Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Unexpected Urine Drug Testing Results in a Hospice Patient on High-Dose Morphine Therapy 1 Gary M. Reisfield , Chris W. Chronister2, Bruce A. Goldberger2,3, and Roger L. Bertholf4* Resultados Inesperados de Testes de Drogas em Urina de uma Paciente de um Abrigo em Terapia com Alta Dose de Morfina Gary M. Reisfield1, Chris W. Chronister2, Bruce A. Goldberger2,3, and Roger L. Bertholf4* Afiliações dos Autores Departments of1 Community Health and Family Medicine; and4 Pathology, University of Florida Health Science Center, Jacksonville, FL;2 Department of Pathology, Immunology, and Laboratory Medicine; and3 Department of Psychiatry, University of Florida College of Medicine, Gainesville, FL. Envie correspondência para esse autor para: Department of Pathology, University of Florida Health Science Center/Jacksonville, 655 West 8th Street, Jacksonville, FL 32209. Fax 904-244-4290; e-mail [email protected]. DESCRIÇÃO DO CASO Uma mulher afro-americana de 41 anos de idade foi admitida em uma instalação de um abrigo para pacientes internos com câncer cervical inoperável avançado. A paciente estava passando por grave dor secundária à extensiva invasão do tumor local, metástases pélvicas ósseas, e úlceras de decúbito sacro. Sua dor foi tratada com um quadro de dose crescente de sulfato de morfina até que satisfatória analgesia foi alcançada com doses estáveis de uma combinação de sulfato de morfina de liberação controlada (MSContin®, Purdue Pharma LP) 400 mg oralmente cada 8 h, e sulfato de morfina de liberação imediata (MSIR®, Purdue Pharma LP), 180 mg oralmente cada 4 h, quando necessário para dor avançada (média de 2 a 3 doses por dia). A paciente passou por vários episódios de sangramento vaginal que ameaçaram sua vida para os quais ela foi hospitalizada para transfusões de hemácias e embolizações da artéria hipogástrica bilateral. Ela passou as 12 semanas finais de sua vida exclusivamente na unidade do abrigo para pacientes internos. Aproximadamente 3 semanas antes de sua morte, a paciente se submeteu a uma coleta de amostra da urina e análise da morfina e dos metabólitos. Análise do GC-MS revelou a presença de morfina assim como de pequenas quantidades de hidromorfona. A CONSIDERAR Por que os médicos usam monitoração das drogas da urina com pacientes que recebem analgésicos opióides? Quais são os metabólitos normalmente esperados da morfina? Essa paciente em terapia de alta dose de morfina usou hidromorfona? No contexto de um teste de drogas da urina positivo para hidromorfona numa paciente que recebeu apenas morfina, como alguém poderia distinguir entre adesão à morfina e administração não autorizada de hidromorfona? Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico DISCUSSÃO Durante as 2 últimas décadas, terapia analgésica opióide crônica (COAT) para dor não maligna crônica tem ganho crescente aceitação clínica. Uma consequência involuntária de práticas de prescrição de opióides mais liberais tem sido um dramático aumento no uso e afastamento dessas drogas. De acordo com o mais recente Levantamento Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde (1), o número de novos usuários do ano passado de opióides de prescrição foi de 2 147 000— mais do que o número de novos usuários de qualquer outra única classe de prescrição ou drogas ilícitas. Além disso, a maioria desses opióides se originou de prescrições médicas válidas. Por volta de 2002, opióides de prescrição superaram a cocaína e heroína como a causa principal de envenenamento por droga relatado nos atestados de óbito (2). Esse potencial para uso de opióides e afastamento é uma preocupação para os médicos que prescrevem essas drogas. Consequentemente, teste de drogas da urina está se tornando uma crescente parte comum do plano de tratamento de pacientes tratados com a COAT para dor crônica. Conhecimento do metabolismo do opióide é crítico para a correta interpretação dos testes de drogas da urina positivos para opióides em pacientes em COAT. Vários opióides prescritos produzem metabólitos