Inovação não avança em país com economia fechada, diz sócio da Natura http://www.valor.com.br/imprimir/noticia/4349386/empresas/4349386/... 1 de 1 Imprimir () 09/12/2015 - 11:31 Inovação não avança em país com economia fechada, diz sócio da Natura Por Camilla Veras Mota BRASÍLIA - Mais do que de políticas setoriais específicas, a indústria brasileira precisa de um investimento eficiente em inovação para que possa crescer de forma sustentável, avalia o copresidente do conselho de administração da Natura, Pedro Passos. “A grande política industrial que o Brasil precisa é a de inovação”, afirmou o empresário, um dos fundadores da Natura, durante o seminário “Estratégias legislativas para o investimento privado em ciência, tecnologia e inovação”, em Brasília. Entre suas sugestões para a modernização do marco regulatório do setor no país, o empresário destacou como positivo o PLC 77 – uma atualização da chamada Lei de Inovação, atualmente em tramitação no Senado – e criticou a suspensão da “Lei do Bem”. Parte do ajuste fiscal, a Medida Provisória 694, de outubro, tirou do ano-calendário de 2016 os incentivos tributários para os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, entre eles as deduções previstas sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e os descontos de IPI para compra de máquinas destinadas à P&D. Passos destacou, entretanto, que o país dificilmente avançará na área de inovação se mantiver sua economia fechada. A vocação atual da indústria brasileira, voltada principalmente à substituição de importações, segundo ele, não cria um “ambiente fértil” para a inovação “relevante”. “Se a política econômica não contribuir para isso, as políticas de inovação terão menor efetividade”, disse. O diretor-presidente da Associação de Empresas do Setor Eletroeletrônico de Base Tecnológica Nacional (P&D Brasil), Luiz Francisco Gerbase, também ressaltou em sua fala a baixa participação do Brasil nas cadeias globais de valor e a necessidade do país de abrir sua economia, importando mais para, posteriormente, exportar produtos de maior valor agregado. Um levantamento da associação, segundo ele, mostrou que empresas detentoras de tecnologia multiplicam por 4,7 o valor de insumos importados. (Camilla Veras Mota | Valor) 10/12/2015 09:27