em blocos casualizados com
duas repetições no esquema fatorial 5 x 2 (variedades x épocas de plantio). O fator A foi composto por 5
cultivares IAC 2028, IAC 226, IAC 80, Paraguaçu e Guarani e o fator B pelas duas épocas de plantio (24/01
e 24/02/09). Para as variáveis analisadas a segunda época de plantio, em geral, mostrou-se melhor para o
desenvolvimento das cultivares estudadas, e a cultivar IAC 226, sendo a mais promissora para a região de
Alegre no Espírito Santo.
Palavras-chave: Ricinus Communis; biodiesel; época de cultivo, desenvolvimento inicial.
Área do Conhecimento: Ciências Agrárias.
Introdução
No Brasil a mamona é conhecida desde a era
colonial quando dela se extraía o óleo para
lubrificar as engrenagens e os mancais dos
inúmeros engenhos de cana e carros de boi. Hoje
podemos encontrar a mamoneira em quase toda
extensão territorial, como se fosse uma planta
nativa e em cultivos destinados à produção de
óleo (BIODIESELBR, 2008).
Devido a crescente demanda por combustíveis
de fontes renováveis, a mamona (Ricinus
communis L.) surge como alternativa potencial
para produção de óleos capazes de serem
transformados em combustíveis para substituição
parcial e/ou total aos de origem fóssil. Esta cultura
que têm ainda grande relevância econômica e
social, supostamente de origem asiática,
(BUZZETTI, 1999)
Existem vários genótipos de mamoneira
disponíveis para o plantio. Eles diferem em porte,
deiscência dos frutos, tipo dos cachos,
produtividade, entre outras características. Com
isso, deve-se verificar entre os vários genótipos
existentes qual o mais adaptado a determinada
região(AMARAL, 2008).
O crescimento e desenvolvimento da planta
podem ser estudados através de diferentes
métodos ou técnicas. Do ponto de vista
agronômico, a análise de crescimento atende aos
interessados em conhecer diferenças funcionais e
estruturais entre cultivares de uma mesma espécie
(LIMA, 2006).
Apesar da fácil adaptação da mamoneira às
diferentes condições de clima e solo (WEISS,
1983) e de ser encontrada em forma asselvajada
em todo o Nordeste (SILVA, 1983), faz-se
necessário que sua exploração seja realizada em
áreas que ofertem condições edafoclimáticas
favoráveis à manifestação de seu potencial
genético produtivo, permitindo ao produtor maior
chance de êxito na exploração da cultura.
O plantio realizado em épocas inadequadas
está entre as principais causas do baixo
desempenho da mamoneira no Brasil (HEMERLY,
1981). A época de plantio está intimamente
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relacionada com a distribuição e quantidade da
precipitação. Em regiões de alta pluviosidade, a
época de plantio deve ser ajustada de forma que
não ocorram grandes volumes de precipitação nas
fases de amadurecimento e secagem dos frutos
(TÁVORA, 1982). Portanto, a época de plantio
adequada é aquela em que se aproveita ao
máximo o período chuvoso, mas realiza-se a
colheita no período seco.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o
desenvolvimento inicial de cinco cultivares de
mamona, e assim identificar a época mais
apropriada, e a cultivar mais adaptada para o
cultivo na região de Alegre – ES.
Metodologia
Este trabalho foi conduzido na área
experimental do Centro de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Espírito Santo de latitude:
20° 45' S, longitude: 41° 29' W e altitude de 138.0 0
m, localizado no Município de Alegre, ES.
As mudas foram produzidas em sacolas
plásticas com capacidade de 5 L contendo solo e
esterco bovino curtido na proporção 3:1 (V:V).
Trinta dias após a semeadura as mudas foram
plantadas em local definitivo. O plantio das mudas
no campo foi realizado no dia 24 de janeiro e 24
de fevereiro de 2009 para a primeira e segunda
época, respectivamente, consideradas épocas
com condições climáticas que propiciam um ótimo
desenvolvimento da cultura. No plantio, adotaramse covas com dimensões de 40 x 40 x 40 cm.
