UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Rúbia Castellana Prochmann MANEJO E SANIDADE NO INCUBATÓRIO DE PINTOS DE CORTE CURITIBA 2011 MANEJO E SANIDADE NO INCUBATÓRIO DE PINTOS DE CORTE CURITIBA 2011 Rúbia Castellana Prochmann MANEJO E SANIDADE NO INCUBATÓRIO DE PINTOS DE CORTE Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médica Veterinária. Professora Orientadora: Anderlise Borsoi Orientador Profissional: Thiago Frasson CURITIBA 2011 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais, Marly e Jackson, e meu irmão Henrique que sempre me acompanharam e deram suporte não só durante o curso, mas sim durante toda a minha vida. Ao companheiro Fabricio e aos amigos Gabriela, Carolina, André, Robert, Rafael e Camila, que nesses cinco anos me deram muita força, principalmente nos momentos mais difíceis, para superar os obstáculos e nunca desistir. À Professora Doutora Anderlise Borsoi, minha Orientadora Acadêmica pelos ensinamentos. Ao Médico Veterinário Thiago Frasson, Orientador Profissional, pela paciência, disponibilidade, motivação, e por servir de exemplo para minha vida profissional. Ao Mestre e Professor Paulo Roberto Nocera, por ter auxiliado a fazer contato com a empresa e conseguir o estágio. À empresa Granja Econômica Ltda e à todos os funcionários dos setores por quais passei, que me acolheram, depositaram confiança em mim e passaram seus conhecimentos sem hesitar. Enfim, à todos que colaboraram para a minha vida profissional. Reitor Prof Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora Acadêmica Prof Carmem Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Prof Roberval Eloy Pereira Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Prof João Henrique Faryniuk Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária Prof Ana Laura Angeli CAMPUS BARIGUI Antonio Rangel Santos, 238 Santo Inácio CEP 82.010-330 - Curitiba - PR Fone (41) 3331-7958 TERMO DE APROVAÇÃO Rúbia Castellana Prochmann TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção de título de Médico Veterinário por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 22 de junho de 2011 Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná Orientadora: Profa Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná Profo Sebastião Aparecido Borges Universidade Tuiuti do Paraná Profo Uriel Vinícius Cotarelli de Andrade Universidade Tuiuti do Paraná SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... 2 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 3 RESUMO ..................................................................................................................... 5 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO .................................................................................. 8 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ....................................................................... 8 2.3 DURAÇÃO DE ESTÁGIO.................................................................................. 8 2.4 LOCAL DE ESTÁGIO........................................................................................ 8 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO................................................... 10 3.1 GRANJA DE RECRIA ..................................................................................... 10 3.1.1 MANEJO DE MACHOS ............................................................................. 10 3.1.2 PROGRAMA DE VACINAÇÃO ................................................................. 12 3.1.3 MANEJO DE FÊMEAS .............................................................................. 13 3.2 GRANJAS DE PRODUÇÃO............................................................................ 14 3.3 INCUBATÓRIO ................................................................................................ 16 3.4 LABORATÓRIO .............................................................................................. 18 3.5 FÁBRICA DE RAÇÃO ..................................................................................... 20 3.6 ESTATÍSTICA DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO ........................................... 21 4.1 O OVO ............................................................................................................. 22 4.1.1 OVOGÊNESE............................................................................................ 22 4.1.2 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO OVO ................................................ 24 4.1.3 QUALIDADE DOS OVOS FÉRTEIS ......................................................... 24 4.2 MANEJO DE INCUBADORAS E NASCEDOUROS ....................................... 26 4.2.1 INCUBADORAS ........................................................................................ 26 4.2.2. NASCEDOUROS ..................................................................................... 28 4.3 SANIDADE ...................................................................................................... 29 4.3.1 VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO ............................................................. 29 4.3.2 VACINAÇÃO IN OVO ................................................................................ 