Câncer nos testículos Se por um lado é uma doença agressiva, por outro lado é de fácil diagnóstico e um dos tumores com maior índice de cura, visto ser altamente responsivo aos quimioterápicos disponíveis no momento. O câncer do testículo possui marcadores tumorais sangüíneos (alfa-feto proteína e beta-HCG) que podem ajudar no diagnóstico e no acompanhamento futuro da doença. Quais são os principais sintomas? O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor no testículo. Quando suspeito, um Urologista deve ser procurado. A alteração encontrada pode se tratar somente de uma infecção, porém, no caso de um tumor, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Nas fases avançadas do câncer de testículo há disseminação por via sanguínea com metástases atingindo primeiro os pulmões e posteriormente o fígado, o cérebro e os ossos. No caso de tumores de testículo com metástases, podem ocorrer outros sintomas como: • tosse ou dispnéia • perda de peso • vômitos • dor lombar • edema de membros inferiores Quais são os tipos mais comuns de tumores? Os principais tumores de testículo se encontram na tabela abaixo em ordem de freqüência. Tipo histológico Seminoma Teratocarcinoma Teratoma Carcinoma embrionário Coriocarcinoma Freqüência 45-50% 20-25% 8-10% 15-20% 0-1% Há como prevenir os tumores nos testículos? A prevenção depende de um bom conhecimento de sua própria anatomia. O auto-exame dos testículos é fundamental na prevenção do câncer de testículos. O exame deve ser realizado mensalmente, sempre após um banho quente. O calor relaxa o escroto e facilita a observação de anormalidades. O que procurar: - Alteração do volume dos testículos - Sensação de peso no escroto - Dor ou desconforto no testículo Quais são as principais estatísticas desta doença que você pode nos informar? Segundo dados do INCA, dentre os tumores malignos do homem, 5% ocorrem nos testículos. O câncer de testículo atinge principalmente homens entre 15 e 50 anos de idade, sendo considerado raro. Sua incidência é de três a cinco casos para cada grupo de 100 mil indivíduos. Nos EUA, segundo o National Cancer Institute, o número estimado de novos casos para a doença no sno de 2011 foi de 8290 casos. Quais são as modalidades de tratamento? O tratamento inicial do câncer testicular é cirúrgico. É feita uma pequena incisão na região inguinal, a fim de se expor o testículo, e realizar a biópsia. O resultado do material colhido é analisado na hora da cirurgia. Se o câncer de testículo for confirmado, realiza-se a Orquiectomia radical, ou retirada do testículo. Esta intervenção não afeta a função sexual ou reprodutiva do paciente, se o outro testículo for normal. O tratamento será complementado se houver a possibilidade de disseminação do tumor para outros órgãos, ou seja, metástase à distância. Depois da biópsia, o tratamento do câncer de testículo poderá ser: cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou por meio de controle clínico. Esses métodos podem ser usados de forma isolada, ou combinada, dependendo da característica do caso. Como fica a vida (sexual e reprodutiva) do paciente após o tratamento do tumor? Nos últimos 20 anos foi observada uma melhora significativa no tratamento do homem portador de câncer do testículo. A melhoria foi devida aos tipos e doses de agentes quimioterápicos, principalmente nas doenças metastáticas. A qualidade de vida pode ser afetada, pois a maior incidência do câncer do testículo ocorre de 20 a 35 anos idade, portanto, no auge do período reprodutivo do homem. A Radioterapia e a quimioterapia podem causar danos temporarios e algumas vezes irreversiveis nos homens que necessitam de tal tratamento adjuvante. De acordo com o tratamento utilizado, podem ocorrer infertilidade e disfuncao eretil em niveis diversos. O paciente deve manter um controle rigoroso com seu Urologista. O paciente tem como opção, manter seus espermatozoides em um banco de esperma, a fim de fertilizacao futura. A maioria dos casos de cancer de testiculo tem um bom prognostico, a prevencao e a informacao devem ser sempre divulgadas a fim de que possamos fazer diagnosticos precoces e ter altas taxas de cura destes pacientes. Dr. Mauricio Rubinstein Urologista do Hospital Quinta D’Or