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Ética
Introdução
História da Ética
[...]
Desde a infância, estamos sujeitos à influência de nosso meio social, por intermédio
da família, da escola, dos amigos, dos meios de comunicação de massa, etc. Vamos
adquirindo, aos poucos, idéias morais. É o aspecto social da moral se manifestando
e, mesmo ao nascer, o homem já se defronta com um conjunto de regras, normas
e valores aceitos em seu grupo social.
A moral, porém, não se reduz apenas a seu aspecto social, pois a medida que
desenvolvemos nossa reflexão crítica passamos a questionar os valores herdados,
para então decidir se aceitamos ou não as normas. A decisão de acatar uma
determinada norma é sempre fruto de uma reflexão pessoal consciente, que pode
ser chamada de interiorização. É essa interiorização das normas que qualifica um
ato como sendo moral. Por exemplo: existe uma norma no código de trânsito que
nos proíbe de buzinar diante de um hospital. Podemos cumpri-la por razões
íntimas, pela consciência de que os doentes sofrem com isso. Nesse caso houve a
interiorização da norma e o ato é um ato moral. Mas, se apenas seguimos a norma
por medo das punições previstas pelo código de trânsito, não houve o processo de
interiorização e meu ato escapa do campo moral.
Conforme afirmações anteriores, dizemos que a ética não se confunde com a moral.
A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por
uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma certa tradição cultural
etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma
instituição, um partido político... Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto
significa dizer que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem
compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para
todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal,
supostamente válida para todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são
legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais?
Existe, e essa forma é o que chamamos de ética. A ética é uma reflexão crítica
sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de
princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo
objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os
seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada
vez mais humana. A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a
forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os
apelos a-críticos da moral vigente. Mas a ética, tanto quanto a moral, não é um
conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e
se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta
lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada "natural". Entre a moral e a
ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma
justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente
vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os
outros relações justas e aceitáveis. Via de regra está fundamentada nas idéias de
bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance
se traduz numa existência plena e feliz. O estudo da ética talvez tenha se iniciado
com filósofos gregos há 25 séculos atrás. Hoje em dia, seu campo de atuação
ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros pesquisadores do conhecimento
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dedicam-se a seu estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros
profissionais desenvolvem trabalhos no campo da ética.
Quando na Antigüidade grega Aristóteles apresentou o problema teórico de definir o
conceito de Bem, seu trabalho era de investigar o conteúdo do Bem e não definir o
que cada indivíduo deveria fazer numa ação concreta, para que seu ato seja
considerado bom ou mau. Evidentemente, esta investigação teórica sempre deixa
conseqüências práticas, pois quando definimos o Bem, estamos indicando um
caminho por onde os homens poderão se conduzir nas suas diversas situações
particulares.
A ética também estuda a responsabilidade do ato moral, ou seja, a decisão de agir
numa situação concreta é um problema prático-moral, mas investigar se a pessoa
pôde escolher entre duas ou mais alternativas de ação e agir de acordo com sua
decisão é um problema teórico-ético, pois verifica a liberdade ou o determinismo ao
qual nossos atos estão sujeitos. Se o determinismo é total, então não há mais
espaço para a ética, pois se ela se refere às ações humanas e se essas ações estão
totalmente determinadas de fora para dentro, não há qualquer espaço a liberdade,
para a autodeterminação e, conseqüentemente, para a ética.
A ética pode também contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de
comportamentos moral. Assim, se a ética revela uma relação entre o
comportamento moral e as necessidades e os interesses sociais, ela nos ajudará a
situar no devido lugar a moral efetiva, real, do grupo social. Por outro lado, ela nos
permite exercitar uma forma de questionamento, onde nos colocamos diante do
dilema entre "o que é" e o "que deveria ser", imunizando-nos contra a simplória
assimilação dos valores e normas vigentes na sociedade e abrindo em nossas almas
a possibilidade de desconfiarmos de que os valores morais vigentes podem estar
encobrindo interesses que não correspondem às próprias causas geradoras da
moral. A reflexão ética também permite a identificação de valores petrificados que
já não mais satisfazem os interesses da sociedade a que servem. Jung Mo SUNG e
Josué Cândido da SILVA (1995:17) nos dão um bom exemplo do que estamos
falando: "Na época da escravidão, por exemplo, as pessoas acreditam que os
escravos eram seres inferiores por natureza (como dizia Aristóteles) ou pela
vontade divina (como diziam muitos na América colonial). Elas não se sentiam
eticamente questionadas diante da injustiça cometida contra os escravos. Isso
porque o termo "injustiça" já é fruto de juízo ético de alguém que percebe que a
realidade não é o que deveria ser."