Cada planta recebeu na cova uma adubação
básica de NPK, de acordo com as necessidades
indicadas pela análise de solo.
O
experimento
foi
montado
segundo
delineamento
experimental
em
blocos
casualizados com duas repetições no esquema
fatorial 5 x 2 (variedades x épocas de plantio). O
fator A foi composto por 5 cultivares IAC 2028, IAC
226, IAC 80, Paraguaçu e Guarani, e o fator B
pelas duas épocas de plantio (24/01 e 24/02/09).
Cada repetição foi composta por uma planta.
O espaçamento utilizado foi de 1 metro entre
plantas e 2 metros entre linhas. Ao redor das
parcelas foi plantada uma fileira de plantas de
mamona da variedade Paraguaçu, que serviu
como bordadura.
As caracteristicas de crescimento avaliadas
foram a altura das plantas, diâmetro do caule e
número de folhas, monitoradas após 60 dias após
o plantio no campo.
Realizaram-se análises estatísticas, utilizandose o teste de Tukey a 5% de probabilidade para
comparação das variáveis de crescimento das
variedades utilizadas, usando o software Sisvar
(FERREIRA, 2003).
Resultados
Em ambas as épocas de plantio (24/01) houve
diferença entre as cultivares estudadas (Tabela 1
e Tabela 2).
Tabela 1 - Altura de planta (ALT), número de
folha (NF) e diâmetro do caule (DC) de cinco
cultivares de mamona na primeira época de
plantio (24/01).
IAC 2028
IAC 226
IAC 80
Paraguaçu
Guarani
ALT
59.17
118.00
71.17
100.50
86.67
c
a
c
b
b
NF
7.83 b
14.00 a
8.83 b
11.17 ab
10.00 b
DC
20.17 b
25.67 a
21.50 ab
25.83 a
23.17 ab
Médias seguidas da mesma letra na coluna não
apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
Tabela 2 - Altura de plantas (ALT), número de
folhas (NF) e diâmetro do caule (DC) de cinco
cultivares de mamona na segunda época de
plantio (24/02).
IAC 2028
IAC 226
IAC 80
Paraguaçu
Guarani
ALT
65.50 c
103.67 a
76.33 b
95.50 a
62.67 c
NF
14.17 a
15.00 a
13.33 ab
12.17 ab
10.50 b
DC
21.83 b
24.67 a
24.70 a
22.16 ab
20.33 b
Médias seguidas da mesma letra na coluna não
apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
Encontra na Tabela 3, o estudo comparativo
para avaliação da melhor época de plantio para
cada
cultivar,
relacionando-se
com
o
desenvolvimento das cultivares.
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Tabela 3 - Altura de planta (ALT), número de
folha (NF) e diâmetro do caule (DC) de cinco
cultivares de mamona em função das duas épocas
de plantio.
ALT
NF
DC
24/01
24/02
IAC 2028
59.17 b
7.83 b
65.50 a
14.17 a
20.17 a
21.83 a
24/01
24/02
IAC 226
118.00 a
14.00 a
103.67 b
15.00 a
25.67 a
24.66 a
24/01
24/02
71.17 b
76.33 a
8.83 b
13.33 a
21.50 a
24.66 a
24/01
24/02
Paraguaçu
95.50 b
11.17 a
100.50 a
12.17 a
22.17 a
25.83 a
24/01
24/02
Guarani
62.67 b
10.00 a
86.67 a
10.50 a
23.17 a
20.33 a
IAC 80
Médias seguidas da mesma letra na coluna não
apresentam diferença significativa pelo teste de Tukey a
5%.
Discussão
Quanto à primeira época de plantio, os dados
obtidos para a altura das plantas, expansão
caulinar e emissão de folhas demonstram
pequena variação entre as cultivares.
Na variável altura de planta a cultivar IAC 226
destacou-se frente a todas as cultivares em
estudo, todavia foi seguida por Paraguaçu e
Guarani, que foram semelhantes. As cultivares
IAC 2028 e IAC 80 foram semelhantes para a
variável altura de planta, e inferiores a todas as
outras cultivares.