30 4.3.3 VACINAÇÃO INJETÁVEL ......................................................................... 31 4.3.4 VACINAÇÃO EM SPRAY .......................................................................... 32 4.3.5 AVALIAÇÃO DA VACINAÇÃO .................................................................. 33 4.4 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO NA INCUBAÇÃO ............................. 34 4.5 MORTALIDADE E MALFORMAÇÕES FETAIS ............................................. 37 5 APRESENTAÇÃO DE ANÁLISE LABORATORIAL DE MONITORIA ................. 40 5.1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DA EMPRESA GEAL PARA ANÁLISE DE SALMONELLA EM OVOS BICADOS (GEAL, 2011)..................... 43 6 CONCLUSÃO......................................................................................................... 46 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 47 LISTA DE ABREVIATURAS XLD – Xilose-Lisina Desoxicolato PCA – Plate Count Agar SAR – Sorologia de Aglutinação Rápida UBA – União Brasileira de Avicultura EMB – Eosine Methylene Blue RV – Rapapport Vassiliadis TT – Tetrationato 2 3 LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 - FÁBRICA DE RAÇÃO SITUADA EM CARAMBEÍ .................................. 9 FIGURA 02 - NÚCLEO DE MATRIZES NA FASE DE RECRIA SITUADO EM BALSA NOVA ..................................................................................................... 9 FIGURA 03 - NÚCLEO DE MATRIZES EM PRODUÇÃO SITUADO NA REGIÃO DE CARAMBEÍ ............................................................................................. 9 FIGURA 04 - INCUBATÓRIO II, LOCALIZADO NA REGIÃO DE BALSA NOVA ......... 9 FIGURA 05 - OVOS DE NINHO ................................................................................. 14 FIGURA 06 - OVOS DE CAMA .................................................................................. 15 FIGURA 07 - CRISTA E BARBELA COM COLORAÇÃO ADEQUADA ...................... 15 FIGURA 08 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO DE ASPECTO NORMAL; OVO TRINCADO; OVO PEQUENO; OVO DE TAMANHO MAIOR (GEMA DUPLA) E OVO DEFORMADO ............................................................ 16 FIGURA 09 - ÁGAR EOSIN METHYLENE BLUE (EMB) ........................................... 19 FIGURA 10 - ÁGAR SABOURAUD DEXTROSE ....................................................... 19 FIGURA 11 - PULMÕES DE PINTOS DE UM DIA PLAQUEADOS (APÓS 24 HORAS DE PLAQUEAMENTO) ........................................................................ 20 FIGURA 12 - INCUBADORA...................................................................................... 28 FIGURA 13 - NASCEDOURO .................................................................................... 29 FIGURA 14 - VACINAÇÃO IN OVO ........................................................................... 31 FIGURA 15 - CARROSSEL DE SEXAGEM/VACINAÇÃO ......................................... 31 FIGURA 16 - TRANSFERÊNCIA DE PINTOS PARA MESA DE VACINAÇÃO .......... 32 FIGURA 17 - MÁQUINA UTILIZADA PARA VACINAÇÃO VIA SPRAY ..................... 32 FIGURA 18 - PINTOS SENDO VACINADOS VIA SPRAY ......................................... 33 FIGURA 19 - PINTOS CORADOS PÓS VACINAÇÃO VIA SPRAY ........................... 34 FIGURA 20 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO INFÉRTIL E EMBRIÃO NO SEGUNDO DIA DE INCUBAÇÃO (DESENVOLVIMENTO DE TECIDO) ............................................................................................................. 35 FIGURA 21 - EMBRIÃO NO 9° DIA DE INCUBAÇÃO - COMEÇA A TER APARÊNCIA DE AVE ................................................................................................ 36 FIGURA 22 - COM 15 DIAS, O INTESTINO É ABSORVIDO PARA DENTRO DA CAVIDADE ABDOMINAL E COM 16 DIAS, O EMBRIÃO JÁ TEM O CORPO COBERTO POR PENAS ........................................................ 36 4 FIGURA 23 - COM 19 DIAS, O SACO VITELINO COMEÇA SER ABSORVIDO PARA A CAVIDADE ABDOMINAL E COM 20 DIAS JÁ ESTÁ COMPLETAMENTE ABSORVIDO. EMBRIÃO VIRA PINTO................ 36 FIGURA 24 - MEMBROS POSTERIORES DUPLICADOS ........................................ 39 FIGURA 25 - RESQUÍCIO DE CORDÃO UMBILICAL ............................................... 39 FIGURA 26 - CABEÇA VIRADA................................................................................. 39 FIGURA 27 - BICO TORTO ....................................................................................... 39 FIGURA 28 - ÁGAR XLD COM AS MARCAÇÕES UTILIZADAS ............................... 41 FIGURA 29 - ÁGAR XLD COM PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS, SUSPEITAS DE SALMONELLA ................................................................................ 42 FIGURA 30 - ÁGAR XLD SEM A PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS SUSPEITAS DE SALMONELLA ................................................................................ 