Sendo a ética uma ciência, devemos evitar a tentação de reduzi-la ao campo
exclusivamente normativo. Seu valor está naquilo que explica e não no fato de
prescrever ou recomendar com vistas à ação em situações concretas. A ética
também não tem caráter exclusivamente descrito pois visa investigar e explicar o
comportamento moral, traço inerente da experiência humana. Não é função da
ética formula juízos de valor quanto à prática moral de outras sociedades, mas
explicar a razão de ser destas diferenças e o porque de os homens terem recorrido,
ao longo da história, a práticas morais diferentes e até opostas.
Problema
A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas atividades
envolvem uma carga moral. Idéias sobre o bem e o mal, o certo e o errado, o
permitido e o proibido definem a nossa realidade. Em nossas relações cotidianas
estamos sempre diante de problemas do tipo: Devo sempre dizer a verdade ou
existem ocasiões em que posso mentir? Será que é correto tomar tal atitude? Devo
ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? Existe alguma ocasião
em que seria correto atravessar um sinal de trânsito vermelho? Os soldados que
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matam numa guerra, podem ser moralmente condenados por seus crimes ou estão
apenas cumprindo ordens?
Essas perguntas nos colocam diante de problemas práticos, que aparecem nas
relações reais, efetivas entre indivíduos. São problemas cujas soluções, via de
regra, não envolvem apenas a pessoa que os propõe, mas também a outra ou
outras pessoas que poderão sofrer as conseqüências das decisões e ações,
conseqüências que poderão muitas vezes afetar uma comunidade inteira. O homem
é um ser-no-mundo, que só realiza sua existência no encontro com outros homens,
sendo que, todas as suas ações e decisões afetam as outras pessoas. Nesta
convivência, nesta coexistência, naturalmente têm que existir regras que
coordenem e harmonizem esta relação. Estas regras, dentro de um grupo qualquer,
indicam os limites em relação aos quais podemos medir as nossas possibilidades e
as limitações a que devemos nos submeter. São os códigos culturais que nos
obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem. Pois são freqüentes as queixas
sobre falta de ética na sociedade, na política, na indústria e até mesmo nos meios
esportivos, culturais e religiosos.
Com base nestes questionamentos anteriores, cada uma com sua importância,
iremos trabalhar, analisar um grande problema nas organizações: "A FALTA DE
ÉTICA PROFISSIONAL?", ou seja, é o do trabalho e exercício profissional, um
dos campos mais carentes, no que diz respeito à aplicação da ética. Por esta razão,
executivos e teóricos em administração de empresas voltaram a se debruçar sobre
questões éticas. A lógica alimentadora desse processo não é idealista nem "cor de
rosa". É lógica do capital que, para poder sobreviver, tem que ser mais ético,
evitando cair na barbárie e autodestruição. São os próprios pressupostos da disputa
empresarial que forçam a adoção de um modelo mais ético.
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua
clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem- estar no contexto
sócio- cultural onde exerce sua profissão. Quando falamos de ética profissional
estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta
determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos.
Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões
muito relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. Questões como
aborto, pena de morte, seqüestro, eutanásia, AIDS, por exemplo, são questões
morais que se apresentam como problemas éticos porque pedem reflexão profunda
e, um profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como
um pensador, um filósofo da ciência, ou seja, da profissão que exerce. Desta
forma, a reflexão ética entra na moralidade de qualquer atividade profissional
humana.
Sendo a ética inerente à vida, sua importância é bastante evidenciada na vida
profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e
responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam.