que eles mesmos são opióides de prescrição, portanto a presença de um metabólito na urina pode refletir ou a conversão in vivo do opióide prescrito ou o uso não autorizado de um segundo opióide (Figura 1⇓ ). Alternativamente, algumas drogas, tais como heroína, não são detectáveis na urina devido ao seu rápido metabolismo; administração de heroína é determinada unicamente pela detecção dos metabolitos, 6-acetilmorfina e morfina. Visto que a presença dos metabolitos pode ser interpretada como uso não autorizado de opióides de prescrição e pode resultar em ações punitivas, incluindo perda de privilégios de opióides e exoneração da prática médica, é essencial que os clínicos interpretem corretamente os resultados de testes de drogas da urina. Levantamentos de médicos que pedem testes de drogas da urina em seus pacientes em COAT revelam, entretanto, que relativamente poucos clínicos estão cientes dessas conversões metabólicas (3). Figura 1. Metabolismo da codeína, morfina, e seus derivados. Demetilação da codeína e seus derivados é catalisada pela enzima CYP2D6. Heroína é sequencialmente desacetilada para morfina. Ela é primeiro hidrolisada para 6-acetilmorfina por colinesterases séricas, principalmente butirilcolinesterase (BuChE), e subsequentemente hidrolisada para morfina, principalmente por meio de esterases do fígado. As enzimas responsáveis pela conversão da morfina para hidromorfina, codeína para hidrocodona, e hidrocodona para dihidrocodeína não são mostradas. Cerca de 75% da morfina é conjugada pela enzima uridina-difosfato glicuroniltransferase. Números entre parênteses se referem às seguintes referências: Cone et al. (5); Hall et al. (7); Chronister et al. (8); Oyler et al. (9). Clinical Case Study Dihydrocodeine – dihidrocodeína Oxycodone – oxicodona oxymorphone - oximorphona minor – sem importância hydrocodone – hidrocodona Os metabólitos mais prevalentes da morfina de analgésicos opióides incluem o UGT2B7catalisado, farmacologicamente ativos 3- e 6-glicuronídeos, com vários metabólitos inativos ocorrendo em menores quantidades. O possível metabolismo da morfina para hidromorfona foi primeiramente relatado em 2006 por Cone et al., que realizaram um estudo no qual hidromorfona foi detectada em 10 dos 13 pacientes externos para os quais tinha sido prescrito morfina (limite do coeficiente hidromorfona : morfina 0.015–0.024) (4). Recentemente, o mesmo grupo mais uma vez demonstrou essa conversão metabólica em 34 dos 34 pacientes externos que foram administrados com terapia não especificada de “alta dose” de morfina ( limite do coeficiente da hidromorfona : morfina da urina 0.002–0.020) (5). Além disso, Wasan et al. (6) recentemente relataram dados sobre Estudo do Caso Clínico codeine – codeína hydromorphone – hidromorfona morphine – morfina 6-acetylmorphine – 6-acetilmorfina Heroin - heroína um estudo retrospectivo envolvendo 32 pacientes externos com prescrição de terapia de morfina. Esses investigadores testaram amostras de urina para hidromorfona usando GC-MS com um limite de detecção de 50 μg/L. Dos 32 pacientes externos, 21 produziram hidromorfona (limite do coeficiente da hidromorfona : morfina da urina 0.01– 0.06) (Ajay Wasan, comunicação pessoal, 17 de Outubro, 2008). Além disso, os investigadores testaram soluções com concentrações de mofina até 25 000 μg/L para determinar se hidromorfona poderia ser formada durante o processo cromatográfico de separação. Nessas soluções, hidromorfona não foi detectada. Ambos os grupos, entretanto, notaram a natureza provisional de suas descobertas por causa da possibilidade da hidromorfona urinária ter sido atribuída ao uso não autorizado do opióide. