marcas que ficaram

Propaganda
ANO 9 | NÚMERO 57 | Dez 2015 / Jan 2016
SINDICATO DAS SEGURADORAS DE SÃO PAULO
HOMENAGEM
MARCAS QUE FICARAM
Passados os momentos de angústia e
sofrimento pelas perdas abruptas dos
colegas e amigos, Marco Antônio Rossi
e Lucio Flávio de Oliveira, venho, em
nome da nossa diretoria e conselhos,
prestar, através do “Notícias SindsegSP”, mais uma homenagem a esses
dois grandes profissionais, líderes do
setor de seguros do nosso país e que
tanto contribuíram para o fortalecimento da instituição do Seguro e seus desdobramentos.
Lembro-me que na Missa de Sétimo
Dia, quando na homilia o celebrante falou da beleza e da importância, na vida
terrena, das marcas que deixamos em
nossa caminhada. Vimos que os dois
colegas que partiram tão cedo desta
vida terrena tiveram tempo suficiente, e
o aproveitaram muito bem, para deixar
marcas importantes por onde passaram;
e no nosso setor, no Seguro, na Previdência e nas demais instituições a eles
ligadas, essas marcas foram fortes, de
intenso comprometimento, priorizando sempre o benefício coletivo. Lucio
Flavio, cuja carreira nas Organizações
Bradesco foi de raro brilhantismo, contribuiu de forma admirável com as nossa instituições, e seus últimos passos
na Fenaprevi serão, sem dúvida, um
legado que não se perderá no tempo.
Do Rossi, podemos afirmar com certeza
que suas marcas o fazem e o farão para
sempre uma das maiores lideranças do
Seguro no Brasil. Também com uma carreira de sucesso crescente no Bradesco,
Rossi prestou uma enorme colaboração
para o desenvolvimento do nosso setor.
Homem de diálogo fácil, comprometido
com o bem e após liderar diversos projetos, desempenhou com grande capacidade a liderança maior do nosso setor,
ocupando as presidências da Fenaseg
e da CNseg, tendo também desempenhado com igual sucesso a presidência
da FIDES – Federação Interamericana
de Seguros.
Foram vidas dedicadas ao próximo, aos
seus entes queridos, às suas empresas e
as instituições a que pertenceram. Suas
marcas aqui deixadas serão motivo de
lembranças saudosas; mas também de
muito orgulho para suas esposas, filhos,
familiares e amigos em geral e também
para todos nós, gente do Seguro Brasileiro, que tivemos a alegria de conviver
e trabalhar com eles.
Mauro Batista
Presidente do Sindseg-SP
ENTREVISTA
MAURO BATISTA
PRESIDENTE DO SINDSEGSP
2015: um ano de crescimento e
de avanço institucional
MAURO BATISTA
A
indústria do seguro, assim
como os demais segmentos da
economia brasileira, não permaneceu imune aos efeitos da combinação de crises econômica e política, cujo ápice se deu em 2015. Mas,
NOTÍCIAS SINDSEGSP
diferentemente de muitos segmentos,
o setor de seguros deverá fechar 2015
com um crescimento de dois dígitos,
conforme prevê Mauro Batista, presidente do Sindseg SP, o maior sindicato
de seguradoras do país. A crise também
não impediu que o Sindseg SP obtivesse conquistas no campo institucional,
contribuindo para a sociedade – como
ocorreu com a Lei dos Desmontes, em
cuja elaboração teve participação decisiva. Para 2016, a meta é continuar a
contribuir para a expansão da indústria
dos seguros, conforme adianta Mauro Batista na entrevista a seguir:
CONTINUAÇÃO DA ENTREVISTA COM MAURO BATISTA
Notícias SindsegSP: Como foi, na sua
visão, o ano de 2015 para a indústria
dos seguros?
Mauro Batista: O setor, que vinha
experimentando uma curva de prosperidade bastante promissora, não
deixou de sentir os reflexos da crise
econômica e política. No momento
em que a economia como um todo dá
uma encolhida, os reflexos sempre são
grandes. Vêm o desemprego e a falta de investimentos. Cessa a máquina
propulsora do progresso, com perda
de produtividade. No setor de seguros não foi diferente. Vende-se menos
carro, faz-se menos seguro de carro.
