16° TÍTULO: ENDOCARDITE INFECCIOSA SECUNDÁRIA A SEPSE: UMA REVISÃO DA LITERATURA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): MARCUS VINICIUS DO NASCIMENTO OLIVEIRA ORIENTADOR(ES): BIANCA CESTARI ZYCHAR RESUMO A sepse é a principal causa de morte nas UTIs fazendo desta patologia um problema de caráter mundial e grande impacto na saúde pública. Esta patologia é caracterizada por inflamação na tentativa de eliminar o agente infeccioso, através de um processo sequencial, desencadeando liberação de diversos mediadores inflamatórios, potencializando ainda mais este quadro. Os fatores determinantes para má evolução e óbito não são totalmente compreendidos. A Endocardite Infecciosa (EI) caracterizada por lesão endotelial inicial pode evoluir para estenose e insuficiência cardíaca. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi relacionar os aspectos gerais da EI decorrente a sepse. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura nos banco de dados Scielo e Google Acadêmico sobre o referido tema. Cabe ressaltar que este estudo está em andamento, mas já é possível observar sua relevância, uma vez que mesmo diante de campanhas de conscientização e do avanço científico e tecnológico dos últimos anos a EI representa altos índices de mortalidade nas UTIs brasileiras. Palavras-chave: sepse, endocardite, infecção, bacteremia. 1. Introdução A sepse é um grave problema de saúde pública, anualmente são registrados cerca de 400.000 casos de sepse no Brasil o que leva a ocupação de 15% dos leitos das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), e cerca de 60% dos pacientes acometidos de sepse vão há óbito no período de tratamento 1. A sepse consiste em uma inflamação generalizada causada por uma infecção sistêmica por meio de agentes como vírus, fungos e principalmente bactérias, a inflamação age com o objetivo de eliminar tais agentes, e por existir uma resposta exacerbada pode ocasionar a Síndrome de Disfunção Múltipla de Órgãos (SDMO) 2-4. Em pacientes que devem ser submetidos a uma monitorização hemodinâmica ou a administração de medicamentos de forma parenteral é comum que haja a implantação de cateter, o que possibilita a entrada de agentes infecciosos na circulação caracterizando uma bacteremia capaz de ativar cascata de coagulação e exacerbada resposta imune inflamatória 5-7. Diante deste quadro, pode ocorrer adesão destes microrganismos no endocárdio, a partir dos movimentos cardíacos. Mas precisamente na sístole haverá uma grande quantidade de sangue infectado no coração e no momento da diástole o sangue contaminado será ejetado através das artérias o que ocasionará a aderência desses agentes infecciosos nas valvas cardíacas formando vegetações caracterizando então uma endocardite infecciosa (EI) decorrente a um quadro de sepse 5-7. 2. Objetivo O presente trabalho tem como objetivo relacionar os aspectos fisiopatológicos da endocardite infecciosa decorrente a sepse, além de informar prognósticos e dados epidemiológicos. 3. Metodologia Foi realizada revisão sistemática de artigos completos, nos idiomas português e inglês dos bancos de dados do PubMed, Google Acadêmicos, Scielo e Lilacs cujo assunto relacionados EI secundário a sepse. 4. Desenvolvimento Como dito anteriormente, a sepse consiste em uma inflamação generalizada e pode ser dividida em 3 fases: sepse leve caracterizada pela presença de agente infeccioso na corrente sanguínea; sepse grave, relacionada com a SDMO; e por fim o choque séptico que é caracterizado pela hipotensão 9. A despeito da sepse, é grande a quantidade de óbitos, devemos considerar também o alto custo que esta patologia gera, estima-se que no Brasil diariamente em média se gasta U$ 1.028 para o tratamento da sepse, países como Nova Zelândia, Alemanha e Estados Unidos adotaram medidas eficazes de políticas de saúde com diminuição de casos de sepse, porém em nosso país o número é alto e não apresenta redução significativa, com letalidade de 67,4% maior do que em países como a Malásia com 66,1% 15. A presença de qualquer agente infecioso no endotélio ou válvulas cardíacas, apresenta um quadro clinico variado e com progressiva lesão endotelial inicial podendo progredir em lesões valvares do tipo estenose e insuficiência cardíaca. 