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Resolução do caso O regime analgésico do opióide dessa paciente foi administrado inteiramente — tanto no abrigo quanto no ambiente hospitalar — por um dos autores (GMR). Durante pelo menos os 6 meses finais da vida da paciente ela não recebeu opióide que não fosse sulfato de morfina. Ela também não recebeu nenhum inibidor ou substrato conhecido de citocromo P450 2D6 ou UGT2B7. Deve ser notado que nossa paciente requereu terapia analgésica opióide de altas doses — excedendo 1500 mg/dia de morfina. Embora não haja nenhuma “típica” necessidade analgésica de morfina, particularmente no contexto de cuidados de fim de vida, um estudo dos pacientes do abrigo descobriu que 90% foram tratados com ≤300 mg/dia de equivalentes orais da morfina (7). Aproximadamente 3 semanas antes da morte da paciente, uma amostra da urina foi coletada de um de seus tubos bilaterais de nefrostomia para determinação de concentrações de morfina e hidromorfona. A urina foi coletada num frasco de amostra padrão com nenhum preservativo, e foi armazenada a 2– 4 °C antes da análise. Na hora que a amostra de urina foi coletada, índices séricos da função renal e hepática estavam dentro dos intervalos de referência. Uma alíquota da amostra da urina foi sujeitada à extração de fase sólida sem hidrólise ácida ou enzimática, seguida por análise GC-MS. Morfina e hidromorfona foram quantificadas pelo uso de padrões internos deuteratados e uma curva de calibração de 5 pontos. O espectrômetro de massa foi operado no modo selecionado monitoração de íons, e a identificação da morfina e hidromorfona foi baseada nos coeficientes de íons (8). A concentração de morfina na amostra de urina era 171 000 μg/L, e a concentração de hidromorfona era 104 μg/L. O coeficiente hidromorfona:morfina era 0.0006. Diluição da amostra de urina (500×) foi necessá- ria para que a concentração de morfina caísse para dentro do limite de linearidade. Nessa paciente a possibilidade permaneceu de que a hidromorfona urinária fosse um contaminante na fabricação farmacêutica do sulfato de morfina em vez de um produto da conversão metabólica in vivo da morfina para hidromorfona. Para determinar a pureza da droga que está sendo administrada, comprimidos de MSContin® (sulfato de morfina, liberação controlada ) e MSIR® (sulfato de morfina, liberação imediata ) foram dissolvidos em 0.9% de salina, e nós reextraímos e analisamos a droga usando o mesmo procedimento usado para a amostra da urina. Deve ser notado que na presença de quantidades muito grandes de morfina, como encontradas nessas pilulas, a quantificação de quantidades de traços de hidromorfona é difícil devido à sobrecarga cromatográfica e seu impacto na resolução e identificação do analito. O limite de detecção para hidromorfona confirmou que a liberação imediata do sulfato de morfina (comprimido de 30-mg ) continha <0.0125 mg de hidromorfona, e a liberação controlada do sulfato de morfina (comprimido de 100-mg ) continha <0.125 mg de hidromorfona. Esses limites máximos de contaminação da hidromorfona correspondem aos coeficientes da hidromorfona:morfina da urina de 0.00042 e 0.00125 para as formulações de liberação controlada e imediata, respectivamente. Embora esses achados não eliminem a possibilidade de que a hidromorfona na urina dessa paciente fosse devido à contaminação do comprimido de morfina de liberação controlada, nós acreditamos que esse cenário seja improvável pelas seguintes razões: (a) nós não detectamos nenhuma hidromorfona nem nos comprimidos de morfina de liberação controlada e nem nos de imediata, (b) nós fomos incapazes de identificar qualquer relatório publicado de contaminação da hi- Clinical Case Study dromorfona de preparos de morfina farmacêutica, e (c) o coeficiente máximo possível da hidromorfona:morfina de 0.00125, embora maior do que o coeficiente encontrado Estudo do Caso Clínico em nossa paciente, era menor do que o coeficiente relatado em todos os outros relatos publicados, que abrangem dados de mais de 60 indivíduos. CONCLUSÕES Esse caso ilustra a aparição da hidromorfona como um produto metabólico sem importância da morfina na urina de uma paciente separada em terapia crônica com altas doses de morfina com nenhum acesso à hidromorfona. Nossos achados neste caso confirmam os achados de Cone et al. (4)(5) e Wasan et al. (6) Em pacientes que receberam terapia crônica de morfina, testes de drogas da urina que produzem morfina assim como