ADMINISTRAÇÃO PARA ENGENHEIROS Professor: José Thadeu Paulo Henriques [email protected] Março /2013 Apresentação Ao iniciar o estudo da Administração, enquanto campos do conhecimento das Ciências Sociais Aplicadas vãos centrar nosso olhar acerca da importância dessa disciplina para compreensão dos processos de funcionamento e de gestão das organizações de produção. Estudar é um exercício de permanentes descobertas, tal qual uma viagem a um local não conhecido, que possibilita identificar novos fatos, compreender as causas e efeitos dos mesmos e ao mesmo tempo desvendar outras realidades, particularmente, relacionadas ao mundo das organizações e ao seu funcionamento no mercado. Nesta disciplina, estaremos estudando os elementos conceituais básicos na área da Ciência Administrativa, sua evolução e desenvolvimento no contexto das relações de produção globais e sua aplicação para obtenções de melhores resultados organizacionais e da qualidade da vida associada. A Administração é uma área do saber que é classificada como Ciência Social Aplicada cujo objeto central de estudo é o processo de concepção, estruturação, gestão e operação de organizações de produção para geração de bens e serviços de natureza pública e privada. Para consolidar esses conhecimentos, nesta disciplina, estaremos trabalhando fundamentos relacionados às funções básicas da Administração e sua aplicação para obtenção de resultados. Neste contexto, dedicaremos especial atenção à identificação e análise do administrador na sociedade contemporânea, estudando que habilidades e competências são essenciais ao mesmo para o exercício da profissão, num mercado de trabalho volátil e progressivamente especializado. Considerando a complexidade que envolve a estruturação e funcionamento de organizações de produção, empreenderemos expedição às áreas chaves de atuação profissional do administrador, para compreensão e incorporação de visão sistêmica no ato de gerenciar. Finalmente, estaremos resgatando as escolas do pensamento administrativo, ou seja, as ideias e fundamentos teóricos que oferecem sustentação ao processo gerencial e sua aplicação para obtenções de melhores resultados organizacionais. Estudar Administração, enquanto Ciência Social Aplicada é um exercício de contínua aprendizagem acerca da complexidade das relações de produção e da organização como unidade sistêmica que influencia e é influenciada pelo meio em que atua. Vamos dar início a esse exercício e compreender que a ausência de entes organizacionais e de profissionais aptos a gerenciá-los pode resultar na conquista de resultados distintos dos projetados. Vamos caminhar juntos descobrindo e compreendendo a aplicação, importância e o significado da Administração, enquanto Ciência Social Aplicada. Texto adaptado do livro Administração (Introdução e Teoria) dos autores Alessandra Linhares Jacobsen João Benjamim da Cruz Junior Luis Moretto Neto SUMÁRIO 1.0 A ADMINISTRAÇÃO, O ADMINISTRADOR E AS ORGANIZAÇÕES 06 1.1 Formação do administrador 07 1.2 Características dos administradores 09 1.3 Conceitos de Administração 13 1.4 Os papéis que os Administradores Representam 16 1.5 As Habilidades e as Competências 17 1.6 Os efeitos da Globalização sobre a Economia, Empresas e as Pessoas 2.0 1.6.1 As Mudanças na Economia Mundial 22 1.6.2 O Efeito das Mudanças nas Empresas 25 1.6.3 O reflexo das mudanças no perfil do Administrador 27 Resumo 29 Exercícios 30 A EVOLUÇÃO DA TEORIA ADMINISTRATIVA 31 2.1 A era pré-moderna 32 2.2 A Administração Clássica e suas contribuições 37 2.2.1 A Administração Científica 37 2.2.2 A Administração Geral 44 2.3 3.0 22 A Abordagem Humanística 49 2.3.1 Os Primeiros Estudos das Relações Humanas 49 2.3.2 O Movimento das Relações Humanas 55 2.4 A Administração Quantitativa 61 2.5 Abordagens Contemporâneas da Administração 62 2.5.1 Abordagem Sistêmica 62 2.5.2 Abordagem Contingencial 65 2.5.3 Abordagem Cultural 66 Resumo 67 Exercícios 68 O AMBIENTE DAS EMPRESAS E A TOMADA DE DECISÃO 69 3.1 71 O ambiente em que as empresas estão inseridas 3.2 4.0 3.1.1 O Ambiente Externo 71 3.1.2 O Ambiente Interno 72 O Administrador como tomador de decisões 77 3.2.1 Métodos utilizados para tomada de decisão 77 3.2.2 Instrumentos auxiliares para tomada de decisão 80 3.2.3 Os níveis da tomada de decisão 82 3.2.4 Aspectos relevantes na tomada de decisão 83 3.2.5 Os Estilos de Decisão 85 3.2.6 A Ética do Gestor 86 Resumo 87 Exercícios 88 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 89 4.1 Administração geral: 90 4.1.1 As Funções administrativas 91 4.1.2 A Estrutura organizacional 94 4.2 Administração da produção e operações 101 4.2.1 Planejamento e controle da produção 101 4.2.2 Engenharia do produto e do processo 104 4.3 Administração de marketing 107 4.4 Administração financeira 114 4.5 Administração de Recursos Humanos 118 4.5.1 O Processo de gestão de Recursos Humanos 119 4.5.2 Principais Funções 121 4.6 A Tecnologia e os Processos de Trabalho 126 4.6.1 A Tecnologia das Operações 126 4.6.2 A Tecnologia de Atendimento ao Consumidor 128 4.6.3 Os Fluxos de Trabalho Administrativo 129 Resumo 131 Exercícios 131 UNIDADE 1 A Administração, o administrador e as organizações Alessandra Linhares Jacobsen Adaptado pelo autor Objetivo Nesta unidade você vai conhecer os conceitos básicos da Administração, algumas habilidades necessárias ao profissional administrador com o objetivo de oportunizar uma visão geral do processo administrativo, bem como formar uma consciência a respeito dos efeitos da globalização sobre as organizações e sobre as atuais perspectivas para administrá-las. 1.1 A FORMAÇÃO DO ADMINISTRADOR A profissão do administrador é caracterizada por ser abrangente a várias áreas, contemplando uma extensa gama de funções e habilidades. Drucker (1998) afirma que ele precisa ser empreendedor e capaz de gerar resultados maiores do que a soma das partes (sinergia). Lacombe e Heilborn (2003) complementam com a essência do papel do administrador, o que se caracteriza pela obtenção de resultados por meio de terceiros e do desempenho da equipe que ele supervisiona e coordena. O administrador é responsável por fazer as coisas acontecerem da forma adequada a fim de gerar resultados positivos para a organização. O conhecimento é muito importante para sabermos o que devemos fazer e para fazermos a coisa certa, mas não adianta ficarmos obsessivamente preocupados em aumentar a nossa cultura sem a colocarmos a serviço das realizações úteis e práticas para a sociedade. Espera-se que o administrador tenha como principal qualidade a iniciativa para conseguir soluções para as dificuldades encontradas e para colocá-las em ação. (LACOMBE; HEILBORN, 2003, p.7) De acordo com o Ministério da Educação, o graduado em Administração deve apresentar um perfil genérico conforme as especificidades relacionadas: internalização de valores de responsabilidade social, justiça e ética profissional; sólida formação humanística e visão global que o habilite a compreender o meio social, político, econômico e cultural onde está inserido e a tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente; sólida formação técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de desenvolver atividades específicas da prática profissional; competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações; capacidade de atuar de forma interdisciplinar; e capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e do desenvolvimento da autoconfiança. A fim de se atingir esse perfil é necessário um currículo devidamente estruturado, bem como um corpo docente qualificado capaz de desenvolver certas habilidades, listadas a seguir (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2003): comunicação e expressão: estabelecer comunicação interpessoal, de expressar-se corretamente nos documentos técnicos específicos e de interpretar a realidade; raciocínio lógico, crítico e analítico: operar com valores e formulações matemáticas, além de estabelecer relações formais causais entre fenômenos. O graduando deverá também ser capaz de expressar-se de modo crítico e criativo frente aos diferentes contextos organizacionais e sociais; visão sistêmica e estratégica: demonstrar a compreensão do todo, de modo integrado e sistêmico, bem como suas relações com o ambiente externo; criatividade e iniciativa: propor e implementar modelos de gestão, inovar e demonstrar um espírito empreendedor; negociação: demonstrar atitudes flexíveis e de adaptação a terceiros e a situações diversas; tomada de decisão: ordenar atividades e programas, assumir riscos e decidir entre alternativas; liderança: influenciar o comportamento do grupo com empatia e equidade visando interesses interpessoais e institucionais; e trabalho em equipe: atuar de forma interativa em prol de objetivos comuns e compreender a importância da complementaridade das ações coletivas. Para saber mais Sobre a formação profissional do administrador, consulte www.cfa.org.br. Sobre atividades, área de atuação do administrador e legislação sobre a profissão, consulte www.crasp.com.br. 1.2 CARACTERÍSTICAS DOS ADMINISTRADORES Um administrador precisa ter várias habilidades. Segundo Bateman e Snell (1998), é necessário ter habilidades técnicas, interpessoais e de comunicação, além das conceituais e de decisão. As habilidades técnicas são os métodos e processos, normalmente adquiridos através das informações passadas em sala de aula. As habilidades interpessoais e de comunicação, também chamadas humanas, são extremamente necessárias na vida de um administrador e podem ser desenvolvidas tanto dentro como fora do ambiente acadêmico. Por último, as habilidades conceituais e de decisão envolvem o reconhecimento de questões complexas e dinâmicas, o exame de fatores numerosos e conflitantes que influenciam os problemas, bem como a resolução dos mesmos. Lacombe e Heilborn (2003) também apresentam a mesma classificação e afirmam que uma administração bem-sucedida deve apoiar-se nestas três habilitações básicas: Habilidade técnica, habilidade humana e habilidade conceitual que serão explicadas mais adiante. Complementando a sua classificação, eles definem que uma maior habilidade técnica é vital no início da carreira, nos estágios menos graduados da organização. Na maioria dos casos, a tendência é no sentido do aumento gradual da necessidade de habilidade humana e, finalmente, nos estágios superiores de direção, há grande necessidade de habilidade conceitual ou visão sistêmica, também conhecida como holística. É necessário entender competências* como a capacidade de mobilizar saberes (desenvolvidos ao longo da vida social, escolar e laboral) para agir em situações concretas de trabalho, o que confere ao processo de ensino um compromisso com o desempenho do aluno e com sua atuação, bem como com a transferência das aprendizagens por ele realizadas. Outros conceitos relacionados com as competências devem ser especificados, a fim de se perceber a importância do seu desenvolvimento. O primeiro conceito é da empregabilidade, que pode ser entendida como a capacidade do indivíduo tornar-se empregável em várias atividades e em um conjunto amplo de empresas, durante sua vida ativa de trabalho. Deve-se também ter clara a ideia de polivalente, ou seja, aquele capaz de fazer várias coisas, versátil. A polivalência não é somente saber diversas coisas, mas também ter capacidade de resolver problemas, de analisar informações, de julgar, de pesquisar, de transferir aprendizagem (DEFFUNE; DEPRESBITERES, 2002). Resgatando os conceitos já explicados, torna-se necessário formar um profissional polivalente e que apresente empregabilidade*. Andrade (1997) corrobora com essa ideia ao afirmar que o trabalho já não pode mais ser pensado a partir da perspectiva de um determinado posto, mas de famílias de ocupações que podem e devem ser consolidadas a partir de um conjunto de competências e habilidades. Para isso, é necessário qualificar o administrador a partir de um conjunto de competências e habilidades, saberes e conhecimentos, e através de várias instâncias, tais como formação geral (conhecimento científico), formação profissional e experiência de trabalho e social. *Competências – conjunto de conhecimentos (saberes), habilidades (saber fazer) e atitudes (saber ser) *empregabilidade – A empregabilidade representa a facilidade de colocação ou recolocação no mercado de trabalho. Mercado de trabalho De acordo com o Conselho Federal de Administração, a definição de um espaço que dê identidade a uma profissão é uma empreitada complexa, sobretudo no caso do administrador, tão invadido por inúmeras outras profissões. Ao se conceituar Administração como a arte de liderar pessoas e gerenciar recursos tecnológicos, materiais, físicos, financeiros, entre outros, visando a busca de resultados superiores para a organização, estabelece-se um espaço bem mais amplo, de difícil caracterização de limites. Como visto, mercado de trabalho é um dos espaços mais amplos. O profissional da Administração pode atuar em Empresas Privadas de Capital Nacional e Multinacionais, Empresas de Economia Mista, Empresas Públicas, Autarquias e Fundações, independentemente de seu porte. Desenvolve suas atividades em diversas áreas funcionais e setores, dentre os quais: Administração Geral, Administração de Cidades, Finanças, Relações Humanas, Vendas e Marketing, Organização e Métodos, Comércio Exterior, Gestão de Negócios, Hotelaria, Hospitalar, Informática e Compras. E pode também ocupar cargos de Assessor, Consultor, Diretor, Empresário, Gerente, Supervisor/Chefe, Técnico ou ainda trabalhar como Autônomo. De acordo com Drucker (apud LACOMBE; HEILBORN, 2003,p. 4), o desenvolvimento econômico e social resulta da administração. As aspirações, os valores, e até a sobrevivência da sociedade dependerão cada vez mais do desempenho, da competência, e dos valores dos administradores. Pode-se, assim, perceber a importância dessa profissão para a sociedade em geral. Outro fato importante é a mudança do trabalho na sociedade atual. A redução dos empregos nas indústrias também está relacionada com as mudanças organizacionais. Muitas empresas estão buscando a terceirização como forma de redução de seus custos e para focarem sua atividade no produto principal. Com isso, é necessário que o profissional tenha uma visão geral da empresa e do ambiente em que esta se situa, ou seja, uma visão globalizada para atender a um consumidor cada vez mais exigente. Essa mudança leva a uma realidade na qual os administradores podem atuar de uma nova maneira. Wick e León (1997) fazem uma comparação entre o administrador do passado e o do futuro: Administrador do passado Administrador do século XXI Aprendiam quando alguém lhes ensinava Buscam o aprendizado Acreditavam que o aprendizado ocorria somente na Reconhecem sala de aula experiência do trabalho Responsabilizavam a empresa pela carreira Sentem-se responsáveis pela própria carreira Acreditavam que o aprendizado estava completo e Encaram a educação como atividade permanente só precisavam de reciclagens periódicas para a vida toda. Não percebiam a relação entre o que aprendiam e Percebem como o aprendizado afeta os negócios o aprendizado decorrente da os resultados profissionais Deixavam o aprendizado a cargo da instituição Decidem intencionalmente o que aprender Fonte: Wick e León (1997) Adaptado pelo autor É possível perceber a importância do estudo e da constante qualificação no exemplo a seguir: Um estudo recente do Banco Mundial revela que 40% das companhias brasileiras estão preocupadas com os níveis de qualificação e educação de seus funcionários – o maior índice entre os 53 países pesquisados. Quando se contabilizam as exigências feitas para o preenchimento de todas as suas vagas, as empresas no Brasil têm procurado contratar pessoas com oito anos de estudo, pelo menos. Trata-se de uma média entre as exigências feitas para a ocupação das vagas disponíveis nos níveis mais altos e aquelas requeridas nos cargos mais modestos. Acontece que o empregado brasileiro tem, em média, um grau de escolaridade de apenas quatro anos e meio. Observe-se que as empresas mantêm em seus quadros um perfil de empregado que estudou três anos e meio menos que o desejável. Os especialistas avisam: a tendência inexorável é uma onda de demissões que ajuste o gap educacional. Enquanto o Brasil oferece às empresas uma força de trabalho com formação aquém do mínimo exigido, outros países acenam com estatísticas admiráveis. Na Coréia do Sul, a força de trabalho tem dez anos de estudo, em média; no Japão, 11; e nos Estados Unidos e Alemanha, 12. E todos esses países trabalham com um cenário de 18 anos de escola para seus trabalhadores até 2010. “Estamos muito abaixo de países que conseguiram disseminar a educação básica com qualidade”, diz o professor José Pastore. “Fica difícil brigar assim.”. Fonte: Revista Exame – Procura-se mão de obra qualificada, 15.02.2005. Com isso, pode-se perceber que o mercado de atuação do administrador é muito amplo, mas exige um grande conhecimento e um constante aprimoramento através dos estudos. 1.3 CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO Para internalizar conceitos básicos da Administração, a partir de uma visão geral do processo administrativo, devemos partir do pressuposto de que, na sociedade moderna, não há organização que possa sobreviver sem que seja administrada. Surge, então, a pergunta: mas, afinal, o que é administrar? Para respondermos, é preciso mentalizar todos os elementos que compõem uma organização. Você é capaz de fazer isso? Primeiro, entenda o que é uma organização. Uma organização é “um arranjo sistemático de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham de um propósito comum” (ROBBINS, 2005). Uma organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, é formada por pessoas, recursos físicos* e financeiros, tecnologias e pelo conjunto de conhecimento e de informações circulantes. Os trabalhos executados por gerentes estão sendo reformulados pelos mesmos fatores que estão alterando a economia, as organizações e outros trabalhos. Ao contrário de apenas 20 anos atrás, o trabalho do gerente de hoje se parece mais com o de um treinador do que com o de um chefe, e a permanência e estabilidade no emprego estão desaparecendo. O gerente do futuro tende cada vez mais a ser um “capataz" contratado para resolver problemas específicos. O Conceito de Gerente Gerentes supervisionam as atividades de outros empregados. Os trabalhadores trabalham diretamente em um cargo ou tarefa e não têm nenhuma responsabilidade por outros trabalhadores. Qual a Importância dos Gerentes? Os gerentes dão direção a um grupo ou organização por estabelecerem liderança formal e esclarecerem os papéis dos trabalhadores, coordenando as atividades de suas unidades com as atividades das demais unidades de uma organização e garantindo a responsabilidade pela consecução de metas de desempenho. Porque representam despesa adicional à operação de uma organização, os gerentes precisam gerar benefícios que excedam os custos de seu trabalho. Como se Classificam os Gerentes? Os gerentes podem ser classificados de três modos: Gerentes de primeira linha são supervisores, encarregados ou líderes de equipe Gerentes de nível médio ou média gerência são os chefes de departamento ou de unidade, gerente de agência ou divisão, decano e bispo são gerentes de nível médio. Gerentes da cúpula presidente, presidente do conselho de administração, diretor-superintendente, vice-presidente, diretor executivo administrativo ou operacional. O Que é uma Empresa? Arranjos sistemáticos de pelo menos duas pessoas que cumprem papéis formais e compartilham um propósito comum, todas as empresas possuem três características em comum. cada uma tem um propósito distinto, normalmente expresso em termos de metas. cada uma é constituída de pessoas. cada uma desenvolve uma estrutura sistemática que define papéis formais e limita o comportamento de seus membros. Qual a importância das Empresas? As empresas são mais eficientes do que indivíduos agindo independentemente. Isto pode ser ilustrado pelos conceitos de mercados e hierarquias. Os mercados alocam recursos com base na barganha de preços entre compradores e vendedores individuais. Entretanto, quando as transações se tornam complexas demais ou são insuficientemente definidas, a especialização e os sistemas de informação minimizam os custos. Portanto, as hierarquias quase sempre são mais eficientes e substituem os mercados mediante a alocação de recursos por meio de regras e relações de autoridade. 1.4 OS PAPÉIS QUE OS GERENTES REPRESENTAM Henry Mintzberg em seus estudos nos anos de 1960 concluiu que os gerentes desempenham dez papéis que podem ser agrupados em torno de três temas: relações interpessoais, transferência de informações, e tomada de decisões. Os gerentes podem desempenhar três tipos de papéis interpessoais: • Os chefes nominais desempenham papéis cerimoniais ou simbólicos. • Os líderes treinam, motivam e disciplinam os funcionários. • Os elementos de ligação contatam fontes externas de informação. Os gerentes podem cumprir três tipos de papéis informacionais: • Os monitores captam informações de mercado a partir de fontes externas. • Os disseminadores transmitem as informações aos membros da organização. • Os porta-vozes representam suas organizações diante de pessoas de fora. Os gerentes podem executar quatro tipos de papéis decisórios: • Os empreendedores iniciam e supervisionam novos projetos para melhorar o desempenho organizacional. • Os controladores de distúrbios tomam medidas corretivas em resposta a problemas imprevistos. • Os alocadores de recursos controlam os recursos humanos, físicos e monetários. • Os negociadores barganham com outros grupos para obter vantagens para suas próprias unidades. 