MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA Coordenadoria de Pesquisa – CPES Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 – Bairro Ininga Cep: 64049-550 – Teresina-PI – Brasil – Fone (86) 215-5564 E-mail: [email protected] HEPATITE B: SITUAÇÃO VACINAL DE INTERNOS DO SISTEMA PRISIONAL DE TERESINA Andressa da Silva Torres (bolsista do PIBIC/UFPI), Telma Maria Evangelista de Araújo (Orientador, Departamento de Enfermagem – UFPI) INTRODUÇÃO: A população privada de liberdade é considerada altamente vulnerável à infecção pelo vírus da hepatite B podendo disseminá-lo com muita facilidade, principalmente pela heterogeneidade da população confinada no mesmo espaço, pelo grande contingente de usuários de drogas e pela promiscuidade sexual, tendo como consequência maior exposição não somente a riscos físicos, psicológicos, mas também de transmissão de doenças infecciosas. Nesse sentido, entende-se a importância da realização de estudos que identifiquem a situação vacinal dessa população, para que sejam elaboradas e implementadas ações específicas de proteção, por meio da vacinação. OBJETIVO: Avaliar a cobertura vacinal contra hepatite B e fatores associados em internos do sistema prisional de Teresina. METODOLOGIA: Estudo transversal, realizado em três unidades prisionais de Teresina. A população da pesquisa foi composta pelos internos das unidades prisionais com regime fechado ou semiaberto (n=1.258). As variáveis estudadas foram: idade, sexo, cor, escolaridade, profissão, renda individual e familiar, estado civil, informações sobre a hepatite B, sobre a vacina contra hepatite B e sobre a sua situação vacinal. Os dados foram coletados no período de outubro a dezembro de 2014 e foram digitados em banco editado e analisados com a utilização do aplicativo Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 19.0. Foram respeitados todos os preceitos éticos contidos na Resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde e teve aprovação do Comitê de Ética da UFPI (Parecer 335.963). RESULTADOS E DISCUSSÃO: No presente estudo, predominou internos do sistema prisional do sexo masculino (83,8%), A idade média da amostra foi de 29,9 anos. O fato de a maioria ser solteira pode está relacionado com da dificuldade da população em manter relacionamento estável. Predominaram detentos que não frequentaram o sistema educacional (91,7%), e dos que frequentaram, 98,7% possuem até 5 anos de estudo. Verificou-se a predominância de internos que não possuem informações sobre a hepatite B (70,9%), que afirmam não saber a sua forma de transmissão (89,6%) e que possuem conhecimento acerca da existência da vacina contra Hepatite B (62,6%). São necessárias, portanto, o fortalecimento de ações preventivas e de educação em saúde relacionadas à citada infecção e outras DST, efetivando, assim, o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP). Somente 6,4% dos detentos referem ter recebido a 3ª dose da vacina. Esse dado está de acordo com o que estima o Ministério da Saúde, o qual detectou uma cobertura vacinal nessa população muito baixa. O PNSSP objetiva imunizar 100% dos detentos do sistema prisional. Para isso, é necessário completar o esquema de três doses em todos os detentos de acordo com o histórico vacinal. De fato, as primeiras doses induzem uma produção de anticorpos em torno de 70% dos indivíduos, entretanto, uma série completa de três ou quatro doses do imunobiológico promove uma resposta de proteção em mais de 90% dos adultos e 95% das crianças e adolescentes saudáveis. Com relação ao cruzamento das variáveis numéricas independentes (idade, anos de estudo, renda pessoal e familiar) com a situação vacinal contra Hepatite B, verificou-se que nenhuma delas foi estatisticamente associada. Não foi verificada nenhuma associação estatisticamente significativa entre a situação vacinal contra hepatite B dos internos do estudo e a unidade prisional, sexo, situação conjugal, escolaridade e informações sobre hepatite B. Assim, sugere-se que para a efetivação do PNSSP devem ser priorizadas ações de promoção e de educação em saúde sobre a Hepatite B e outras DST/ HIV/Aids, assim como, ações de imunização e acesso de diagnóstico e tratamento para a população carcerária na tentativa de reduzir as vulnerabilidades específicas a esse grupo. CONCLUSÃO: Os resultados apresentados neste estudo apontam para a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para assistência à saúde dos detentos do sistema prisional e de pesquisas científicas voltadas para as especificidades e vulnerabilidades dessa população. Para isso, é necessária articulação efetiva entre as esferas governamentais, entre a gestão de saúde e de justiça, com a elaboração de estratégias que comtemplam o que é preconizado Programa Nacional de Imunização, Programa Nacional de HIV/AIDS e Hepatites Virais e, especialmente, o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário. Palavras-chave: Penitenciária. Vulnerabilidade Social. Hepatite B. Apoio: Universidade Federal do Piauí e Secretaria de Estado da Saúde do Piauí. REFERÊNCIAS ATTILIO, et al. Cobertura vacinal contra hepatite B entre usuários de drogas ilícitas. Acta Paul Enferm, Dourados – MG. v. 24 n.1, pag.101-6, 2011. BRASIL, Ministério da saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. 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