As pessoas perdem a fonte de receita
e deixam de fazer o seu seguro, de se
proteger melhor com coberturas mais
adequadas. Mas ainda assim o setor
de seguros cresceu muito além dos
principais segmentos da economia.
NS: Por quê?
Mauro: Isso ocorreu em função de
algumas situações muito claras para
nós, da indústria. Sentindo a fragilidade do Estado no que tange à previdência social e assistência médica, as
pessoas tomaram consciência de que
precisam recorrer aos produtos da indústria do seguro: os planos de previdência complementar e os planos de
saúde. Essa mudança de comportamento tem contribuído para que o setor avance mais. A expectativa era de
que, se não tivesse o país literalmente
capotado com a crise econômica e política, os resultados seriam alvissareiros.
NS: Como a indústria do seguro se comportou diante da crise?
Mauro: O setor amadureceu um pouco
mais. A indústria do seguro desenvolveu produtos que produzem eficácia,
voltados para novos riscos que surgiram com a modernidade do mundo. E
aí cito o risco cibernético e outros, que
estavam engatinhando e tomaram proporção maior, como a fiança locatícia.
As seguradoras não cessaram seus investimentos, o que permitiu assegurar
um atendimento adequado às necessidades do consumidor. Investiram em
pessoal, treinamento, equipamentos
e, sobretudo, em criatividade. Foram
criados mecanismos de controle visando uma melhor seleção de risco
e melhor precificação. O setor ficou
muito atento às fraudes que continuaram a perseguir a indústria. E contou
NOTÍCIAS SINDSEGSP
também uma com resposta bastante
positiva dos corretores de seguro, que
não ficaram parados no tempo. Procuraram também investir em seus negócios, serem empreendedores e fazer
com que o produto seguro chegue
a tempo e a hora para o consumidor.
NS: Como foi 2015 para o Sindseg SP? Quais foram as principais
conquistas e desafios do sindicato?
Mauro: Em linhas gerais, 2015 foi um
ano proveitoso. O sindicato das seguradoras de São Paulo continuou em sua
trilha de busca por eficiência. Procuramos obter uma interação grande com
os corretores de seguros e com o Estado, principalmente com a Secretaria
de Segurança Pública de São Paulo.
Nosso trabalho voltado a inibir a criminalidade foi decisivo, em parceria com
a Secretaria de Segurança Pública para
a elaboração da Lei dos Desmanches,
ou Lei dos Desmontes. Intensa foi também nossa preocupação com os acidentes de trânsito. Como a cidade de
São Paulo tem trânsito intenso e indisciplinado, o número de vítimas cresceu,
o que nos preocupou muito. Fomos às
ruas da capital e do interior como parte de um processo de conscientização
da sociedade em relação à necessidade de uma mudança comportamental
de quem usa um veículo e também do
pedestre. Também buscamos ser um
sindicato proativo, demonstrando para
a sociedade a positividade do seguro. Nesse sentido buscamos interação
com outros segmentos da sociedade,
como a própria associação comercial,
atendendo a chamados para participarmos de projetos específicos daquela
entidade. Por extensão também junto a
outros setores. No setor, propiciamos,
graças à estrutura das nossas novas instalações na Avenida Paulista, na capital,
um apoio importante para que as reuniões de trabalho do setor, pelo sistema
institucional, tivessem o apoio da casa.
NS: Quais são as suas expectativas
para 2016?
Mauro: Em 2016, o sindicato quer
continuar essa organização ativa.
Queremos ser contributivos, mostrando à sociedade a positividade
do seguro. Queremos desenvolver
programas educativos, principalmente para crianças e adolescentes, que precisam entender que,
independentemente de seu nível
socioeconômico, têm de ser educados para serem previdentes. O
seguro propicia isso. Essas campanhas educativas serão pertinentes e
importantes. São um investimento
que o sindicato não irá abrir mão.
Queremos levar a positividade do
seguro aos formadores de opinião.
Entendemos que isso é vital para o
futuro da indústria. Mostrar que o
seguro também não é só para reparar perdas. O próprio mecanismo de
funcionamento da indústria faz com
ela propicie a formação de reserva
de longo prazo, altamente contributiva para o desenvolvimento nacional. Devemos fechar 2015 com um
montante de quase R$ 700 bilhões
em reservas, aplicados em títulos do
Tesouro e em outros investimentos.