pequenas quantidades de hidromorfona devem ser interpretados com cautela, porque a hidromorfona pode ser um produto metabólico da morfina em vez de um indicador de uso não autorizado do opióide. PONTOS PARA SEREM LEMBRADOS Pacientes que receberam morfina podem produzir pequenas quantidades de hidromorfona, improváveis de exceder 6% da concentração de morfina urinária. Concentrações mais altas provavelmente refletem a administração da hidromorfona. Conversões metabólicas semelhantes têm sido relatadas para outros opióides, tais como: • codeína → morfina, • codeína → hidrocodona (9), • hidrocodona → hidromorfona, • oxicodona → oximorfona. Sementes de papoula contêm pequenas quantidades de opiáceos e podem produzir resultados de testes de drogas da urina positivos para opiáceos e confirmações positivas para morfina e codeína. Heroína (diacetilmorfina) é rapidamente metabolizada para 6-acetilmorfina e então para morfina. Morfina pode ser o único opióide detectado na urina de usuários de heroína, embora também existam testes de screening para 6-acetilmorfina. Muitos médicos que pedem testes de drogas na urina têm insuficiente entendimento do metabolismo do opióide para interpretar corretamente resultados de testes de drogas da urina. Falta de conhecimento da conversão metabólica opióide pode resultar em falsas acusações de uso do opióide. Agradecimentos Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a)contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico (b)rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Nenhum autor declarou qualquer potencial conflito de interesse. Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. © 2009 The American Association for Clinical Chemistry Referências 1. Substance Abuse and Mental Health Services Administration (SAMHSA). Results from the 2007 National Survey on Drug Use and Health: national findings 2008:209 p. SAMHSA, Office of Applied Studies Rockville (MD). NSDUH Series H-34, DHHS Publication No. SMA08-4343. 2. Paulozzi LJ, Budnitz DS, Xi Y. Increasing deaths from opioid analgesics in the United States. Pharmacoepidemiol Drug Saf 2006;15:618-627. 3. Reisfield GM, Bertholf R, Barkin RL, Webb F, Wilson G. Urine drug test interpretation: what do physicians know?. J Opioid Manag 2007;3:80-86. 4. Cone EJ, Heit HA, Caplan YH, Gourlay D. Evidence of morphine metabolism to hydromorphone in pain patients chronically treated with morphine. J Anal Toxicol 2006;30:1-5. 5. Cone EJ, Caplan YH, Moser F, Robert T, Black D. Evidence that morphine is metabolized to hydromorphone but not to oxymorphone. J Anal Toxicol 2008;32:319-323. 6. Wasan AD, Michna E, Janfaza D, Greenfield S, Teter CJ, Jamison RN. Interpreting urine drug tests: prevalence of morphine metabolism to hydromorphone in chronic pain patients treated with morphine. Pain Med 2008;9:918-923. 7. Hall S, Gallagher RM, Gracely E, Knowlton C, Wescules D. The terminal cancer patient: effects of age, gender, and primary tumor site on opioid dose. Pain Med 2003;4:125-134. 8. Chronister CW, Gund AL, Goldberger BA. Rapid detection of opioids in vitreous humor by enzyme immunoassay. J Anal Toxicol 2008;32:601-604. 9. Oyler JM, Cone EJ, Joseph RE, Jr, Huestis MA. Identification of hydrocodone in human urine following controlled codeine administration. J Anal Toxicol 2000;24:530-535. Comentário Larry A. Broussard Afiliações dos Autores Department of Clinical Laboratory Sciences, Louisiana State University Health Sciences Center, New Orleans, LA. Envie correspondência para o autor para: Department of Clinical Laboratory Sciences, LSU Health Sciences Center, 1900 Gravier St., 10th Floor, New Orleans, LA 70112-2262. Fax 504-568-6761; e-mail [email protected]. Clinical Case Study O papel do laboratório no tratamento da dor combina aspectos de toxicologia clínica e do local de trabalho (detecção de drogas na urina ) e monitoração das drogas terapêuticas (medição das concentrações de drogas em pacientes atípicos, explicação dos resultados incomuns, e assim por diante ). Recomendações contidas em diretrizes da American