CUFSA - FAFIL Análise Combinatória A) CONCEITOS: • (Resumo Teórico) Regras Simples de Contagem: é a maneira de determinar o número de elementos de um conjunto. Na maioria das vezes é mais importante conhecer a quantidade de elementos de um determinado conjunto do que descrevê-los a todos. Considerando um conjunto A com número finito de elementos e enumerável, isto é, que exista um número natural que se possa associar ao número de elementos deste conjunto, se o número de elementos é p , notamos n(A) = p. • Regras da Soma: Considerando os Conjuntos A e B, tais que n(A) = p e n(B) =q. • Caso I: A ∩B = ∅ : n(A ∪ B) = n(A) + n(B) = p + q ; • Caso II: A ∩B ≠ ∅ : n(A ∪ B) = n(A) + n(B) − n(A ∩B ). Exemplo: Em um grupo de 500 pessoas entrevistadas, 300 assinam “O Estadão” , 200 assinam “A Folha” e 100 assinam ambos os Jornais. Pergunta-se a) quantos assinam exclusivamente cada Jornal ? e b) quantos não assinam jornal nenhum? Resolução: Seja A o conjunto dos que assinam “O Estadão” e B dos que assinam “A Folha”. a) Queremos Calcular n(A – B ) e n(B – A). n(A–B)=n(A)–n(A ∩B)=300–100= 200 e n(B–A)=n(B)–n(A ∩B)=250–100=150. Logo 200 assinam só “O Estadão” , 150 assinam só “A Folha” . b) Como n(A – B ) = 200 , n(B – A) = 150 e n(A ∩B)=100, então 450 pessoas assinam pelo menos um Jornal. Assim 50 pessoas não assinam nenhum dos Jornais. Esquematizando em diagrama de Venn - Euler: A B (A-B) 200 • (A∩B) 100 (B-A) 150 50 Regra do Produto: Considerando a ocorrência de um evento composto por duas ou mais etapas sucessivas e independentes de modo que p é o número de possibilidades da primeira etapa e q o número de possibilidades da segunda etapa, então o número total de possibilidades do evento ocorrer e (p•q). As etapas dos eventos podem ser representadas pelos conjuntos finitos A e B e, neste caso o número das possibilidades do evento ocorrer é o número de elementos do Produto Cartesiano de (A x B). Exemplo: Suponhamos que uma pessoa pode tomar café, chá ou leite; em qualquer das opções pode escolher entre quente ou frio. Quais as possibilidades que uma pessoa tem para beber algo? Resolução: Estes eventos podem ser representados num esquema que chamaremos de “Árvore das Possibilidades ou Diagrama de Árvore” : Esquematizando em Diagrama de Venn-Euler. Quente A B Café • • Frio Quente • Chá Frio • • Quente Leite n(A)=2, n(B) = 3, n(A x B) =2x3=6 Frio B) ANÁLISE COMBINATÓRIA • I) Objetivo da Análise Combinatória: Estudar as possibilidades de um evento ocorrer, calcular o número destas possibilidades e fornecer elementos para diferenciar as possíveis categorias onde são situados esses eventos. Estas categorias são, conforme a situação do evento a ser analisado em Permutações, Arranjos e Combinações. PERMUTAÇÃO : Dados n elementos distintos, definimos como permutações simples, ou sem repetição desses n elementos, a todos os agrupamentos que se pode formar com os n elementos, de modo que um agrupamento difira ( é diferente) do outro pela ordem dos elementos no agrupamento. O numero de permutações de n elementos é dado por Pn = n! Exemplo: Com os algarismos 2, 5 e 7, desejamos saber quais e quantos são os números de 3 algarismos que podemos formar, sem repetir o mesmo algarismo no mesmo número. Resolução: Uma árvore das possibilidades permite visualizar a situação: 2 5 7 257 7 5 275 2 7 527 7 2 572 2 5 725 5 2 752 5 7 II) Pn = n! ⇒ P3 = 3! = 6 ARRANJO : Definimos como Arranjos Simples de n elementos dados, tomados p a p, aos agrupamentos sem repetição que se pode formar com p dos n elementos dados, de modo que um agrupamento difira ( é diferente) do outro pela ordem dos elementos ou pelo menos por um dos elementos. n! O numero de Arranjos de n elementos, tomados p a p é dado por An,p = (n-p)! Exemplo: Com os algarismos 1, 2, 3, 4 e 5, desejamos saber quantos números de 3 algarismos que podemos formar, sem repetir o mesmo algarismo no mesmo número. Resolução: Devemos considerar o número de possibilidades de cada posição dos algarismos no número (Centena, Dezena e Unidade) e o princípio multiplicativo de contagem. Assim para o algarismo das centenas temos 5 possibilidades, para o algarismo de dezenas teremos 4 possibilidades e para o algarismo das unidades teremos 3 possibilidades. Como os eventos são sucessivos e independentes, o evento final, composto pelos 3 eventos parciais (Centenas, Dezenas e Unidades), será dado pelo produto das possibilidades dos eventos parciais, isto é, 5 x 4 x 3 = 60 números distintos. n! Calculando pela fórmula teremos também: An,p = (n-p)! 