43 5 RESUMO O presente trabalho apresenta as atividades desenvolvidas no Estágio Curricular do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, pela acadêmica Rúbia Castellana Prochmann. O estágio foi realizado na empresa Granja Econômica Avícola LTDA – Pintos GEAL em Carambeí-PR, na area de produção de pintos de um dia. O estágio inclui acompanhamento de atividades nas granjas de recria de matrizes de corte, matrizes em fase de produção e incubatório. Foi desenvolvido durante ao estágio o trabalho de conclusão do curso contendo revisão bibliográfica atualizada sobre manejo dentro de um incubatório. O estágio foi supervisionado pelo médico veterinário responsável técnico da empresa, Thiago Frasson, com o qual foram discutidos e analisados os pontos de maior interesse no estágio, com ênfase na sanidade e manejo no incubatório. Palavras – chave: incubatório, manejo, sanidade 6 1 INTRODUÇÃO A avicultura brasileira é reconhecida como uma das mais desenvolvidas do mundo, com índices de produtividade excepcionais, graças a programas de genética, nutrição, manejo, biosseguridade, boas práticas de produção, rastreabilidade, programas de bem-estar animal e de preservação do meio ambiente (UBA, 2008). Teve início de seu desenvolvimento industrial por volta dos anos 50 e tem evoluído nestes anos com rapidez, apresentando muitos avanços e novas tecnologias. (REVOLLEDO; FERREIRA, 2008). Nos dias atuais, a avicultura é um setor de grande importância para a economia brasileira, pois gera um grande número de empregos diretos e indiretos e é um dos setores que mais investe em tecnologias, manejo e sanidade. Com o passar dos anos, o Brasil se tornou referência mundial na produção de frangos, e a indústria brasileira está mais avançada em comparação a outros grandes produtores de frango do mundo. Além de todo o avanço tecnológico e profissional, o setor avícola brasileiro acompanhou tendências e exigências do mercado internacional. A carne de frango paranaense, por exemplo, é vendida hoje para 120 países, entre eles um dos mais exigentes mercados, como a Europa. (SINDIAVIPAR, 2011). Para que a produção e a exportação continuem aumentando, é necessário ter um cuidado diferenciado com as matrizes de corte. O cuidado com as matrizes (tanto machos quanto fêmeas) está principalmente no manejo, onde a temperatura, vacina, luminosidade e ração estão sempre sendo controladas a fim de adequar as matrizes à condições ambientais e aumentar a produção. Essa atenção deve se estender ao incubatório, onde finalmente serão produzidos os pintos que após passarem por cuidadosa criação na indústria 7 chegarão como carne à mesa do consumidor.. É no incubatório que a fertilidade é avaliada, e toda atenção deve ter tomada desde a estocagem dos ovos até o nascimento dos pintos, pois nesse período, qualquer erro de manejo pode alterar na eclodibilidade, e diminuir a produção de pintos de corte, gerando prejuízos às empresas. O presente relatório tem por objetivo apresentar revisão bibliográfica e descrever atividades relacionadas ao trabalho desenvolvido no estágio curricular obrigatório pela presente redatora. 8 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO As atividades de estágio curricular, na empresa Granja Econômica Avícola LTDA (GEAL), desenvolvidas pela estagiária abrangeram os setores de recria de matrizes de frango de corte, matrizes de frango de corte em produção, incubatório, laboratório e fábrica de ração 2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO A orientação acadêmica foi realizada pela Professora Doutora Anderlise Borsoi, responsável pelas disciplinas de Doença de Aves e Suínos, Higiene e Inspeção de Produtos de Origem animal I e II e Defesa Sanitária no curso de Medicina Veterinária da UTP (Universidade Tuiuti do Paraná). 2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL O estágio foi orientado pelo Medico Veterinário Thiago Frasson, responsável técnico da área da empresa GEAL. 2.3 DURAÇÃO DE ESTÁGIO A carga horária total cumprida foi de 360 horas. 2.4 LOCAL DE ESTÁGIO A GEAL foi fundada no ano de 1954, quando imigrantes holandeses da família Dijkinga desembarcaram no Brasil, trazendo uma incubadora com a capacidade de incubar 1080 ovos e com um nascimento de 300 unidades/semana. 9 Se estabeleceram na colônia de Carambeí, esperando abrir um negócio na área avícola em um país completamente diferente. Hoje, a empresa conta com cinco granjas de matrizes em recria próprias, nas regiões de Carambeí, Ponta Grossa e Balsa Nova; seis granjas próprias de matrizes em fase de produção na região de Carambeí, seis granjas de produção de parceiros nas regiões de Castro, Carambeí, Tijucas do Sul, Lapa e Mandirituba, três incubatórios, sendo dois na região de Carambeí e um na região de Balsa Nova, todos produzindo uma quantidade média de 6.500.000 pintos/mês. E a fábrica de ração na região de Carambeí. FIGURA 01 - FÁBRICA DE RAÇÃO SITUADA EM CARAMBEÍ FIGURA 02 - NÚCLEO DE MATRIZES NA FASE DE RECRIA SITUADO EM BALSA NOVA Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA FIGURA 03 – NÚCLEO DE MATRIZES EM PRODUÇÃO SITUADO NA REGIÃO DE CARAMBEÍ FIGURA 04 - INCUBATÓRIO II, LOCALIZADO NA REGIÃO DE BALSA NOVA Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA 10 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO 3.1 GRANJA DE RECRIA Acompanhamento à um lote na 5a semana de vida. Os lotes nas granjas de recria eram separados por peso, para não haver competição entre as aves de diferentes pesos e necessidades nutricionais. Os pesos eram: leve-leve, leve, médio e pesado. Não havia um peso exato para cada categoria, já que cada lote era diferente. Nas granjas de recria, machos e fêmeas eram criados em aviários diferentes, para as fêmeas era do tipo dark house (galpão totalmente fechado com cortinas pretas e a intensidade de luz era controlada manualmente), para os machos, galpão com cortinas amarelas. O tempo de permanência dos machos e fêmeas nos aviários de recria eram diferentes, assim como o sistema de arraçoamento. Os erros de sexagem eram mais fáceis de serem detectados pois os barracões eram separados. 