Espécime de toloache do mercado de Sonora (2004) Datura stramonium L. (SOLANACEAE) Datura stramonium L. (SOLANACEAE) Nome Vernáculo: Toloache DESCRIÇÃO: Erva das regiões tropicais, cresce silvestre também na Europa e na Ásia. As folhas de recorte característico têm odor fétido. As flores, de corola em forma de campânula violácea, são terminais. O fruto é uma cápsula verde espinhosa onde se alojam as sementes PARTES UTILIZADAS: Folhas e sementes PROPRIEDADES E INDICAÇÕES: Sedativa, antiespasmódica, antiasmática e imunizante. Dores reumáticas e hemorróides PREPARAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: As sementes aplicam-se em emplastros ou sob a forma de alcoolato em fricções contra as dores reumáticas e hemorróides. As folhas fumam-se como preventivo de ataques de asma OCORRÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Existe em todo o México sob a forma silvestre. Habitat: Zonas temperadas e tropicais do Hemisfério Norte INFORMAÇÃO ADICIONAL: É tóxica e o seu uso deve ser muito controlado. Folhas e sementes de tlapatl (Aztecas) ou de toloatzin (Nahuas) mastigadas eram usadas em rituais mágico-religiosos pre-hispânicos, para provocar a embriaguês. Provocam alucinações e podem gerar estado comatoso. O cultivo da planta é proibido e as vendedoras informais do mercado de Sonora só a colhem a pedido de clientes Detalhe da folha e fruto de toloache Colectores: Isabel Madaleno Mercado de Sonora Resumo Etno-geográfico: Os vendedores informais, sobretudo mulheres, são normalmente também pequenos produtores de plantas medicinais. As mulheres cultivam as ladeiras do vulcão Popocatepetl, a Milpa Alta (sul do Distrito Federal), os vales de Puebla e viajam em grupo, duas ou três vezes por semana, para Ciudad de México, em transportes públicos que tomam nas primeiras horas da madrugada; cada vendedora faz-se acompanhar por um filho ou outro parente que a ajude a transportar mercadoria fresca, pesada, volumosa e vulnerável. A estas pequenas comerciantes informais (informais, porque não pagam licença de venda) só se lhes permite comercializar as suas espécies frescas à porta ou nas vizinhanças do mercado de Sonora, entre as 5 e as 10 da manhã, período a partir do qual devem retirar-se e ceder o espaço a comerciantes informais de outros produtos mais prestigiantes e de maior lucro, como é o caso do pronto-a-vestir. Este subsistema, ilegal em toda sua articulação, é controlado por um grupo de indivíduos com ligações políticas e administrativas pouco claras, mormente ao Governo do Distrito Federal. Comerciantes informais do mercado de Sonora (2004) Existe uma aceitação tácita desta situação, baseada numa cadeia de solidariedade que protege, ajuda e mantém este infra-mundo comercial, por sua vez controlado por uma gestão de espaços ilegalmente ocupados muito repressiva, que ninguém ousa questionar ou enfrentar. No interior do espaçoso mercado os comerciantes pagam taxas e vendem sobretudo espécies secas e mezinhas, excepto quando os informais, tendo de regressar, leiloam o remanescente das espécies frescas que ali deixam antes de voltar ao pueblo.