Resumo: Nesse texto pretende-se compreender como, atualmente, se manifesta a relação dos mapuche com sua filosofia social (mapuche rakizuam). Veremos como mesmo num contexto de profundas transformações, o pensamento próprio ontínua fazendo sentido e intensificando a vida das pessoas mapuche. O que será abordado a partir da análise de casos de pessoas que, durante a segunda metade dos anos 1960, se deslocaram desde um espaço territorial (fütal mapu) para outro e que aqui aparecem guiando nossa reflexão. A abordagem proposta para esta pesquisa implicou o tratamento das principais categorias da filosofia mapuche, tanto aquelas relativas a seus princípios fundacionais, como as que se relacionam com a espacialidade. Procura-se expor um esquema geral disponível para a interlocução com futuros estudos sobre a temática. Da mesma maneira que, numa tentativa de construir generalização, se propõe à filosofia social ou sociocosmologia mapuche nomes que contêm uma forte ênfase religiosa; centrada na vida e suas inter-relaciones, onde os cerimoniais constituem um vínculo inevitável; além de um componente ético moral que é sua principal consequência. Em todo o trajeto de escrita procura-se demonstrar como, a pesar das mudanças que afetaram drasticamente a existência dos mapuche, chegando hoje em dia a se colocar em xeque sua sobrevivência, ainda persiste uma reflexão própria que permanentemente luta por se fazer visível. Palavras Chaves: Etnofilosofia, Espaço, Índios Mapuche