3.1.1 MANEJO DE MACHOS Os machos permaneciam nas granjas de recria do 1° dia à 21a semana. E os lotes eram separados por peso, em boxes: Leve-leve; leve; médio e pesado. Machos recebiam ração pré-inicial (1-2a semana); inicial (3-5a semana) e crescimento (6-27a semana). Depois da permanência até a 21a semana na granja de recria, eram transferidos para a granja de produção e continuavam consumindo a ração de crescimento. 11 O programa de arraçoamento dos machos: fornecimento diário de alimento, 5/2 (5 dias com fornecimento de alimento e 2 dias sem alimento) e 6/1 (6 dias com fornecimento de alimento e 1 sem alimento), e novamente fornecimento diário. A restrição quantitativa ou volumétrica têm sido o método mais recomendado técnica e economicamente, porque propicia um melhor controle de peso das aves, retardando a maturidade sexual, fazendo com que se tenha um lote mais uniforme no começo do período produtivo, com uma produção de ovos mais homogênea logo no início da produção (BARTOV; HARMS; STEFANELLO, 2000). Para que a alimentação dos animais e o desenvolvimento do aparelho reprodutor fossem controlados de maneira correta, era utilizado o programa de luz descrito na TABELA 01. SEMANA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 TABELA 01 - PROGRAMA DE LUZ HORAS DE LUZ DESLIGADA 24 X 24 X 23 06h 22 05h 21 04h 20 03h 19 02h 18 01h 17 00h 16 23h 15 22h 14 21h 13 20h 12 19h 12 18h Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA LIGADA X X 07h 07h 07h 07h 07h 07h 07h 07h 07h 07h 07h 07h Não liga mais 12 A temperatura também deve ser controlada rigorosamente. Temperaturas muito altas podem, por exemplo, ajudar na produção de gases nocivos à saúde das aves, principalmente se o sistema de ventilação não estiver programado corretamente. Temperaturas muito baixas normalmente resultam em amontoamento das aves, podendo causar mortes. Na TABELA 02, encontram-se as temperaturas ideais até as 15 primeiras semanas de vida das aves. TABELA 02 - TEMPERATURAS IDEAIS PARA AS AVES ATÉ OS 15 DIAS DE VIDA SEMANA TEMPERATURA 1 30° 2 30° 3 29° 4 29° 5 29° 6 28° 7 28° 8 28° 9 27° 10 27° 11 27° 12 26° 13 26° 14 26° 15 25° Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA 3.1.2 PROGRAMA DE VACINAÇÃO Para manter a sanidade das aves nas granjas de recria, e evitar que futuras patologias apareçam nos lotes, é necessário que a empresa tenha um programa de vacinação. Existe um calendário por onde os encarregados das granjas de recria devem se guiar para vacinar os lotes. Os pintos já vinham, do incubatório de avós, vacinados contra Marek e Coccidiose quando eram alojados na granja de recria. A partir da primeira 13 semana começavam a ser vacinados contra New Castle, Bronquite, Gumboro, Bouba Aviária, Anemia, Encefalomielite, Salmonella. As vacinas eram realizadas via infra orbitária, membana da asa, spray sobre as aves, intramuscular e oral. 3.1.3 MANEJO DE FÊMEAS As fêmeas permaneciam nas granjas de recria do 1° dia à 22a semana. Os lotes também eram separados por peso, em boxes, como descrito. Fêmeas na recria recebiam ração pré-inicial (1-2a semana); inicial (35a semana), crescimento (5-17a semana) e pré postura (18-25a semana). Quando eram transferidas para a granja de produção, com 22 semanas, continuavam consumindo a ração pré postura. O programa de arraçoamento das fêmeas era muito parecido com o dos machos, mas continha uma etapa a mais da restrição, que era a 4/3, onde recebe alimento em dias alternados. Ficando da seguinte maneira: diariamente; 4/3; 5/2; 6/1 e diariamente. O programa de luz e de temperatura para fêmeas era o mesmo utilizado para machos, uma diferença residia em quando a luz não era mais acesa, as fêmeas ficavam no escuro, pois o aviário utilizado era do tipo dark house. Na transferência das fêmeas da para as granjas de produção, dois fatores eram observados: a abertura do ísquio (que deve ser de três dedos) e a gordura localizada na asa (acima da veia braquial). 