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21 ANOS DE PLANO REAL!
E NADA MELHOROU
JUN/2016
Shotoku Yamamoto
21 ANOS DE PLANO REAL!
E NADA MELHOROU
SITUAÇÃO MACROECONÔMICA
ANTES DO PLANO REAL
Crescimento da economia nos anos 1993 e 1994:
(Itamar Franco)
Carga tributária bruta:
Dívida liquida do setor público:
Superávit primário médio:
Reservas Internacionais (um ano de importação):
Inflação:
5,4 % ao ano
27 % do PIB
31 % do PIB
3,7 % ao ano
USD 40 bi
1.700%/ano.
Fonte: Delfin Neto, Folha de SP – 29/03/2006
ÚNICO MAL: INFLAÇÃO GALOPANTE
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PARA COMBATER O ÚNICO MAL,
CRIOU-SE O PLANO REAL
Objetivo do Plano Real: Dolarização da economia (âncora cambial)
CONDIÇÕES PARA O ÊXITO DO PLANO REAL
1 – Zerar o déficit público para evitar a emissão de moeda;
2 – Desindexar a economia;
3 – Reindexar a economia de acordo com a taxa de câmbio;
4 – Abrir a economia por meio da redução das tarifas de importação;
5 – Aumentar as reservas internacionais.
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FIM DO PLANO REAL - JANEIRO DE 1999
Causa:
Fuga de dólares com a crise asiática de 1997 e moratória Russa em
agosto de 98.
Por que houve a fuga:
As reservas brasileiras nunca foram próprias, não foram acumuladas
com superávit em transações correntes (balança comercial + serviços
+ transferências unilaterais)
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HISTORICO DO SALDO DE TRANSAÇÕES
CORRENTES (em USD bilhões) Fonte : Banco Central do Brasil
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INSUFICIÊNCIA DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO LEVA AO
AUMENTO DA CARGA TRIBUTÁRIA
A carga tributária que era de 26,8 % do PIB no governo Itamar
aumentou para 36,2 % do PIB nos últimos 20 anos. Apesar deste fato,
o déficit nominal atingiu a cifra de R$ 344 bilhões em 2014 e levou a
dívida bruta ao montante de R$ 3,5 trilhões.
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POLÍTICA CAMBIAL
A política de incentivo ao consumo, através de programas
sociais e expansão do crédito, aumentou a demanda de
bens e serviços de consumo. O Banco Central, para não
permitir que este aumento da demanda pressionasse a
inflação, abandonou a política de flutuação do câmbio e
adotou a política de valorização do Real de modo a
baratear os importados.
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Consequência da medida:
Aumento no déficit na conta de transações correntes,
que provocaria a diminuição das reservas.
Medida para evitar a diminuição das reservas:
Incentivou o ingresso de capitais estrangeiros com o
aumento da taxa Selic.
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POLÍTICA MONETÁRIA
Outro meio que está sendo utilizado pelo Banco Central para tentar
conter a explosão da inflação é a política de restrição de crédito.
Nov. 2014
Meios de pagamento (R$
bilhões)
Inflação (IPCA)
Meios de pagamento
reajustado
Variação
319.280
302.467
-5,26%
100
111,04
11,04%
319.280
354.528
11,04%
52.061
-17,21%
3.554.178
20,01%
Redução dos meios de
pagamento
Dívida do Tesouro Nacional
Nov. 2015
2.959.197
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OUTRA CONSEQUÊNCIA: RISCO CAMBIAL
Estima-se em USD 287 bilhões de passivo cambial em renda fixa e
USD 260 bilhões de IE em ações, totalizando um montante bem
superior às nossas reservas que podem sofrer uma fuga, a exemplo do
que ocorreu em 97 e 98.
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INEFICÁCIA DA POLÍTICA DE
RESTRIÇÃO DE CRÉDITO
Teoria monetarista:
A inflação é a diminuição no poder de compra da moeda. Daí, para
controlar a inflação, basta controlar os meios de pagamento.
Diminuindo os meios de pagamento diminui a procura agregada e,
portanto, diminui a inflação. Entretanto, esta política não reduziu e não
será eficaz para combater a inflação, conforme demonstração abaixo.
Indicadores
2014
2015
IPCA
6,41%
10,67%
M1
8,40%
0,08%
Porque esta teoria não se aplica ao Brasil:
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Economia indexada
Todos os insumos são corrigidos com base na inflação passada;
A indexação exige que os meios de pagamento aumentem na
mesma proporção dos aumentos nos preços dos insumos industriais;
Como o Banco Central tem enxugado os meios de pagamento está
faltando dinheiro para que as empresas consigam pagar os insumos
com preços aumentados.