É um fato importante que a sociedade precisa entender. No momento em que contrata um seguro para
cobrir o seu risco, que isso é a razão
do seguro, também é contributiva
a esse investimento. É um dinheiro
que coloca na mão das operadoras
que, caso tenha o infortúnio de um
sinistro, venha a ser socorrida e esse
dinheiro é fomentador de prosperidade para o país, em razão de que
somente será utilizado quando realmente o sinistro ocorrer e se ocorrer.
NS: NS – O senhor arrisca uma previsão de crescimento para esse ano?
Mauro: Eu acho que o cenário atual
não permite nada fora da realidade.
Estamos no final do ano e temos muitas incertezas. Mas, em nosso setor,
contamos com uma demanda reprimida considerável. Existem milhões
de pessoas que não têm seguro saúde ou plano de cobertura para tratamento odontológico e milhões de veículos e de residências que não têm
seguros. Há uma demanda grande
que, mesmo considerando-se o encolhimento da economia, as pessoas, preocupadas em preservar o que
conquistaram, podem tomar a decisão de ter sua primeira apólice de
seguro. Então, há de se esperar que
o setor venha a crescer menos, mas
que não venha a se arrastar como
está ocorrendo, infelizmente, com
muitos setores da economia nacional.
Citar números é um achismo ruim.
Ainda assim acredito que deveremos
crescer na faixa de dois dígitos.
ENTREVISTA
MAÍLSON DA NÓBREGA
CONSULTOR ECONÔMICO
ECONOMIA ENCOLHERÁ 3,8% EM 2015;
RETOMADA SÓ NO FINAL DE 2016
MAÍLSON DA NÓBREGA
M
aílson da Nóbrega foi ministro da Fazenda no final
do governo José Sarney,
quando, indomável, o dragão da
inflação alçou voos aos maiores patamares registrados na história. O
batismo de fogo transformou-o em
um dos mais argutos e mais respeitados observadores da cena econômica e política do Brasil. Foi com o
seu olhar experiente que o ex-ministro abrilhantou, como palestrante, o Almoço de Confraternização
do SindsegSP, realizado em 02 de
dezembro. Na entrevista abaixo,
Mailson reforça suas críticas à política econômica adotada em governos petistas, desde 2008/2009,
apontada por ele como a raiz da
recessão atual. E vê, com algum,
otimismo a possibilidade de o atual
ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
vir a conseguir realizar a maior parte dos ajustes a que se propôs fazer.
Notícias SindsegSP: Qual é a análise que o senhor faz do comportamento da economia em 2015?
Maílson da Nóbrega: A economia brasileira deve experimentar uma contração de 3,8% em
2015, a maior dos últimos 25 anos.
NS: É possível obter uma retomada
do crescimento com a atual política de juros? Por outro lado, como
controlar a inflação, que deverá
ficar acima da meta inclusive no
próximo ano, se os juros baixarem?
Maílson da Nóbrega: Não é a política de juros a causa da recessão.
Seu papel, neste momento, é contribuir para o controle da inflação
e evitar que os reajustes corretivos
de preços públicos contaminem
os demais preços da economia.
Não há crescimento permanente
com inflação alta. A recuperação
pode começar a acontecer no fim
do segundo semestre de 2016,
impulsionada pelos ganhos de comércio proporcionados pela depreciação do real. Tenderá a ser uma
recuperação ainda medíocre, mas
significará a reversão do ciclo recessivo.NS: O câmbio continuará a
ser uma ameaça no próximo ano?
Maílson da Nóbrega: O câmbio não
é ameaça, mas solução para o início
da recuperação da economia pelo
lado do comércio exterior. Com a
depreciação do real, os produtos
brasileiros ficam mais competitivos,
permitindo a exploração de oportunidades de vendas nos mercados
externos e a substituição de importação por produção doméstica.
Ambos os movimentos geram demanda interna e contribuem para a
expansão da atividade econômica e
do emprego. Os efeitos inflacionários da depreciação podem ser contidos com os níveis da taxa de juros
estabelecidos pela política monetária. Creio que o câmbio tende a
continuar depreciando-se em 2016,
provavelmente atingindo R$ 4,20/
R$ 4,40 por dólar no fim do ano.