14 3.2 GRANJAS DE PRODUÇÃO Foram visitadas seis granjas de matrizes em produção, sendo que uma estava em construção. Em Mandirituba – PR, foi realizada uma visita técnica à construção de uma futura granja de produção e foram coletadas amostras de sangue de aves da região para serem analisadas no laboratório. Nas outras cinco granjas, foram realizadas visitas técnicas, acompanhando a coleta de ovos de ninho (FIGURA 05) e de cama (FIGURA 06), avaliação de machos através da coloração de crista e barbela (FIGURA 07) e tamanho de peito; e de fêmeas através da coloração de crista e barbela e abertura do ísquio. Foram realizadas necrópsias para verificar se havia presença de parasitas e avaliar como estava a saúde do lote. FIGURA 05 - OVOS DE NINHO Fonte: Rúbia C. Prochmann 15 FIGURA 06 - OVOS DE CAMA Fonte: Rúbia C. Prochmann FIGURA 07 - CRISTA E BARBELA COM COLORAÇÃO ADEQUADA Fonte: Rúbia C. Prochmann Nas granjas de produção, a rotina era a de coletar os ovos postos, classificálos, separando ovos de gema dupla, os muito pequenos, os trincados, quebrados, com a casca muito fina, defeituosos e amanhecidos (os que são botados após a última coleta e são recolhidos apenas na primeira coleta do dia seguinte). Na FIGURA 08, observa-se ovos com aspectos pelos quais devem ser separados dos que serão incubados. Recomenda-se o maior número de coletas possíveis, para que haja menos ovos trincados. 16 Após a classificação, os ovos eram desinfectados com utilização de fumigador. Depois de desinfectados, os ovos permaneciam estocados para serem transferidos para o incubatório. FIGURA 08 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO DE ASPECTO NORMAL; OVO TRINCADO; OVO PEQUENO; OVO DE TAMANHO MAIOR (GEMA DUPLA) E OVO DEFORMADO Fonte: Rúbia C. Prochmann 3.3 INCUBATÓRIO Foram acompanhadas as atividades desde a recepção dos ovos à expedição de pintos. Na sala de ovos, foi acompanhada a recepção dos ovos, a classificação, a pesagem, a verificação da densidade (por amostragem), a estocagem (em uma sala ao lado da sala de ovos) e reclassificação. A reclassificação era feita na sala de pré-aquecimento dos ovos. Desta sala, os ovos eram transferidos para as incubadoras, onde permaneciam durante aproximadamente 19 dias. Na sala de incubação, foi acompanhada a verificação de temperatura e umidade das incubadoras, que eram marcadas a cada meia hora para obter dados de controle das máquinas. Após permanecerem os dias necessários na incubadora, os ovos eram transferidos para os nascedouros. Na hora da transferência, era feita uma ovoscopia 17 para retirar ovos inférteis e os fertilizados eram transferidos para as caixas de nascedouro com o devido cuidado para não sofrerem uma viragem brusca e prejudicar no nascimento do pinto. A temperatura e umidade dos nascedouros também eram verificadas a cada meia hora para que os embriões não se desidratassem ou sofressem uma perda de temperatura muito brusca. Os pintos mantidos nos nascedouros por aproximadamente 2 dias, quando estavam com a penugem mais seca, eram retirados e encaminhados para a sala de pintos, onde se fazia a seleção dos que seriam enviados às granjas. Nesta seleção, eram retirados os pintos com anomalias, onfalite, penugem muito molhada, umbigo aberto ou com qualquer outra característica que prejudique o crescimento do mesmo. Se fosse de solicitado, a sexagem dos pintos também era feita na quantidade pedida. Haviam dois carrosséis na empresa. Um utilizado para a classificação dos pintos; após a classificação, os pintos passavam por uma esteira onde levava ao outro carrossel, que servia para a vacinação via subcutânea. Os pintos eram vacinados um a um e colocados em caixas de transporte em quantidades de 100 animais. Após, os pintos eram transferidos para a sala de repasse, onde eram selecionados novamente. Os que passaram pela primeira seleção e não estavam em boas condições, eram retirados. Sequencialmente ao repasse, os pintos eram encaminhados para a sala de expedição, carregados nos caminhões pinteiros e levados às granjas. No incubatório, foi acompanhado também um teste de fertilidade. Aos 12 dias de incubação, era feita ovoscopia dos ovos de lotes e aviários teste, para serem retirados os ovos inférteis. A quantidade de ovos retirados de cada lote era anotada e os ovos continuavam na incubação normalmente. Nessa etapa, os ovos retirados 18 eram quebrados para avaliar se eram mesmo inférteis, ou se eram embriões que sofreram uma morte no período de 0 a 4 dias de desenvolvimento. A quantidade de ovos inférteis ou com morte de 0 a 4, era também anotada. Esses lotes eram transferidos para os nascedouros com marcações para identificá-los e quando nascidos registrava-se o número de nascimentos. Ovos bicados e não nascidos eram separados e quebrados para avaliar em qual fase do desenvolvimento morreram. Nesta etapa, eram contabilizados quantas mortes de 04 dias, de 5-7 dias, de 8-14 dias, de 15-18 dias, de 19-21 dias e quantos ovos bicados mortos, bicados vivos, trincados e contaminados houveram em cada lote. Essa quantidade também era documentada. Em um planilha no computador, os valores eram passados e a porcentagem de eclodibilidade medida. 