Instituições Políticas Brasileiras I O que é uma instituição? Nas Ciências Sociais quando falamos em instituições estamos falando de organizações ou mecanismos sociais que orientam a organização e o funcionamento da sociedade, sejam estas formais ou informais. As instituições de uma sociedade criam pré-disposições nos indivíduos que compõe o grupo que irão orientar suas ações mediante diversas esferas da vida. Portanto são responsáveis pela socialização e a forma de sociabilidade dos membros do grupo. Além disso, podemos dizer que as instituições são históricas: elas são localizadas no tempo e no espaço. Ou seja, para estudarmos uma instituição termos de ter claro seu tempo histórico e sua localização. Não podemos falar, por exemplo, em democracia como uma instituição do período colonial do Brasil, pois a democracia é uma instituição formal de outro momento histórico. As instituição estão inseridas em um contexto propício para seu surgimento e consolidação e, para que o estudo seja satisfatório, temos de ter isto em mente. Exemplos de instituições formais e informais Como foi explicado anteriormente, as instituições podem ser tanto formais como informais, igualmente importantes para a compreensão dos fenômenos sociais. As instituições formais são aquelas que estão regulamentadas e formalizadas do ponto de vista jurídico ou de organização interna de um grupo. A constituição no Brasil, por exemplo, formaliza diversas instituições regulamentando seu funcionamento de forma legítima. Um exemplo de instituição formal é a escola: uma instituição ligada à educação regulamentada e legitimada que organiza a mesma. As informais são organizações ou mecanismos que são considerados naturais pelo grupo/sociedade, porém que não tem e/ou não necessitam de formalidade. A família é uma instituição social que não necessita de formalização e que dita maneiras de comportamento socialmente aceitável. Política Política é uma palavra que deriva da polis, que eram às cidades estado gregas. Dessa forma, política, como substantivo ou adjetivo, remete portanto a polis: assuntos referentes a polis. Falar de política refere-se aos assuntos relativos à gestão. O termo também se refere a orientação das ações de um governo e também as relações de poder estabelecidas num grupo. Instituições Políticas São formas de organização e mecanismos (formais ou informais) que orientam o funcionamento da política. Órgãos permanentes por meio dos quais se exerce o poder político, as instituições políticas evoluíram de acordo com o grau de racionalidade alcançado pelos homens. Nas antigas civilizações orientais, em Roma e na Europa medieval, os sistemas políticos tinham como característica comum a personalização do poder, justificada por instâncias mágicas, religiosas ou carismáticas. Faraó egípcio, imperador romano ou rei cristão, o detentor do poder se confundia com o próprio poder. Sua justificativa era a força, traduzida pelo poder militar, poder de curar ou poder sobre as forças da natureza. Constantemente desafiado por aqueles que se julgavam possuidores das mesmas credenciais, o poder personalizado gerou a instabilidade política e o uso da violência como forma de solução de conflitos. No final da Idade Média, mudanças políticas, econômicas e sociais determinaram o surgimento de novas concepções sobre o estado. O progresso da burguesia e da economia favoreceu a centralização do poder nas monarquias absolutas. O estado tornou-se racional e suas estruturas se institucionalizaram, de acordo com as novas necessidades sociais. A vitória da burguesia sobre a sociedade feudal, na revolução francesa, desmistificou o poder por direito divino e consagrou o princípio da soberania popular. O povo, única fonte de poder, podia transferir seu exercício a representantes por ele eleitos. Os sistemas liberais, cuja representatividade era inicialmente restrita, aperfeiçoaram os mecanismos democráticos e, ao incorporarem o sufrágio universal, reconheceram de forma plena a igualdade de todos os cidadãos perante a lei. A institucionalização do poder exigiu a adoção de constituições que, como expressão da vontade popular, devem reger a ação do estado. Nos sistemas democráticos, a legitimidade do poder deriva de sua origem na vontade popular e de seu exercício de acordo com a lei. A doutrina da clássica divisão do poder político, elaborada por Montesquieu, é comum a quase todos os sistemas políticos dos estados modernos. O poder legislativo, formado por parlamentares eleitos pelo povo, elabora as leis e controla os atos do poder executivo; o executivo, também eleito pelo povo, executa a lei e administra o estado; o judiciário interpreta e aplica as leis e atua como juiz nos conflitos entre os outros poderes. A divisão de poderes ajuda a evitar o abuso de poder por meio do controle recíproco dos vários órgãos do estado. Nas modernas sociedades democráticas, além dos poderes institucionalizados existem organizações que participam do poder ou nele influem: partidos políticos, sindicatos de classe, grupos de interesse, associações profissionais, imprensa, freqüentemente chamada de quarto poder, e outras. Nos regimes totalitários, a existência de um partido único no poder diminui as chances de participação da sociedade nos assuntos políticos nacionais.