NS: A economia brasileiro sentiu o
impacto de uma possível mudança na política de juros nos EUA e
da crise das bolsas chinesas. As
crises externas continuarão sendo
ameaças em 2016? Como poderemos blindar a economia brasileira?
Maílson da Nóbrega: A mudança
da política monetária americana
constitui, a rigor, uma consequência da recuperação da economia
americana, o que é favorável ao
Brasil. O aumento da taxa de juros
pelo Federal Reserve deve acarretar
depreciação do real, mas seus efeitos
inflacionários podem ser contidos,
como expliquei. O temor de fuga
de capitais não deve materializar-se,
mas, se for o caso, o Brasil tem um
colchão robusto de reservas internacionais que lhe permite enfrentar a
situação. Na verdade, a crise da economia mundial já foi debelada, restando apenas a recuperação da economia da zona do euro. A recessão
do Brasil é um processo autoinfligido,
consequência de erros clamorosos da
política econômica praticada a partir
de 2008/2009. Tem pouco a ver com
crise mundial. Quanto às bolsas chinesas, seu efeito no Brasil é nulo ou
desprezível. O mercado acionário chinês é relativamente pequeno e tem
participação diminuta, talvez menor
do que 2%, de investidores estrangeiros. Tem, por isso, nenhum ou limitado impacto na economia mundial.
NS: Como o senhor vê a política econômica do ministro Joaquim Levy?
Maílson da Nóbrega: O ministro
restabeleceu a seriedade na política econômica, promovendo, com
apoio da presidente Dilma, os ajustes necessários nos preços públicos e
propostas de ajuste fiscal. Acontece
que, neste último campo, o ajuste
não depende dele, mas essencialmente da presidente Dilma, de quem
se requer liderança e capacidade de
articulação para aprovar as medidas
no Congresso. Infelizmente, sua impopularidade acentua a fragilidade
política e dificulta a aprovação das
medidas. Creio, entretanto, que o
ministro Levy conseguirá a aprovação
das principais medidas que propôs,
talvez mesmo até a CPMF, a qual,
goste-se ou não, é fundamental para
evitar um impasse fiscal e novos rebaixamentos da classificação de risco
do Brasil.
NOTÍCIAS SINDSEGSP
ARTIGO
ANTÔNIO PENTEADO MENDONÇA
OTIMISMO MODERADO
O
ano de 2016, na visão de
um dos grandes empresários brasileiros, será pior
do que 2015. A razão é
simples: o país não fez nada ao longo
deste ano. Se falou muito, se prometeu mais ainda, se chantageou, se jogou sujo, se mexeu em caixa de marimbondo, mas fazer algo de concreto
para tirar o Brasil da crise ficou para
depois, com sorte, o ano que vem.
Como não existe remédio doce, pelo
menos para situações com a gravidade
do quadro nacional, o resultado será um
2016 encrespado e travado, ou seja, com
mais recessão, inflação, juros altos e desemprego fazendo parte do dia a dia.
Não tem como ser diferente. E o problema é mais agudo na medida em
que a grande crise que assola o país
não é econômica, nem política, mas
moral. A economia ir mal e a política
pior ainda são apenas os sinais exteriores da doença que sufoca a capacidade do paciente, jogando a sociedade
numa sinuca de bico complicada.
Há saída? Com certeza, há. Mas ela
é doída e custará caro para milhares
de brasileiros que verão sua situação
social cair de nível, por conta das medidas indispensáveis para a recuperação do paciente. Tanto faz o que um
ex-Presidente da República diz, a verdade é que 12 anos de decisões equivocadas foram suficientes para jogar o
Brasil para os mesmos patamares da
metade da década de 1990. E não será
a reinvenção do consumo artificial de
bens e produtos que fará a nação reencontrar o caminho do desenvolvimento.
É indispensável um forte ajuste em todas as áreas da vida brasileira. As primeiras medidas devem ser rapidamente implementadas no sentido de alterar
radicalmente as regras para se fazer
política. A introdução do voto distrital,
recall, redução do número de partidos,
cláusula de barreira e a revisão da representação com base na população
são medidas a serem implantadas já.
Na sequência há todo um rol de providências que se fazem necessárias, a
começar pela redução do tamanho do
Estado, reforma fiscal e tributária, incentivo à iniciativa privada. E é neste cenário
pessimista que nasce a centelha da esperança e um otimismo moderado.