1.5 AS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS As habilidades e comportamentos cruciais ao sucesso em um cargo gerencial podem ser classificados em: habilidades gerais, e habilidades específicas. Os gerentes precisam praticar as quatro habilidades gerais que são: • Habilidades conceituais dizem respeito à aptidão mental para analisar e diagnosticar situações complexas. • Habilidades interpessoais incluem a capacidade para trabalhar em equipe, entender e motivar as outras pessoas. • Habilidades técnicas significam conhecimento especializado ou experiência. • Habilidades políticas referem-se à capacidade para construir uma base de poder e fazer contatos corretos. Os gerentes precisam praticar as seis habilidades específicas seguintes: • Controlar o ambiente e os recursos da organização tomando decisões preventivas. • Organizar e coordenar em torno de tarefas e relações interdependentes. • Tratar as informações identificando problemas para tomar decisões e comunicá-las. • Provisão de crescimento e desenvolvimento para si e seus funcionários. • Motivação dos funcionários e administração de conflitos no trabalho. • Solução de problemas estratégicos por meio da tomada de decisões e do incentivo às decisões por parte dos seus funcionários. A definição mais moderna para o cargo de gerente foi desenvolvida no Reino Unido, e é chamada de iniciativa de padronização gerencial ou MCI (management charter initiative) fixa padrões genéricos para a competência gerencial. Os padrões foram divididos em gerentes de primeira linha, de nível médio e de cúpula. As competências centrais dos gerentes segundo o MCI para gerentes de nível médio, são: Iniciar e implementar mudanças e aprimoramento em serviços, produtos e sistemas; Monitorar manter e melhorar a entrega de serviços e produtos; Monitorar e controlar o uso dos recursos; Garantir a alocação eficaz de recursos para as atividades e projetos; Recrutar e selecionar pessoal; Desenvolver equipes, indivíduos e a si mesmo para melhorar o desempenho; Planejar, distribuir e avaliar o trabalho realizado por equipes e por si mesmo. Criar, manter e ampliar as relações eficazes de trabalho. Procurar, avaliar e organizar informações para a ação Trocar informações para resolver problemas e tomar decisões. Os gerentes modernos devem ser especialistas nas seguintes habilidades: prosperar no caos, ser treinador, delegar poder aos funcionários, compartilhar informações e ter sensibilidade às diferenças. • Prosperar no caos. As ambigüidades do local de trabalho têm aumentado o stress e a estafa entre os gerentes. Os gerentes de sucesso prosperam na incerteza e convertem a mudança rápida em oportunidade. • Ser um treinador. O gerente que tomava decisões sozinho, dava ordens e controlava as atividades estão cada dia mais raros. Os gerentes de hoje precisam praticar a orientação, o encorajamento e a motivação para criar um ambiente onde os trabalhadores possam se superar. • Delegar poder aos funcionários. Os gerentes estão abdicando de sua autoridade e delegando poder a seus funcionários. Aqueles aos quais se ensinou que os gerentes deveriam ser pessoas que “assumem o comando” e não compartilham a autoridade para tomar decisões têm encontrado dificuldades para adaptar-se à delegação de poder aos funcionários. • Compartilhar informações. Os gerentes tradicionais controlavam as informações porque compartilhá-las significaria aumentar o poder dos trabalhadores. Uma vez que os indivíduos e as equipes aos quais se delega poder precisam estar a par das informações para realizar seus trabalhos, os gerentes contemporâneos devem ser “canais”, captando e compartilhando informações com os membros de suas unidades. Alguns gerentes se sentem ameaçados por compartilhar informações com os funcionários. • Sensibilidade às diferenças. Embora os valores, necessidades, interesses e expectativas dos trabalhadores nunca tenham sido homogêneos, esses elementos variavam menos antes dos anos 1970 do que agora. Os gerentes de hoje não podem supor que todos os trabalhadores tenham desejos, necessidades e motivações semelhantes. Dessa forma, devem estar alertas a diferenças e preconceitos como os de sexo, raça, idade no local de trabalho. O que é a Eficiência e a Eficácia Gerencial? O desempenho de um gerente pode ser avaliado em função da eficiência e eficácia. A partir da relação entre insumos e produtos: A eficiência pode ser aumentada de duas maneiras: obtendo mais produção de um determinado insumo ou obtendo a mesma produção com menos insumos. A eficácia está relacionada ao alcance das metas organizacionais de dois modos: “fazendo as coisas direito” pela minimização do custo dos recursos utilizados para alcançar as metas, e “fazendo a coisa certa” por meio da escolha e consecução das metas apropriadas. Embora eficácia gerencial e eficácia organizacional sejam conceitos distintos, considerando que os gerentes operam em organizações, são conceitos intimamente relacionados. Quais os públicos que uma empresa deve atender? Grupos diferentes avaliam as organizações segundo critérios diferentes: funcionários, clientes, administração, conselhos de diretores, investidores, fornecedores, concorrentes, credores, mídia, órgãos governamentais e grupos de interesses especiais. Como cada grupo possui programas de trabalho diferentes, seus critérios de eficácia também serão diferentes. Portanto, a existência de diversos públicos exige que os gerentes enfatizem critérios diferentes para cada um deles. Os critérios de eficácia gerencial Os critérios de eficácia a seguir ilustram as opiniões de diversos públicos. • Parâmetros Financeiros. Seja na maximização da participação de mercado, dos rendimentos para os acionistas, retorno sobre o patrimônio líquido ou fluxo de caixa, as empresas utilizam parâmetros financeiros para avaliar o desempenho e manter a credibilidade entre os investidores ou financiadores. • Produtividade. As organizações aumentam a produtividade aumentando a produção para um determinado nível de insumo. A eficiência pode ser medida por critérios de produtividade: por exemplo, produção por hora/funcionário ou percentual de sucata em relação ao produto final. • Crescimento. Em vez de utilizar a expansão das folhas de pagamento para medir a eficácia, as empresas modernas buscam aumentar o total das vendas, receitas totais e lucros líquidos mantendo ou reduzindo o número de cargos. • Satisfação do Cliente. Nenhuma organização pode se dar ao luxo de descuidar de seus clientes porque o custo para atrair novos clientes é mais alto do que o de manter os existentes. • Qualidade. Abrangendo operações e processos internos, bem como as avaliações dos clientes, a procura pela qualidade significa eliminar redundâncias operacionais para fornecer alta qualidade a baixo custo. • Flexibilidade. A competição global exige que as organizações se adaptem rapidamente a bruscas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas. • Crescimento e Satisfação do Funcionário. Muitas companhias reduziram seus quadros de pessoal e, por isso, os funcionários remanescentes se tornam receosos e menos leais. Uma vez que alta qualidade e atendimento ao consumidor exigem funcionários treinados e motivados, um desafio é aumentar a produtividade e a flexibilidade mantendo, ao mesmo tempo, a motivação do funcionário. • Aceitação Social. Os órgãos governamentais, os grupos de defesa do consumidor e a mídia pressionam as organizações a serem “boas cidadãs”. 1.6 OS EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO SOBRE AS EMPRESAS E AS PESSOAS Segundo Robbins (2005) as mudanças ocorridas no cenário mundial nos últimos anos provocaram uma nova economia, uma nova organização e o novo profissional. 1.6.1 As Mudanças na Economia Mundial As principais mudanças ocorridas e que estão transformando a economia, são apresentadas no quadro abaixo. A Velha Economia A Nova Economia Fronteiras nacionais limitam a competição As fronteiras nacionais são quase insignificantes na definição de limites de operação de uma organização A tecnologia reforças hierarquias rígidas e limita o As mudanças tecnológicas no modo como as acesso a informações informações são geradas armazenadas e compartilhadas as tornaram mais acessíveis As oportunidades de emprego se destinam aos As oportunidades de trabalho se destinam a trabalhadores industriais trabalhadores do conhecimento A população é relativamente homogênea A população é caracterizada pela diversidade cultural A empresa é alienada ao seu ambiente A empresa aceita suas responsabilidades sociais A economia é conduzida por grandes corporações A economia é conduzida por empresa pequenas, empreendedoras Os consumidores adquirem empresas decidem fornecer-lhes aquilo que as As necessidades negócios Tabela Adaptada do livro de Robbins (2005) dos clientes conduzem os A Globalização A globalização não significa apenas fazer negócios além das fronteiras nacionais. O termo também significa aumento da competição para quase todo tipo de organização. Duas forças principais têm governado a globalização: a procura de novos mercados e a necessidade de reduzir custos. O Avanço da Tecnologia Os avanços na informática e na tecnologia da comunicação modificaram permanentemente o local de trabalho por alterarem o modo como a informação é criada, armazenada, utilizada e compartilhada. Em outras palavras a tecnologia mudou a forma como as pessoas trabalham. A Era do Conhecimento Alvin Toffler, no seu livro “Terceira Onda” divide a história da humanidade em três momentos que ele chamou de ondas A primeira onda foi a agricultura. Até o século XIX, todas as economias eram baseadas nas lavouras. A segunda onda foi a industrialização. Nos primeiros dois terços deste século, a maioria dos países desenvolvidos passou de sociedades agrárias para sociedades baseadas em máquinas. A partir dos anos 1970, a terceira onda, a informação, passou a substituir os cargos operários de pouca qualificação por oportunidades de trabalho para especialistas técnicos, cultos e qualificados, profissionais liberais e outros trabalhadores do conhecimento. Diversidade cultural. As mulheres que passaram a participar do mercado de trabalho, principalmente após a segunda guerra mundial, hoje representam uma parte significativa da força de trabalho em todos os setores e nos últimos anos as mulheres começaram a assumir comandos de grandes corporações e até de países. No Brasil, 82% de todas as mulheres brasileiras com idade para trabalhar tinham empregos, constituindo 40,4% do total da mão de obra. Outra questão de diversidade é o multiculturalismo. A globalização vem facilitando o processo de imigração de técnicos e até de mão de obra não qualificada para trabalhar em empresas em outros países. Mudanças nas expectativas da sociedade. A responsabilidade social da organização ilustra o aumento das expectativas da sociedade em relação às empresas. Espera-se que os executivos promovam padrões éticos elevados. De fato, poucas organizações podem permitir-se receber publicidade negativa associada à percepção de serem socialmente irresponsáveis ou eticamente repreensíveis. O Empreendedorismo. A redução do quadro de pessoal das empresas em função da implantação de novas tecnologias de produção e gestão e a vontade dos indivíduos em controlar seus próprios destinos; vem provocando as aberturas anuais de novos negócios no Brasil e em todo mundo. O Espírito empreendedor é o processo de iniciar um negócio, obtendo os recursos necessários e assumindo os riscos e recompensas de ser proprietário de uma pequena empresa. As franquias são formas utilizadas para o trabalhador se aventurar em um novo negócio pois amenizam o risco de ser proprietário de uma pequena empresa. O Foco no Cliente. O sucesso de uma empresa no longo prazo só pode ser alcançado mediante a satisfação de clientes refinados que exigem atendimento rápido, alta qualidade e valor. Uma recente pesquisa de opinião junto a altos executivos revelou que a satisfação do cliente é o aspecto mais decisivo no sucesso empresarial: mais importante até do que o desempenho financeiro, a competitividade e o marketing. 1.6.2 O Efeito das Mudanças nas Empresas As mudanças ocorridas na economia tiveram seus reflexos nas empresas. A nova empresa é resultado dessas mudanças precisa ser mais flexível e mais capaz de responder ao seu ambiente. Trabalho em tempo Parcial ou Temporário. Para reduzir custos e aumentar a flexibilidade, muitas companhias estão convertendo empregos permanentes em empregos temporários ou contratos de trabalho por tempo determinado. Os Programas de Qualidade Total ] Em 1950, W. Edwards Deming, um especialista americano em qualidade, ensinou gerentes japoneses a utilizar a análise estatística dos processos de produção para aumentar a quantidade e a qualidade da produção. Depois do sucesso dos produtos japoneses no mercado, os gerentes americanos reagiram desenvolvendo o TQM. Os programas de qualidade ( TQM e Reengenharia) seus partidários dizem que são necessários para manter a competitividade em um mercado global em rápida transformação. Dados recentes sugerem que a maioria das organizações utiliza o processo estrategicamente, reduzindo operações que ficaram com excesso de pessoal e, ao mesmo tempo, aumentando pessoal em áreas que adicionam valor. O Foco nas Competências Centrais. Nos anos de 1970 as organizações diversificavam seus negócios. Eram comuns os Grupos empresariais, com os mais diferentes tipos de negócios. Nesse momento, existia a crença de que as empresas reduziriam seus riscos mediante a participação em múltiplos negócios. As organizações contemporâneas se dedicam a competências centrais (aquilo que elas fazem melhor) e liquidam ou fecham negócios periféricos que não fazem parte da competência da empresa. Elas cortam custos, aumentam a flexibilidade e se dedicam a suas competências centrais das seguintes formas: terceirizando atividades de apoio; associando-se com outras empresas, fornecedores e clientes; descentralizando a tomada de decisões; delegando poder aos gerentes e substituindo departamentos independentes por equipes interdependentes. Maior Socialização das Decisões. O princípio de exceção de Frederick Taylor pregava que aos gerentes cabia o planejamento e o raciocínio; aos trabalhadores cabia fazer aquilo que lhes era ordenado. As organizações modernas têm transferido a autoridade e responsabilidade relativas ao cargo, dos gerentes para os trabalhadores, no processo conhecido como delegação de poder, que ocorre por três motivos: os trabalhadores têm hoje muito mais formação e treinamento do que no começo do século e muitas vezes sabem mais sobre seus trabalhos do que os gerentes. a competição global exige que as organizações tomem decisões e implementem mudanças rapidamente. a reestruturação eliminou muitos postos gerenciais de nível médio e achataram as estruturas empresariais, deixando os gerentes de nível inferior com mais trabalhadores para supervisionar. Ética nos Negócios e Responsabilidade Social O papel das empresas deve ir além da obediência à lei, melhoria da eficiência, crescimento da produtividade e maximização dos lucros e, por isso, elas já não podem basear suas decisões empresariais apenas no utilitarismo: a avaliação das ações em termos de garantir o maior bem para o maior número de pessoas. É preciso também que sejam respeitados os direitos do indivíduo: privacidade, liberdade de expressão e julgamento justo. 1.6.3 O Reflexo das Mudanças no Perfil do Administrador Segundo Robbins (2002) muitos cargos fabris de alta remuneração foram substituídos por equipamento automatizado, reestruturados em cargos que exigem maiores habilidades técnicas, ou migraram para outros países onde a mão de obra é mais barata. A Força de Trabalho O resultado é uma força de trabalho bimodal: trabalhadores de pouca qualificação que recebem salário mínimo e trabalhadores altamente qualificados e bem remunerados, os técnicos ou profissionais especialistas Os trabalhadores com pouca qualificação se defrontam com baixos salários, carreiras limitadas e reduzido poder de barganha com os empregadores. Os de alta qualificação têm perspectivas de obter segurança financeira e oportunidades de avanço na carreira. Maior Rotatividade de Pessoal. A reengenharia, a redução de quadros de pessoal, a terceirização e a extinção de cargos esvaziaram o contrato informal de lealdade outrora existente entre trabalhadores e empregadores e o substituíram por um “novo acordo”. Os empregadores não fazem nenhuma promessa aos trabalhadores exceto a do emprego, enquanto sua contribuição para a meta da organização exceder seu custo. Os trabalhadores reordenaram suas lealdades da seguinte forma: primeiro, para suas equipes ou projetos; segundo, para suas profissões e, terceiro, para seus empregadores. Hoje, eles têm o direito de exigir trabalho interessante acompanhado de liberdade e recursos para sua boa execução, remuneração com base no desempenho e oportunidades para aprender habilidades que aumentem seu valor no mercado. Contudo, eles são responsáveis por suas próprias carreiras. Gerenciamento da Carreira. Em um passado recente as instituições assumiam para si a responsabilidade da carreira ao funcionário, implementando os chamados planos de cargos e salários e que ainda hoje é exigido por alguns sindicatos que se perderam no tempo. A informática encurtou o ciclo de vida dos produtos, o conhecimento e as habilidades relativa ao trabalho. Os trabalhadores mudarão de carreira três a quatro vezes em suas vidas profissionais. Fazer isso exigirá que aprendam novas habilidades. Dessa forma, eles precisam assumir a responsabilidade pelas suas carreiras profissionais. Desta forma é comum encontrarmos nas salas de aula profissionais que voltam a estudar para se reciclar, aprender mais, para continuar atuando no mercado. Hoje eles são responsáveis pelas suas carreiras. A Capacidade de Participar de Equipes. O trabalho em equipe pode ser um desafio para trabalhadores que cresceram em culturas que incentivam a realização individual. As habilidades de comunicação contribuem para o sucesso de equipes de alto desempenho: habilidades para resolver problemas, para tomar decisões em grupo e habilidades interpessoais, como as de escutar atentamente e solucionar conflitos. Aprender a Lidar com o Stress. Enquanto o stress pode ser motivador, a mudança rápida e inesperada pode produzir efeitos negativos nos funcionários. A redução dos quadros de pessoal e a reengenharia fizeram com que muitos funcionários assumissem novas tarefas e trabalhassem mais sem aumento de salário ou segurança no emprego. Por isso, um ambiente desse tipo pode ser estressante para eles. Resumo Nesta unidade você conheceu uma pouco mais da profissão do administrador, conforme algumas habilidades propostas pelo Ministério da Educação. Vistas as habilidades técnicas, interpessoais e de comunicação, além das habilidades conceituais e de decisão, vimos também que uma maior habilidade técnica é vital no início da carreira, nos estágios menos graduados da organização. Na maioria dos casos, a tendência é no sentido do aumento gradual da necessidade de habilidade humana e, finalmente, nos estágios superiores de direção, há grande necessidade de habilidade conceitual ou visão sistêmica, também conhecida como holística. Além disso, foram trabalhados os conceitos de poli-valência e empregabilidade. Você percebeu também a atuação do administrador no mercado de trabalho e a necessidade da constante atualização de seus conhecimentos. Viu também, as características do “novo” administrador em comparação com o administrador do passado. Você teve, ainda, a oportunidade de tomar contato com os conceitos básicos da administração: organização, administrar, eficiência, eficácia e produtividade, todos essenciais para a compreensão dos meandros dessa importante ciência. Também aprendeu que entender a abordagem funcional da Administração permite a visualização do papel que o administrador deve desempenhar dentro de uma organização, que está principalmente baseado no desempenho das atividades relacionadas ao Planejamento, à Organização, à Direção e ao Controle dos processos. E, não esqueça, é igualmente importante entender a organização como um sistema aberto, que influencia e é influenciada pelo ambiente em que se encontra inserida. Nestes termos você pôde compreender melhor a respeito dos efeitos causados pela globalização e pela economia digital sobre as organizações atuais. Ao mesmo tempo em que as características deste novo cenário facilitam os processos de negociação e de troca de dados entre organizações, derrubando qualquer barreira física, também podemos perceber algumas dificuldades, especialmente aquelas relacionadas à ampliação do âmbito competitivo. Diante desse quadro, você deve se recordar constantemente do poder de influência das forças competitivas, sugeridas por Michael Porter (1999), e da necessidade da organização definir uma posição no mercado em que seja capaz de se defender contra tais forças ou de influenciá-las a seu favor. Exercícios de aprendizagem 1. Quais os requisitos básicos para um aluno graduado em administrador segundo o Ministério da Educação 2. Quais as habilidades básicas que um Administrador precisa possuir? 3. Com você entende o mercado de trabalho do Administrador? 4. O que é um Gerente? Qual a sua Importância? 5. Como se classificam os Gerentes? O Que é um Gerente de primeira linha? 6. O que é uma Empresa? 7. Quais os papéis que os Gerentes representam? 8. Descreva o que você entendeu como habilidade conceitual. 9. Descreva o que você entendeu na relação habilidades e competências. 10. Qual a relação entre a eficiência e a eficácia gerencial? 11. Quais os públicos que uma empresa precisa atender? 12. Quais os efeitos das mudanças ocorridas nas últimas quatro décadas? Na economia mundial? Nas empresas? E no perfil do Administrador profissional? Unidade 2 A Evolução da Teoria Administrativa Stephen P. Robbins, adaptado pelo autor 2.0 A EVOLUÇÃO DA TEORIA ADMINISTRATIVA Objetivos Nesta unidade pretende-se mostrar o surgimento da administração e o seu processo evolutivo, atendo-se as principais contribuições. Não obstante mudanças significativas principalmente últimas. venham As ocorrendo organizações nas ainda últimas hoje se décadas utilizam e de conhecimentos e modelos que foram apresentados há vários séculos. Os assuntos serão divididos nos seguintes tópicos: A Era pré-moderna Administração Clássica Abordagem Humanística Abordagens Quantitativas Abordagens Contemporâneas 2.1 ERA PRÉ-MODERNA É certo que as atividades organizadas existem há milhares de anos. Diante dos fatos ocorridos na antiguidade podemos afirmar então que a administração é praticada desde que o ser humano existe. As contribuições das Civilizações antigas As pirâmides egípcias e a Grande Muralha da China são provas concretas de que projetos de enorme magnitude, empregando dezenas de milhares de pessoas, eram empreendidos bem antes dos tempos modernos. A construção de uma única pirâmide ocupava mais de 100 mil pessoas. É certo que em uma obra de tamanha importância, alguém dizia para cada trabalhador o que ele deveria fazer. Alguém deveria garantir o suprimento de insumos, tais como pedras. Com certeza isso é administração, pois, alguém tinha que planejar o que seria feito, organizar as pessoas e os materiais, liderando os trabalhadores. Outro exemplo importante é o de Michelangelo que comandava uma equipe de 13 pessoas o ajudaram a pintar o teto da capela cistina; cerca de outras 20 o ajudaram a esculpir as tumbas de mármore em estilo florentino na capela da família Médici, e ele supervisionou uma equipe de pelo menos 200 pessoas na construção da Biblioteca Laurenciana em Florença. Michelangelo selecionava pessoalmente seus trabalhadores, treinava-os e designava-os para uma ou mais equipes. E mantinha registros detalhados, atualizados semanalmente com, por exemplo, os nomes, dias trabalhados e salários de cada funcionário. Ao mesmo tempo, Michelangelo desempenhava o papel de gerente solucionador de problemas. Diariamente, percorria as diversas áreas de trabalho sob sua supervisão, inspecionava o andamento dos trabalhos e controlava qualquer problema que surgisse. Esses exemplos do passado demonstram que as atividades organizadas e os gerentes têm estado conosco desde a Antiguidade. Entretanto, foram apenas nos últimos cem anos que a administração passou a ser objeto de investigação sistemática, adquirindo um corpo comum de conhecimento que a tornou uma disciplina de estudo formal. A Contribuição de Adam Smith Adam Smith é normalmente citado em cursos de economia por suas contribuições para a doutrina econômica clássica, no livro A Riqueza das Nações, publicado em 1776, argumentava sobre as vantagens econômicas que as organizações e a sociedade teriam com a divisão do trabalho. Para explicar a sua teoria ele citava uma fabrica de alfinetes. Smith observou que 10 indivíduos, cada um executando uma tarefa especializada, poderiam produzir em conjunto aproximadamente 48 mil alfinetes por dia. Porém, se cada um estivesse trabalhando separadamente, esses 10 trabalhadores conseguiriam fabricar apenas 200 – ou mesmo 100 – alfinetes em um dia. Se cada trabalhador tivesse de puxar o arame, alinhá-lo, cortá-lo, martelar as cabeças para cada um deles, afiar a ponta e soldar a cabeça na haste do alfinete, teriam que trabalhar muito para produzir 10 alfinetes em um dia. Smith concluiu que a divisão do trabalho elevava a produtividade por aumentar a habilidade e a destreza de cada trabalhador, por economizar tempo comumente perdido na troca de tarefas e pela criação de invenções e equipamentos poupados de mão de obra. A ampla aplicação atual da especialização dos trabalhos – em cargos de serviços como ensino e todas as demais atividades, inclusive em linhas de montagem nas unidades de fabricação, é com certeza fruto da teoria de Adam Smith há 200 anos. A Influência da Revolução Industrial A influência mais importante da administração anterior ao século XX foi a Revolução Industrial. Começando no século XVIII na Grã-Bretanha, a revolução fez com que a força da máquina substituísse a força humana. Essa mudança, por sua vez, tornava mais econômico fabricar bens na fábrica do que em casa. Antes da Revolução Industrial, um artigo como uma manta, por exemplo, era produzido por uma pessoa que tosquiava a lã de sua ovelha, torcia-a em fio, tingia o fio, tecia a manta manualmente em um tear doméstico e depois vendia o produto acabado a comerciantes que passavam pelas fazendas comprando mercadorias que depois seriam vendidas em feiras ou mercados regionais. A introdução da força da máquina, combinada com a divisão do trabalho, possibilitava que fábricas enormes e eficientes utilizassem equipamento movido a energia elétrica. Uma fábrica de mantas, com cem pessoas executando tarefas especializadas – algumas transformando lã em fio, algumas tingindo, outras trabalhando nos teares, poderia produzir grande número de mantas a uma fração de seu custo anterior. As fábricas exigiam habilidades gerenciais. Era preciso prever a demanda, garantir estoques de lã suficiente para fazer o fio, distribuir tarefas para as pessoas, dirigir as atividades diárias, coordenar as várias tarefas, assegurar que as máquinas fossem mantidas em boas condições de funcionamento e que os padrões de produção fossem obedecidos, encontrar mercado para as mantas prontas, e assim sucessivamente. Quando as mantas eram feitas individualmente em casa, havia pouca preocupação com a eficiência. Subitamente, porém, quando o dono da fábrica passou a ter cem pessoas trabalhando para ele, precisando saldar regularmente uma folha de pagamento, tornou-se importante manter os trabalhadores ocupados, ou seja, tornou-se necessário o desempenho de habilidades gerenciais. O advento da força da máquina, a produção em massa, os custos reduzidos dos transportes que acompanharam a rápida expansão das ferrovias e a quase ausência de regulamentação governamental também alimentaram o desenvolvimento de grandes empresas. Grandes empreendedores criaram grandes negócios que iriam exigir práticas de administração formalizadas. Tornava-se necessária uma teoria formal para orientar os gerentes a administrar suas organizações. Nos primeiros anos do século XX que foi dado o grande passo para desenvolver uma teoria dessa ordem. 