Mercado de seguros cresce 21,5% no Nordeste Revista

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Mercado de seguros cresce 21,5% no Nordeste
Revista Apólice - SP - SEGUROS - 13/12/2011
Até a segunda metade da década de 90, o mercado de seguros no Brasil não
apresentava um quadro de crescimento tão expressivo. O índice de participação no
PIB alcançava apenas 1%. Isso era reflexo, em parte, dos produtos e das
estratégias criadas pelas companhias seguradoras. Na última década, esse cenário
começou a mudar radicalmente, por diversas razões, e as principais delas envolvem
a estabilidade econômica do País, que os brasileiros obtiveram a partir do Plano
Real. Como consequência, as classes até então menos remuneradas tiveram um
aumento financeiro considerável e passaram a integrar a fatia da população com
capacidade de compra. Outro fator importante, que possibilitou o desenvolvimento
do setor, foi o estímulo dado por este segmento empresarial em prol de uma maior
qualidade da carteira de seguros.
Mucio Novaes, presidente da Sindseg N/NE e da Excelsior Seguros, explica a
importância dessas mudanças para o setor e fala sobre o crescimento do mercado
no Nordeste. "O ano de 2007 foi marcante, pois aconteceu a abertura do mercado
de resseguro brasileiro. As seguradoras passaram por uma verdadeira renovação,
que trouxe redução de preços, clausulado mais simples, aumento da competição,
introdução de novos produtos e novas tecnologias de operação. Passamos a contar
não só uma resseguradora em operação no País, mas com mais de 50".
Com essas transformações, a abertura tanto da economia brasileira quanto da área
de seguros funcionou como uma peça de encaixe, aquela que faltava para agregar
mais crescimento, rentabilidade e estabilidade ao setor. A entrada de novas
empresas no ramo aumentou a concorrência e, assim, a oferta de produtos aos
clientes. Atualmente, os números da Susep só confirmam a tendência da indústria
de seguros. Nos sete primeiros meses de 2011, as seguradoras conseguiram um
pouco mais que R$ 58,1 bilhões, ou seja, tiveram um acréscimo de 20,6% quando
comparado ao mesmo período do ano anterior.
"No Nordeste, o mercado de seguros cresceu 21,5% este ano, no período de
janeiro a julho. Obteve um desenvolvimento mais elevado quando comparado ao
número nacional. Enquanto, a taxa do PIB nesse mesmo período girou em torno de
4%", conclui Mucio. Ele afirma ainda que, com exceção da parte ligada ao seguro
saúde, a indústria das seguradas cresceu cinco vezes mais do que a economia
brasileira
como
um
todo,
nos
primeiros
sete
meses
de
2011.
Em termos de cobertura, o mercado brasileiro tem muitas inovações e a
conscientização dos clientes a respeito dos atuais riscos trouxeram seguros
voltados para áreas de Riscos Políticos, Riscos Ambientais e aqueles relacionados à
tecnologia, que tratam de perdas de dados, hacking, entre outros perigos técnicos.
"As perspectivas mais fortes devem se situar nos riscos ambientais e no seguro
agrícola. No entanto, todo dia surgem novas coberturas e produtos, fruto do
desenvolvimento da economia, que estabelece novas necessidades pessoais e
empresariais, e da evolução da ciência e da tecnologia", afirma Novaes.
De acordo com Mucio, a Excelsior ampliou sua área de cobertura e firmou contratos
de resseguros nas áreas de "property" (riscos patrimoniais), garantia e aeronáutico,
o que permitiu operar riscos maiores e coberturas diferenciadas. "O seguro é
fundamental como instrumento de proteção social e econômica. Quanto maior for a
sua presença na sociedade, menor a dependência do cidadão dos serviços do
governo", ressaltou. Vale lembrar que este mercado não envolve apenas seguro,
mas títulos capitalização e previdência privada.