Está ruim, vai piorar, mas, se fizermos a lição de casa, no final, o Brasil pode sair da
crise um país melhor, mais maduro, justo
e baseado num arcabouço moral sólido.
É tudo o que o setor de seguros necessita
para crescer em patamares elevados. Com
a economia entrando nos eixos e a boa fé
pautando de novo as relações socioeconômicas, em pouco tempo será possível viver
numa nação com índice de proteção social
muito mais elevado, puxado por milhões
de segurados que terão seus patrimônios
e capacidades de atuação garantidos pelas apólices das seguradoras.
Feliz 2016! O ano será duro, mas, ainda
que navegando na tempestade, lá no
fundo do horizonte já dá para perceber
os primeiros clarões da bonança.
SINDSEG SP: AÇÕES CONTRA ACIDENTES DO TRÂNSITO EM 2015
Em 2015, o Sindseg SP participou de
importantes iniciativas com o foco na
redução do número de acidentes de
trânsito e na conscientização sobre
a importância da direção segura: a
campanha Transitando Seguro e o
Movimento Maio Amarelo. Os dados
envolvendo acidentes de trânsito explicam, por si mesmos, a importância
das iniciativas: somente no Brasil, são
vítimas fatais de acidentes de trânsito mais de 50 mil brasileiros por ano.
“O Brasil é reconhecidamente um
dos recordistas mundiais de aciden-
tes de trânsito”, lembra Mauro Batista, presidente do Sindseg SP.
Em dezembro do ano passado, o
SindsegSP deu início, em parceria com o Observatório Nacional
de Segurança Viária, à campanha
“Transitando Seguro”. A campanha envolveu vídeos educativos
e dicas de trânsito. A campanha
contou com o apoio do Sincor-SP
e 10 patrocinadores: Alfa Seguradora, Bradesco Seguros, Mapfre,
Chubb Seguros, HDI Seguros, Mitsui Sumitomo Seguros, Porto Se-
guro, SulAmérica, Tokio Marine Seguradora e Yasuda Marítima.
Em maio, o Sindseg SP apoiou o Movimento Maio Amarelo, em parceria
com o Sincor-SP e a ONG Terapeutas do Trânsito, também destinada à
conscientização sobre a importância
do trânsito seguro. Ao longo do mês
uma trupe de 6 clowns abordou cerca de 16 mil paulistanos nos principais
cruzamentos e parques de São Paulo.
Foram fornecidos folders e adesivos
com dicas e informações sobre acidentes de trânsito.
EXPEDIENTE
Notícias Sindsegsp é uma publicação do Sindicato das Empresas de Seguros, Resseguros e Capitalização do Estado de São Paulo.
Presidente: Mauro Batista Diretor Executivo: Fernando Simões Produção: Néctar Comunicação Corporativa
Jornalista responsável: Eugênio Melloni (MTb 19.590) Redação e edição: Eugênio Melloni Fotos: Divulgação
NOTÍCIAS SINDSEGSP
ENTREVISTA
ANA RITA PETRAROLI
ADVOGADA ESPECIALIZADA EM SEGUROS DA PETRAROLI ADVOGADOS
MASSIFICAÇÃO DE SEGUROS DEPENDE
DE MAIOR CONHECIMENTO SOBRE A
RELAÇÃO ENTRE CUSTO E BENEFÍCIO
ANA RITA PETRAROLI
U
ma pesquisa apresentada em
um congresso internacional da
área de seguros, em outubro,
mostrou números que representam ao
mesmo tempo oportunidade e desafio. Segundo a pesquisa, apresentada
pela CNseg, apenas 35% dos brasileiros possuem algum tipo de seguro. Cerca de 185 milhões de pessoas
não têm seguro de vida e 58 milhões
de residências e 38 milhões de automóveis não contam com coberturas.
Para a advogada Maria Rita Petraroli,
da Petraroli Advogados, especializada
em seguros, ainda é obstáculo para
uma maior penetração do seguro na
sociedade brasileira uma visão equivocada sobre a relação entre custo e
benefício.
Notícias SindsegSP: Dados da CNseg
apresentados na XXXV Conferência
Hemisférica de Seguros da FIDES revelaram que, atualmente, apenas 35%
dos brasileiros possuem algum tipo
de seguro. Além disso, 58 milhões
de residências não têm cobertura,
bem como 38 milhões de automóveis. Por que os produtos da indústria
do seguro ainda contam com baixa
penetração na população brasileira?