2.2 A ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES As raízes da administração moderna residem em um grupo de teóricos e práticos que buscaram criar princípios racionais que tornassem as organizações mais eficientes. Uma vez que lançaram as bases teóricas para uma disciplina da administração, chamamos suas contribuições de abordagem clássica da administração, podendo ser dividida em duas subcategorias: administração cientifica, e administração geral. 2.2.1 Administração Científica Se tivéssemos de escolher um ano específico para o nascimento da moderna teoria da administração, haveria fortes razões para propor 1911, o ano em que foi publicado Os Princípios da Administração Científica, de Frederick winslow Taylor. O livro descrevia a teoria da Administração Científica – o uso do método científico para definir a “melhor maneira” para um trabalho ser feito –, sendo amplamente aceito por gerentes do mundo inteiro. Os estudos realizados antes e depois da publicação do livro definiram Taylor como o pai da administração científica. Frederick Winston Taylor. Frederick W Taylor era engenheiro mecânico com antecedentes puritanos e quakers, constantemente se estarrecia com a ineficiência dos trabalhadores. Os funcionários utilizavam técnicas imensamente diferentes para realizar o mesmo trabalho e eram propensos a “preguiça” no trabalho. Taylor acreditava que aquilo que o trabalhador produzia representava apenas um terço de suas responsabilidades. Por isso, dispôs-se a corrigir essa situação aplicando o método científico a trabalhos no “chão da fábrica”. Passou mais de duas décadas procurando uma “melhor maneira” de fazer cada trabalho. É importante entender o que Taylor descobriu na siderúrgica Midvale, na Pensilvânia, onde realizou a maior parte de seus estudos, pois originou sua decisão de melhorar a eficiência na fábrica. Na ocasião, não haviam: Conceitos claros sobre as responsabilidades do trabalhador e da administração. Não existiam padrões de eficácia do trabalho Os operários trabalhavam devagar de maneira proposital. As decisões da administração eram baseadas em palpites e na intuição. Os trabalhadores eram designados para os cargos, com pouca ou nenhuma preocupação pela adequação de suas habilidades e aptidões às tarefas que deveriam executar. A administração e permanente conflito. os trabalhadores se encontravam em Taylor definiu quatro princípios de administração, afirmou que sua adoção resultaria na prosperidade da administração e dos trabalhadores, ou seja, ganhariam maiores salários e aquela, mais lucro. Os princípios de Frederick Taylor 1. Para cada elemento do trabalho de um endividou desenvolver uma ciência que substitua o velho método da regra empírica. 2. Selecionar cientificamente e depois treinar, ensinar e desenvolver o trabalhador (anteriormente, os trabalhadores escolhiam seu próprio trabalho e adestravam-se da melhor forma que pudessem). 3. Cooperar sinceramente com os trabalhadores para garantir que todo trabalho seja realizado conforme os princípios da ciência que foi desenvolvida. 4. Dividir o trabalho e a responsabilidade da maneira mais igualitária possível entre a administração e os trabalhadores. A administração assume todo o trabalho para o qual está mais bem preparada que os trabalhadores (anteriormente, quase todos os trabalhos e a maior parte da responsabilidade eram atirados aos trabalhadores). O exemplo mais citado de administração científica foi o experimento de Taylor com lingotes de ferro, pesando 25 quilos cada um, que eram carregados pelos trabalhadores em vagonetes. Sua produção diária média era de 12,5 toneladas. Taylor acreditava que a análise científica da tarefa para determinar a melhor maneira de carregar os lingotes de ferro poderia aumentar a produção em cerca de 47 ou 48 toneladas por dia. Taylor começou seu experimento procurando um jeito fisicamente forte que atribuísse grande valor ao dinheiro. O indivíduo escolhido foi um grandalhão imigrante holandês, a quem ele chamou de Schmidt, como os demais carregadores, ganhava 1,15 ofereceu a ele 1,85 dólar por dia se ele fizesse exatamente aquilo que ele lhe dissesse. Usando dinheiro para motivar Schmidt, Taylor passou a ordenar que ele carregasse os lingotes de ferro, alternando diversos fatores do trabalho para verificar o impacto que as mudanças teriam na produção diária de Schmidt. Em alguns dias, por exemplo, Schmidt deveria erguer o lingote dobrando os joelhos; em outros, deveria manter as pernas retas e usar as costas e outras variáveis. Depois de período ensaiando cientificamente várias combinações de procedimento, técnicas e ferramentas. Taylor conseguiu obter o nível de produtividade que ele julgava possível. Designando a pessoa certa para o trabalho, com as ferramentas e o equipamento corretos, fazendo o trabalhador seguir exatamente suas instruções e motivando-o pelo incentivo econômico de um salário diário significativamente mais alto. Taylor conseguiu seu objetivo de 48 toneladas. Utilizando técnicas de administração científicas. Taylor conseguiu definir a melhor maneira de fazer cada trabalho. Dessa forma, ele poderia, depois de selecionar as pessoas para os trabalhos, treiná-las para que os executassem precisamente do melhor modo. Para motivar os trabalhadores, era favorável a planos de incentivo salarial. No geral, Taylor obteve melhorais constantes na produtividade, na faixa de 200% ou mais. E reafirmou o papel de planejar e controlar e os trabalhadores de executar conforme fossem instruídos a fazer. Os Princípios da Administração Científica, que imediatamente tornou-se um best-seller. Taylor difundiu suas ideias na França, Alemanha, Rússia e Japão, mas sua maior influência ocorreu no setor fabril americano. Isso proporcionou às companhias americanas uma vantagem sobre empresas estrangeiras, o que fez da eficiência industrial americana alvo de inveja mundial – pelos menos durante 50 anos. Para Taylor, os elementos da administração Científica são: O estudo dos tempos A supervisão funcional A padronização das ferramentas e instrumentos O planejamento de tarefas e cargos O principio da exceção A utilização da régua de cálculo e de instrumentos semelhantes para economizar tempo As fichas de instrução de serviços A ideia da tarefa associada a prêmios de produção pela execução eficiente Os sistemas para classificação dos produtos e do material utilizado na manufatura O sistema de delineamento da rotina de trabalho. A grande maioria desses pressupostos ainda são utilizados nos modernos processos produtivos. A qualidade total utiliza os princípios e pressupostos da teoria de Taylor, associada a uma visão de que o ser humano possui necessidades que precisam ser atendidas ( visão Masloviana do homem) e calcada nos pressupostos de René Descartes de que sempre existe uma melhor maneira de se fazer algo, em outras palavras não aceite nada como definitivo. Os programas de qualidade só não aceitam o chamado princípio da exceção que diz que em uma empresa os dirigentes pensam e os trabalhadores executam. Nos modernos sistemas de produção, todos os colaboradores devem pensar. Frank e Lillian Gilbreth. Outros estudiosos se inspiraram nas ideias de Taylor a desenvolver métodos de administração científica. Seus discípulos mais proeminentes foram Frank e Lillian Gilbreth. Frank Gilbreth, era empreiteiro, deixou sua carreira na construção civil para estudar administração científica depois de ouvir Taylor falar em uma reunião de profissionais de sua área. Juntamente com sua esposa. Lillian, uma psicóloga, estudou arranjos de trabalho para eliminar movimentos desgastantes do corpo e das mãos. O Casal Gilbreth também fez experimentos no projeto e uso de ferramentas e equipamento adequados para otimizar o desempenho do trabalho. Frank Gilbreth provavelmente é mais conhecido por suas experiências de redução do número de movimentos no assento de tijolos. Mediante uma análise cuidadosa do trabalho de pedreiro, ele reduziu o número de movimentos para o assentamento de tijolos de 18 para 4,5 no caso de tijolos externos e 2 no caso de tijolos internos. Ele desenvolveu uma nova maneira para empilhar tijolos, utilizou o andaime para reduzir a torção do corpo e inventou uma consistência diferente de massa que aliviava os pedreiros da necessidade de nivelar o tijolo com golpes da espátula. A importância dessas melhorias de produtividade transparece quando se atenta para o fato de que a maioria dos edifícios de qualidade daquela época eram construídos de tijolos, a terra era barata e o custo maior de uma fábrica ou casa era o dos materiais (tijolos) e da mão de obra para assentá-los. Frank e Lílian Gilbreth estiveram entre os primeiros a utilizar filmes para estudar movimentos da mão e do corpo. Eles inventaram um microcronômetro que registra o tempo a dois milésimos de segundo, que era instalado no campo de estudo fotografado e, com isso, determinavam quanto tempo um trabalhador gastava na execução de cada movimento. Movimentos inúteis, perdidos pela visão a olho nu, podiam ser identificados e eliminados. Os Gilbreth também conceberam um sistema de classificação para nomear 17 movimentos básicos da mão – como “procura”, “seleciona”, “apanha”, “prensa” – aos quais chamaram de therbligs (Gilbreth grafado de trás para diante mantendo-se o th). Esse sistema permitiu aos Gilbreth uma maneira mais precisa de analisar os elementos exatos dos movimentos de mão de um trabalhador. Heny Ford O empresário Henry Ford, fundador da Ford Motor Company seguidor dos estudos de Taylor, contribuiu para a administração com estudos que foram denominados de fordismo. Henry Ford criou a produção em série ou, linha de montagem. Os veículos a serem produzidos eram colocados em esteiras rolantes e cada operário realizava uma etapa da produção, fazendo com que a produção necessitasse de grandes investimentos e grandes instalações. O fordismo teve como princípios: A Intensificação da produção, ou produção em massa Produtividade Economicidade maior aplicação e sucesso do modelo fordismo de produção foi no período posterior a Segunda conhecidos na história do Guerra Mundial nas décadas de 1950 e 1960, capitalismo como os “anos dourados”. Posteriormente o modelo começou a apresentar perda de produtividade e em consequência das margens de lucro. A partir da década de 1980, começa a surgir nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento chamado de pós-fordismo ou modelo flexível (toyotismo, por sido aplicado inicialmente na fábrica de carros Toyota no Japão), baseado principalmente na tecnologia da informação. 2.2.2 A Administração Geral Os teóricos da administração geral eram indivíduos que consideravam o tema da administração da perspectiva da organização como um todo. São importantes porque desenvolveram as primeiras teorias gerais sobre trabalho dos gerentes e sobre o que constitui a boa prática em administração. Os mais famosos teóricos da administração geral foram Henri Fayol e Max Weber. Henri Fayol Taylor e Fayol escreveram na mesma época. Porém, enquanto Taylor se preocupava coma administração da fábrica (ou que hoje consideraríamos como o trabalho de um supervisor) e utilizava o método científico, a atenção de Henri Fayol estava voltada para as atividades de todos os gerentes. Ele escrevia a partir de sua experiência pessoal. Taylor era cientista. Fayol, diretor administrativo de uma grande companhia francesa de mineração de carvão. Era um profissional. Fayol descreveu a prática da administração, numa teoria que ficou conhecida como a teoria clássica da administração, como algo distinto de contabilidade, finanças, produção, distribuição e outras atividades empresariais típicas. Afirmou que a administração era uma atividade comum a todos os empreendedores humanos na empresa, no governo e mesmo em casa. Henri Fayol estabeleceu 14 princípios de administração – verdades fundamentais ou universais – que poderiam ser ensinadas nas escolas e universidades, que são: 1. Divisão do trabalho. Este princípio é o mesmo que o de Adam Smith. A especialização aumenta a produção ao tornar os funcionários mais eficientes. 2. Autoridade. Os gerentes devem poder dar ordens. A autoridade lhes direito. 3. Disciplina. Os funcionários precisam obedecer e respeitar as regras que governam a organização. 4. Unidade de comando. Todo funcionário deve receber ordens de apenas um supervisor. 5. Unidade de direção. Cada grupo de atividades organizacionais com o mesmo objetivo deve ser dirigido por um gerente que utilize um único plano. 6. Subordinação dos interesses individuais ao interesse geral. Os interesses de qualquer funcionário não devem ter precedência sobre os interesses da organização como um todo. 7. Remuneração. Os trabalhadores devem ser remunerados com um salário justo por seus serviços. 8. Centralização. A questão de saber se a tomada de decisão deve ser centralizada na administração ou descentralizada entre os subordinados é uma questão de proporção adequada. Trata-se de encontrar o grau de centralização para cada situação. 9.Cadeia escalar. A comunicação deve seguir uma hierarquia, uma linha de autoridade que desce da cúpula da administração para os níveis mais baixos. Porém, se o segmento dessa cadeia gerar demora, deve-se permitir comunicação cruzada desde que estas sejam acordadas por todas as partes e que os superiores sejam mantidos informados. 10. Ordem. As pessoas e materiais devem estar no lugar certo, na hora certa. 11. Equidade. Os gerentes devem ser generosos e justos com os seus subordinados. 12. Estabilidade na ocupação dos cargos. A alta rotatividade dos funcionários é ineficiente. A administração deve fornecer planejamento sistemático de pessoal e assegurar que existam substitutos disponíveis para preencher os cargos vagos. 13. Iniciativa. Permitir que os funcionários criem e executem planos resultará em maior empenho, ou seja, altos níveis de esforço. 14. Espírito de equipe. Promover o espírito de equipe provocará harmonia e unidade na organização. Max Weber A teoria burocrática surgiu dentro da administração por volta dos anos de 1940 em função da fragilidade e parcialidade da teoria clássica e da teoria das relações humanas. As empresas começam a se tornar muito grandes e precisam de um modelo onde as rotinas de trabalho sejam bem mais claros e definidos. As relações humanas precisam ser mais racionais do que emotivas. Max Weber, um sociólogo alemão, começou a escrever nos primeiros anos do século XX. Desenvolveu a teoria das estruturas de autoridade e descreveu a atividade organizacional em função das relações de autoridade. Imaginou um tipo ideal de organização ao qual chamou de burocracia. O termo burocracia é empregado mais pela sua aplicabilidade, popular – excesso de papeis ou o apego exagerado as normas e regulamentos – do que pela sua real intenção. Passou-se a dar o nome burocracia aos defeitos do sistema, ou seja, ao exagero na sua aplicação. No estudo de Max Weber é exatamente o contrário. A burocracia é a organização eficiente por excelência e para conseguir essa eficiência , a burocracia precisa detalhar antecipadamente como as coisas deverão ser feitas. É um sistema caracterizado pela divisão de trabalho, uma hierarquia claramente definida, com regras e regulamentos detalhados e relações impessoais. O sistema também reconhecia uma separação entre donos e gerentes, legitimando assim o status de gerente de carreira ou gerentes profissionais. As características detalhadas da estrutura burocrática ideal de Weber são descritas a seguir: 1. Divisão de trabalho. Os trabalhos são divididos em tarefas simples, rotineiras e bem definidos. 2. Hierarquia de autoridade. Os cargos ou postos são organizados em uma hierarquia, sendo cada um dos postos inferiores controlado e supervisionado por um mais elevado. 3. Seleção formal. Todos os membros da organização serão selecionados com base em qualificações técnicas demonstradas por treinamento, educação ou exame formal. 4. Regras e regulamentos formais. Para garantir uniformidade e regulamentar as ações dos funcionários, os gerentes devem recorrer constantemente a regras organizacionais formais. 5. Impessoalidade. Regras e controles são uniformemente aplicados, evitandose envolvimento com as personalidades e preferências pessoais dos funcionários. 6. Orientação de carreira. Os gerentes são funcionários profissionais e não proprietários das unidades que administram. Trabalham em troca de salários fixos e seguem suas carreiras dentro da organização. Weber reconhecia que essa “burocracia ideal” não existia na realidade, mas representava uma reconstrução seletiva do mundo real. Ele empregava o termo como base para teorizar sobre o trabalho e sobre como ele poderia ser executado nos grandes grupos. Weber acreditava sinceramente que seu modelo poderia eliminar a ambiguidade, ineficiência e apadrinhamento que caracterizavam a maioria das organizações naquela época. Poucas décadas atrás, esse modelo ainda era o protótipo para a maioria das grandes organizações. Na ideologia, a burocracia, conforme descrita por Weber, não é diferente da administração científica. Ambas enfatizam a racionalidade, a previsibilidade, a impessoalidade, a competência técnica e o autoritarismo. Embora os textos de Weber fossem menos operacionais do que os de Taylor, o fato de que seu “tipo ideal” ainda descreva muitas organizações contemporâneas atesta a importância do seu trabalho. Os estudos de Max Weber foram tão importantes para aquele momento e ainda o são. Não obstante o grande desenvolvimento das teorias administrativas nos últimos anos, ao melhor nível de especialização da mão de obra, fica muito difícil imaginar uma grande empresa funcionar organizadamente sem que as normas e procedimentos sejam bem definidos. A burocracia de Weber os estudos de Frederick Taylor e Henri Fayol e seus seguidores estão presentes também nos Sistemas Operacionais, que socializam a informação, entretanto definem através de sua configuração quem deve ter acesso a determinada informação, controlam as atividades dos funcionários desde a sua entrada na empresa até o momento da saída, definem o cada um precisa fazer e como fazer, são capazes de dar um relatório de todas as atividades realizadas por cada um dos funcionários. 2.3 A ABORDAGEM HUMANÍSTICA Testes de seleção para emprego, sistemas de remuneração de pagamentos por desempenho, programas de benefício, desenho de cargos para melhorar a motivação do funcionário, liderança participativa e uso de equipes para aumentar a produtividade. Esses conceitos contemporâneos de administração proporcionados evoluíram por a partir seguidores de da ideias e esforços abordagem de pesquisa humanística da administração, que considerava a administração a partir de fatores que influenciam e explicam o comportamento no trabalho. 