Pain Society, the American Academy of Pain Medicine, e the American Society of Interventional Pain Physicians incluem o uso dos testes de drogas na urina para monitorar pacientes para confirmar tanto a conformidade quanto detectar o uso de drogas ilícitas ou não prescritas (1)(2). O profissional do laboratório pode desempenhar um papel chave no desenvolvimento e escolha dos painéis de drogas. Considerações incluem a medicação tomada (opióides/opiáceos), medicações potencialmente não prescritas e usadas (metadona, oxicodona, fentanil, benzodiazepinas, barbituratos), drogas ilícitas (anfetaminas, canabinóides, cocaína, fenilciclidina ), agentes que mascaram, metodologias disponíveis (screening do imunoensaio, confirmação cromatográfica ), e considerações técnicas (sensibilidade e especificidade Estudo do Caso Clínico analítica, interferências, concentrações separadoras ). Para se dirigir a esses artigos, os laboratórios podem oferecer vários painéis diferentes para drogas de tratamento da dor. Interpretação dos resultados dos testes das drogas é outro papel chave do profissional do laboratório no tratamento da dor. Interpretação frequentemente requer conhecimento do metabolismo das drogas, como ilustrado no caso apresentado por Reisfield et al., no qual eles demonstraram a aparente conversão metabólica da morfina para hidromorfona, um metabólito sem importância. Um exemplo do tipo de pensamento analítico crítico de que o cientista do laboratório pode contribuir para o tratamento da dor nesse caso é a eliminação de 2 potenciais fontes alternativas de hidromorfona: contaminação da morfina ingerida e geração durante os processos de detecção/extração. Conhecimento de farmacocinética, farmacodinâmica, farmacogenética, e os parâmetros analíticos dos métodos dos testes laboratoriais são importantes ferramentas utilizadas na interpretação dos resultados. Agradecimentos Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interesse: Emprego ou Liderança: Nada a declarar. Consultor ou Papel Consultivo: Nada a declarar. Posse dos Valores: Nada a declarar. Honorários: Nada a declarar. Fundo de Pesquisas: Nada a declarar. Testemunho Hábil: L.A. Broussard, Southern Nuclear, Birmingham, AL. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. Referências 1. Chou R, Fanciullo GJ, Fine PG, Adler JA, Ballantyne JC, Davies P, et al. Clinical guidelines for the use of chronic opioid therapy in chronic noncancer pain. J Pain 2009;10:113-130. 2. Trescot AM, Boswell MV, Atluri SL, Hansen HC, Deer TR, Abdi S, et al. Opioid guidelines in the management of chronic non-cancer pain. Pain Physician 2006;9:1-40. Comentário Douglas Gourlay1,2*, Howard A. Heit3 Afiliações dos Autores 1Pain and Chemical Dependency Division, Wasser Pain Centre, Mount Sinai Hospital, Toronto, Ontario Canada;2 Centre for Addiction and Mental Health, Toronto, Ontario Canada;3 Georgetown University School of Medicine, Washington, DC. Envie correspondência para esse autor para: Centre for Addiction and Mental Health, 33 Russell Street, Toronto, Ontario, Canada M5S 2S1. Fax 416-595-6821; e-mail [email protected]. Esse caso levanta várias questões interessantes sobre o papel clínico do teste de drogas na urina. Primeiro, é importante se distinguir entre teste clínico de drogas centrado no paciente, que é feito para o paciente com consentimento informado, e teste regulado ou forense de drogas, que é raramente realizado nos melhores interesses do paciente. Claramente, a estratégia do teste é diferente nessas 2 situações. Essa discussão do caso se aplica a todos os desafios tão familiares do cuidado do fim de vida como no caso de uma jovem mulher com câner cervical em estágio final. Embora seu histórico do caso esteja incompleto, é claro que ela tinha estado em um quadro crescente de morfina de liberação imediata e controlada para controlar a dor. A razão para se conduzir o teste das drogas não está clara, entretanto, e traços de hidromorfona na amostra da urina parecem conflitar com o plano de tratamento paliatvo em seu lugar. A presença de hidromorfona não