Parto prematuro pode causar surdez congênita

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Parto prematuro pode causar surdez congênita
“Atualmente a medicina possui um amplo banco de estudos que permitiram a evolução nos
tratamentos médicos e também na tecnologia que ajuda a melhorar a vida de quem sofre com
problemas auditivos”, destaca Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista e
otoneurologista.
Existem várias causas para a surdez, que caracterizam o tipo de perda auditiva. A surdez congênita,
por exemplo, é resultado de problemas que podem atingir o ouvido interno ou outras estruturas
centrais. “A surdez neurossensorial distorce os sons e também prejudica o volume sonoro. É como se
os sons fossem interpretados de maneira descoordenada pelo cérebro. Este tipo de perda auditiva
pode se manifestar em qualquer idade, inclusive antes do bebê nascer”, ressalta.
Quatro em cada 1000 nascidos vivos sofrem com surdez congênita, segundo estimativas do Instituto
Britânico de Pesquisas Auditivas. O parto prematuro ou que tenha problemas durante a sua
realização pode ocasionar este problema auditivos na criança. Isto pode ocorrer por falta de oxigênio
ou quando o bebê tem icterícia – distúrbio caracterizado pela cor amarela da pele e do branco dos
olhos causada pelo excesso de bilirrubina no sangue. “A bilirrubina é um pigmento gerado pelo
metabolismo das células vermelhas do sangue e é metabolizada pelo fígado. Quando em excesso o
pigmento pode prejudicar o nervo auditivo e as vias auditivas”, explica.
A deficiência auditiva congênita ainda pode ser causada por fatores hereditários, viroses, como a
rubéola e o sarampo e doenças como a sífilis e a toxoplasmose que atingem a mãe durante a
gestação, e a ingestão de medicamentos durante a gravidez que lesionam o nervo auditivo.
“Desnutrição, excesso de peso, deficiências nutricionais, alterações na pressão arterial, diabetes e
exposição à radiação da mãe podem fazer com que o bebê nasça surdo”, aponta a especialista, que é
responsável pelo Setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital
de Clínicas da UFPR.
A cóclea, parte do ouvido responsável pela sensação auditiva e que tem o formato de um caracol,
tem a sua função adulta normal depois da vigésima semana de gestação e o feto já é capaz de reagir
a estímulos sonoros intensos. “Quando a criança nasce ela possui apenas a audição do tipo reflexa e
com o passar do tempo, na medida em que o bebê passar por experiências auditivas, o processo de
aprendizagem se desenvolve e surgem novas respostas aos sons”, enfatiza.
Muitos pais têm dúvidas em relação aos cuidados com a saúde auditiva dos bebês após o nascimento.
Rita esclarece que não é necessário modificar a rotina do lar por causa do recém-nascido. “O pai e a
mãe devem ficar atentos ao volume dos sons do ambiente. Se o ruído estiver incômodo para os
adultos, então também estará para a criança. Um cuidado muito importante é não introduzir objetos
nos ouvidos do bebê para evitar lesões no sistema auditivo”, acrescenta a especialista.
Durante o banho deve-se evitar a entrada de água nos ouvidos da criança. O ideal é que apenas a
região externa da orelha seja lavada e seca com uma toalha macia. Na amamentação também é
importante que o bebê seja posicionado corretamente, sempre com o tronco e a cabeça elevados.
“Para a prevenção de deficiências causadas por doenças como meningite e caxumba é fundamental a
vacinação no período indicado pelo médico”, finaliza.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
Email: [email protected]
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