2.3.1 Os Primeiros Estudos das Relações Humanas Muitos estudiosos no século XIX e início do século XX reconheceram a importância do fator humano no sucesso de uma organização, mas quatro se destacam na abordagem humanística: Robert Owen, Hugo Münsterberg, Mary Parker Follett e Chester Barnard. Os Estudos de Robert Owen. Em 1789, quando tinha apenas 18 anos, Robert Owen, um próspero empresário escocês, adquiriu sua primeira fábrica. Indignado com as práticas selvagens que presenciou nas fábricas da escócia – como o emprego de menores (muitos com menos de 10 anos), jornadas de 13 horas e condições de trabalho miseráveis –, Owen tornou-se um reformador. Rober Owen Repreendeu os donos de fábricas por tratar melhor seus equipamentos do que seus funcionários. Constatou que eles compravam as melhores máquinas, mas depois contratavam a mão de obra mais barata para operá-las. Owen afirmava que o dinheiro gasto para aprimorar a mão de obra era um dos melhores investimentos que os empresários poderiam fazer. Dizia que demonstrar preocupação pelos funcionários não só era altamente lucrativo para a administração como também aliviaria a miséria humana. Owen não é lembrado na história da administração por seus feitos, mas por sua coragem e compromisso em reduzir o sofrimento da classe trabalhadora. Ele estava mais de cem anos à frente de seu tempo quando, em 1825, defendeu horas regulamentares de trabalho para todos, legislação sobre mão de obra infantil, educação pública, fornecimento pela empresa de refeições no trabalho e envolvimento empresarial em projetos comunitários. Os Estudos de Hugo Münsterberg. Hugo Münsterberg criou o campo da psicologia industrial – o estudo científico sobre os indivíduos no trabalho para maximizar sua produtividade e ajustamento. Seu texto, Psicologia e Eficiência Industrial, publicado em 1913, defende o estudo científico do comportamento humano para identificar padrões gerais e explicar diferenças individuais. Münsterberg sugeria o uso de testes psicológicos para melhorar a seleção de funcionários, o valor da teoria da aprendizagem no desenvolvimento de métodos de treinamento e o estudo do comportamento humano para entender quais as técnicas mais eficazes de motivação dos trabalhadores. Curiosamente, ele percebia uma conexão entre a administração científica e a psicologia industrial. Ambas as disciplinas procuravam aumentar a eficiência mediante análises científicas do trabalho e melhor ajuste entre, de um lado, as aptidões e as habilidades individuais e, de outro, as demandas dos diversos cargos. Grande parte do conhecimento atual sobre técnicas de seleção, treinamento de funcionários, desenho de cargos e motivação foi desenvolvida a partir do trabalho de Hugo Münsterberg. Os Estudos de Mary Parker Follett. Mencionamos Mary Parker Follett quando discutimos sua proposta pioneira da administração participativa e das equipes. Ela é importante porque foi uma das primeiras a reconhecer que as organizações podem ser encaradas a partir da perspectiva do comportamento individual e grupal. Follett viveu, lecionou e escreveu por volta da mesma época em que floresciam as ideias de administração científica, mas o que ela propôs estava mais voltado para as pessoas. Ela achava que as organizações deveriam basear-se em uma ética grupal do que no individualismo. O potencial individual, afirmou ela, permanece apenas potencial até que seja liberado por meio da associação a um grupo. O trabalho do gerente era harmonizar e coordenar os esforços grupais. Gerentes e trabalhadores deveriam encarar-se como parceiros – participantes de um grupo comum. Como tal, na orientação dos subordinados, os gerentes deveriam recorrer mais às suas especializações e ao conhecimento do que à autoridade formal de sua posição. As ideias humanísticas de Mary Parker Follett influenciaram o modo como hoje encaramos a motivação, a tomada de decisões, a liderança, a equipe, o poder e autoridade. Os Estudos de Chester Barnard Chester Barnard tal como Fayol, Cherter Barnard estudou administração na prática – era presidente da Bell Telephone de Nova Jersey ele havia lido a obra de weber e fora influenciado por seus escritos. Mas ao contrario de Weber que tinha uma visão impessoal das organizações Barnard as encarava como sistemas sociais que exigem cooperação humana. Chester Barnard expressou suas opiniões no livro funções do executivo de 1938. Barnard pregava o seguinte: acreditava que as organizações eram compostas de pessoas com relações sociais interativas. o papel principal do gerente era o de comunicar e estimular os subordinados a empenharem altos níveis de esforço. Parte importante do sucesso de uma organização dependia de se obter cooperação por meio da ênfase em metas comuns e de se manter boas relações com as pessoas e instituições externas com as quais a organização regularmente interagia. Barnard reconhecia que uma organização depende de investidores, fornecedores, clientes e outros públicos externo, introduziu a ideia de que os gerentes tinham de examinar o ambiente externo e depois ajustar a organização para manter um estado de equilíbrio. O grau de eficiência da produção de uma organização, estava relacionada a garantia de um fluxo constante de matérias-primas e suprimentos e a obtenção de mercado para os produtos fabricados, sem isso, a sua sobrevivência estaria ameaçada. A formação de grupos de trabalho, tão comuns na atualidade, a responsabilidade social a adequação das estratégias organizacionais às oportunidades existentes no ambiente tem como pano de fundo as ideias propostas por Cherter Barnard. Os Estudos de Hawthorne Sem dúvida, a contribuição mais importante para a abordagem humanística da administração surgiu nos estudos de Hawthorne, realizados na usina da Western Eletric em Hawthorne, próximo de Chicago no Estados Unidos, entre 1924 e 1932. O estudo foi iniciado por funcionários da empresa e mais tarde supervisionados pelo professor Elton Mayo, da universidade de Harvard nos Estados Unidos. Os estudos Hawthorne concluíram que comportamento e sentimentos eram estreitamente relacionados, que as influencias do grupo afetavam significativamente o comportamento individual, que os padrões. Os do grupo definiam a produção de cada trabalhador e que o dinheiro era um fator menos importantes de que os padrões, sentimentos ou segurança do grupo na determinação da produção. As experiências de Hawthorne destacaram que os trabalhadores eram basicamente seres sociais movidos por uma necessidade de serem aceitos e pertencerem a um c grupo. Essas conclusões resultaram em uma nova ênfase ao fator humano no funcionamento das organizações e num maior paternalismo por parte da administração. Os pesquisadores de Hawthorne começaram por examinar a relação entra a produtividade e o ambiente físico, representado por condições de trabalho como a iluminação. As descobertas iniciais dos pesquisadores contestaram os resultados que eles haviam previsto. Começaram as experiências com iluminação em vários grupos de trabalhadores. Os pesquisadores manipulavam a intensidade da iluminação, para mais e para menos, anotando as mudanças na produção do grupo. Os resultados diversos, mas contataram que a mudança na intensidade de luz não influenciava na produção. Os pesquisadores deram início a um segundo conjunto de experimentos as seção de testes de montagem de relês da Western Eletric. Um pequeno grupo de mulheres foi isolado do restante de trabalhadores, com o intuito de se observar melhor o seu comportamento. Sendo o trabalho de essas mulheres montarem pequenos relê de telefone em uma sala conforme seu ambiente habitual de trabalho, esse grupo apresentou maior produtividade e um menor número de ausência, por se acharem especiais como se fossem de um grupo de elite, pois a administração mostrava interesse por elas. Um terceiro estudo na sala de observação com bancada iluminada foi iniciado para analisar o efeito de um sofisticado plano de pagamento de incentivos. A ideia era para que cada trabalhador aumentasse sua produção ao perceber que estava diretamente ligada a uma remuneração proporcional a sua produtividade. O resultado da pesquisa concluiu que, os funcionários não tinham interesses individuais e sim grupais, pois, tinham medo de aumentar a produção e a meta diária subir, assim como, ocorrer demissão dos trabalhadores mais lentos, dessa forma, o grupo se protegia mutuamente. O legado de Hawthorne ainda hoje nos acompanha. Entre as práticas organizacionais atuais que devem suas raízes aos estudos de Hawthorne, encontram-se os levantamentos de atitudes, o aconselhamento de funcionários, o treinamento gerencial, a decisão participativa e o sistema de remuneração baseado no trabalho de equipe. 2.3.2 O Movimento das Relações Humanas O movimento das relações humanas acreditava na importância da satisfação do funcionário – um trabalhador satisfeito era um trabalhador produtivo. Os nomes associados a esse movimento são: Dale Carnegie, Abraham Maslow e Douglas McGregor – foram visionários moldados por suas convicções pessoais e não por resultados de pesquisa. O ponto em comum entre eles era um otimismo inabalável na capacidade das pessoas. Acreditavam em suas causas e eram inflexíveis em suas convicções, mesmo quando confrontados por evidências contrárias. Dale Carnegie Dale Carnagie não é muito citado pelos historiadores da administração, apesar de suas ideias e ensinamentos terem produzido um efeito enorme na prática gerencial. Seu livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas foi lido por milhões de pessoas entre os anos 1930 a 1950. Além disso, durante esse mesmo período, dezenas de milhares de gerentes e aspirantes a gerentes assistiram às suas palestras e seminários sobre administração. O livro de Dale Carnegie afirma que o caminho para o sucesso passa pela conquista da cooperação dos outros e que o caminho para o sucesso reside em: fazer os outros se sentirem importantes mediante uma apreciação sincera de seus esforços; provocar uma boa impressão; conquistar as outras pessoas para o nosso modo de pensar deixando que elas falem, solidarizando-nos com elas e “nunca dizendo a uma pessoa que ela está errada”; mudar as pessoas elogiando seus bons traços de caráter e dar ao infrator a oportunidade de salvar as aparências. O livro de Dale Carnagie teve sua primeira edição em 1937. está na 51ª edição, até hoje é encontrado nas livrarias. Seus ensinamentos e práticas permanecem vivos até hoje. São consumidos mais de 100.000 exemplares do livro a cada ano. Abraham Maslow Segundo Abraham Maslow, as pessoas são dominadas por motivos ou solicitações de suas necessidades internas insatisfeitas, que orientam e determinam o comportamento. Abraham Maslow um psicólogo humanista, ensina em sua obra que existe uma hierarquia de necessidades humanas, ou seja, há uma escala de prioridades que os seres humanos precisam percorrer. Maslow classificou hierarquicamente essas necessidades em cinco categorias: fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto realização. Em termos de motivação, Maslow afirmou que cada passo na hierarquia deve ser satisfeito antes que o seguinte possa ser dado e que, uma vez substancialmente satisfeita uma necessidade, ela não motiva mais o comportamento. Maslow coloca prioriza as necessidades fisiológicas, pois essas necessidades quando não satisfeitas eles tendem a bloquear ou liderar o comportamento do individuo. Por exemplo; Suponha que um funcionário esteja em pleno expediente na empresa em que trabalha e sinta vontade ir ao banheiro – enquanto ele não suprir esse necessidade ele não volta a pensar em seu trabalho, pois essa necessidade passa a dominar o seu comportamento. Maslow acreditava que a auto realização – ou seja, a pessoa realiza seu potencial pleno – era o ápice da existência do ser humano. Com base na teoria de Maslow, milhões de gerentes alteraram as políticas e as práticas de suas organizações para reduzir as barreiras que atrapalhavam a capacidade de auto realização dos funcionários. Maslow escreveu em 1943 sobre a hierarquia das necessidades ainda é, justificadamente, a melhor teoria conhecida sobre motivação geral, apesar do fato de que “a pesquisa disponível não apoia a teoria de Maslow em nenhum grau de significância”. Nenhum autor na atualidade, nas áreas de administração, comportamento organizacional, psicologia ou marketing tende a omitir uma discussão sobre a hierarquia das necessidades de Maslow. Frederick Herzberg Herzberg sugere que existe m conjunto de fatores que motivam penas no sentido negativo, por produzirem insatisfação. Quando estes estão satisfeitos, tornam-se neutros, como as necessidades de Maslow (1943) quando satisfeitas. Herzberg chama-os de fatores higiênicos. São eles: política de organização; estilo de chefia; relacionamento com os operários; condições de trabalho; salário; e relações interpessoais. Quando tais fatores existem em um nível aceitável, apenas evitam a insatisfação, uma vez que a sua influência sobre o comportamento não consegue elevar de uma forma substancial e duradoura o grau de satisfação. Para aumentar a motivação do trabalho, deve-se agir sobre os fatores efetivamente motivadores, isto é, sobre: realização pessoal; reconhecimento; natureza do trabalho; responsabilidade; e perspectivas de carreira. Na realidade, não existe confirmação empírica da pesquisa de Herzberg (1966), mas é verdade que ela influenciou grandemente a abordagem das relações humanas nas organizações. Douglas McGregor Douglas McGregor admite a existência de um conflito entre as necessidades dos indivíduos e as da organização. O estudo sugere que nenhuma das partes pode ser plenamente satisfeita, porém o administrador deve orientar seus esforços nesse sentido. McGregor É mais conhecido por um livro intitulado teoria X e teoria Y – no qual relata sobre a natureza humana. A teoria X apresenta uma visão essencialmente negativa do indivíduo, ela supõe que: as pessoas têm pouca ambição, detestam o trabalho, desejam evitar a responsabilidade e precisam ser conduzidas de perto para que efetivamente trabalhem. Por outro lado, a teoria Y oferece uma visão positiva. Ela supõe que as pessoas: podem exercer o autocomando, aceitam responsabilidade e consideram o trabalho como algo tão natural quanto o repouso ou o lazer. Ele acredita que as premissas da teoria Y captavam melhor a verdadeira natureza dos trabalhadores e deveriam orientar a prática da administração e enfatiza os seguintes pontos: Transformação rápida e inesperada do ambiente onde as organizações estão inseridas. A crescente diversificação e gradativa complexidade da tecnologia moderna, exigindo íntima integração entre as atividades e pessoas altamente especializadas e de competências muito diferentes. Mudança no comportamento administrativo devido ao novo conceito de homem, baseado em um maior conhecimento de suas complexas e mutáveis necessidades, que vem de encontro ao conceito do homem máquina descrito pela teoria clássica da administração. O Estudo de McGregor sugere, e credita-se esse ser o ponto mais importante, que uma empresa terá um profissional que merece. Se um gerente trata o seu funcionário como um apertador de botões, ele receberá apenas alguma ajuda desse profissional. Por outro lado se o gerente trata o seu funcionário como uma pessoa inteligente e desafiando-o a novas conquistas e oportunidades ele terá um futuro gerente ao seu lado. 2.4 A ADMINISTRAÇÃO QUANTITATIVA As abordagens quantitativas da administração, são também chamadas de Pesquisa Operacional, inserem aplicações de matemática aplicada – estatística, modelos de otimização, modelos de informação e simulações de computador. Estas abordagens surgem da necessidade de desenvolvimento de soluções matemáticas para aplicações militares durante a segunda guerra mundial. Dentre os mais utilizados estão: Programação Linear é uma técnica que pode ser utilizada para melhorar a aplicação de recursos. A utilização do modelo de planejamento de projetos PERT – Program Evaluation and Review Technique, técnica essa desenvolvida a partir dos anos de 1950 para coordenar os trabalhos de construção do submarino nuclear Polaris. O modelo do lote econômico de Compra – LEC, utilizado para decisão de níveis ideais de estoques. Diagramas de controle são gráficos que mostram a localização de resultados durante certo período de tempo, com limites superiores e inferiores de controle estatisticamente determinados. Os jogos de empresas são programas desenvolvidos para realização de planejamento de negócios. O programa permite as empresas e aos estudantes a simulação de Planos de negócios e a escolha do melhor plano para aplicação. Muitas dessas técnicas serão estudadas durante o decorrer deste curso de administração por serem grandemente utilizadas. 2.5 ABORDAGENS CONTEMPORANEAS DA ADMINISTRAÇÃO As últimas décadas foram de profundas transformações na economia e essas transformações consequentemente interferem na forma de como as empresas operam e no perfil do profissional. As abordagens mais atuais da administração são: A abordagem de sistemas A abordagem contingencial A abordagem cultural 2.5.1 A Abordagem Sistêmica A Teoria Geral de Sistemas – TGS surgiu com os trabalhos do biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 1968. A Teoria dos Sistemas mostra que as propriedades dos sistemas não podem ser descritos significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estudados globalmente, envolvendo todas as interdependências. Os fundamentos da Teoria dos sistemas são os seguintes: Os sistemas existem dentro de sistemas. As moléculas existem dentro das células, as células dentro de tecidos, os tecidos dentro dos órgãos, os órgãos dentro dos organismos, os organismos dentro das colônias, as colônias dentre de culturas nutrientes, as culturas dentro de conjuntos maiores de culturas e assim por diante. Os sistemas são abertos. É uma decorrência anterior. Cada sistema que se examine, exceto menor ou o maior, recebe e descarrega algo nos outros sistemas, geralmente aqueles que lhes são contíguos. Os sistemas abertos são caracterizados por um processo de intercâmbio infinito com o seu ambiente que são os outros sistemas. Quando o intercâmbio cessa, o sistema se desintegra, isto é, perde suas fontes de energia. As funções de um sistema dependem de sua estrutura. Para os sistemas biológicos e mecânicos esta afirmação é intuitiva. Os tecidos musculares por exemplo, se contraem porque são constituídos de uma estrutura celular que permite contrações. Sistema é um conjunto de partes inter-relacionadas e interdependentes dispostas de uma maneira que produz um todo unificado. Existem dois tipos básicos de sistemas: Os sistemas fechados Os sistemas abertos Os sistemas fechados não são influenciados pelo ambiente e não interagem com Ele. A visão mecanicista de Frederick Taylor sobre as pessoas e as organizações era essencialmente uma perspectiva de sistemas fechados. Os sistemas abertos reconhecem a interação dinâmica do sistema com seu ambiente. Nos anos 1930, Chester Barnard propôs as ideia de que as organizações eram sistemas abertos, mas foram necessários mais de trinta anos para a aceitação generalizada dessa noção. Na atualidade quando falamos de organizações como sistemas, queremos dizer sistemas abertos; ou seja, estamos falando da interação constante da organização com o seu ambiente. Além disso, a abordagem de sistemas abertos reconhece qaue as organizações não são autossuficientes. Elas dependem de seu ambiente para os insumos necessários à sua sobrevivência e como escoadouros para absorver seus produtos. O conceito de sistema passou a dominar as ciências e, principalmente a administrações. Ao falar em astronomia, pensa-se em sistema solar, se assinto é fisiologia, pensa-se no sistema nervos, no sistema circulatório no sistema digestivo. A sociologia fala em sistema social; a economia, em sistemas monetários; a física, em sistemas atômicos, e assim por diante. A abordagem sistêmica tem por objetivo representar, de forma compreensiva e objetiva, o meio em que tem lugar a tomada de decisões, uma vez que a tarefa de decisão seria muito mais fácil se contasse com uma descrição objetiva do sistema no qual ela deve ser tomada. Como visto anteriormente a aplicação dessa teoria foi realizada em várias áreas do conhecimento humano, sua aplicação nas organizações tornouse popular em meados da década de 1970. Para a abordagem sistêmica, as sociedades são sistemas, e o mesmo acontece com os automóveis, animais e corpos humanos. O meio fornecedores, ambiente, no caso das organizações são:os clientes, concorrentes, governos, órgãos de controle, grupos de interesse, ou seja todos os públicos que ema organização precisa atender. Entende-se a que a teoria de sistemas foi um grande avanço na administração. A teoria clássica da administração prega a dicotomia ou seja a divisão das atividades de uma organização, a teoria de sistemas mostra que não os obstante só sistemas sejam compostos de partes, essas partes não sobrevivem sozinhas elas dependem da outra parte para sobreviver esse é o primeiro ponto. O segundo e importante ponto é que o sistema como um todo, (neste caso a empresa) precisa interagir com o meio ambiente onde ele está inserido para que possa evoluir e sobreviver. 2.5.2 A Abordagem Contingencial A abordagem contingencial se explica no fato de que existem probabilidades de ocorrências de determinados fatos. As pessoas têm uma probabilidade de adoecerem, os acidentes também possuem certas probabilidades de acontecer. Nesta linha de raciocínio podemos admitir que um caixa eletrônico de um banco possua momentos de pico de utilização e momentos de nenhuma pessoa utilizando. Durante o mês os caixas existentes podem parecer insuficientes em outros estão ociosos. A abordagem contingencial procurou aplicar essa mesma lógica à administração das organizações, reconhecendo que as práticas gerenciais precisam ser modificadas para dar conta de fatores situacionais. Pessoas como Taylor, Fayol e Weber apresentam princípios universais de administração, mas não conseguiram refletir a complexidade total envolvida na administração de organização e pessoas. Um conjunto crescente de pesquisas tem demonstrado que, em certas situações, esses princípios universais não levam aos resultados mais eficazes. Ao contrário para realizar o trabalho de planejar. Os estudos de Fayol de que a divisão do trabalho aumenta a produção do funcionário não é universalmente aplicável. E os gerentes estão rejeitando cada vez mais a proposição de Weber de que a burocracia é o desenho mais eficiente para as organizações. Às vezes os gerentes devem fazer o planejamento e o controle. Outras vezes, a divisão do trabalho é a melhor maneira de aumentar a produtividade. E às vezes a burocracia é o melhor desenho de organização. Mas às vezes não é sempre. Uma vez que as organizações são diversificadas – por tamanho, objetivos, tipo de pessoas empregadas, tarefas em execução e assim por diante, seria surpreendente encontrar princípios que se aplicassem as todas as situações. Os adeptos da abordagem contingencial – entre os quais se incluem quase todos os estudiosos da administração de hoje – estão trabalhando para identificar essas variáveis desse “do que”. Uma parte mais conhecida dessas variáveis inclui o tamanho da organização, o nível de rotina no trabalho do funcionário, como níveis de habilidade, tolerância à ambiguidade, necessidade de crescimento ou desejo de autonomia. 2.5.3 A Abordagem Cultural Esta abordagem parte do princípio de que toda a organização tem uma personalidade própria e exclusiva. Denomina-se isso de cultura organizacional. As organizações buscam contratar pessoas que se ajustem à sua cultura. Além disso, envidam esforços extremos para promover somente as pessoas que aceitam e apoiam aquilo que a organização valoriza. Dessa forma, os gerentes, em sua maioria, foram pré-selecionados – no processo de seleção ou promoção – para garantir que suas atitudes e estilo se ajustem àqueles preconizados pela organização. O pessoal não gerencial também é contratado, avaliado e recompensado com base na sua adequação à cultura da organização. A abordagem cultural propõe que: as organizações bem-sucedidas possuam culturas que se ajustem bem aos seus ambientes; a administração deve previamente buscar garantir um ajuste adequado entre cultura e ambiente; os funcionários “bem-sucedidos” serão aqueles cujas atitudes e estilos se ajustem à cultura da organização; e as culturas fortes atuem como mecanismos informais de moldagem dos comportamentos dos funcionários. Resumo Estudamos que a Administração existe desde que o homem existe. Entretanto não sabemos precisar especificamente, sabemos que alguns fatos importantes ao longo dos séculos não teriam acontecido sem que houvesse alguma forma de organização. A administração da forma como conhecemos hoje começou o seu desenvolvimento com a Administração Cientifica onde Taylor é o expoente maior dessa fase. Teve ainda vários seguidores. A Administração Geral que acontece mais ou menos no mesmo período, cujos grandes estudiosos são Henri Fayol e Max Weber e também com muitos seguidores. Estas duas fases são conhecidas também como a era clássica da Administração. Segue-se a abordagem Humanística que apresenta duas fazes. A primeira apresenta os primeiros teóricos que mesmo na era clássica já tinham uma visão mais humana da administração como é o caso de Mary Parker Follet e outra faze em que são elaboradas teorias sobre o comportamento humano, também conhecida como Escola Comportamental que apresenta Abraham Maslow como o grande estudioso dessa fase e seguido por Herzberg, Douglas McGregor e outros. Outro avanço importante ocorreu durante as duas grandes Guerras, principalmente na segunda, onde se inicia uma fase quantitativa da administração. A programação linear e outros modelos matemáticos são algumas das contribuições dessa fase. Finalmente se inicia a fase em que chamamos de administração contemporânea que envolve estudos de vários profissionais nas mais diversas áreas da ciência, como o biólogo Ludwiig Von Bertalanff com a teoria dos Sistemas Vivos e que muito contribuiu para a administração bem como para outras áreas do conhecimento, segue-se A Teoria da Contingência, elaborada por vários estudiosos e que vem em crítica a Teoria de Sistemas e a ultima abordagem que surgiu após a chamada Reengenharia e que definitivamente mostrou que as empresas, tais como as pessoas possuem uma cultura ou uma identidade. Exercícios de aprendizagem 1. De que forma o estudo de Adam Smith contribuiu para a administração? 2. Explique foi o foco dos estudos de Frederick Taylor. 3. Explique qual o foco dos estudos e Henri Fayol 4. Explique o foco dos estudos de Max Weber 5. Por que os estudos de Mary Parker Follet é tão atual? 6. Qual a principal conclusão dos estudos de hawthorne? 