O fundamento da análise de crescimento
baseia-se no fato de que, em média, 90% da
matéria orgânica acumulada ao longo do
crescimento da planta resultam da atividade
fotossintética (BENINCASA, 2003). Verificou-se
para a variável número de folhas, que a cultivar
IAC 226 se destacou apresentando semelhança
ao número de folhas da variedade Paraguaçu.
Posteriormente as cultivares IAC 2028, Guarani e
IAC 80 foram semelhantes quanto à tal variável.
O diâmetro caulinar não se dispersou tanto
comparado a altura da planta e ao número de
folhas. Todavia a IAC 226 e a Paraguaçu se
estabeleceram
no
mesmo
grupo
sendo
semelhantes a IAC 80 e a Guarani e superiores a
IAC 2028.
Em relação à segunda época de plantio, para a
variável altura de planta se destacaram as
cultivares IAC 226 e Paraguaçu apresentando
média superior para a variável analisada, seguidas
da IAC 80 e posteriormente a IAC 2028 e a
Guarani.
Para a variável numero de folha as cultivares
IAC 2028 e IAC 226 destacaram-se em relação a
cultivar Guarani, todavia a cultivar Paraguaçu e
IAC 80 foram semelhantes a todas as cultivares
analisadas.
Observando a variável diâmetro de caule as
cultivares IAC 226 e IAC 80 apresentaram-se
superiores as cultivares IAC 2028 e Guarani,
todavia a cultivar Paraguaçu foi semelhante a
todas as cultivares analisadas.
Segundo Nóbrega et al. (2001), o crescimento
da planta como um todo, em termos de aumento
de volume, de peso, de dimensões lineares e de
unidades estruturais, é função do que a planta
armazena e do que a planta produz em termos de
material estrutural. Além disso, Benincasa (2003)
afirma que a avaliação de tais características,
constitui uma ferramenta eficiente para a
identificação de materiais promissores. Nesse
sentido destaca-se a cultivar IAC 226 como
promissora para ambas as época de cultivo.
Quando se compara o desenvolvimento inicial
das cinco cultivares nas duas épocas de cultivo,
para as cultivares IAC 2028, IAC 80, Paraguaçu e
Guarani a segunda época de plantio mostrou-se
superior a primeira época para a variável altura de
planta, contrastando com a cultivar IAC 226 que
se apresentou superior na primeira época de
plantio.
Todavia as cultivares IAC 80 e IAC 2028 se
destacaram na segunda época quanto ao numero
de
folha
diferenciando-se
das
cultivares
Paraguaçu, Guarani e IAC 226 que não
apresentaram diferença significativa. Em relação
ao diâmetro do caule não houve diferença em
função da época de plantio para as cinco
cultivares avaliadas.
Conclusão
- A cultivar IAC 226 foi superior as demais
cultivares estudadas em ambas as épocas de
cultivo.
- A segunda época, em geral, mostrou-se melhor
para o desenvolvimento das cultivares estudadas.
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Referências
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2002.
Disponível
em:<http://www.cati.sp.gov.br/Cati>. Acesso em:
14 maio 2008.
- BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento
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FUNEP, 2003. 41 p.
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em:<http://www.biodieselbr.com/biodiesel/biodiesel
.htm>. Acesso em: 14 maio 2008.
- BUZZETTI, A. R. Falta estímulo à produção de
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- FERREIRA, D. F. Sisvar 4.3. 2003. Disponível
em: http://www.dex.ufla.br/danielff/sisvar. Acesso
em 20 nov. 2008.
- HEMERLY, F. X. Mamona: comportamento e
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- LIMA, J.F. Tamanho ótimo de parcela,
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mamoeiro em casa de vegetação. 2006. 60p.
Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias) –
Centro de Ciências Agrárias e Ambientais.
Universidade Federal da Bahia.
- NÓBREGA, J. Q.; RAO, T. V. R.; BELTRÃO N. E.
de M. FIDELES, J.F. Análise de crescimento do
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SUDENE- ADR, 1983.154 p.
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Fortaleza: EPACE, 1982. 111 p.
- WEISS, E. A. Oil seed crops. London:
Longman,1993. 660 p.
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