5! ⇒ A5,3= 5! = (5-3)! =60. 2! III) COMBINAÇÃO: Definimos como Combinações Simples de n elementos dados, tomados p a p, aos agrupamentos sem repetição que se pode formar com p dos n elementos dados, de modo que um agrupamento difira ( é diferente) do outro pelo menos por um dos elementos ou pela natureza dos elementos. n! O numero de Combinações de n elementos, tomados p a p é dado por Cn,p = P! (n-p)! Exemplo: Desejamos formar comissões de 5 alunos cada, dispondo para isso de uma classe de 30 alunos. Quantas comissões diferentes são possíveis de serem formadas com esses 30 alunos? Resolução: Devemos considerar o fato que numa comissão de 5 (ou mais) alunos, a ordem não importa, pois os mesmos 5 alunos formarão sempre a mesma comissão. Assim o número das comissões será igual ao número de subconjuntos de 5 elementos que podemos formar com os 30 elementos do conjunto dado. Estes subconjuntos são de fato o número de Arranjos de 30 elementos tomados 5 a 5, eliminando os subconjuntos iguais, isto é, aqueles que tem os mesmos elementos em ordem diferente, ou seja dividindo o número destes Arranjos por 5! 30! Calculando pela fórmula teremos:C30,5 = 30! = 5!(30-5)! =142.506 comissões. 5! 25! C) APÊNDICE: Números Combinatórios e Binômio de Newton • Fatorial de um Número Natural n.: Seja um número Natural n definimos Fatorial desse número n , notamos por n!, ao número tal que: 1 se n= 0 n! = , isto é, n! = 1 • 2 • 3 • - - - - • (n-2) • (n-1) • n n(n-1) !!! se n>0 Exemplos: 0! = 1, 1! = 1, 2! = 1 • 2 = 2, 3! = 1 • 2 • 3 = 6, 5! = 1 • 2 • 3 • 4 •5 = 120 • Coeficientes Binomiais: Dados n e p naturais e sendo n ≥ p, definimos Coeficiente Binomial de n sobre p, Notamos n p ao número definido por: n p = 1 se p = 0 n • (n-1) • (n-2) • (n-3) • ------- •(n-p+1) se p ≠ 0. P! Nota: Os Coeficientes Binomiais que tem o mesmo Numerador e cuja soma dos Denominadores é igual ao Numerador são chamados de “Coeficientes Binomiais Complementares. Isto é, Se numerador é n, os denominadores serão p e (n-p), pois [p + (n-p)] = n. Propriedades dos coeficientes Binomiais: n i) p ii) n! = n p p! (n-p)! = n n-p • Triângulo de Pascal ou de Tartaglia.: O triângulo de Pascal é uma matriz triangular cujos elementos são coeficientes binomiais de tal forma que: a) numa mesma linha estejam os coeficientes de Numeradores iguais; b) numa mesma coluna estejam os coeficientes de Denominadores iguais. Assim: 0 0 1 0 1 1 2 0 2 1 2 2 3 0 . . . n-1 0 3 1 . . . n-1 1 3 2 . . . n- 1 2 n 1 n 2 n 0 3 3 . . . n-1 ………..n-1 3……….…n-1 n 3 ……. n ….. . n-1 n n Numericamente o Triângulo de Pascal ficaria: Propriedades: i) Dois Coeficientes Binomiais eqüidistantes dos extremos são iguais. ii) A soma dos Coeficientes Binomiais situados numa p mesma linha ( de numerador p) é dada por 2 1 1 1 1 2 1 1 3 3 1 1 4 6 4 1 1 5 10 10 5 1 1 6 15 20 15 6 1 ……………………………………….. ………………………………………………. • Binômio de Newton.: Dados a e b ∈ IR e n ∈ IN, a relação válida: n (a+b)n = n 0 n a b + 0 n-1 a n b+ a 1 n-2 2 n n-3 b + 2 a 3 3 n b + ----+ n-p a p n b + ----+ p n 0 n a b . é denominada “Binômio de Newton” . Esta expressão fica simplificada se utilizarmos o símbolo de Somatória (Σ), isto é, indicando a adição de um certo número de termos. Assim: n n (a+b)n = Σ a p=0 n a Onde se lê: “Somatória de n-p n-p p •b p p • b , para p variando de zero até n” . p Centro Universitário da FSA – FAFIL Prof.: Anastassios H.K.