7. Como você relacionaria os ensinamentos de Dale Carnegie e as práticas da administração atual? 8. Qual o seu entendimento em relação a motivação segundo Abraham Maslow. O gerente é capaz de motivar os funcionários/ ou são os funcionários que se auto motivam? Explique. 9. Frederick Herzberg aplica a teoria de Maslow nas organizações. O que quer dizer Herzberg com fatores higiênicos? e com os fatores motivacionais? 10. A Teoria de Sistemas mostra que as organizações devem se abrir ao ambiente. Explique o ambiente que cerca uma empresa. 11. A Abordagem Contingencial mostra que os processos precisam ser modificados em função de fatores situacionais. Explique isso. 12. A abordagem cultural mostra que as organizações possuem uma identidade. Explique. Unidade 3 O Ambiente das Empresas e a Tomada de Decisão Stephen P. Robbins, adaptado pelo autor 3.0 O AMBIENTE DAS EMPRESAS E A TOMADA DE DECISÃO Objetivos Nesta unidade você vai conhecer todos os elementos que envolvem o ambiente interno e externo de uma organização e também entender o processo de tomada de decisão pelos gerentes. 3.1 O AMBIENTE EM QUE AS EMPRESAS ESTÃO INSERIDAS O ambiente de uma organização consiste em forças e instituições externas a ela que podem afetar o seu desempenho. O caráter preciso desse ambiente depende dos produtos, serviços e mercados da organização. Algumas organizações operam em ambientes relativamente estáticos, enquanto outras operam em ambientes dinâmicos. Considerando que a incerteza é uma ameaça à eficácia da organização, a administração utilizará as seguintes atividades para limitar a incerteza ambiental: pesquisa de mercado, formação de lobbies, publicidade, benchmarking, previsão e empreendimentos conjuntos com outras empresas. Com relação à incerteza, três dimensões — capacidade, volatilidade e complexidade — caracterizam o ambiente de toda organização. A capacidade de um ambiente refere-se ao seu potencial de crescimento sustentável. Volatilidade refere-se ao grau de instabilidade no ambiente. O grau de heterogeneidade e concentração entre os elementos ambientais determina a complexidade do ambiente. 3.1.1 O Ambiente Externo Este capítulo examina como os públicos externos criam incerteza para a administração. Clientes. Os clientes são inconstantes. Seus gostos e preferências criam incerteza. Concorrentes. O mercado não é estático. Os concorrentes existentes mudam de estratégias e lançam novos produtos ou serviços, ao passo que novos concorrentes entram no mercado. Fornecedores. A disponibilidade, preço e qualidade das matérias-primas, trabalho e capital afetam as operações. Governo. Existem várias maneiras pelas quais o governo pode gerar incerteza: mudanças nas regulamentações, execução de suas políticas, e medidas que afetem a estabilidade política ou econômica. Mídia. A influência da mídia sobre os clientes e órgãos regulamentadores pode criar incerteza para as organizações. Interesses especiais. Boicotes, má publicidade e pressões do consumidor oriundos de grupos de interesse especiais criam incerteza para os negócios. 3.1.2 O Ambiente Interno O ambiente interno das empresas é composto por elementos que o administrador tem maior controle e são: Pessoas. que compete ao gerente admitir, treinar, transferir, promover e até demitir. Processos. Que podem ser criados, melhorados, totalmente modificados, etc. Máquinas e Equipamentos. que podem ser instalados, substituídos. Ferramentas de Sondagem Ambiental Os gerentes utilizam a sondagem ambiental para antecipar e interpretar as mudanças ambientais. O termo refere-se à triagem de informações para detectar tendências, monitorar as ações dos demais e criar um conjunto de cenários. Mostramos a seguir quatro técnicas de sondagem ambiental: inteligência competitiva, desenvolvimento de cenários, previsão e benchmarking. Inteligência Competitiva. Na busca de informações básicas sobre concorrentes, a inteligência competitiva pode permitir aos gerentes antecipar as ações dos concorrentes, em lugar de somente reagir a estas ações. Anúncios, materiais promocionais, comunicados à imprensa, relatórios para agências do governo, relatórios anuais, ofertas de emprego nos classificados, reportagens nos jornais, bancos de dados, feiras de comércio, estudos setoriais e sobre produtos dos concorrentes fornecem 95% dos dados necessários para que essa técnica funcione. Desenvolvendo Cenários. Questões e preocupações que afetam as operações de uma organização podem ser reveladas por meio da sondagem ambiental. Cenário é uma visão consistente sobre qual será o futuro provável. O desenvolvimento de cenários relevantes permite que uma organização se concentre nas questões e preocupações que mais provavelmente afetarão suas operações. Previsão. As informações obtidas pela sondagem ambiental são utilizadas para criar cenários. Os cenários estabelecem parâmetros para prever resultados futuros. Benchmarking. A prática de utilizar algum parâmetro mensurável para comparar operações empresariais fundamentais com operações semelhantes de outras organizações bem-sucedidas é o benchmarking, uma prática essencial à TQM. O processo típico de benchmarking segue os quatro passos seguintes (veja Quadro 4.3 do livro). Questões Éticas na Sondagem Ambiental Ninguém questiona a virtude da sondagem ambiental que se vale de informações públicas. Mas, postar espiões em empresas rivais, contratar trabalhadores dos concorrentes ou mentir para obter informações competitivas podem ser atitudes antiéticas. Estratégias para Administrar o Ambiente Embora a maioria dos gerentes prefira operar em um ambiente previsível e autônomo, o risco faz parte da vida. Esta seção analisa estratégias que podem ser usadas para administrar a incerteza ambiental. Os gerentes utilizam duas estratégias gerais para reduzir a incerteza ambiental: as estratégias internas, quando adaptam e modificam suas ações em conformidade com o ambiente, e estratégias externas, quando tentam alterar o ambiente para adaptá-lo à organização. Estratégias Internas. Uma organização pode dispor de pouco controle sobre o ambiente no qual opera. Mas a administração ainda pode entrar em ação para minimizar o impacto do ambiente sobre suas operações. • Alterando Domínios. Quando defrontados por um ambiente hostil, a administração pode mudar seu foco empresarial para áreas de menor incerteza ambiental: por exemplo, encontrar um nicho com menos concorrentes ou barreiras ao ingresso, pouca regulamentação governamental ou grupos de pressão menos poderosos. • Recrutamento. A contratação seletiva pode reduzir a incerteza ambiental. As grandes corporações podem contratar executivos de concorrentes para obter informações sobre seus planos futuros ou contratar cientistas para obter a especialização técnica possuída pela concorrência. • Absorção de Impacto. A administração pode minimizar incertezas ambientais por meio da absorção de impactos sobre suas operações. No lado dos insumos, as organizações podem armazenar matérias-primas, utilizar múltiplos fornecedores ou praticar a manutenção preventiva. No lado da produção, podem manter estoques para manter constante o ritmo de produção, não obstante a flutuação na demanda das vendas. • Uniformização. Esta técnica pode nivelar o impacto das flutuações no ambiente. Por exemplo, as companhias telefônicas ou agências de aluguel de automóveis cobram preços mais altos durante períodos de pico da demanda e preços mais baixos quando a demanda é mais fraca. • Racionamento. A demanda em excesso pode aumentar a incerteza. Dessa forma, a administração pode racionar produtos ou serviços alocando a produção de acordo com alguma ordem de prioridades. • Dispersão geográfica. A incerteza ambiental varia conforme a localização. Dessa forma, as organizações podem reduzir a incerteza induzida pela localização transferindo-se para um local diferente ou operando em múltiplas localidades. Estratégias externas. Estas estratégias incluem propaganda, contratação, cooptação, associações e o lobby. • Propaganda. A propaganda extensa pode reduzir pressões competitivas, estabilizar a demanda e promover estabilidade de preços. A conquista de lealdade de marca reduz a incerteza minorando a dependência de clientes inconstantes e a preocupação com as pressões competitivas. • Contratação. Contratos fixos de longo prazo para comprar materiais e suprimentos ou vender quantidades predeterminadas da produção protegem as organizações de mudanças no preço e na quantidade, seja do lado dos insumos ou no lado da produção. • Cooptação. Os gerentes lidam com as incertezas quando absorvem indivíduos ou organizações do ambiente que ameaçam sua estabilidade. • Associações. Fusões e joint ventures são procedimentos legais para as organizações administrarem seus ambientes, reduzindo a competição e a dependência interorganizacionais. • Lobby. As companhias administram seus ambientes por meio do lobby: usando influência, como a dos comitês de ação política, para obter resultados que sejam favoráveis às suas operações. Questões Atuais da Relação Ambiente-Organização Quatro questões são importantes: (1) como os gerentes devem ajustar suas ações ao lidar com pessoas de culturas diferentes; (2) como as organizações podem se tornar mais socialmente conscientes e responsáveis; (3) o que os gerentes estão fazendo para satisfazer o cliente; e (4) as implicações gerenciais da elevação dos padrões de qualidade em escala mundial. Administração eficaz requer sondagem ambiental em busca de oportunidades, manutenção de estreitos contatos com os diferentes clientes da organização (clientes) e realização de esforços preventivos para moldá-lo e torná-lo mais favorável à organização. Este capítulo discute a relação organização-ambiente como uma via de mão dupla. Embora o ambiente restrinja a organização, a administração pode adotar estratégias para exercer controle sobre o ambiente. 3.2 O ADMINISTRADOR COMO TOMADOR DE DECISÕES Em um ambiente turbulento tomar decisões é um elemento crítico da vida organizacional. O processo decisório será analisado os seguintes pontos: descrição de como devem ser tomadas as decisões, discussão de como realmente são tomadas as decisões, e apresentação de sugestões específicas para melhorar a eficácia das decisões. Os gerentes tomam decisões a todo momento. Simon costumava dizer que o gerente é preferencialmente um tomador de decisões.Mas afinal como os gerentes tomam decisões? 3.2.1 Métodos utilizados para a Tomada de Decisões Os gerentes costumam tomar decisões do tipo racionais.Mas será que todas as decisões são tomadas de forma racional? Este tópico descreve as principais técnicas utilizadas pelos gerentes no momento de tomar decisões. O Modelo Racional O processo de decisão se constitui de seis passos: 1. Definir o problema 2. Identificar critérios de decisão 3. Pesar os critérios 4. Gerar alternativas 5. Classificar cada alternativa segundo cada critério 6. Calcular a decisão ótima 1.Definir o problema Um problema existe quando há uma discrepância entre um situação existente e uma situação desejada. Muitas decisões equivocadas podem ser explicadas de quem toma a decisão ou pela definição do problema errado. 2. Identificar os Critérios de Decisão Nesta etapa o tomador de decisão estará identificando o que é relevante para a tomada de decisão (estão aqui os valores e as preferências pessoais do tomador de decisão). 3. Pesar os critérios Significa estabelecer valores que ponderem os critérios previamente identificados afim de lhe conferir a prioridade correta na decisão. 4. Gerar alternativas O tomador de decisão mencione as alternativas possíveis, sem a pretensão de analisar, apenas listar. 5. Classificar cada alternativa segundo cada critério. Trata-se de comparar cada alternativa com cada critério estabelecido para que fiquem evidentes as vantagens e desvantagens. 6. Cálculo da decisão ótima O tomador de decisão multiplica a eficácia esperada de cada escolha pelo peso de cada critério e pela pontuação de cada critério pela alternativa. A alternativa com maior valor esperado é a decisão ótima. O modelo da decisão racional contém seis pressupostos. 1 . Clareza do problema significa que o problema é claro e inequívoco. 2. Opções conhecidas significam que todos os critérios pertinentes e alternativas viáveis podem ser identificados. 3. Preferências claras significam que os critérios e alternativas foram classificados e ponderados. 4. Preferências constantes refletem constância nos critérios e estabilidade nos pesos no curso do tempo. 5. Nenhuma restrição de tempo ou custo permite obter informações completas sobre os critérios e alternativas. 6. Máxima compensação significa que o tomador de decisão escolherá a alternativa que propiciar o mais alto valor percebido. As pessoas que vão tomar uma decisão analisam alternativas segundo um dentre três conjuntos de condições: Certeza Risco Intuição Sob condições de certeza, o tomador de decisão conhece de antemão o resultado das decisões. Sob condições de risco, o tomador de decisão utiliza a experiência pessoal ou informações secundárias para calcular a probabilidade de alternativas ou resultados. Uma abordagem racional para avaliar alternativas sob condições de risco é a do valor esperado, um conceito que permite aos tomadores de decisão atribuir um valor monetário às conseqüências positivas ou negativas que resultariam da seleção de uma alternativa viável. A à intuição e à criatividade quando os tomadores de decisão não dispõem de informações suficientes para selecionar alternativas claras ou calcular seu risco, precisam tomar decisões sob condições de incerteza. Quem toma decisões racionais usa a criatividade para combinar ideias de maneiras novas e fazer associações incomuns entre ideias. A maioria das pessoas possui potencial para solucionar problemas de modo criativo mas não aprendeu a liberá-lo. Em vez de seguir o modelo racional, porém, as decisões mais importantes, as do “mundo real”, são tomadas por meio de julgamento e não por um modelo prescritivo definido. A Racionalidade Delimitada Quando confrontada com um problema complexo, a maioria das pessoas reduzirá o problema ao seu nível mais simples e se acomodará, ou seja, buscará soluções que sejam satisfatórias e suficientes. Evitando a racionalidade completa, as pessoas operam dentro de uma racionalidade delimitada e constroem modelos simplificados para extrair as características essenciais do problema e se comportar racionalmente dentro dos limites do modelo simples. As Decisões Intuitivas Os gerentes frequentemente usam sua intuição para resolver problemas e esta pode ajudar a melhorar a tomada de decisões. . Este processo inconsciente se baseia na experiência e complementa a análise racional. O “especialista” reconhece uma situação, utiliza a experiência rapidamente a uma decisão, mesmo com informações limitadas. e chega • Teoria da Imagem. É uma explicação de como as pessoas usam a intuição para tomar decisões e se baseia em três elementos: imagens, testes e estruturas. Os tomadores de decisão são guiados por três visões ou imagens: seus princípios ou valores; suas metas; e os planos para alcançar as metas. As decisões são tomadas por meio de dois testes. Um teste de compatibilidade determina se uma alternativa ajusta-se aos princípios e metas adotados pelo tomador de decisão. O teste de rentabilidade compara as consequências de uma alternativa contra as de outras. Estrutura dizem respeito ao contexto de uma decisão ou o modo como as informações são apresentadas. AS estruturação é importante, porque a teoria da imagem , porque a teoria da imagem afirma que o contexto no qual as decisões são tomadas, conferem-lhe significado. 3.2.2 Instrumentos auxiliares para a Tomada de Decisão Estas técnicas serão apenas descritas neste módulo, não entraremos em maiores detalhes pois fugiria aos objetivos deste módulo. Estas técnicas serão objeto de estudos durante todo o curso de ciências contábeis. Dentre as principais estão: Relatórios Contábeis. São emitidos pelo setor de contabilidade, balanços, balancetes, demonstrativos de resultados, projeção de caixa. Mostram a evolução patrimonial da empresa e seus resultados. • Análise do Ponto de Equilíbrio. Este indicador financeiro enfatiza a relação entre receita, custos e lucros e ajuda os tomadores de decisão a determinar se um determinado volume de vendas resultará em prejuízo ou em lucro. A análise do ponto de equilíbrio requer que o tomador de decisão conheça o preço da unidade do produto vendida (P), o custo variável por unidade (CV), e os custos fixos totais (CFT). • Retorno sobre o Investimento. Este critério mede a produtividade dos recursos ou lucros como uma porcentagem do capital investido e viabiliza comparações entre empresas de ramos iguais ou diferentes. • Análise Marginal. A análise incremental ou marginal ajuda os tomadores de decisão a otimizar lucros ou minimizar custos. A análise marginal lida mais com o custo adicional do que com o custo médio de uma determinada decisão. • Teoria dos Jogos. Utilizada para ajudar os tomadores de decisão a licitar contratos, fazer acordos trabalhistas e planos de expansão, esta técnica emprega modelos matemáticas para analisar consequências de decisões. O tomador de decisão esboça especificamente como serão tomadas as decisões e atribui probabilidades a todos os resultados possíveis. A análise se concentra em prever se será alcançado um acordo e, se o mesmo ocorrer, qual será sua natureza específica. • Programação Linear. Esta técnica utiliza métodos gráficos ou algébricos para otimizar a alocação de recursos. Ela supõe que pelo menos duas atividades competirão por recursos escassos e que existe uma relação linear entre o problema e o objetivo. • Teoria da Fila. Esta técnica é usada para balancear o custo de ter uma fila de espera contra o custo do serviço para manter esta fila. Em situações como a de determinar quantas bombas são necessárias nos postos de gasolina, a teoria da fila pode ajudar a maximizar o serviço e minimizar o custo. • Vantagens da Tomada de Decisão Individual. Desde que um indivíduo não tenha de realizar uma reunião para discutir as alternativas, uma das principais vantagens da decisão individual é a rapidez. As decisões individuais também possuem responsabilização clara e tendem a transmitir valores consistentes. • Vantagens da Tomada de Decisão em Grupo. Os grupos podem gerar informações e conhecimento mais completos e oferecer maior diversidade de opiniões. Um grupo quase sempre supera o indivíduo, gerando decisões de melhor qualidade. E uma vez que seus membros tenham participado na tomada de uma decisão, os grupos levam à maior aceitação de uma solução. • Equilibrando Prós e Contras. Para determinar se a decisão deve ser tomada pelos indivíduos ou pelo grupo, é preciso fazer uma ponderação entre eficácia e eficiência. Os grupos são mais eficazes porque geram mais alternativas e produzem decisões de melhor qualidade. Mas os indivíduos são mais eficientes e consomem menos tempo e recursos para tomar uma decisão. 3.2.3 Os Níveis da Tomada de Decisão. Os quatro níveis organizacionais são: a alta gerência ou cúpula; a gerência de nível médio; os supervisores; e os funcionários operacionais. as decisões administração. não programadas, devem ser tomadas pela alta Decisões recorrentes e rotineiras, as decisões programadas, devem ser tomadas por níveis inferiores da administração: por exemplo, os gerentes de nível médio e os supervisores (chamados gerentes de primeira linha) tomam decisões departamentais rotineiras para determinar o que precisa ser feito. Duas tendências recentes têm influenciado a tomada de decisão organizacional: Anteriormente, a administração de nível médio canalizava as informações entre a alta administração e os departamentos operacionais. Os sistemas computadorizados de informações gerenciais permitem comuniquem agora diretamente que com os altos executivos supervisores, equipes se e funcionários, reduzindo assim a necessidade do gerenciamento de nível médio. Em segundo lugar, a delegação de poder aos funcionários tem redistribuído a autoridade pela decisão, embora a alta administração ainda seja responsável pelas decisões estratégicas. 3.2.4 Aspectos Relevantes na Tomada de uma Decisão A identificação do problema Os gerentes querem se mostrar competentes, eles se concentram nos problemas que são visíveis aos demais. O mero interesse pessoal pode levar o gerente a selecionar problemas que são importantes para ele ou que são altamente visíveis na organização. Problemas visíveis tendem a ter uma probabilidade maior de serem selecionados do que os problemas importantes, e isto por duas razões. os problemas visíveis são mais fáceis de serem identificados. considerando que O modo como os problemas são estruturados determina como serão tratados. Dessa forma, problemas estruturados para enfatizar ganhos positivos encorajam a tomada de decisão conservadora; os estruturados para enfatizar potencial perda encorajam escolhas que buscam o risco. O Desenvolvendo Alternativas. Ao procurar alternativas viáveis, muitos tomadores de decisão mantêm simples o processo de procura. Em vez de formularem definições e alternativas novas e únicas para o problema, eles tomam decisões de caráter mais incremental do que abrangente, fazendo comparações sucessivas e limitadas entre alternativas que diferem apenas ligeiramente da opção corrente. A Implementação das Soluções. O modelo da decisão racional supõe que as pessoas que precisam implementar uma decisão e o farão com bastante entusiasmo. Na realidade, três conjuntos de variáveis ditam o sucesso ou fracasso quando uma solução é implementada: Liderança; comunicação; e apoio político. Comunicar-se abertamente sobre o motivo pelo qual uma decisão foi tomada, e como ela afetará os funcionários, reduz a resistência e aumenta o apoio. A implementação bem-sucedida requer o apoio de indivíduos ou grupos que poderão contrariar a decisão se não concordarem com ela. Conceitos preconcebidos Os conceitos preconcebidos afetam a tomada de decisões.Os gerentes acham que deve ser aquilo que eles pensam e não conseguem visualizar o problema de outra maneira. Diferenças Individuais. Diferenças de personalidade e outras diferenças individuais afetam nossas decisões. Duas dessas variáveis são particularmente relevantes às decisões organizacionais: o estilo individual de decisão; e o nível individual de desenvolvimento moral. 3.2.5 Os Estilos de Decisão. O modelo dos estilos de decisão, identifica quatro abordagens na tomada de decisões. O modelo sugere que as pessoas diferem segundo duas dimensões: em seu modo de pensar. algumas pessoas são lógicas e racionais. Processam informações sequencialmente. outras são intuitivas e criativas, percebem. Percebem as coisas como um todo. A outra dimensão diz respeito a tolerância a ambiguidade inerente a uma pessoa. Algumas sentem a necessidade de estruturar as informações, de modo a minimizar a ambiguidade. Outras conseguem processar muitos pensamentos ao mesmo tempo. Essas dimensões definem quatro estilos de tomadas de decisão. Estilo diretivo Estilo analítico Estilo conceitual Estilo comportamental Definindo cada uma das situações acima temos o seguinte: Pessoas que adotam o estilo diretivo têm baixa tolerância à procurando mais alternativas. Indivíduos que utilizam o estilo conceitual consideram o “geral” e ambiguidade e preferem a racionalidade. As que adotam o estilo analítico enfrentam a ambigüidade Etapas do Desenvolvimento Moral analisam várias alternativas. Os que adotam um estilo comportamental trabalham bem em grupo e são receptivos a sugestões. 3.2.6 A Ética do Gestor A ética diz respeito ao nível de desenvolvimento moral do gestor. As pesquisas identificam três níveis de desenvolvimento moral, cada um incluindo duas fases. Em cada fase sucessiva, o julgamento moral de um indivíduo depende cada vez menos de influências externas. 