5. Resultados preliminares Foram selecionados para este trabalho 9 artigos, 2 livros e 4 bibliotecas virtuais exclusivas da área da saúde com aspectos referente a Endocardite e a Sepse, sua fisiopatologia e dados epidemiológicos. Cabe ressaltar que este trabalho ainda está em andamento e novas considerações devem ser incluídas neste trabalho de revisão. 6. Os autores destacam que maior parte dos quadros de EI está relacionada a pacientes imunodeprimidos, pacientes da UTI, com dispositivos invasivos 10-11 . Porém também pode ocorrer em procedimentos dentários, devido profilaxia inadequada, seguida de translocação de bactérias presentes na boca para a região do coração12. Ainda a EI secundária a sepse possui um alto risco de morbidade e mortalidade. Com elevada incidência - 15.000 a 20.000 casos novos ao ano 13 . Sendo a Staphylococcus aureus mais envolvida neste processo, cerca de 70%, destes 25% evolui a óbito decorrente comprometimento da valva cardíaca 5. Diante do tema exposto, fica clara a relevância deste tema, a implementação de novos protocolos gerenciados nas redes de saúde, bem como o entendimento da fisiopatologia da sepse são de extrema importância para evitar a incidência desta doença. 6. Fontes consultadas 1. Silva E, Machado F. Sepse: conceito e epidemiologia. 2016. ILAS; 2. Marcelo Maia. Sepse: sintomas tratamento e causas. 2012. Disp em http://www.minhavida.com.br/saude/temas/sepse; 3. Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS). http://www.ilas.org.br Acesso 16 de julho de 2016; Viana R, Machado F, Souza J. Sepse, um problema de saúde pública: a atuação e colaboração da enfermagem na rápida identificação e tratamento da doença / Conselho Regional de Enfermagem. – São Paulo: COREN-SP, 2016. ISBN 978-8568720-03-5; 5. Bub G, Vilela J, Freitas C, Cardoso M, Baffa A, Teixeira C, Teixeira M, Carvalhal S. Sepse secundária a endocardite bacteriana em pacientes com cateter venoso central: Relato de caso com necropsia. Rev. Ciênc. Med., Campinas 2002. 6. Lorosa P. Atlas de Anatomia Humana Básica 2º edição São Paulo 2012 ISBN 978-858116-002-3; 7. Centro de oncologia Rede Dor http://centrodeoncologiador.com.br/noticias/catetervenoso/ Acesso em 19 de julho de 2016; Heikin C, Coelho J, Paganella M, Siqueira R, Dias F. Sepse: uma visão atual. 2009; 8. Silveira L, Dessote C, Dantas R, Matiolo M, Stabile A. Qualidade de vida relacionada à saúde em sobreviventes à sepse. 2015; 9. Pinheiro P. Endocardite Bacteriana: Sintomas, Causas e Tratamento. 2015 disponível em http://www.mdsaude.com/2009/08/endocardite.html (acesso em 21 de agosto de 2016); 10. Senior JM, Gándara – Ricardo JA. Endocarditis infecciosa. Iatreia. 2015 OctDic;28(4):456-71. DOI 10.5733/udea.iatreia.v28n4a11; 11. Bruno M. Endocardite Bacteriana em Medicina Dentária. Revista da Faculdade de Ciências da Saúde. Porto. ISSN 1646-0480. 4 (2007) 158-167; 12. Gutierrez P, Calderaro D, Caramelli B. Diagnosis and management of infective endocarditis and its complications. Circulation 1998;98:2936-48. Rev Assoc Med Bras 2004; 50(2): 109-26; 13. Ibide N, Faria R, Rosine I, Viana P. Infective Endocarditis: Patophysiology, Diagnosis And Epidemiology. Faculdade Guanambi 2015; 14. Machado F, Souza P. Sepse: Um Problema de Saúde Pública. Instituto Latino Americano da Sepse. Conselho Federal de Medicina 2015. ISBN 978-85-87077-40-0. 4.