3.4 LABORATÓRIO Foram acompanhadas as análises de Salmonella em ovos bicados, mecônio, suabe de arrasto de granjas de matrizes de recria e produção, suabe de cloaca de matrizes em fase de produção, fezes de matrizes na recria e produção, e em matrizes de um dia (coletadas no alojamento). Além das análises de Salmonella, foram acompanhadas sorologias (SAR) para Mycoplasma gallinarum e Mycoplasma sinoviae a partir de coletas de sangue realizadas nas granjas de matrizes; análises bacteriológicas e micológicas em pintos de um dia, imprinting de ovos, plaqueamento do incubatório e análise de cepilho. Para as análises bacteriológicas e micológicas em pintos de um dia são utilizadas placas de Ágar Eosin Methylene Blue (EMB) (FIGURA 09) e Ágar Sabouraud Dextrose (FIGURA 10), respectivamente. No Ágar EMB eram plaqueadas amostras de gema, que haviam sido coletadas com alça de platina, para 19 verificar o crescimento de enterobactérias. No Ágar Sabouraud eram plaqueados pulmões (1/4 de um lobo, conforme FIGURA 11), coletados com tesoura e pinça esterilizadas, para verificar o crescimento de Aspergillus, principalmente. Ambos procedimentos eram realizados próximos à chama do bico de Bunsem, com materiais esterilizados e/ou flambados na chama. FIGURA 09 - ÁGAR EOSIN METHYLENE BLUE (EMB) Fonte: Rúbia C. Prochmann FIGURA 10 - ÁGAR SABOURAUD DEXTROSE Fonte: Rúbia C. Prochmann 20 FIGURA 11 - PULMÕES DE PINTOS DE UM DIA PLAQUEADOS (APÓS 24 HORAS DE PLAQUEAMENTO) Fonte: Rúbia C. Prochmann 3.5 FÁBRICA DE RAÇÃO Na fábrica de ração foi realizada uma visita técnica para conhecer as instalações, e foram acompanhadas as atividades de rotina, como: recebimento e armazenagem de matérias primas, processo de produção das rações, envio de amostras para laboratório, teste de urease (realizado na soja extrusada e prensada); e foi também acompanhada a rotina no secador, que era onde os grãos eram descarregados, a classificação era feita, e era realizado o processo de secagem de grãos (milho e soja), para atingirem a umidade adequada (14%). A fábrica produzia ração apenas para a empresa, e por mês, eram produzidas 2 mil toneladas de ração. 21 3.6 ESTATÍSTICA DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO A seguir, as atividades desenvolvidas durante o estágio no período de 11 de abril a 14 de junho de 2011: Foram acompanhadas atividades em uma granja de recria, durante um dia; em granjas de produção durante 8 (oito) dias úteis; rotina no incubatório durante 12 (doze) dias; rotina no laboratório durante 10 (dez) dias; rotina na fábrica de ração durante 10 (dez) dias e vazios sanitários realizados no escritório, totalizando 4 (quatro) dias. Nas granjas de produção, realizei necropsia em 20 (vinte) aves. No incubatório acompanhei testes de fertilidade e eclodibilidade em 17 (dezessete) aviários, e realizei o embriodiagnóstico em 6 (seis) lotes. No laboratório acompanhei análises de Salmonella em 10 (dez) lotes, sendo que 2 (dois) eu mesma realizei, e também realizei análise micológica e bacteriológica de pintos de um dia em 8 (oito) lotes. 22 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4.1 O OVO Os ovos têm sido reconhecidos como um importante alimento desde o tempo em que homens primitivos os coletavam dos ninhos das aves silvestres (NASCIMENTO; SALLE, 2003). São consumidos por pessoas do mundo todo e de diversas culturas, e segundo Nascimento e Salle (2003), o ovo também tem um lugar definitivo na medicina preventiva, sendo de valor terapêutico no tratamento de muitas doenças carenciais. Pesquisadores como Aristóteles e Purkinje realizaram estudos sobre a casca do ovo, mas o maior pesquisador desse tópico, no século XIX, foi Nathusius, que estudou a casca do ovo por hobby, tendo escrito mais de 30 trabalhos sobre o assunto entre os anos de 1868 e 1898 (NASCIMENTO; SALLE, 2003). 4.1.1 OVOGÊNESE De acordo com a maior parte da literatura relacionada ao tema, o sistema genital feminino da ave é formado pelo ovário e oviduto que se encontram desenvolvidos somente no lado esquerdo. Segundo Nilipour (2007), o oviduto da galinha consiste em cinco regiões: infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina O ovo inicia sua formação no ovário e vai se completando à medida que caminha nos diferentes compartimentos do oviduto por um tempo médio de 25 horas. A ovogênese ou desenvolvimento da gema começa 10 a 12 dias antes da ovulação, quando o óvulo desenvolvido é liberado da membrana folicular (saco da gema) para dentro da parte superior do oviduto (infundíbulo) (ROMANOFF; ROMANOFF, 2003). O infundíbulo tem como funções: captar o oócito; servir de sede para a fecundação; lubrificar a mucosa para a passagem do ovo e formar a camada 23 calazífera ou calazas. A calaza é responsável por manter a gema em sua posição central no ovo. Está presente em cada lado da gema, no sentido longitudinal do eixo maior do ovo, e consiste em duas tiras de ovomucina retorcidas conjuntamente (lado oposto à câmara de ar) e de apenas uma tira retorcida no lado correspondente à câmara de ar (NASCIMENTO; SALLE, 2003). A gema então movimenta-se caudalmente por meio de movimentos peristálticos, em direção ao magno, onde a massa de albúmen é secretada ao redor da gema (SOLOMON, 2003). Provido de partes da clara e das calazas, o ovo chega ao ístmo donde se produz uma secreção filamentosa que coagula com rapidez. Esta contem uma grande quantidade de gluconato de cálcio e forma a membrana testácea, composta de 2 folhetos que cobrem a clara e separadas no polo maior do ovo formando uma câmara de ar. Após percorrer o istmo durante 1 hora e 15 minutos aproximadamente, o ovo chega ao útero que tem a função de formar a casca, sendo o órgão que leva mais tempo na formação do ovo. A casca protege o embrião nas máquinas, de choques e também ajuda na respiração de ovos férteis por milhares de poros na mesma (NILIPOUR, 2007). A vagina tem o comprimento de 4 a 12 cm, apresenta pregas longitudinais onde se depositam a maior parte dos espermatozóides após a cópula. O