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Economia indexada
Consequências da Teoria Monetarista:
Aumento da inadimplência e quebradeira de empresas;
A falência das empresas diminui a produção (PIB);
Diminui a oferta agregada, portanto, não diminui a inflação;
Diminui a arrecadação dos impostos pela diminuição do PIB e pela
das empresas;
O ajuste fiscal não vai acontecer.
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INDICADORES ECONÔMICOS ATUAIS
Crescimento do PIB
2014: - 0,1%
2015: - 3,5% (previsão)
2016: - 2,3% (previsão)
Carga tributária:
36,2 % do PIB
Déficit primário:
R$ 40,931 bilhões
Reservas internacionais:
USD 370 bilhões
Despesas com juros (últimos 12 meses): R$ 506,9 bilhões
Inflação (últimos 12 meses):
10,48 %
Dívida bruta do Governo Geral Interna:
R$ 3.554,178 bilhões
Externa:
R$ 259,759 bilhões
Total:
R$ 3.813,937 bilhões
Déficit na conta de Trans. Correntes 2014: USD 104.076 bilhões
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Política econômica de curto prazo
1 – Zerar o déficit nominal: resgatar os títulos da dívida pública com
emissão simples de moeda e aumentar a taxa de depósito compulsório
não remunerado sobre depósitos bancários a vista para retirar do
mercado estas moedas emitidas, de modo que a Base monetária
ampliada permaneça constante.
Base monetária ampliada (R$ bilhões)
DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS
PERÍODO
nov/15
PROPOSTA
BASE
MONETÁRIA REMUNERADOS
242.847
242.847
325.555
325.555
NÃO
REMUNERADOS
TÍTULOS DO
TESOURO
NACIONAL
TOTAL
2.209
3.524.921
3522712
ZERO
4.093.323
4.093.323
OBS.: Esta medida reduziria automaticamente a taxa de juros, entretanto
haverá fuga de investimentos estrangeiros em renda fixa.
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2 – Desindexar a economia;
3 – Tornar o déficit primário crime de responsabilidade fiscal, em todos
os níveis de governo, fortalecendo os Tribunais de Contas e o
Ministério Público;
4 - Reforma profunda do sistema previdenciário, público e privado;
5 - Ampla reforma tributária e reduzir o tamanho do Estado, limitando a
carga tributária em 25% do PIB;
6 - Ampla reforma trabalhista;
7 – Dar o Poder ao Banco Central para atuar na Política Fiscal;
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8 – Diminuir a necessidade de financiamento externo, adotando uma
política de diminuição do saldo deficitário da balança de serviços,
principalmente reduzindo as despesas com aluguel de equipamentos,
transportes e viagens internacionais. Enquanto isso não ocorrer, adotar
politica cambial para criar superávit na balança comercial de modo a
zerar o saldo de transações correntes com o exterior;
9 – Utilizar parte das reservas internacionais para diminuir a dívida
externa para diminuir o déficit na conta renda primária de transações
correntes.
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Política econômica de longo prazo
1 – Corrigir erro do passado.
O Brasil errou ao implantar a indústria de veículos leves na
década de 50 para promover o crescimento da renda da
população, sem dispor de tecnologia e indústria de base.
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2 - Como corrigir o erro: Promover a reindustrialização com foco
na transformação de recursos naturais, próprios e/ou adquiridos
de terceiros, em matérias-primas e produtos acabados de alto
valor agregado, para os mercados, interno e externo.
Características das indústrias
Seguimento
Industrial
Barreira
Financeira
Barreira
Tecnológica
1
2
3
4
Não
Sim
Sim
Não
Não
Não
Sim
Sim
Capital
Predominante
Nacional
Nacional
Estrangeiro
Estrangeiro
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3 – Criar reservas internacionais próprias por meio da geração
de superávit na conta de transações correntes com o resto do
mundo (balança comercial + balança de serviços +
transferências unilaterais)
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Principais medidas para viabilizar a política de longo prazo
1 – Incentivar, aumentar e manter a poupança nacional
(poupança das famílias + lucro das empresas + superavit
orçamentário dos 3 níveis de governo ) em, pelo menos, 25 %
do PIB para financiar a formação bruta de capital fixo e
possibilitar o crescimento da economia em 4 a 4,5% ao ano.
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2 – Investir pesadamente para melhorar a qualidade dos
ensinos fundamental e médio, principalmente na área de exatas,
através da valorização da carreira dos professores.
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3 – Promover a integração entre as universidades e empresas, a
exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos. Precisamos
acabar com o que constatou Marcelo Viana, Diretor Geral do
IMPA – Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada.
“Ao contrário do que se dá nos Estados Unidos e na Europa,
no Brasil, um abismo legal e ideológico separa o mundo
universitário do empresarial, com claro prejuízo para os dois
lados, que pouco se falam”.
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Fim
Muito Obrigado
Shotoku Yamamoto
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