"O crescimento do seguro depende de dois fatores básicos: renda e educação. A
distribuição de renda, a partir do Plano Real, deu velocidade e sustentação a esse
crescimento, que se intensificou nos últimos cinco anos pela performance
econômica do país. A indústria de seguros, previdência e capitalização cresce a
taxas de dois dígitos. Em 2011, os investimentos das seguradoras devem superar
R$ 320 bilhões", prevê Mucio. Para a economia brasileira, esta rentabilidade alta é
um forte instrumento de formação de poupança com longo prazo.
Um estudo global sobre gerenciamento de riscos realizado pela Aon Risk Solutions
e divulgado no site da Susep, apontou que as maiores preocupações giram em
torno da desaceleração econômica, mudança regulatória e legislativa, aumento da
concorrência, danos à reputação e à marca, interrupção de negócios, incapacidade
de atrair ou reter talentos, risco de preço das commodities, falha tecnológica e
sistema, e por fim fluxo de caixa e risco de liquidez. Já na América Latina, a
principal preocupação é com a desaceleração econômica. Mucio acredita que as
perspectivas maiores são nas áreas de riscos ambientais e do seguro agrícola. No
entanto, ele aponta para a obrigação de uma contínua criação de coberturas e
produtos, fruto do desenvolvimento da economia e das novas necessidades da
sociedade.
Atuação das seguradoras
Como um exemplo de seguradora que obteve crescimento no Nordeste, a regional
Nordeste da MetLife, sob liderança de Solon Barretto, fechou o primeiro semestre
de 2011 com um crescimento de 51,3% em prêmios acumulados em relação ao
mesmo período do ano passado. Os números refletem também no aumento de
participação de share no segmento, em 4,5%.
De acordo com Solon, o resultado foi impulsionado, principalmente, pelo
rendimento de Pernambuco (61,7%) e por diferentes ações que a companhia
desenvolve como parte do plano estratégico de inserção no mercado. Entre estas
ações destacam-se o patrocínio ao 1º Congresso de Seguros de Pernambuco,
ocorrido em Porto de Galinhas-PE, iniciativa da presidente do Sincor Pernambuco,
Cláudia Cândido Diniz e também ao Recife Open Internacional de Tênis.
A MetLife também participou de um fórum voltado para empresários de
Pernambuco, abordando o tema "desenvolvimento da região de Suape". Já na
Bahia, foram desenvolvidas diferentes atividades com corretores parceiros para
empresas associadas à FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), além
da participação e patrocínio do evento no Clube dos seguradores da Bahia, com
palestra do executivo da MetLife, Helio Kinoshita.
Outro executivo presente a eventos no Nordeste foi Marcio Magnaboschi, que
prestigiou a realização do 1º Conselho de Corretores do Nordeste, em Salvador,
com a presença do presidente do Sincor Bahia, George Carneiro.
No Ceará, a MetLife inaugurou seu PAD em Fortaleza, também com a presença do
Marcio Magnaboschi, do presidente do Sincor Ceará, Manoel Nésio, do presidente
da ASCOR (Associação dos Corretores de Seguros do Estado do Ceará), Leniebson
Rocha da Silva e de muitos corretores de toda a região, fazendo parte da bem
sucedida execução dos planos de crescimento da seguradora na Regional Nordeste.
Os números da Regional corroboram com os da Fenaprevi, segundo os quais o
seguro de vida individual teve um crescimento de 38% neste ano, indicando que as
pessoas
vêm
buscando
alternativas
para
um
futuro
tranqüilo.
O maior volume de vendas de seguros de vida individual se deve, também, ao
aumento da renda e da oferta de crédito, principalmente para as classes C e D, que
passaram a ter mais acesso ao mercado consumidor.
O mercado apresentou uma taxa média de crescimento anual próxima a 20% nos
últimos cinco anos e contempla, atualmente, mais de 15 milhões de usuários em
todo o país. "O ritmo de crescimento experimentado pelo setor nos últimos anos
tem sido cerca de três vezes superior ao do setor de medicina suplementar. Este
aumento evidencia o interesse do consumidor neste produto, o que amplia o leque
de benefícios ofertados pelo corretor e contribui para a retenção e satisfação de seu
cliente final", afirma Solon Barretto.
G.F.
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