ovo neste nível está praticamente formado e percorre este segmento em poucos segundos. As funções da vagina são: transporte do ovo para o meio externo e retenção dos espermatozóides para futuras fecundações. Quanto à cloaca, é um segmento que não contibui para a formação do ovo. 24 4.1.2 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO OVO Macroscopicamente o ovo fértil é composto por três partes: a casca, a gema e o albúmen (VIEIRA, 2005). A casca dos ovos é composta por duas partes principais: uma matriz constituída por fibras protéicas e massas esféricas de cristais de carbonato de cálcio em proporção de 1:50 (ROMANOFF; ROMANOFF, 2005). A superfície da camada calcificada é coberta por uma camada glicoprotéica, a cutícula, que é o último componente do ovo a ser depositado e tem função principalmente antimicrobiana. A matriz da casca consiste de duas regiões, uma matriz mamilar que é conectada às fibras protéicas da membrana externa da casca e uma matriz esponjosa que está associada aos cristais de calcita que são depositados em camadas sobrepostas à matriz mamilar (SIMKISS, 2005). Os principais componentes da casca são minerais como o cálcio (98,2%), o magnésio (0,9%) e o fósforo (0,9%) (ROMANOFF; ROMANOFF, 2005). Os componentes de maior proporção na matéria seca da gema são proteínas e lipídios (VIEIRA, 2005). O albúmen, ou clara, é composto de quatro camadas distintas: camada externa, camada espessa viscosa, camada interna, e camada chalazífera. Água é o principal constituinte destas camadas, em um total de 87 a 89% (ROMANOFF; ROMANOFF, 2005). 4.1.3 QUALIDADE DOS OVOS FÉRTEIS O ovo incubável ou fértil é aquele produzido por reprodutores acasalados numa proporção de 8% a 10% de galos e apresenta o blastoderme (PATRÍCIO, 2003). Para garantir uma boa eclodibilidade é necessário que seja feita uma manipulação adequada dos ovos, tanto na coleta dos ovos nas granjas quanto na classificação dos ovos e na desinfecção dos ovos de cama. 25 A granja deve possuir condições de biosseguridade para evitar possíveis contaminações. O isolamento, a ventilação, a distribuição dos equipamentos e a condição da cama são fatores importantes na produção de um ovo com boa qualidade. A cama tem grande influência na higiene do ovo, principalmente porque com a cama úmida, ocorre contaminação dos pés das galinhas que levam sujidades para os ninhos (PATRÍCIO, 2003). A manutenção dos ninhos manuais deve ser bem feita, e os ninhos devem ser forrados com material limpo e fresco. Todos os ovos quebrados, matéria fecal ou qualquer material sujo deve ser removido imediatamente dos ninhos e substituído por material limpo (COBB, 2008). As coletas devem se concentrar no período das 6 às 12 horas, com um minimo de três ou quatro colheitas. No segundo horário, das 13 às 17 horas, serão no mínimo três colheitas. Para as reprodutoras que poem maior quantidade de ovos sobre o piso, é recomendável um maior número de coletas (PATRÍCIO, 2003). Quando os ovos de cama forem utilizados para incubação, deverão ser higienizados imediatamente. Não deve-se usar palha de aço para evitar ranhuras e não facilitar a penetração das bactérias e fungos para o interior do ovo (PATRÍCIO, 2003). Devem ser embalados e incubados separadamente dos ovos colhidos dos ninhos e identificados de forma clara (COBB, 2008). A classificação dos ovos visa a manutenção da uniformidade dos lotes incubados, permitindo que o manejo seja mais eficiente, e que a qualidade do produto final não seja afetada. Durante a classificação dos ovos, a definição de faixas de peso são fundamentais, uma vez que os ovos de diferentes tamanhos não se encaixam 26 corretamente nas bandejas de incubação, podendo quebrar-se e contaminar a incubadora. Além disso, esses ovos originam pintos de pesos diferentes, causando desuniformidade do lote. Tanto a qualidade da casca como a limpeza dos ovos são fundamentais para que os pintos nasçam sem problemas sanitários, como onfalite, aspergilose e outros. (MURAROLI; MENDES, 2003). A classificação dos ovos deve ser feita com cuidado para evitar danos aos ovos férteis. Deve-se remover e descartar os ovos inadequados à incubação. São eles: Sujos, conforme definem as políticas da empresa; rachados; pequenos – de acordo com as regras do incubatório; muito grandes ou com gema dupla; cascas de má qualidade; muito deformadas (COBB, 2008). 4.2 MANEJO DE INCUBADORAS E NASCEDOUROS 4.2.1 INCUBADORAS Incubação artificial é realizada em incubadoras, as quais devem proporcionar o controle de temperatura, umidade relativa, fluxo de O2 e CO2 e frequência de giro. Desvio desses fatores em relação aos respectivos valores ótimos para a espécie ou linhagem e a duração dos mesmos podem inviabilizar o desenvolvimento in ovo, resultando em aumento da taxa de mortalidade e anormalidades (BOLELI, 2003). Na sala de incubação é onde ocorre a maior parte do desenvolvimento embrionário, sendo de 19 dias, aproximadamente, a permanência nessa sala. Assim, os cuidados nesse setor são primordiais (MURAROLI; MENDES, 2003). Para evitar o choque térmico do embrião e a consequente condensação na casca, os ovos devem ser retirados da sala de ovos e pré-aquecidos antes de 27 incubar. O ideal seria pré-aquecer os ovos em uma sala destinada para