Modelo de Diário - BVS MS

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Convênio: Ministério da Saúde/Fundep – Universidade Federal de Minas Gerais
Programa VIVA LEGAL/TV FUTURA
Tema: Rubéola: Risco que as gestantes não precisam correr
RUBÉOLA
Ao longo de sua evolução o ser humano desenvolveu meios de defesa
eficientes contra diversas doenças. Estes meios de defesa, em conjunto, são
chamados de sistema imunológico (da palavra imunizar : tornar imune, defender);
ele é capaz de reconhecer muitos agentes infecciosos (como bactérias, vírus e
fungos) e destruí-los. O sistema imunológico de um adulto sadio — ou mesmo o de
uma criança — reage ao entrar em contato com microorganismos, inicialmente
identificando-os como hostis ou não, e reagirá conforme este reconhecimento. Caso
o invasor seja considerado hostil, haverá um alarme por todo o corpo e o sistema
mobilizará recursos para destruí-lo, criando anticorpos específicos.
Cada invasor hostil será memorizado e combatido instantaneamente. O
processo inicial de reconhecimento de um invasor hostil demora algum tempo e,
neste período, o invasor pode se multiplicar e se fortalecer. Assim, em algumas
doenças, como sarampo, caxumba e rubéola, os sintomas aparecem em geral
apenas uma vez, imunizando a pessoa contra cada uma delas. A aparência de que
estas doenças são provocadas por agentes infecciosos benignos, o que as tornam
doenças simples, em geral de auto-cura, é devida à capacidade de nosso sistema
imunológico reconhecer e destruir seus causadores. A fragilidade ou o mau
funcionamento do sistema imunológico pode tornar estas doenças perigosas e de
difícil cura.
O sistema imunológico humano se desenvolve tardiamente, e seu
desenvolvimento se completa após o nascimento. Durante a gestação, o feto é
protegido pelo sistema imunológico da mãe e, após o nascimento, a criança recebe
através do leite materno uma série de meios de defesa contra as agressões do
ambiente. O contato com o meio ambiente irá estimular suas defesas orgânicas e
desenvolvê-las plenamente.
Assim, algumas doenças de fácil tratamento, mesmo em crianças pequenas,
podem ter efeitos catastróficos em um feto em formação, pois seu sistema
imunológico ainda não está plenamente capacitado a combatê-las.
A rubéola é uma dessas doenças que, em mulheres grávidas, prejudicam o
desenvolvimento do feto, gerando más-formações (quando afeta a mulher até o
terceiro mês da gestação) e até o aborto.
O que está em discussão
Sarampo, caxumba e rubéola são doenças simples, mas que podem gerar
seqüelas (conseqüências) principalmente nos organismos mais frágeis e
desnutridos. As conseqüências mais comuns são as pneumonias, pós-sarampo (a
mais grave), pós-rubéola e a orquite (inflamação do testículo) pós-caxumba.
Em geral a rubéola não causa maiores transtornos, apenas obriga o doente a
ficar em repouso; seu maior perigo está em atacar gestantes.
A rubéola é uma doença viral, contagiosa e benigna — ou seja, na imensa
maioria dos casos não deixa seqüelas nem mata. Atinge crianças entre 5 e 9 anos
de idade, mas pode também acometer adultos. A pessoa só pode ter rubéola uma
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vez, pois o próprio organismo infectado cria anticorpos que a protegem para sempre
de outro ataque, tornando-a imune à doença.
O grande grupo de risco para a rubéola, no qual a doença pode ser um
problema grave, são as gestantes, e isto em função dos danos que causa ao feto em
formação.
A rubéola é uma doença infecciosa que se transmite da mesma forma que
uma gripe. O vírus sobrevive na saliva e nas secreções nasais e, através da tosse
ou da respiração, é transmitido para outras pessoas. Esta forma de transmissão
facilita o contágio em creches e escolas, e é preciso ficar atento aos sintomas da
doença.
Os sintomas da rubéola aparecem sob a forma de manchas vermelhas no
rosto, que se espalham pelo corpo e coçam; um pouco de catarro; gânglios doloridos
atrás das orelhas; dores nas juntas das mãos e outras. Estes sintomas são
inespecíficos, ou seja, eles podem ser confundidos com os sintomas de uma série
de outras doenças, tais como gripe, sarampo, escarlatina e dengue. Por isso, o
diagnóstico definitivo da rubéola é feito através de um exame de sangue.
Não existe um tratamento clínico para rubéola, pois o próprio organismo
produz anticorpos que, alguns dias depois, promovem a cura e imunizam o doente
para sempre.
A rubéola é uma doença transmissível de uma pessoa para outra, e o doente
deve ser isolado de aglomerações para evitar sua propagação. Um grande problema
é que, às vezes, o portador tem a doença e não apresenta nenhum sintoma,
contaminando as pessoas com que convive.
O grande risco da rubéola está na gravidez: a gestante que contrai a rubéola
apresenta grandes riscos para o feto. Até os 3 primeiros meses de gravidez pode
abortar, ter parto prematuro ou a criança pode nascer morta. O feto pode apresentar
a síndrome da rubéola congênita, que se caracteriza por má-formação e uma série
de males que podem acometer a criança, como cegueira e surdez.
As crianças com a síndrome da rubéola congênita muitas vezes não
apresentam sintomas e, por isso, é importante que qualquer criança suspeita de
estar com esta síndrome seja submetida ao exame competente, pois existirá o risco
de transmitir a rubéola até um ano de idade.
Como se trata de uma doença contagiosa, a vacinação é o principal meio de
controle. Apesar de existir uma vacina específica para a rubéola, a mais usada é a
tríplice viral, que também imuniza contra a caxumba e o sarampo, e deve ser
aplicada a partir de 15 meses de idade.
A vacina atua pela introdução no organismo do vírus enfraquecido. Este não
consegue provocar a doença, mas é suficiente para que o sistema imunológico
desenvolva anticorpos que irão evitar a rubéola pelo resto da vida.
Antes de engravidar, a mulher precisa saber se está ou não imunizada contra
a rubéola, via vacina ou imunização natural (ter contraído anteriormente a doença).
Caso não esteja imunizada, a vacina só pode ser tomada pelo menos um mês antes
de a mulher engravidar, pois mesmo os vírus enfraquecidos da vacina podem trazer
complicações durante a gravidez.
Como se trata de uma doença infecciosa, é preciso que haja comunicação
dos casos de rubéola às autoridades de saúde, para evitarem-se epidemias. Neste
aspecto, a participação da comunidade é da maior importância: como a maioria dos
casos da doença evolui de forma benigna, não chegando a passar pelo sistema de
saúde, as autoridades de saúde pública deixam de receber informações importantes
para o combate e a erradicação de um eventual surto de rubéola. Esta informação,
portanto, deve vir através dos serviços de saúde que servem a comunidade.
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