Ana Rita Petraroli: Sobre a assimilação do seguro pela população brasileira, temos um problema muito sério,
hoje, que é o risco. O risco está diretamente ligado à precificação. Quando falamos de automóvel, temos um
risco enorme, que é a falta de peças.
Muitos dos veículos que estão listados
dentro desses 38 milhões são antigos
e talvez as peças nem existam mais. As
seguradoras enfrentam um problema
muito sério diante do Judiciário, que
obriga somente a utilização de peças
fornecidas pelas montadoras originárias, tornando cada vez mais difícil a
reposição. Quando as peças não chegam às oficinas, as seguradoras são
condenadas em ações judiciais a pagar lucros cessantes ou danos morais,
pois são elas que oferecem os serviços
das oficinas, em última instância, ao
segurado. Fora o número de roubo de
veículos que cresce assustadoramente
nas grandes capitais. Mesmo nas cidades do interior que eram mais tranquilas, o furto e roubo de veículos já
alcançam níveis alarmantes. Tudo isso
faz com que o seguro tenha um preço
alto. O prêmio acaba sendo elevado
não porque houve aumento de lucro
ou falta de competência na organização administrativa das empresas, mas
simplesmente por causa do risco. Com
o prêmio elevado, as pessoas acabam
se afastando da contratação do seguro. Em relação às residências, um
dos problemas é o desconhecimento.
As pessoas não sabem que o seguro
para residências tem produtos extremamente elaborados, com uma série
de coberturas e serviços oferecidos,
que são extremamente sedutores. Até
porque o custo do seguro residencial
é muito baixo. Nesse levantamento,
não sei que tipo de residências estão
sendo consideradas. Pode ser que algumas residências não sejam aptas à
contratação do seguro. Isso, porque,
para que exista indenização é preciso
que exista um mínimo de segurança.
NS: Existem estratos da população mais refratários ao seguro?
Ana Rita Petraroli: Acho que esses
milhões de pessoas que são mencionados na pesquisa estão situados nos
extremos da população: as camadas
de baixíssima renda e as de altíssima
renda. Hoje no Brasil temos um quadro
interessantíssimo. As pessoas de altís-
sima renda também estão deixando de
fazer seguro porque elas próprias financiam o seu risco. Elas se sentem aptas a
dar essa cobertura. Até porque muito dos
bens não são controlados por nota fiscal.
Como auferir o valor de um quadro para
efeito de seguros? Esses dois extremos
estão excluídos do mercado de seguros,
mas não são o grosso da população. O
grosso da população assegurada tem
oferta, tem produto. Às vezes se assusta um pouco com o prêmio, mas talvez
por falta de conhecimento do quanto
ele vai estar coberto e quão grande é o
risco dele. Então, ele acaba se retraindo.
NS: – Apesar da expectativa de crescimento, há uma desaceleração do
crescimento do segmento de seguros. Como você vê a influência da
retração da economia sobre a busca pela massificação dos seguros?
Ana Rita Petraroli: Acredito que essa
questão esteja ligada ao que eu disse
sobre o desconhecimento em relação
ao seguro. Eu acredito que o seguro
seja um meio de resguardar economicamente as pessoas, mas elas não se
dão conta disso. Tenho a certeza de que
quanto maior é a crise, mais necessário
se torna o seguro. Imagine uma empresa em dificuldade, alguém que tem um
financiamento e não consegue contrair
um segundo, alguém que tem a escola
do filho para pagar, que tem o risco da
aposentadoria por meio da longevidade. Os nossos riscos têm sido cada vez
maiores. Numa conjuntura econômica
ruim, o risco fica maior ainda, porque
você não tem mais dinheiro. Sua chance de se recuperar frente a um sinistro
é menor. Só que as pessoas não entendem dessa maneira. Aí vejo uma grande
importância da educação financeira. Um
programa consciente. A Susep foi até
a coordenadora do programa de educação financeira do governo federal. A
educação financeira traria a consciência
em relação à importância do seguro.
NOTÍCIAS SINDSEGSP
BOAS FESTAS!
NOTÍCIAS SINDSEGSP
Download