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana "o fazer" e "o
agir" estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo
profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à
conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho
de sua profissão.
Existem vários métodos que devemos aplicá-los para a Educação Ética em
Empresas e Organizações, iremos citar alguns no decorrer do texto abaixo.
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Esforços de empresas para cultivar valores éticos devem incluir palestras
inspiradoras, treinamento em ética e educação aos empregados que estão confusos
em relação às questões éticas. Esse trabalho vem sendo realizado de diversas
formas.
[...]
Justificativas
Devido a grande necessidade e importância, decidimos falar um pouco sobre à
Ética, a qual tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico cultural da
humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários
fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc., a humanidade já
teria se despedaçado até à autodestruição. Também é verdade que a ética não
garante o progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são
capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça,
igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade
etc., cria chances para que esses princípios possam vir a ser postos em prática,
mas não garante o seu cumprimento. As nações do mundo já entraram em acordo
em torno de muitos desses princípios. A "Declaração Universal dos Direitos
Humanos", pela ONU (1948), é uma demonstração de o quanto a ética é necessária
e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais
acordados pelas nações, povos, religiões etc. Nem basta que as Constituições dos
países reproduzam esses princípios (como a Constituição Brasileira o fez, em
1988). É preciso que cada cidadão e cidadã incorpore esses princípios como uma
atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu
comportamento. Isso traz uma conseqüência inevitável: freqüentemente o exercício
pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a moral vigente... Até
porque a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está
sujeita a freqüentes e graves degenerações.
Tem se falado muito em ética , não só no Brasil, e sim em vários outros países. Mas
temos motivos de sobra para nos preocuparmos com a ética no Brasil. O fato é que
em nosso país assistimos a uma degradação moral acelerada, principalmente na
política. Ou será que essa baixeza moral sempre existiu? Será que hoje ela está
apenas vindo a público? Uma ou outra razão, ou ambas combinadas, são motivos
suficientes para uma reação ética dos cidadãos conscientes de sua cidadania. O tipo
de desenvolvimento econômico vigente no Brasil tem gerado estruturalmente e
sistematicamente situações práticas contrárias aos princípios éticos: gera
desigualdades crescentes, gera injustiças, rompe laços de solidariedade, reduz ou
extingue direitos, lança populações inteiras a condições de vida cada vez mais
indignas. E tudo isso convive com situações escandalosas, como o enriquecimento
ilícito de alguns, a impunidade de outros, a prosperidade da hipocrisia política de
muitos etc. Afinal, a hipocrisia será de todos se todos não reagirem eticamente
para fazer valer plenamente os direitos civis, políticos e sociais proclamados por
nossa Constituição:
"Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil : construir
uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional;
erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação". (Art. 3º da Constituição da
República Federativa do Brasil, 1988).
Observada em tese, em seu sentido geral, a profissão, como exercício habitual de
uma tarefa, a serviço de outras pessoas, insere-se no complexo da sociedade como
uma atividade específica.
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Diante do exposto, decidimos falar sobre a falta de ética profissional, pois toda
profissão traz benefícios recíprocos a quem pratica e a quem recebe o fruto do
trabalho, também exige, nessas relações, a preservação de uma conduta
condizente com os princípios éticos específicos.
O agrupamento de profissionais que exercem o mesmo ofício termina por criar as
distintas classes profissionais e também a conduta pertinente.
Existem aspectos claros de observação do comportamento, nas diversas esferas em
que ele se processa: perante o conhecimento, perante o cliente, perante o colega,
perante a classe, perante a sociedade, perante a prática, perante a própria
humanidade como conceito global.
A consideração ética, sendo relativa, também hoje se analisa do ponto de vista da
necessidade de uma conduta de efeitos amplos, globais, mesmo diante de povos
que possuem tradições e costumes diferentes.
[...]
Fonte
FERREIRA, Danielle Roncada; ARAÚJO, Francisco Jocione Sousa; ALVES, Ricardo
José.
Ética.
Disponível
em:
<http://paginas.terra.com.br/educacao/mauro.laruccia/trabalhos/etica.htm>.
Acesso em: 09 mar. 2006.
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