Deste total, 52% atingirão mulheres e 48%, homens.

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Como o câncer de testículo interfere na capacidade reprodutiva masculina?
Deste total, 52% atingirão mulheres e 48%, homens. Nos homens, os cânceres mais frequentes são
de próstata (29%), pulmão (10%) e estômago (8%). Entre as mulheres, o de mama (26%), colo do
útero (10%) e intestino (8%).
As neoplasias do trato urinário que interferem diretamente na fertilidade masculina são os cânceres
de testículo, próstata, uretra, pênis, bexiga e vesículas seminais. “É importante informar a população
masculina sobre as formas de prevenção e tratamento destas doenças. Seja pelos efeitos diretos que
elas provocam na produção dos espermatozóides – como no caso do câncer de testículo – ou pelos
danos relacionados com os tratamentos envolvendo a radioterapia e a quimioterapia”, explica o
andrologista Rodrigo Lessi Pagani, professor do Curso de Pós-Graduação em Infertilidade Humana
do ICS, Instituto de Ciências da Saúde.
Os avanços nos tratamentos contra o câncer, envolvendo cirurgias, radioterapia e quimioterapia,
além das tecnologias para a preservação da fertilidade - como a criopreservação de sêmen, os
estudos preliminares de enxerto testicular e o transplante de células germinativas - têm possibilitado
à medicina oferecer opções de preservação da fertilidade para os indivíduos com câncer que
desejam ter filhos. “É importante que urologistas e oncologistas conheçam e informem a estes
pacientes as opções disponíveis para a preservação da fertilidade”, afirma o professor do ICS.
Câncer de testículo
Os testículos fazem parte do órgão reprodutivo masculino e são responsáveis pela produção dos
espermatozóides. O câncer de testículo é um tumor menos freqüente, mas tem o agravante de ter
maior incidência em pessoas jovens e em idade produtiva. Segundo o INCA, dentre os tumores
malignos do homem, 5% ocorrem nos testículos. O câncer de testículo atinge principalmente homens
entre 15 e 50 anos de idade. Sua incidência é de três a cinco casos para cada grupo de 100 mil
indivíduos.
Quando comparado com outros cânceres que atingem o homem, como o de próstata, o câncer de
testículo apresenta baixo índice de mortalidade. “O fato de ter maior incidência em pessoas jovens e
sexualmente ativas possibilita a chance do câncer de testículo ser confundido ou até mesmo
mascarado por orquiepididimites, que são inflamações dos testículos e dos epidídimos, geralmente
transmitidas sexualmente”, informa Rodrigo Pagani, autor de um dos capítulos de Infertility in the
Male, publicação que é referência no campo da infertilidade masculina mundial.
O sintoma mais comum para o seu diagnóstico é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente
indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Mas, ao perceber qualquer massa que não
tenha sido verificada anteriormente, o paciente deve procurar um urologista imediatamente, pois a
alteração encontrada pode se tratar somente de uma infecção ou não, sendo importantíssimo o
correto diagnóstico. No caso de um tumor, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura.
Deve-se ficar atento também a outros sintomas, como aumento ou diminuição no tamanho dos
testículos, dor imprecisa no abdômen inferior, sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos
mamilos.
Se por um lado o câncer de testículo é uma doença agressiva, com alto índice de duplicação das
células tumorais, que podem levar à rápida evolução da patologia, por outro lado, a doença é de fácil
diagnóstico e um dos tumores com maior índice de cura, visto ser altamente responsivo aos
quimioterápicos disponíveis no momento. “Atualmente, o câncer de testículo é considerado um dos
mais curáveis, principalmente quando detectado em estágio inicial”, observa o andrologista.
O tratamento inicial da doença é sempre cirúrgico e ocorre através de um pequeno corte no abdome,
quando se expõe o testículo e a biópsia é realizada. Nos casos de confirmação do câncer é procedida
a retirada do testículo, o que não afeta a função sexual ou reprodutiva do paciente, caso o paciente
tenha o outro testículo normal. “A complementação do tratamento dependerá da pesquisa que será
realizada para identificar a presença ou a possibilidade de disseminação da doença para outros
órgãos. O tratamento posterior poderá ser cirúrgico, radioterápico, quimioterápico ou através de
controle clínico”, informa o médico.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de testículo são: histórico familiar
deste tumor, lesões e traumas na bolsa escrotal e a criptorquidia. Na infância é importante que o
urologista verifique se ocorreu normalmente a descida dos testículos para a bolsa escrotal. Na idade
adulta, a principal forma de prevenção é o auto-exame dos testículos. “O auto-exame dos testículos
deve ser propagado entre a população masculina, pois é um hábito muito importante na prevenção
deste tipo de câncer e deve ser realizado mensalmente”, recomenda Pagani.
Auto-exame dos testículos
O auto-exame é uma forma eficaz de detectar o câncer do testículo em seu estágio inicial, o que
aumenta as chances de cura. “Deve ser realizado mensalmente, sempre após um banho quente. O
calor relaxa o escroto e facilita a observação de anormalidades”, explica o especialista. Conheça a
seguir as orientações do INCA para a realização do exame:
O que procurar?