prescrita na urina da paciente pode muito bem ter gerado alguma preocupação para equipe de trata- mento. O diagnóstico diferencial que pode ser responsável por tais resultados inclui erro de medicação, afastamento da paciente interna da medicação, e contrabando de drogas ilícitas pela família ou amigos que acreditam que eles estão ajudando seus agonizantes entes queridos. Embora os autores estejam provavelmente corretos na interpretação deste achado como um metabólito sem importância da morfina, uma ocorrência primeiro relatada por Cone et al. em 2006 (1), os autores também levantam importantes questões sobre os desafios éticos dos testes das drogas em geral e testes no fim da vida em particular. Infelizmente, uma falta de informação sobre o histórico familiar e pessoal da paciente exclui uma avaliação do risco do mal uso da droga e vício. Até mesmo no contexto de cuidado paliativo essas questões permanecem importantes. Uma abordagem de “precauções universais” para lidar com o risco pode ter respondido muitas dessas questões (2). Por exemplo, um histórico de mal uso de droga, particularmente envolvendo drogas na classe opióide, teria tornado a inter- Clinical Case Study pretação dos resultados dos testes de drogas da urina mais desafiadora. É importante lembrar que o mal uso da droga e vício podem e realmente ocorrem no cenário de cuidado paliativo, até mesmo no contexto relativamente controlado de um abrigo. Embora tal comportamento possa colocar desafios éticos com relação ao uso de substâncias controladas, até mesmo no fim da vida, essas questões são frequentemente omitidas. Se o caso tivesse envolvido dor crônica não do câncer, esse resultdo do teste de drogas da urina poderia muito bem ter levado à interrupção da medicação opióide na melhor Estudo do Caso Clínico das hipóteses ou liberação da paciente da prática, ações amplamente baseadas em uma falha em apreciar vias metabólicas opióides básicas. A revelação de que uma via metabólica sem importância pode ter sido responsável pela presença de quantidades de traços de hidromorfona pode ser percebida apenas através de um cuidadoso exame do contexto clínico, assim ilustrando a importância de uma abordagem da equipe centrada no paciente para a resolução do problema. Nós gostaríamos de encorajar os leitores a abordarem o teste de drogas da urina de uma maneira centrada no paciente (3). Agradecimentos Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interesse: Emprego ou Liderança: Nada a declarar. Consultor ou Papel Consultivo: D. Gourlay, Pharmacofor; H.A. Heit, Purdue Pharma, Abbott Laboratories, King Pharmaceuticals, Ortho-McNeil-Jansen, Cephalon, e Endo Pharmaceuticals. Posse dos Valores: Nada a declarar. Honorários: D. Gourlay, King Pharmaceuticals, Cephalon, e Purdue; H.A. Heit, Purdue Pharma, Abbott Laboratories, King Pharmaceuticals, Ortho-McNeil-Jansen, e Cephalon. Fundo de Pesquisas: Nada a declarar. Testemunho Hábil: Nada a declarar. Papel do Patrocinador: As organizações patrocinadoras não desempenharam papel algum no design do estudo, escolha dos pacientes inscritos, revisão e interpretação dos dados, ou preparação ou aprovação do manuscrito. Referências 1. Cone EJ, Heit HA, Caplan YH, Gourlay D. Evidence of morphine metabolism to hydromorphone in pain patients chronically treated with morphine. J Anal Toxicol 2006;30:1-5. 2. Gourlay D, Heit HA, Almahrezi A. Universal precautions in pain medicine: a rational approach to the treatment of chronic pain. Pain Med 2005;6:107-112. Clinical Case Study Estudo do Caso Clínico 3. Heit HA, Gourlay D. Urine drug testing in pain medicine. J Pain Sympt Manage 2004;27:260-267. “This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2009; 55: 10 1765-1768, by permission of AACC. Original copyright © 2008 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article, please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.” “Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2009; 55: 10 1765-1768, por permissão da AACC. Cópia original © 2008 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”