3.2.7 Nível de Desenvolvimento Moral. As pesquisas identificam três níveis de desenvolvimento moral, cada um incluindo duas fases. Em cada fase sucessiva, o julgamento moral de um indivíduo depende cada vez menos de influências externas. No nível pré-convencional, os indivíduos respondem a idéias de certo ou errado somente quando há consequências pessoais envolvidas. No nível convencional, os indivíduos desejam manter a ordem convencional e as expectativas dos demais. No nível determinado, os indivíduos tomam decisões sem levar em conta as normas sociais ou do grupo. As pesquisas concluem o seguinte: as pessoas passam pelas fases de uma forma padronizada; não há nenhuma garantia de desenvolvimento contínuo; a maioria dos adultos está na fase 4; e quanto mais alto o estágio que uma pessoa alcançar, mais estará predisposta a tomar decisões éticas. Resumo O ambiente é composto por instituições ou forças externas que afetam o desempenho da organização. A Inteligência competitiva, desenvolvimento de cenários, previsão e benchmarking são técnicas de sondagem ambiental que os gerentes podem utilizar para medir mudanças no ambiente de suas operações. Os gerentes podem usar as seguintes técnicas para adaptar-se aos seus ambientes: alteração de domínios, recrutamento, absorção de impactos, uniformização, racionamento ou dispersão geográfica. Também podem usar os seguintes métodos para alterar seus ambientes: anúncios, contratação, cooptação, associações ou formação de lobbies. A administração socialmente responsável é um agente moral, diferenciando o certo do errado. A administração socialmente reativa sonda o ambiente e se adapta a ele tal como ele é. Tomar decisões em um ambiente tumultuado e diferenciado é um desafio aos gerentes do século XXI. O modelo da decisão racional em seis etapas consiste em (1) definir o problema; (2) identificar os critérios de decisão; (3) pesar os critérios; (4) gerar alternativas possíveis; (5) avaliar cada alternativa segundo cada critério e (6) calcular a decisão ótima. O Risco supõe que um tomador de decisão possa calcular a probabilidade de alternativas ou resultados. Com a incerteza, nenhuma probabilidade pode ser calculada e, por isso, o tomador de decisão deve recorrer à intuição ou à criatividade. Instrução direta, listagem de atributos e pensamento lateral estimulam a criatividade. As técnicas quantitativas são elementos importantes de apoio a tomada de decisão pelos gerentes. Eles incluem: a análise do ponto de equilíbrio, o retorno sobre o investimento, análise marginal, teoria dos jogos, programação linear e teoria da fila. Quanto as formas de tomar decisão a tomada de decisões individual é melhor quando as decisões são relativamente sem importância, não é necessário o envolvimento dos subordinados, existem informações suficientes disponíveis e é preciso rapidez. Uma forma de simplificar o processo de tomada de decisão pelo gerente é a utilização da racionalidade delimitada que simplifica o problema, adota critérios de acomodação, analisa um conjunto limitado de opções conhecidas e escolhe a primeira solução que atender aos critérios de acomodação. Quantos aos estilos de decisão existem quatro: diretivo, analítico, conceitual e comportamental. . Os gerentes podem usar as seguintes técnicas para tomar decisões eficazes: utilizar um processo que reflita as culturas nacionais e organizacionais e o clima político da empresa; identificar conceitos preconcebidos; utilizar processos racionais e intuitivos; adequar seu estilo ao trabalho; utilizar técnicas de estimulação da criatividade e aplicar princípios éticos. Exercícios de aprendizagem 1.Defina e descreva as três dimensões da incerteza ambiental 2. Quais os públicos externos de uma organização 3. A sondagem ambiental é antiética? Explique 4. Compare as estratégias internas e externas da administração do ambiente 5. O negócio da empresa é o negócio. O que significa para você esta declaração quais são as implicações para a administração socialmente consciente? 6.O que é racionalidade? Os tomadores de decisão são racionais? 7.Explique como os tipos de decisão muda segundo os níveis hierárquicos de uma organização? 8. O que é a Teoria da Imagem? 9. Como os precedentes históricos influenciam uma decisão? 10. Descreva um dilema ético que você enfrentou. Como você o solucionou? Unidade 4 Áreas de atuação da Administração Alessandra Linhares Jacobson, Adaptado pelo autor 4.0 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO Objetivo Nesta unidade você vai ver as principais áreas funcionais de uma organização e como elas se relacionam com as funções administrativas e a estrutura organizacional e o neste contexto; conhecer o processo de planejamento e controle da produção; o desenho do produto e do processo; conhecer o papel do marketing dentro da empresa e os fatores que influenciam na definição da estratégia mercadológica do composto de marketing, conhecido como 4P’s;desenvolver uma visão sistêmica da função financeira e aprender sobre os tipos de decisões tomadas ao se administrar a função financeira; e ver uma análise das principais funções da administração de recursos humanos; entender o processo de gestão dos Recursos Humanos e o papel ta tecnologia em todos as áreas das organizações. 4.1 ADMINISTRAÇÃO GERAL Os teóricos da administração geral eram indivíduos que consideravam o tema administração de perspectiva da organização como um todo. Eles são importantes porque desenvolveram as primeiras teorias gerais sobre os trabalhos dos administradores e sobre o que constitui a boa prática da administração. Os mais famosos teóricos da administração geral foram Henri Fayol e Max Weber. Embora seus estudos envolvam as relações e as estruturas, Fayol concentrou seus estudos na estrutura das organizações e Weber trabalhou mais as relações entre as pessoas. 4.1.1 As Funções Administrativas Tais funções encontram-se inter-relacionadas, sendo necessária à execução de cada uma delas para que se possa obter os resultados desejados. É importante entendermos que, nesse processo cíclico, cada Função Administrativa tem finalidades específicas a cumprir, apresentando para tanto um rol de atividades e sub processos a serem desempenhados. Destacamos nesse momento apenas as suas finalidades, como segue: Planejamento: determinar metas a serem alcançadas e decidir formas de alcançá-las, baseado na busca para a seguinte pergunta: O que queremos e o que devemos fazer para chegar lá. Organização: alocação e coordenação dos recursos necessários para completar o trabalho previsto por ocasião do planejamento. É preciso se preocupar, também, com o agrupamento e a coordenação dos funcionários e das tarefas envolvidas. Direção: o líder deve buscar meios para influenciar, motivar e estimular as pessoas a participarem e se envolverem com o alcance dos objetivos propostos. Controle: o monitoramento do progresso da organização em direção aos objetivos é fundamental para o seu sucesso. A intenção é justamente fazer a comparação do desempenho real com os padrões predeterminados. Ao se detectarem diferenças significativas, devemse adotar ações corretivas ou reavaliar o plano original, o que poderá exigir novo planejamento. Desse jeito, um bom administrador é justamente aquele que não negligencia nenhuma das quatro Funções Administrativas, considerando sempre a sua natureza cíclica. A ação administrativa deve estar voltada, portanto, à supervisão e tomada de decisões a respeito das atividades, dos insumos e dos produtos inerentes a cada uma dessas funções. Mas, você acha que todos os indivíduos que compõem uma organização desempenham esse papel de gerência? Não, na verdade, uma organização é composta por trabalhadores e gerentes (ou administradores). Os trabalhadores são aqueles que trabalham diretamente num cargo ou tarefa sem nenhuma responsabilidade de supervisão do trabalho de outras pessoas, já os gerentes são os responsáveis pela supervisão das atividades de outras pessoas e pelas tomadas de decisão nos vários âmbitos da organização. Considerando que resolver problemas e decidir sobre eles é a principal atribuição do administrador, devemos saber que as decisões podem ser classificadas em duas categorias. Existem as decisões programadas e as decisões não programadas. O tipo de decisão depende basicamente do tipo de problema a que ela está associada, já que as situações e os problemas podem variar em relação à sua natureza, urgência e efeitos sobre a organização (MAXIMIANO, 2000). As decisões programadas são aquelas que permitem resolver os problemas que são familiares, rotineiros e recorrentes em uma organização. Como exemplo, podemos citar o conjunto de instruções necessário para lidar com a solicitação de crédito por clientes em um banco. Por serem situações rotineiras, torna-se possível o desenvolvimento de uma solução padronizada (solução programada) que se transforma em uma política, procedimento ou rotina da organização. Por outro lado, há problemas e situações que não ocorrem com muita frequência, ou que são únicos, exigindo, desse modo, também soluções únicas, desenvolvidas sob medida, ou seja, decisões não programadas. A chegada de um forte concorrente na região pode ser exemplo de um problema não rotineiro que exige uma decisão não programada por parte dos gestores de uma empresa visando sobreviver e permanecer competitiva no mercado. Podemos ainda citar: Decisões estratégicas: dizem respeito à definição dos objetivos organizacionais e dos meios para realizá-los; Decisões administrativas: visam identificar os meios de colocar em prática as decisões estratégicas; e Decisões operacionais: buscam definir o trabalho necessário para a realização das tarefas, estipular prazos e distribuir tarefas entre membros de uma equipe. Você saberia dizer quais são as etapas que formam o processo de tomada de decisão? Seja qual for o problema ou situação difícil que enfrentamos, em geral, seguimos um modelo racional para tomar decisões: de início, identificamos o problema (ou oportunidade, interesse, frustração, desafio, curiosidade ou uma irritação). Após, faze- mos o diagnóstico da situação, ou seja, fazemos o levantamento de todas as informações para que possamos entender o que realmente está acontecendo e o que poderá acontecer. Em seguida, identificamos e criamos os meios de enfrentar o problema e, então, fazemos uma avaliação dos prós e contras de cada alternativa para que possamos selecionar aquela que parece mais adequada para a solução do caso,quando, finalmente, é tomada a decisão. Naturalmente, se o problema costuma acontecer com certa frequência (é rotineiro), já teremos uma alternativa de solução praticamente pronta, o que não acontece diante de situações inusitadas que exigem um esforço muito maior no sentido de diagnosticar, gerar alternativas, avaliá-las e escolher a melhor, em função dos objetivos que se pretende alcançar (eficiência e eficácia, produtividade). Para chegar à melhor decisão possível, os administradores usam informações do ambiente interno e externo, além de terem à sua disposição outras ferramentas de apoio, tais como os modelos matemáticos, financeiros, estatísticos e de simulação. E, apesar de ter limitações, a decisão baseada na intuição* tem um grande valor, especialmente quando a quantidade e a qualidade das informações disponíveis são insuficientes. *Decisão intuitiva – raciocínio baseado especialmente na experiência, em que a análise da situação e a seleção das alternativas são feitas de forma inconsciente e automática. Você viu como as Funções Administrativas se relacionam e qual o papel dos tomadores de decisão. Os principais tipos de decisão são as programadas e as não programadas. Por fim, você sabe que são quatro as etapas de um processo racional de tomada de decisão, embora comportamentos intuitivos também sejam válidos. 4.1.2 A Estrutura Organizacional Precisamos saber que, para cada uma das Funções administrativas, há diferentes níveis de tomada de decisão. Assim, o trabalho dos administradores difere significativamente na quantidade relativa ao tempo usado para executar cada uma das funções dependendo do nível hierárquico em que ele esteja atuando (DUBRIN, 1998).Os executivos (gerentes do nível superior) gastam a maior parte do seu tempo com planejamento estratégico (de alto nível e de longo prazo) do que os administradores médios e de nível operacional. Já, administradores de nível operacional estão mais próximos das atividades rotineiras e dos problemas do dia-a-dia, controlando os e resolvendo-os pessoalmente. Portanto, na estrutura clássica organizacional há, basicamente, três níveis distintos de administração, que é o número de níveis hierárquicos que ainda abrange a grande maioria das organizações atuais A estrutura de uma empresa define como as tarefas serão divididas, agrupadas e coordenadas. Ela define como serão alocados os cargos as pessoas e forma de relação dessas pessoas. Elementos Importantes na Definição da Estrutura da Empresa. Alguns elementos devem ser considerados pelos gerentes ao definir a estrutura: especialização do trabalho, departamentalização, cadeia de comando, margem de controle, centralização ou descentralização, e formalização 1-Especialização do Trabalho. A divisão do trabalho, ou especialização do trabalho, descreve o grau em que as tarefas organizacionais são subdivididas em cargos distintos. Um trabalho completo não é executado por apenas uma pessoa. Ao contrário, ele é dividido em etapas, cada uma finalizada por uma pessoa diferente. A especialização do trabalho já foi bem mais utilizada em um passado recente. Os gerentes hoje percebem que embora a divisão do trabalho seja apropriada para certos trabalhos, a produtividade em outros trabalhos pode ser aumentada por meio do alargamento da margem dos cargos. 2-Departamentalização. A base na qual os cargos são agrupados para coordenar tarefas comuns é chamada de departamentalização. As atividades podem ser agrupadas por função e buscar economias de escala mediante a lotação de funcionários com qualificações e orientações comuns em unidades comuns. 3-Cadeia de Comando. A cadeia de comando é uma linha contínua de autoridade que se estende do topo da organização até o mais baixo escalão, a cadeia de comando esclarece quem se reporta a quem. Dois conceitos são importantes na discussão da cadeia de comando: Autoridade refere-se aos direitos inerentes a uma posição de dar ordens e esperar que elas sejam obedecidas. O princípio da unidade de comando afirma que um trabalhador deveria ter apenas uma pessoa perante a qual ela é diretamente responsável. Estes conceitos possuem hoje relevância menor devido aos avanços na informática e tendência à maior participação dos funcionários. 4-Margem de Controle. Quantos empregados um gerente pode dirigir com eficiência e eficácia? A resposta a esta pergunta determinará o número de níveis e gerentes presentes em uma organização. Margens pequenas de controle, apresentam várias desvantagens: requerem mais gerentes e são mais dispendiosas, retardam a comunicação vertical e favorecem controles rígidos, limitando a autonomia do funcionário. Margens largas de controle reduzem custos, cortam despesas administrativas, aceleram a tomada de decisões, aumentam a flexibilidade, delegam poder aos funcionários e promovem contato mais estreito com os clientes. 5-Centralização e Descentralização. O termo centralização diz respeito ao grau em que a tomada de decisões está concentrada em um único ponto da organização. Quanto maior a contribuição fornecida pelo pessoal de nível mais baixo, mais descentralizada a organização. As organizações estão se tornando hoje mais descentralizadas para resolver problemas mais depressa e obter maior contribuição e envolvimento dos funcionários em relação às metas organizacionais. 6-Formalização. O termo formalização refere-se ao grau em que os cargos são padronizados na organização. Cargos altamente formalizados são caracterizados por descrições de cargo explícitas, regras organizacionais, procedimentos claramente definidos, e produção consistente e uniforme. Cargos menos formalizados envolvem menos restrições estruturais, e os funcionários dispõem de mais controle sobre o modo como executam seu trabalho. Tipos de Estruturas Organizacionais A moderna estrutura organizacional é evolutiva. Há cerca de três décadas, vigorava a estrutura em forma de pirâmide. Hoje, essa estrutura está sendo contestada por estruturas que se assemelham mais a cúpulas, redes, rodas, cachos e panquecas. Os mais importantes são: Estrutura simples Estrutura burocrática Estrutura matricial Unidades internas autônomas A Estrutura Simples. Utilizada em pequenas empresas nas quais o gerente e o dono são a mesma pessoa, a estrutura simples possui as características seguintes: baixo grau de departamentalização, margens de controle largas, autoridade centralizada, pequena formalização, e uma estrutura achatada. Essa estrutura ágil e flexível é de manutenção barata e promove relações de responsabilidade claras. Entretanto, à medida que cresce a organização, a baixa formalização e a alta centralização podem provocar sobrecarga de informação na cúpula. É uma estrutura mais arriscada porque tudo depende de uma só pessoa. A Estrutura Burocrática. Cerca de três décadas atrás, a burocracia era o modelo para estruturar grandes organizações. Uma burocracia possui as características seguintes: tarefas operacionais altamente especializadas, regras e regulamentos formalizados, tarefas agrupadas em departamentos funcionais, autoridade centralizada, margens estreitas de controle, e tomadas de decisões que seguem a cadeia de comando. Essa estrutura agiliza o desempenho eficiente de atividades padronizadas. Além disso, as regras e regulamentos permitem às burocracias substituir gerentes menos talentosos (menos dispendiosos) por tomadores de decisão criativos e experientes. A Estrutura Matricial. A estrutura matricial designa especialistas de departamentos funcionais para trabalharem em uma ou mais equipes interdisciplinares supervisionadas por líderes de projetos Estruturas de Equipes. A administração pode concentrar seus esforços de coordenação adotando uma estrutura de equipes. Uma estrutura de equipes rompe as barreiras departamentais, torna a organização mais horizontal, descentraliza a tomada de decisões e exige que os funcionários sejam, ao mesmo tempo, generalistas e especialistas. Unidades Internas Autônomas. Para as grandes organizações, as herdeiras aparentes da pirâmide monolítica poderiam ser as unidades internas autônomas. Quando utilizam essa estrutura, a administração divide a organização em unidades empresariais dotadas de seus próprios produtos, clientes, concorrentes e metas de lucro. A Organização Virtual. São chamadas também de organizações em rede ou modulares, as organizações virtuais continuam pequenas e terceirizam suas funções maiores. Essa estrutura altamente centralizada limita a departamentalização. Mas, não esqueça que a classificação apresentada anteriormente está baseada no modelo mecanicista de organização, que é caracterizado pela alta especialização das funções, departamentalização* rígida, clara cadeia de comando e centralização nas tomadas de decisão, além de intensa formalização dos processos. Então, devemos lembrar a você que existem outras formas de estruturação organizacional*, baseadas em um modelo orgânico de organização, que elevam o seu nível de agilidade, rapidez e dinamicidade em termos de capacidade de resposta e adaptação aos novos cenários impostos pela turbulência do meio ambiente. *Departamentalização – base pela qual os trabalhos são agrupados em uma organização, isto é, em departamentos, nome genérico dado às divisões que agrupam tarefas comuns. *Estrutura organizacional – define como as tarefas são formalmente divididas, agrupadas e coordenadas em uma organização. Como tendências para as organizações atuais, verificamos especialmente a redução progressiva dos níveis hierárquicos (downsizing) e a descentralização das tomadas de decisões (com a delegação de poder aos subordinados: empowerment), bem como a definição temporária de estruturas e cargos, e a revisão permanente dos processos,com a possibilidade de estruturá-los a partir do zero (reengenharia). Até aqui você viu as principais áreas funcionais de uma organização (Produção; Marketing; Financeira; e Recursos Humanos) e como elas se relacionam com os diferentes níveis de tomada de decisão. Ainda, que a rigidez do modelo mecanicista impede que as organizações possam responder rapidamente às mudanças ambientais. Assim, o aumento da incerteza ambiental exige a adoção de estruturas mais flexíveis, baseadas no modelo orgânico de organização. 4.2 ADMINISTRAÇÃODA PRODUÇÃO E OPERAÇÕES Até aqui, você obteve uma visão geral das principais áreas funcionais de uma organização. Agora, poderá aprender mais detalhadamente sobre a Função Produção, considerada de extrema importância já que toda organização é constituída para produzir algo, sejam produtos ou serviços. Tudo iniciou quando, em oposição ao período em que predominava o trabalho artesanal, o aumento da produtividade a partir da era industrial exigiu o desenvolvimento de ferramentas e técnicas para o gerenciamento adequado da produção e dos sistemas industriais. Você já deve ter compreendido que a Função Produção difere de empresa para empresa, dependendo do tipo de produto/serviço que é produzido. De modo geral, porém, podemos dizer que esta função é formada por três sub sistemas, que são: o planejamento da produção;a engenharia do produto; e a engenharia do processo. Agora você passa a conhecer cada uma das atividades que integram o primeiro sub sistema, denominado Planejamento da Produção, que ocorre quando a organização decide produzir algum produto. Veja, a seguir, como ocorre o processo. 