1) Qualquer alteração do tamanho dos testículos;
2) Sensação de peso no escroto;
3) Dor imprecisa em abdômen inferior ou na virilha;
4) Derrame escrotal, caracterizado por líquido no escroto;
5) Dor ou desconforto no testículo ou escroto.
Como fazer?
1) De pé, em frente ao espelho, verifique a existência de alterações em alto relevo na pele do escroto;
2) Examine cada testículo com as duas mãos. Posicione o testículo entre os dedos indicador, médio e
o polegar;
3) Revolva o testículo entre os dedos; você não deve sentir dor ao realizar o exame. Não se assuste
se um dos testículos parecer ligeiramente maior que o outro, isto é normal;
4) Ache o epidídimo, pequeno canal localizado atrás do testículo e que coleta e carrega o esperma.
Se você se familiarizar com esta estrutura, não confundirá o epidídimo com uma massa suspeita. Os
tumores malignos são freqüentemente localizados lateralmente aos testículos, mas também podem
ser encontrados na porção ventral.
Preservação da fertilidade
Recentemente, o Comitê de Ética da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva publicou novo
parecer, alertando os médicos sobre a sua responsabilidade em orientar os pacientes oncológicos
sobre as opções para a preservação de sua fertilidade. “Com o aumento da prevalência de diversos
tipos de câncer em todo o mundo e devido à melhora do prognóstico terapêutico desta doença, vem
aumentando a demanda por tratamentos e por opções que possam preservar a fertilidade dos
pacientes jovens. Reforçamos, entre os alunos do Curso de Pós-Graduação em Infertilidade Humana
do ICS, a importância de observar esta conduta”, afirma o professor do ICS.
Segundo Rodrigo Pagani, as técnicas e estudos experimentais existentes para a
preservação da fertilidade do paciente com câncer incluem:
1) A supressão gonadal hormonal;
2) A criopreservação do sêmen;
3) A criopreservação de parênquima testicular obtida por biópsia ou hemicastração e o subseqüente
enxerto testicular,e;
4) O transplante de células germinativas.
A supressão gonadal com hormônios ou análogos hormonais é, ainda, considerada uma técnica
experimental e não oferece resultados muito consistentes. Já a criopreservação de parênquima
testicular e o subseqüente enxerto e o transplante de células germinativas, embora muito recentes, e,
ainda consideradas técnicas experimentais, já oferecem perspectivas mais promissoras para a
preservação da fertilidade não só de adultos, mas, especialmente de crianças e adolescentes
acometidos pelo câncer.
Criopreservação
“A criopreservação de sêmen é a técnica consagrada, utilizada há mais de 40 anos, para a
preservação da fertilidade dos pacientes oncológicos”, afirma o andrologista. O método mais
utilizado é o congelamento em vapor de nitrogênio líquido e o armazenamento em nitrogênio líquido.
O sêmen é congelado gradualmente até -79ºC, sendo depois estocado no nitrogênio líquido a
-196ºC. Cerca de 25-50% dos espermatozóides móveis tornam-se imóveis após o descongelamento.
“Apesar disto, uma vez congelados, a vitalidade dos espermatozóides mantém-se constante, mesmo
após longos períodos de congelamento”, explica Pagani.
A qualidade do sêmen antes da criopreservação parece ser o fator mais importante para determinar
o potencial de sobrevida após o descongelamento, sendo as amostras com baixa qualidade inicial,
como no caso do câncer de testículo, as mais crio-sensíveis. “Era necessário que existissem mais de
20 milhões de espermatozóides móveis após o descongelamento, para que as chances de gravidez
fossem adequadas, ou seja, ao redor de 20% por tentativa, quando se utilizava a técnica de
inseminação intra-uterina.
Com os avanços nas técnicas de reprodução assistida, especialmente a injeção intracitoplasmática
do espermatozóide (ICSI), tais parâmetros tornaram-se obsoletos e resultados muito satisfatórios, ao
redor de 40% de sucesso por tentativa, são obtidos utilizando-se amostras de sêmen com qualidade
muito deprimida”, diz Rodrigo Pagani, que também é fellow em Infertilidade Masculina e Cirurgia do
Aparelho Reprodutivo Masculino pela Baylor College of Medicine em Houston – Texas.
Atendimento à população
O Instituto de Ciências em Saúde está fazendo o recrutamento de casais que apresentam problemas
de infertilidade para serem atendidos pelos professores e alunos dos cursos de especialização e
extensão em reprodução humana assistida da instituição. O ICS fará uma adaptação dos custos do
tratamento, de acordo com a classificação sócio-econômica de cada casal.
ICS - O Instituto de Ciências em Saúde é uma entidade privada que visa o aprimoramento de
profissionais da área da Saúde – Medicina, Psicologia, Nutrição, Biologia e Biomedicina – em nível
de extensão e pós-graduação. Tem como missão aprimorar técnicas e conceitos já existentes, bem
como avançar no campo da pesquisa, empregando tecnologias de ponta, trazendo benefícios para a
prática diária dos profissionais de saúde e agregando valor e satisfação ao atendimento prestado aos
pacientes.
ICS - Instituto de Ciências em Saúde
Site: http://www.ics.med.br / E-mail: [email protected]
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