NOVAS CULTIVARES DE AMARÍLIS DO INSTITUTO AGRONÔMICO O Hippeastrum, pertence à família Amaryllidaceae. É uma espécie bulbosa endêmica da grande Bacia Amazônica e possui cerca de 55 a 75 espécies, das quais muitas nativas do Brasil. O bulbo do amarílis é importante produto florícola no mercado mundial, enquanto que as hastes florais são produtos de menor expressão econômica. As variedades cultivadas são normalmente tetraplóides, fruto de cruzamentos iniciados na Europa no século 19 que envolveram diversas espécies botânicas. O IAC desenvolve, desde 1982, um programa de melhoramento com essa espécie tendo como base a exploração da variabilidade genética das espécies nativas brasileiras, objetivando a criação de novos produtos. Exemplares de dezenas de espécies nativas têm sido sistematicamente coletados em diversas regiões do país, introduzidos na coleção do IAC e empregados em polinizações controladas com materiais já existentes, tanto espécies botânicas, híbridos, como variedades comerciais tetraplóides, principalmente ‘Red Lion’ e ‘Apple Blossom’. Em geral, a fertilidade das cultivares comerciais é muito maior que das espécies botânicas, as quais muitas vezes apresentam barreiras para a polinização. Milhares de híbridos foram produzidos ao longo dos anos e vêm sendo selecionados em condições de campo. As 150 melhores plantas, que se destacarm nos últimos anos de observação, foram selecionadas para multiplicação (in vitro, por escamas-duplas e por perfilhamento) e introduzidas em sistema de produção comercial em propriedade de produtor colaborador, na região de Holambra. No ano de 2004, as 20 melhores seleções foram submetidas a um teste de aceitação do consumidor. Dentre elas destacaram-se três novas cultivares que devem ser brevemente registradas no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares: ‘Neblina’ (IAC 207) - Descrição: Folha verde e larga, escapo floral também verde e longo de espessura média, com 4 flores simples, pedicelo verde e longo, flor de formato arredondado, tamanho médio, perianto largo, com pequena sobreposição das tépalas; tépalas externas de formato elíptico, coloração coral com centro esverdeado em formato de estrela, estames e pistilo também de coloração coral claro e anteras arroxeadas, estigma de tamanho médio. ‘Itatiaia’ (IAC 208) – Descrição: Folha verde levemente arroxeada e largura média, escapo floral também verde levemente arroxeado, curto e de espessura média, com 4 flores simples, pedicelo verde e de tamanho médio, flor de formato estrelado, tamanho médio, perianto de largura média, com sobreposição das tépalas; tépalas externas de formato ovalado, coloração coral com centro esverdeado em formato de estrela, estames e pistilo também de coloração coral e anteras arroxeadas, estigma pequeno. ‘Jaraguá’ (IAC 224) - Descrição: Folha verde e larga, escapo floral também verde e comprimento médio de espessura estreita, com 4 flores simples, pedicelo verde e curto, flor de formato estrelado, tamanho médio, perianto de largura média, com sobreposição das tépalas; tépalas externas de formato elíptico, coloração salmão com centro esverdeado muito claro em formato de estrela, estames e pistilo também de coloração salmão e anteras rosadas, estigma pequeno. Essas novas variedades são rústicas e bem adaptadas às condições ecológicas do Planalto do Estado de São Paulo. A multiplicação pode ser feita em campo por bulbilhos laterais, os quais florescem normalmente após dois ciclos de plantio. Melhorista responsável: Dr. Antonio Fernando Caetano Tombolato PqCVI – Jardim Botânico IAC Colaboradores: Dr. Carlos Eduardo Ferreira de Castro; Dr. Luiz Antonio Ferraz Matthes; Dra.Gláucia Moraes Dias Tagliacozzo