4.2.1 Planejamento de controle da produção Inicialmente, o administrador precisa selecionar a localização da fábrica, levando em conta alguns fatores, tais como: o mercado de mão de obra (trazer mão de obra de outros pontos geográficos representa maiores custos); facilidade de acesso às fontes de matéria prima; proximidade com o mercado consumidor; facilidades infraestruturais, como energia, água, clima adequado ao produto e transporte; e características locais, tais como incentivos fiscais e de expansão industrial. Após decidir sobre a localização da fábrica, é preciso planejar a sua capacidade de produção, o que deverá ser feito a partir da identificação da capacidade do mercado consumidor. Em seguida, a administração precisa, também, levantar o total de horas/dia que a fábrica deve operar, a unidade em relação ao tempo de produção, o volume de vendas esperado e a capacidade de produção de cada equipamento. Finalmente, é preciso fazer a seleção do tipo de edificação da fábrica. Para tanto, a gerência deve considerar os tipos básicos de construção existentes, no que se refere às necessidades da empresa, tendo alguns pontos importantes, tais como: a facilidade de expansão do edifício, o sistema de luz e ventilação, a flexibilidade na disposição do layout (arranjo físico) e os custos de manejo. Além disso, o planejamento deve considerar estruturas de edificação disponíveis funcionários, como refeitórios, ambulatórios e salas de descanso. Programação da produção aos Compreende a etapa em que se procura combinar as necessidades de produção com os recursos e equipamentos disponíveis. Assim, os dados obtidos ao longo da etapa anterior, de planejamento, são usados no detalhamento dos programas e planos de produção para um nível mais compreensível aos escalões inferiores. Os pontos que precisam ser considerados são: Programação das atividades A escolha do meio mais adequado depende do tipo do produto final. Com isso, as formas mais comuns de fabricação são referentes a: poucas unidades que não se repetem, muitas unidades que se repetem e ordens que se repetem em intervalos irregulares. Vale lembrar, também, que para a produção altamente repetitiva, a programação é feita com base na previsão de vendas, programando-se o nível geral da produção. Já, para a produção que não se repete (ou que se repete pouco), a programação é feita considerandose os pedidos recebidos. Problemas de produção: o principal problema é a demanda flutuante do produto. Para solucioná-lo, as organizações contam com um conjunto de alternativas, entre as quais se destacam a possibilidade de ter um programa fixo de produção e um estoque alto disponível ou poder variar a produção de acordo com a demanda de mercado, mantendo um estoque de segurança pequeno. Ainda, podemos apontar como problemas o tempo exigido para o fluxo de mercadorias e serviços necessários à produção e a necessidade de definir a sequência mais adequada para as operações. Técnicas de programação: são usadas pelos administradores para distribuir as cargas de trabalho em função do tempo e para acompanhar a sequência lógica de cada operação. Entre elas, as mais populares são o Gráfico de Gantt* e os Diagramas de PERT/CPM*. *Gráfico de Gantt – fornece informações quanto à programação da produção, à carga nos setores ou equipamentos individuais e à disponibilidade de pessoas e de equipamentos. *Diagramas de PERT/CPM – PERT é a técnica usada para fazer revisão e avaliação do programa, enquanto COM refere-se ao método de análise do caminho crítico. Controle de qualidade e custo na produção Nesta etapa, a principal preocupação é atingir as exigências de mercado, tendo como atividades: fixar padrões de qualidade necessários ao produto e estabelecer um programa para a inspeção, no qual estará definido quem faz a inspeção, quando deve ser inspecionado e quantas vezes e onde será a inspeção. Além disso, a gerência precisa se preocupar em garantir a qualidade da matéria prima usada e a qualidade das partes do produto ou do produto acabado. Como você percebeu, o planejamento se preocupa em determinar padrões para o processo produtivo, visando obter uma boa qualidade para o resultado final. Resumindo, você viu que o Planejamento da Produção, é um sub sistema inerente à gestão da produção e sistemas, uma das principais áreas funcionais de uma organização. Você deve lembrar que, nesse sub sistema, o administrador deverá estar preparado para fazer o planejamento do controle da produção, programá-la e, finalmente, controlá-la. 4.2.2 Engenharia do Produto e do Processo Na exposição anterior, você obteve conhecimentos sobre o planejamento da produção, momento em que são definidos desde detalhes sobre a fábrica, até os que passam pela programação da produção e do seu controle. Mas, a administração da produção precisa também se preocupar com o planejamento do produto em si e a engenharia do processo como um todo. Assim, o segundo sub sistema é responsável pela Engenharia do Produto, sendo fundamental o desenvolvimento de pesquisas para que se possa realizar o planejamento dos seus detalhes. As atividades gerenciais, neste contexto, concentram-se na concepção de um novo produto ou na melhoria do produto antigo ou em soluções de problemas de produção em relação ao projeto do produto em execução (KWASNICKA, 2004). Não podemos esquecer, ainda, da importância em se fazer uma avaliação econômica, pois, para ser aceito, o produto não deve apenas ter uma função, mas especialmente ser vendido na quantidade suficiente para, no mínimo, cobrir os seus custos. Por isso, o uso de técnicas quantitativas, como a Análise do Ponto de Equilíbrio*, é essencial para verificar se determinado volume de vendas resultará em perdas ou lucros. Outras ferramentas de decisão financeira são igualmente interessantes nesse sentido, como o estudo do retorno sobre o investimento, a Análise Marginal, a Teoria da Fila e a Programação Linear, que serão explicadas mais detalhadamente na disciplina Administração da Produção (ROBBINS, 2005). *Análise do ponto de equilíbrio – técnica financeira usada para saber qual o número mínimo de unidades que devem ser vendidas para se ter lucro ou se um produto deve ser retirado ou não de linha. Para calcular o ponto de equilíbrio (PE), o tomador de decisão precisa saber o preço da unidade vendida do produto (P), o custo variável por unidade (CV) e os custos fixos totais (CFt). A fórmula é:PE = CFt P - CV Agora, você vai conhecer as atividades essenciais ao Planejamento do Produto: desenvolvimento dos desenhos do produto, mostrando todos os detalhes aos seus executores; e especificação do produto, complementando a fase anterior, inclusive com a descrição do material a ser usado e dos procedimentos operacionais exigidos (unidades a serem produzidas,dimensões, padrões de desempenho e tolerância). Em seguida, temos como terceiro sub sistema a Engenharia do Processo. Nessa etapa, define-se o arranjo físico (layout) da fábrica,que deve considerar, entre outros aspectos, o fluxo de materiais ao longo do sistema produtivo e a escolha do tipo de layout, que pode ser um arranjo físico por produto, por processo ou a combinação dos dois. Neste caso, a análise das vantagens e desvantagens de cada tipo de produto que será produzido é determinante para se fazer a escolha certa. Ao estabelecer o layout de uma fábrica, devemos estar conscientes sobre os resultados a serem alcançados, como, por exemplo, obter a integração dos centros produtivos de forma lógica e eficiente, facilitar a movimentação dos materiais, viabilizar modificações para se fabricarem outros produtos ou para alterarem o que está sendo produzido e garantir a alocação própria e eficiente do espaço. Para tanto, é preciso levar em consideração o tipo de processo de produção planejado, as políticas de produção da empresa, o tipo de produção, o volume de mão de obra, o volume de trabalho envolvido, características do transporte interno e o nível de flexibilidade exigido. Finalmente, o terceiro sub sistema conta, ainda, com o desenvolvimento do processo, que trata das atividades de transformação dos materiais e com o controle das saídas do sistema produtivo, buscando o seu aprimoramento e o dos seus resultados (o produto). Devemos lembrar a você que as atividades de transformação precisam interagir constantemente com uma série de atividades auxiliares de suporte, que são principalmente as de almoxarifado, de manutenção, de armazenagem e de análise do desempenho da mão de obra. Podemos concluir, então, que inicialmente a área da administração da produção trata da especificação e acúmulo dos elementos de entrada, que se referem, basicamente, a decisões quanto aos equipamentos, instalações físicas, matéria prima e mão de obra. Após, a gerência da produção decide sobre o tipo de processo e de equipamentos necessários. E, finalmente, o administrador desenvolve a coordenação e a operação do sistema produtivo em si. Apesar da relevância do papel que desempenha, atualmente a administração da produção vem progressivamente perdendo espaço para outra abordagem, a administração de projetos, especialmente em função da flexibilidade oferecida pelo conceito de projeto. Para sabermos, um projeto típico corresponde a um conjunto de atividades que acontecem apenas uma vez, com início e fim definidos e integrados por uma equipe temporariamente alocada. Assim, as definições dos objetivos, prazos, cronograma, equipe e custos envolvidos no projeto são essenciais para o seu bom gerenciamento. Por meio dessa exposição podemos completar a visão a respeito da administração da produção, área funcional extremamente importante para o fornecimento adequado dos produtos da empresa aos seus clientes. Esta função é, assim, responsável por administrar a produção de modificações e inovações nos produtos, desde a definição de detalhes sobre o ambiente de fábrica até o planejamento das especificações do produto e do sistema produtivo. 4.3 ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Para atingirmos este objetivo, precisamos inicialmente internalizar alguns conceitos básicos inerentes à administração de marketing.Ao buscarmos tais conceitos, reconhecemos a necessidade de apresentar uma das figuras que mais contribuíram para o estudo do marketing: Philip Kotler, um estudioso americano que, a partir da segunda metade dos anos 1960, passou a se dedicar intensamente ao desenvolvimento, ampliação e sistematização dos fundamentos e princípios que hoje chamamos de marketing. Kotler mudou radicalmente o pensamento ao amarrar definitivamente o produto à satisfação das necessidades do consumidor,priorizando-a. Por isso, esse período é conhecido como Era Kotler. Apresentamos, então, o conceito clássico de marketing, segundo o grande mestre: trata-se da atividade humana dirigida para a satisfação das necessidades e desejos, através dos processos de troca entre empresa e consumidor (KOTLER, 1998). Para compreender melhor sobre satisfação das necessidades humanas leia sobre a Teoria de Abraham Maslow Agora, precisamos saber se você conhece a diferença que existe entre vendas e marketing. Basicamente, podemos dizer que a atividade de vendas está preocupada com as necessidades do vendedor de converter seu produto em dinheiro; já o marketing, com a ideia de satisfazer as necessidades do cliente por meio do produto e de toda a gama de coisas associadas com a sua criação, entrega e o consumo final (LEVITT, 1990). Em síntese, a atividade de vendas visa estimular um volume lucrativo de vendas dos produtos da organização, enquanto o marketing se preocupa em conhecer o cliente e satisfazer as suas necessidades de consumo. Portanto, a administração de marketing deve se preocupar, basicamente, com: fazer a prospecção de clientes potenciais para determinado produto/serviço, separando em grupo aqueles que realmente estão interessados; traduzir essa demanda em produtos ou linhas de produtos; e desenvolver e implementar um plano que torne o produto disponível sob a forma de oferta. A organização precisa, então: estabelecer quais nichos de mercados pretende ocupar e manter; definir os produtos que terão sucesso; e analisar o mercado para identificar quais as suas necessidades e em que ela pode ser melhor ou pior do que as concorrentes. A administração de marketing é, portanto, responsável pelo planejamento e especificação dos produtos e serviços desejados pelos vários grupos de consumidores, pela tomada de decisões sobre preços, pela seleção do sistema de canais de distribuição e pelo gerenciamento do esforço promocional. Você sabia que é também função do marketing influenciar o consumidor a desejar o produto, por meio de determinadas ferramentas,que são a propaganda (divulgação do produto/serviço), a promoção de vendas e a embalagem? (TUPINIQUIM; FREITAS, 1999). É natural que a área de marketing dê apoio ao processo de venda,pois o vendedor pode ser mais eficiente no seu trabalho se tiver em mãos informações sobre o comportamento de compra e o perfil do consumidor.Finalmente, o acompanhamento do cliente, no pós-venda, permite que se avalie com mais precisão os resultados do trabalho de marketing. Podemos concluir, então, que os sistemas de informação e as pesquisas de mercado são fortes aliados dessa importante função organizacional, ao fornecerem informações sobre mercado, concorrência, comportamentos dos clientes, fornecedores e outros intermediários para as tomadas de decisão nesse âmbito. Tais sistemas, denominados de Database Marketing, são usados com o objetivo de tornar o processo decisório mais ágil e consistente. Certamente você já teve a oportunidade de responder pesquisas de mercado em que o entrevistador lhe faz perguntas sobre preferências e necessidades quanto a determinado produto (refrigerante, por exemplo), coletando também seus dados pessoais, tais como sua renda média, idade, nível de instrução, profissão e endereço residencial. Outra situação comum é o uso de cartões de crédito e de fidelidade para acompanhar os seus hábitos de consumo: lembra daquele cartão de fidelidade que você entrega ao caixa do supermercado toda vez que faz uma compra? Para você, o objetivo é juntar pontos para ganhar prêmios, já o supermercado deseja obter informações sobre suas compras, podendo saber como andam as suas vendas. Passamos, agora, a outro tipo de preocupação: a movimentação da mercadoria do produtor ao consumidor. É preciso definir estratégias* voltadas à distribuição do produto, facilitando a ação do consumidor. O administrador escolhe, então, o canal de distribuição (ponto de venda) que deve ser usado para a melhor colocação do seu produto,considerando alguns fatores, que são: valor do produto, freqüência da compra, preferência do consumidor e características do produto (KWASNICKA, 2004). Agora, observe, na figura 6, como fica o sistema global de marketing: *Estratégia – trata-se do conjunto de diretrizes e planos fundamentais para atingir objetivos que definem em que situação a organização está e que tipo ela é ou deseja ser. Administração de marketing: o composto de marketing A partir da exposição anterior, pudemos concluir que a grande função da administração de marketing é criar oportunidades de lucros, e oferecer ideias sempre melhores, que ampliem a vantagem competitiva da empresa no mercado. Para definir estratégias dessa ordem, a organização deve analisar cuidadosamente cada um das variáveis existentes no ambiente de mercado que têm poder de influência sobre os resultados pretendidos.Saiba que há, basicamente, dois grupos de variáveis: as controláveis pela organização e as não controláveis. Assim, aquelas em que a organização tem poder de decisão e de gerenciamento, chamadas de controláveis, geram ações que determinam o comportamento do mercado. São elas: o produto, a concorrência, o preço, a distribuição e a comunicação. O administrador da área de marketing precisa, então, decidir sobre a melhor alternativa para a empresa em termos de Produto, Preço, Ponto de Venda e, também, Propaganda e Promoção. Tais componentes, chamados Composto ou Mix de Marketing* (4 P’s), representam as quatro principais variáveis de atuação do marketing. Assim, podemos dizer que a estratégia mercadológica do composto de marketing refere-se ao conjunto de variáveis controláveis que a empresa pode usar para influenciar as respostas dos consumidores (TUPINIQUIM; FREITAS,1999). Dessa forma, temos: Produto: inclui a definição dos produtos/serviços que serão desenvolvidos e/ou vendidos pela organização. Neste caso,conforme vimos na exposição anterior, há a presença da pesquisa mercadológica, abrangendo todas as formas de análise que investiga as necessidades e desejos dos clientes que constituem o mercado da empresa. Inclui também o planejamento de produtos, sua administração e a definição das suas características, tais como o seu desenho, tamanho, cor, tipo, marca,embalagem, rótulo, garantia e assistência técnica; Preço: envolve a determinação de um valor que deve estar em consonância com o mercado e que possa atender de forma justa e ética às necessidades do consumidor, sendo neste momento que a empresa define suas margens de lucro. Devemos lembrar, ainda, que a política de preço ajuda a posicionar os produtos no mercado; Promoção (comunicação): a política de comunicação é uma das variáveis mais importantes do Mix de Marketing, já que se refere àquelas estratégias que procuram tanto elevar a notoriedade dos produtos e das marcas como acelerar as suas vendas em ocasiões especiais. Por meio de campanhas promocionais, a organização consegue, inclusive, criar entre um público-alvo a necessidade pelo consumo de determinado produto/serviço. Neste momento, o administrador precisa decidir que apelo deve ser dado à campanha, além de tomar decisões sobre as estratégias de publicidade adequadas, relações públicas e promoções necessárias, e qual a verba e os veículos de comunicação que serão usados para atingir o consumidor; e Ponto de Venda (distribuição): a área de marketing da organização deve definir a política de distribuição dos seus produtos, o canal ideal que irá utilizar para levar o produto até o consumidor, além do número e o tipo de intermediários necessários ou depósitos estratégicos (como distribuidores) e, também, o transporte ideal, sempre com o objetivo de distribuí-los de forma econômica e rápida. Lembre-se, é essencial que os produtos e serviços sejam colocados à disposição do cliente em pontos de vendas de fácil acesso. Temos aqui o chamado Mix de Mercado, ou 4 P’s. No entanto,você deve saber que atualmente há obras sobre o assunto que já tratam dos 7P’s ou 9 P’s. Desse modo, os 4 P’s já viraram 7 P’s para a área de serviço e 9 P’s para o turismo; e, talvez, novos P’s aparecerão em breve (SÁ, 2006). Os 4 P’s que vimos agora são os mais aplicados nos planos de marketing dentro das organizações, foram formulados no início da década de 60 do século XX pelo professor Jerome McCarthy. Mas, existem ainda os fatores não controláveis, os quais também devem ser considerados no contexto global de marketing. Tais variáveis referem-se, basicamente, ao conjunto de elementos e condições demográficas, econômicas (como a renda), políticos-legais (como as políticas de câmbio e as leis que regulamentam as vendas e os preços), socioculturais (por exemplo, o papel da mulher na sociedade),ambientais e tecnológicas (como, por exemplo, o poder da Internet), todas com força para influenciar as atividades de marketing. Verificamos, então, que o processo de marketing consiste, principalmente, no esforço organizacional de equilibrar forças altamente conflitantes: temos, de um lado, os fatores internos, que a organização pode manipular diretamente e, do outro, existem as forças externas,sobre as quais as organizações podem, algumas vezes, influenciar, mas de forma limitada. Por isso, compreendemos que deve existir uma perfeita dosagem entre os esforços do administrador de marketing em oferecer um produto/serviço ao mercado para que o resultado seja favorável. E, para complicar a situação, como já dizia o grande mestre, a atual realidade de mercado revela que é cada vez mais difícil agradar os clientes que querem produtos e serviços superiores, adaptados às suas necessidades, fornecidos com rapidez, pelos menores preços e com serviços adicionais gratuitos, especialmente porque os clientes já não são tão leais como antes, possuindo múltiplas alternativas no mercado, ao mesmo tempo em que fica cada vez mais fácil às concorrentes igualarem seus produtos (KOTTLER, 1998). Desse jeito, concluímos que a qualidade já não faz mais a diferença. O importante agora é constantemente agregar valores ao produto/serviço que, muitas vezes, são intangíveis, tais como a disponibilidade de facilidades na negociação, empatia com o cliente, fornecimento rápido de informações adequadas ao consumidor e o desenvolvimento de um serviço pós-venda eficaz. Pudemos concluir que, para decidir sobre o mix de mercado mais adequado à organização, o administrador precisa conhecer detalhes sobre cada um dos quatro compostos de marketing (Produto, Preço, Promoção, Ponto de Venda), como também sobre variáveis não controláveis do ambiente externo. 4.4 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA: VISÃO SISTÊMICA A Função Financeira é vista como uma das mais complexas e delicadas do contexto organizacional, já que trata da análise e solução de problemas associados à aquisição, conservação e uso eficientes dos seus recursos financeiros (o dinheiro!). Assim, nessa área os gestores precisam tomar decisões de investimentos, de distribuição de lucros e de financiamento, sempre com foco nos objetivos organizacionais. Podemos visualizar a Função Financeira, de acordo com o sistema a seguir (figura 7): Conforme observamos na figura 7, para iniciar suas atividades, o sistema financeiro necessita obter informações, tanto internas como do ambiente externo, especialmente aquelas que afetam diretamente o fluxo de fundos da empresa. Devemos lembrar, então, a importância dos planos oriundos das outras áreas funcionais da organização para se fazer o planejamento financeiro, já que a maioria desses planos requer o uso de recursos financeiros para serem executados. As outras áreas, você lembra, são marketing, recursos humanos e produção. O planejamento financeiro conta, ainda, com a presença do orçamento financeiro, cuja preparação exige a participação de todas as demais funções organizacionais, cabendo à função financeira apenas a consolidação das partes elaboradas. Com a consolidação é dado ao orçamento um equilíbrio de receita e despesa. A economia e a política também têm forte influência sobre o sistema financeiro de uma empresa, pois são responsáveis pela elaboração de políticas, leis e regulamentos que regem o mercado financeiro. Finalmente, por ser a maior origem de recursos de uma organização, o mercado de capitais também é uma importante fonte de informações para que o processo financeiro possa iniciar devidamente suas atividades. A figura 7 revela que o núcleo do sistema financeiro é formado por decisões relacionadas a três áreas distintas: fontes de fundos: quando a empresa não gera fundos suficientes a partir das suas vendas, o gerente financeiro precisa buscar recursos externos. Assim, podemos dizer que uma organização pode ter duas fontes de recursos: a de terceiros (empréstimo de capital de terceiros e emissão de debêntures) e a fonte de capital próprio (uso de incentivos, emissão de títulos ao investidor, retenção de lucros e depreciação do ativo fixo); aplicação de recursos: para aplicar recursos, o gestor financeiro enfrenta restrições regulamentares, competitivas e impostas pelas fontes de fundos propriamente ditas. Ainda, o dilema enfrentado pelo administrador financeiro exige dele especial atenção à natureza exata de cada um dos investimentos ou uso dos fundos que ele autoriza, já que: se, por um lado, toda empresa precisa de suficiente liquidez para manter um bom crédito na praça, e esse objetivo está relacionado com os pagamentos das obrigações, por outro, o uso do capital para aumentar a liquidez pode resultar na perda de lucros; e Pagamento de dividendos*: se uma empresa quer fazer com que suas ações permaneçam atrativas como investimento, deve desenvolver uma política de dividendos, aspecto não favorável para ela, já que constitui um fluxo de dinheiro que, consequentemente, reduz os fundos disponíveis para outros depósitos. Vale dizer, ainda, que o processo orçamentário não é estático, mas sim dinâmico, sendo importante definir um sistema de controle próprio, que permita a análise das causas de variações entre valores, reais e orçados, com a apresentação de relatórios. Como saída do sistema financeiro de uma empresa, podemos apontar a maximização da riqueza dos seus proprietários, ou seja, a maximização do valor de mercado das suas ações. Por outro lado, uma organização precisa também mostrar a sua capacidade de liquidar suas obrigações e, já que vivemos em um mercado bastante instável, podemos concluir que é um grande desafio ao administrador manter a Função Financeira em equilíbrio. Você pode compreender a Função Financeira, com base na abordagem sistêmica. A partir dessa visão, você pode identificar os elementos de entrada, as áreas que envolvem suas principais decisões e, finalmente, o seu principal objetivo, que é, em síntese, ser bem sucedido no enfrentamento do conflito entre rentabilidade e liquidez. Administração financeira e orçamentária: as decisões O administrador financeiro está constantemente preocupado em obter a quantidade necessária de capital para o bom funcionamento da sua organização e, se não bastasse, precisa encontrar meios de multiplicar e conservar esses recursos. Na busca por tais objetivos, os gestores precisam tomar uma série de decisões importantes, especialmente relacionadas a financiamento, investimento e distribuição de dividendos, detalhadas a partir de agora. Decisão de financiamento: uma das atribuições do gestor financeiro é selecionar a origem dos recursos que financiarão as atividades da empresa. Para tanto, ele precisa considerar o retorno desejado pelos acionistas, o risco associado a cada estrutura alternativa de capital e o custo do capital de terceiros. Decisão de investimento: o administrador precisa, também,decidir a respeito de novos investimentos, isto é, sobre a alocação de recursos financeiros para projetos de investimento com benefícios futuros, que, só por esse motivo, envolvem risco. Em decisões dessa ordem, há 2 componentes essenciais: os lucros esperados e o risco incremental que eles representam para a empresa. Cabe, ainda, ao administrador financeiro a responsabilidade da gestão dos diversos tipos de ativos da empresa. A maior parte de seu tempo é tomada por decisões envolvendo os ativos correntes* como, por exemplo, concessão de maior ou menor prazo de pagamento aos clientes e o custo cobrado nessas operações. Embora o ativo imobilizado* envolva grandes somas de recursos organizacionais, este não ocupa tanto o dia-a-dia do administrador financeiro, sendo mais esporádicas decisões voltadas à gestão dos mesmos. Os fundos investidos na empresa devem girar regularmente de forma a permitir o desempenho das atividades operacionais. Deve-se tentar compatibilizar volumes e custos do contas a pagar e contas a receber do negócio, bem como disponibilidades de caixa e nível de estoques,de forma a não comprometer em demasia o capital de giro da empresa. Decisão sobre distribuição de dividendos: esse tipo de decisão está relacionado à quantificação do percentual sobre os lucros a ser distribuído aos acionistas na forma de dinheiro, na determinação do montante de apropriado de dividendos a ser distribuído a cada acionista, na distribuição de bonificações e na recompra de ações. Devemos ter em mente que, quanto maior for o percentual de lucros distribuído aos acionistas na forma de dividendos, menor será o montante dos lucros reinvestidos no negócio, devendo tais decisões guardarem coerência com o objetivo de maximização da riqueza dos acionistas. O quanto será distribuído aos acionistas deve ser compatível com uma maior ou menor necessidade de financiamento das atividades da empresa. Dessa forma, a política de distribuição de dividendos está diretamente relacionada com a política de financiamento das atividades da empresa. A Administração Financeira está relacionada à tomada dos 3 tipos de decisão, anteriormente mencionados, que, em conjunto, determinarão o valor de mercado da empresa. Assim, para apoiar na tomada dessas decisões, a organização conta com uma série de atividades especializadas, tais como as de tesouraria, as de controladoria financeiros. e auditoria, além da diretoria financeira e dos comitês 4.5 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A área de recursos humanos (RH) de uma empresa pode ser considerada peça Chave para o sucesso de uma organização, já as pessoas constituem a sua maior riqueza. As pessoas levam consigo os recursos organizacionais mais importantes que podem existir: inteligência, experiência, conhecimento, inspiração e criatividade. Para completar, em tempos de competição acirrada, o segredo é posicionar a pessoa certa no local certo, para que se possa obter a tão desejada vantagem competitiva. Podemos compreender, então, que a função de RH está intimamente relacionada às demais áreas funcionais da organização, devendo se adaptar às suas necessidades. No entanto, lembre que o tamanho e a importância dada à unidade de RH de uma empresa depende, basicamente, do seu porte, daquilo que produz, da importância da afiliação do funcionário na empresa e do know-how* usado na produção. 4.5.1 O processo de Gestão dos Recursos Humanos Assim, a primeira etapa do processo de administração de RH é justamente planejar sobre a necessidade e a qualidade adequadas do pessoal para atuar nos mais diversos setores organizacionais. O administrador verifica se há necessidade de recrutar alguém ou se é preciso desligar algum funcionário do quadro. Outra atividade importante desse processo é o treinamento, cuja necessidade pode surgir quando se faz a seleção de um candidato ou quando se avalia o desempenho dos funcionários. Finalmente, a avaliação de desempenho funcional conduz à aplicação de recompensas, podendo acontecer de várias formas, como veremos mais adiante. Veja, então, o processo completo por meio da figura 8: A figura 8 nos permite analisar a área funcional de (RH) com mais detalhe, desde a primeira etapa do processo, com a aquisição de informações oriundas tanto do ambiente interno como externo à organização, até a última, quando são coletados os frutos do seu funcionamento que são, basicamente, a eficiência e a eficácia organizacional, além da satisfação dos clientes internos e externos. Há, portanto, uma série de fatores que influenciam o bom desempenho da administração de pessoal em uma organização. Inicialmente, podemos dizer que, para desempenhar sua função de maneira adequada, o gerente de RH deve lidar com um conjunto de questões relevantes, quais sejam: identificar as necessidades em termos de pessoal das áreas funcionais da organização; escolher o candidato mais adequado para ocupar determinada função; administrar demissões; poder aumentar o nível de lealdade e motivação do empregado; encontrar a melhor maneira de avaliar o desempenho de cada indivíduo; definir uma equipe bem treinada para atuar com alta qualidade e produtividade; garantir a saúde física e mental da força de trabalho; e acompanhar as regulamentações que afetam as práticas da administração de pessoal. Diante desse quadro, apontamos o planejamento de RH como a essência do processo de administração de pessoal. O planejamento acontece, assim, em três estágios: planejamento, programação e avaliação (BATEMAN; SNELL, 1998). Na primeira etapa, os administradores precisam conhecer os planos de negócios da organização, com o objetivo de fazer a previsão de demanda* e de suprimento de mão de obra*. Afinal, é preciso tomar conhecimento sobre fatos relacionados ao direcionamento planejado para a empresa, além das expectativas em relação ao crescimento futuro. Após, o gestor precisa fazer uma programação das atividades relacionadas à: recrutamento, treinamento e demissões. Finalmente, é preciso definir como as atividades de recursos humanos serão avaliadas, etapa importante já que permite verificar se elas estão produzindo os resultados esperados. A seguir, você conhecerá mais detalhadamente cada uma das atividades que compõem o processo de administração de pessoal. Você conheceu a Função de Recursos Humanos com base no funcionamento do processo de administração de pessoal. Neste contexto, aprendeu que o planejamento de RH constitui-se a essência desse processo administrativo, já que identifica ações relativas ao planejamento da mão de obra necessária, faz a programação das atividades de recrutamento, demissões e treinamento e, finalmente, faz o planejamento das atividades de avaliação de desempenho dos funcionários. 4.5.2 Principais funções A exposição anterior permitiu que você estudasse como se desenvolve o processo de administração de recursos humanos de uma organização; a partir de agora, será capaz de analisar cada um dos seus estágios. Além dessa oportunidade, saiba que, ao longo do curso, você terá um rol de disciplinas específicas sobre a área de RH. Então. Então as principais funções de Recursos Humanos são: 1) Planejamento de Recursos Humanos 2) Composição do Quadro 3) Desenvolvimento do quadro 4) Desligamento 1-Planejamento de recursos humanos: ao desenvolver esta função, o administrador de RH deve delinear planos que definam como, onde e quando conseguir o tipo e a quantidade certa de pessoas, para o local certo no tempo certo, sempre considerando as necessidades e os objetivos da organização. Por isso, o planejamento de RH é realizado em três etapas, a saber: avaliação do quadro atual; avaliação das necessidades futuras de RH; e desenvolvimento de um programa para satisfazer necessidades futuras de RH (ROBBINS, 2005): Avaliação do quadro atual: em geral, é iniciado com uma análise de cargos, quando se coletam informações tanto sobre deveres como de responsabilidades inerentes ao desempenho das funções (descrição do cargo). Após, faz-se o levantamento das qualificações exigidas para ocupar os cargos (especificação do cargo). Essa etapa é importante também para se definir a composição e o desenvolvimento do quadro organizacional. Além disso, serve como base para avaliar o desempenho do funcionário, mantendo-o esclarecido a respeito das suas responsabilidades (BATEMAN; SNELL, 1998). Avaliação das necessidades futuras de RH: observando os objetivos e estratégias da organização, além dos seus níveis de produtividade e das possibilidades de demanda por produtos/serviços, o administrador de RH tem condições de fazer previsões de suprimento da mão de obra. Por exemplo, se a sua empresa consegue elevar a produtividade em função do uso de novos computadores e sistemas, é possível que haja necessidade de redução do quadro. Programação: tendo em mãos os resultados das etapas anteriores, o administrador pode fazer programações para recrutar novos funcionários, realizar treinamentos e, até, demissões. 2-Composição do quadro: aqui as atividades da área de RH concentram-se em realizar recrutamento, seleção e recolocação: Recrutamento: práticas e processos usados para atrair candidatos para as vagas existentes ou potenciais (LACOMBE; HEILBORN, 2006). O recrutamento pode ser tanto de candidatos internos como externos à organização. Vários métodos são usados para recrutá-los, tais como anúncios em mídia, informações em quadro de avisos ou em tabuletas na porta, agências de emprego, indicações, sites da Internet especializados em oferta e procura de mão de obra e head-hunter*. *Head-hunter – a função de um caçador de cabeças (head hunter, em inglês) é a de encontrar a pessoa certa para ocupar um cargo de alto nível em determinada organização. Seleção: por meio de instrumentos corretos, a organização pode decidir quais são os candidatos mais adequados que serão contratados. Tais instrumentos são, principalmente, as entrevistas, a análise de currículo, formulários de proposta de emprego, busca de referências, dinâmicas de grupo e testes psicotécnicos e de desempenho. Recolocação: é a ação de ajudar pessoas demitidas a se recolocarem em outra organização. 3-Desenvolvimento do quadro: para que a área de RH consiga desenvolver sua força de trabalho, é preciso investir em programas de treinamento e realizar avaliações, como meio de obter dados sobre o desempenho do funcionário: Treinamento: é bem provável que você ou um amigo seu já tenha participado de algum curso de treinamento em informática. Programas de treinamento visam aprimorar as qualificações do funcionário no desempenho das suas funções, ou até prepará-lo para o desempenho de uma atividade nova. Outros indícios sugerem a necessidade de treinamento, tais como uma queda da produtividade de um funcionário, um aumento nas violações das normas de segurança ou nos acidentes, uma quantidade crescente de perguntas que os funcionários fazem no trabalho, além do aumento de reclamações dos clientes e/ou colegas (ROBBINS, 2005). Avaliação de desempenho: esta atividade permite que a administração de RH tome decisões a respeito de promoções, transferências e demissões de funcionários da organização. Basicamente, tanto resultados individuais como comportamentos e características individuais podem ser avaliados. Ainda, recomendamos a avaliação do desempenho de equipes, já que atualmente é cada vez mais comum as organizações se estruturarem em equipes. 4-Desligamento Devido a mudanças no mercado, novas tecnologias, competição ou fusões, os gerentes podem precisar reduzir o estoque de mão de obra na organização, praticando o desligamento. As opções de desligamento são as seguintes: 1. Demissão ou rescisão permanente e involuntária do contrato de trabalho. 2. Dispensa temporária ou rescisão temporária e involuntária do contrato de trabalho. 3. Contenção ou não preenchimento de vagas criadas. 4. Transferências ou mudança de funcionários para cargos laterais ou inferiores. 5. Empréstimos externos ou fornecimento de serviços temporários para outras empresas. 6. Redução da semana de trabalho, por compartilhamento de cargos ou desempenho em tempo parcial. 7. Aposentadoria voluntária por meio de incentivos a funcionários veteranos para que se aposentem. Hoje, o senso comum é de que as pessoas constituem o bem de maior valor da organização, sendo o seu verdadeiro e único diferencial.Como consequência, a área de RH recebe um destaque cada vez maior,investindo de modo crescente nas atividades que desenvolve, sempre com o intuito de definir e manter um quadro de funcionários de alto nível. Afinal, como lembram Lacombe e Heilborn (2006, p. 240) [...] a sobrevivência e o progresso de uma grande empresa dependem, em grande parte da sua capacidade de selecionar, treinar e posicionar corretamente, no presente, as pessoas para atuar, no futuro, na administração superior da empresa, assumindo responsabilidades e agindo como uma equipe integrada. 4.5.3 Questões Contemporâneas de Administração de Recursos Humanos Esta seção aborda questões de recursos humanos comumente enfrentadas pelos gerentes. O Assédio Sexual Desde 1980, a legislação definiu assédio sexual como comentários sexualmente sugestivos, contatos indesejados, investidas sexuais, pedidos de favores sexuais e outras condutas verbais e físicas de natureza sexual. Esta definição inclui comentários ou comportamentos em um ambiente de trabalho que “possam ser razoavelmente considerados ou forem percebidos como hostis ou abusivos”. O assédio sexual intimida os funcionários, interfere no desempenho do cargo e expõe a organização a responsabilidade criminal. A administração pode reduzir o assédio sexual e proteger a empresa contra responsabilização criminal estabelecendo uma política formal quanto ao assédio sexual, esclarecendo os funcionários a respeito e aplicando a política. Papel das Organizações no Desenvolvimento da Carreira de um Funcionário O papel da administração no desenvolvimento da carreira passou de paternalista a apoiador. Hoje, o plano de carreira é algo que progressivamente está sendo realizado mais pelos funcionários do que por seus empregadores. Dessa forma, que responsabilidade tem a administração no desenvolvimento da carreira? Um programa de desenvolvimento progressivo de carreira que fornece apoio para os funcionários aprimorarem continuamente seu conhecimento, aptidões e habilidades, inclui os seguintes elementos: 1 Comunicação clara dos objetivos e estratégias futuras da organização. 2. Criação de oportunidades de crescimento. 3. Concessão de assistência financeira. 4. Concessão de tempo para os funcionários aprenderem. Você conheceu um pouco mais sobre os meandros do processo da administração de RH de uma organização. Neste contexto,você pode concluir sobre a importância em investir nas atividades de recrutamento, seleção, treinamento e avaliação de desempenho como meio para elevar a qualidade do desempenho funcional. A análise de cargos e a recolocação são também relevantes. 4.6 A TECNOLOGIA E OS PROCESSOS DE TRABALHO As empresas utilizam tecnologia para transformar insumos em produtos. Hoje, o termo é sinônimo de máquinas e equipamentos que utilizam eletrônica sofisticada e computadores. Desde a Revolução Industrial, a tecnologia passou a ser utilizada para aumentar a produtividade mediante a substituição do trabalho humano por máquinas na transformação de insumos em produtos. As principais áreas de aplicação da tecnologia são: Operações Atendimento ao consumidor Trabalho administrativo A tecnologia e os profissionais Os projetos de trabalho 4.6.1 A Tecnologia de Operações Os assuntos relacionados à tecnologia das operações são: projeto, produção, serviço de atendimento ao consumidor, distribuição, processos de aprimoramento contínuo e de reengenharia do trabalho. Projeto. A tecnologia revolucionou o projeto dos produtos. O desenho assistido por computador (ou CAD) permite aos engenheiros planejarem produtos, testá-los no monitor e até projetarem ferramentas para produzi-los. Produção. Nas últimas duas décadas, vários avanços tecnológicos reinventaram os processos industriais: a robótica, os sistemas just-in-time e os sistemas flexíveis de manufatura. • Robótica. No final dos anos 1970, as indústrias começaram a utilizar robôs para executar tarefas repetitivas nas linhas de montagem. Esses robôs básicos evoluíram para a robótica industrial – máquinas controladas por computador que manipulam matérias-primas e executam funções complexas. Atualmente os robôs servem de apoio a sistemas industriais complexos baseados em computadores. • Sistemas de Estoque Just-in-Time. Em um sistema de estoque Just-inTime (JIT), os itens de estoque chegam no momento em que são requisitados pelo processo de produção, em vez de serem armazenados. Os sistemas JIT japoneses são chamados kanban. A meta é eliminar estoques de matérias-primas por meio da coordenação precisa entre a entrega de suprimentos e a produção. As vantagens dos sistemas Just in Time (JIT) são: a redução de estoques redução do tempo de montagem, melhor fluxo de trabalho, ciclo de fabricação mais curto, menor consumo de espaço, e melhor qualidade. Porém, sem estoques, não há nenhuma folga no sistema para absorver materiais defeituosos ou atrasos nas remessas. Dessa forma, fornecedores de confiança são essenciais ao sucesso de um sistema de estoque JIT. • Sistemas Flexíveis de Manufatura. Sem utilizar torneiros qualificados ou ferramentas convencionais e sem atrasos dispendiosos para troca de moldes ou ferramentas, o sistema flexível de manufatura pode executar centenas de peças diferentes em qualquer ordem que a administração escolher. Esses sistemas integram desenho assistido por computador, engenharia e fabricação para produzir produtos em pequena escala a um custo comparável ao da produção em massa, revogando efetivamente as leis da economia de escala. Para produzir uma nova peça, a administração não precisa mudar as máquinas, mas apenas o programa do computador. Dessa forma, os sistemas flexíveis de manufatura agilizam a resposta da administração às necessidades específicas de cada cliente. 4.6.2 A Tecnologia no Atendimento ao Consumidor. Em consonância com o movimento da qualidade, a tecnologia pode revitalizar o atendimento ao cliente por meio da capacidade de localizar os clientes, monitorar os níveis de atendimento e ajudar os clientes a especificarem, adquirirem, ajustarem ou devolverem produtos. Os gerentes dispõem de três maneiras de utilizar a tecnologia para melhorar as estratégias de atendimento ao consumidor. a tecnologia pode personalizar o atendimento que foi previamente padronizado. a tecnologia pode ampliar o atendimento proporcionando aos clientes quando estes adquirem ou utilizam o produto. a tecnologia pode transformar o negócio por permitir que as organizações reinventem práticas fundamentais ao mesmo. Distribuição. As formas tradicionais de distribuição recorriam a agentes ou corretores de vendas, atacadistas e varejistas. As tecnologias de distribuição múltipla reduzem custos eliminando os intermediários, agilizando entregas, atendendo uma clientela muito diversificada. Os fabricantes podem alcançar diretamente os clientes com duas tecnologias de distribuição revolucionárias: compras pela televisão e compra eletrônica pela Internet. 4.6.3 Os Fluxos de Trabalho Administrativo No escritório , os documentos circulam de mesa em mesa à medida que os planos são aprovados, pesquisados, desenvolvidos, revisados, editados, corrigidos e finalmente aceitos e implementados. A automatização do fluxo de trabalho tem as seguintes vantagens: melhora o processo de criar e transferir documentos por meio da análise de como a informação segue seu curso através de uma organização, eliminação dos gargalos, reencaminhamento da informação, o software de fluxo de trabalho permite transmitir instantaneamente as informações para a mesa certa. Comunicações Internas. A informática organizações dando está à reformulando administração as mais comunicações poder para dentro das monitorar os funcionários e permitindo que os empregados saltem níveis hierárquicos. Dois desenvolvimentos mais decisivos na tecnologia da informação são: a digitalização e, a ligação sem fios. As informações podem ser digitalizadas e utilizadas em um sistema capaz de agilizar a comunicação entre gerentes e funcionários. A combinação entre digitalização e redes sem fios pode revolucionar as comunicações internas. Não tendo mais de estarem confinados às suas mesas de trabalho com os computadores plugados, os funcionários poderão ser acessíveis a qualquer hora ou lugar. Tecnologia de Apoio a Tomada de Decisões. Sistemas de apoio à decisão incluem: sistemas especialistas, redes neurais, groupware e softwares para solução de problemas específicos. Os sistemas especialistas utilizam software programado com a experiência de especialistas humanos na análise e resolução de problemas não estruturados. As redes neurais utilizam software para imitar a estrutura do cérebro para discernir padrões e tendências muito complexas para os seres humanos. Groupware é um termo utilizado para descrever softwares que facilitam a interação grupal e a tomada de decisões. Os softwares para solução de problemas específicos ajudam os gerentes a realizar seus trabalhos com mais eficácia. Resumo Finalmente, ao longo das demais exposições a intenção foi fazer com que você conhecesse as cinco principais áreas funcionais de uma organização. Em uma empresa existem as funções administrativas e as funções técnicas. As funções administrativas estão inseridas em todas as funções técnicas, ou seja, todo administrador seja ele da área de produção ou marketing, precisa Planejar organizar, liderar e controlar. Henri Fayol foi o primeiro teórico a separar as funções administrativas das funções técnicas. As estruturas organizacionais são importantes para a organização da empresa. Quando você pretender entender como funciona uma determinada empresa, solicite o organograma.A estrutura é o desenho de uma organização. As áreas técnicas dentre elas a Produção que envolve a forma como uma empresa produz é composto pelo Planejamento e Controle e a engenharia do produto e do processo. A área de Marketing envolve duas áreas básicas: a pesquisa do mercado e as estratégias de marketing. A área Finanças que envolve o planejamento financeiro; O investimento de recursos e as formas de financiamento desses recursos. A áreas de Recursos Humanos que envolve o planejamento, a busca, a seleção, o treinamento das pessoas que colaboram com a organização e a Tecnologia que evoluiu muito rapidamente nas últimas quatro décadas que mudou a forma como as pessoas trabalham. Exercícios de aprendizagem 1. Quais os pressupostos dos estudiosos da Administração Geral sobre as organizações? 2. Descreva e explique cada uma das funções administrativas; 3. O que são decisões estratégicas? E decisões operacionais? 4. Quais os elementos importantes na definição da estrutura da empresa? 5. Qual a relação entre a estrutura burocrática e a matricial? 6. Quais os fatores importantes de localização de uma unidade fabril? 7. Quais as atividades da engenharia do produto e do processo? 8. Para você, qual é a importância de um cadastramento de clientes para uma empresa? O que a organização poderia fazer com dados desse tipo? 9. Uma das maiores dificuldades da administração financeira é compatibilizar o aspecto liquidez com rentabilidade. Qual a sua opinião sobre o assunto? 10. Você acha que a avaliação do funcionário após o período de experiência deve servir para puni-lo (quando está aquém das expectativas) para premiá-lo (quando está além) ou para outras finalidades (quais seriam elas)? 11. Pesquise e descreva um tipo de tecnologia utilizada nos escritórios. 12. Por que a tecnologia mudou o modo como as pessoas trabalham? BIBLIOGRAFIA ROBBINS, Stephen P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2005. PORTER, Michael E. 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