esta finalidade, sob temperatura de 24-27oC (COBB, 2008). Quando o ovo é colocado em condições de incubação, isto é, temperatura de 37,5°C, umidade relativa de 60%, oxigenação e viragem (uma a cada hora) adequadas, o desenvolviento embrionário é retomado e o embrião se desenvolverá completamente em aproximadamente 21 dias (504 horas). A temperatura é apontada como um dos fatores mais importantes que afetam o desenvolvimento embrionário: temperaturas baixas determinam atraso no desenvolvimento e, altas, aceleram o desenvolvimento. Outro fator que não deve ser descuidado é a viragem dos ovos. Além de não deixar o embrião aderir-se à casca, a movimentação é importante para permitir o crescimento adequado das membranas extra embrionárias e o equilibrio dos fluidos embrionários, com consequente intercâmbio de nutrientes do albúmen para o embrião. A falta de viragem determina queda do número de eclosão e/ou nascimento de pintos de má qualidade (GONZALES; CESARIO, 2003). 28 FIGURA 12 - INCUBADORA Fonte: Rúbia C. Prochmann 4.2.2. NASCEDOUROS Segundo Muraroli e Mendes (2003), os procedimentos operacionais na sala de nascedouros são complementares aos procedimentos realizados na sala de ovos e na sala de incubação. O projeto do nascedouro deve assegurar a facilidade de limpeza/higienização, homogeneidade de ventilação e sistema de exaustão eficiente, preferencialmente localizado na traseira do equipamento, ou seja, na interface com o plenum (túnel de captação de penugem) (VIRGINI, 2003). A transferência deve ser realizada após 444 a 448 horas de incubação, ou seja, 18,5 dias após os ovos terem sido colocados nas incubadoras (MURAROLI; MENDES, 2003). A regulagem dos nascedouros deve atender às necessidades de ventilação e temperatura para cada fase e de acordo com as características dos ovos (MURAROLI; MENDES, 2003). 29 A ventilação, ou seja, a entrada e saída de ar dos nascedouros deve ser regulada para que, durante as primeiras horas, a partir da transferência, ocorram poucas trocas de ar. Recomenda-se 10 a 15 trocas de ar a cada hora, devendo esse número ser aumentado, gradativamente, até chegar ao pico de nascimento com 35 trocas completas de ar em uma hora. A temperatura deve variar de 36 a 37,5°C, enquanto a umidade deve ficar entre 60 e 65% (MURAROLI; MENDES, 2003). FIGURA 13 - NASCEDOURO Fonte: Rúbia C. Prochmann 4.3 SANIDADE 4.3.1 VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO A vacinação no incubatório foi introduzida para combater a Doença de Marek, pois as perdas eram tremendas no início dos anos 70, nos EUA, onde qualquer medicamento o qual se dizia que dava resultados, era indiscriminadamente utilizado (ANDERSON, 2003). Com o passar do tempo, vários outros vírus vacinais foram sendo incorporados no processo de vacinação do incubatório, por necessidade de 30 proteção precoce no campo ou até mesmo pela maior praticidade do manejo de vacinação (BERNARDINO, 2003), por isso, a busca por métodos que permitam antecipar a aplicação de algumas vacinas em aves comerciais tem sido intensivamente pesquisada (BERCHIERI JR.; BOLIS, 2003). 4.3.2 VACINAÇÃO IN OVO As máquinas de vacinação in ovo são as que foram desenvolvidas mais recentemente e rapidamente estão sendo utilizadas por um grande número de incubatórios, principalmente no exterior. As bandejas de incubação são colocadas na correia de alimentação e são transportadas para o dispositivo de vacinação. Esse dispositivo consiste em uma série de agulhas (igual ao número de ovos da bandeja) cuja função é perfurar os ovos. Inicialmente, as agulhas denominadas externas perfuram a casca do ovo e, posteriormente, as agulhas internas que saem do interior das externas perfuram o embrião e aplicam a vacina. Essas máquinas têm capacidade de vacinação de 20.000 a 50.000 ovos por hora, dependendo da configuração da máquina e do tipo de bandeja de incubação (MORO, 2003). O sistema de vacinação in ovo foi desenvolvido inicialmente para a aplicação da vacina contra a doença de Marek, porém atualmente outras vacinas, bem como outras substâncias, são aprovadas e liberadas para aplicação em ovos embrionados (BERCHIERI JR.; BOLIS, 2003) 31 FIGURA 14 - VACINAÇÃO IN OVO Fonte: Rúbia C. Prochmann 4.3.3 VACINAÇÃO INJETÁVEL O equipamento utilizado é do tipo carrossel com vacinadoras pneumáticas pelas quais os pintos são vacinados individualmente. Composto de uma correia transportadora de alimentação, uma plataforma giratória (carrossel), funil de descarga ao centro e correia transportadora inferior para a distribuição dos pintos para a próxima etapa, geralmente de contagem e encaixotamento (MORO, 2003). As vacinas utilizadas via subcutânea normalmente são: Marek, Gumboro e Bouba Aviária. FIGURA 15 - CARROSSEL DE SEXAGEM/VACINAÇÃO Fonte: Camila C. Gonsalves 32 FIGURA 16 - TRANSFERÊNCIA DE PINTOS PARA MESA DE VACINAÇÃO Fonte: Rúbia C. Prochmann 4.3.4 VACINAÇÃO EM SPRAY A estrutura compõe-se de uma esteira do tipo linear, que utiliza vacinadora do tipo spray, pelas quais os pintos são vacinados em grandes quantidades (geralmente em caixas de 100 pintos), possuindo uma correia transportadora para caixas de pintos e uma estação de vacinação em spray (MORO, 2003). Um exemplo de vacinação via spray no incubatório, é a vacina de Bronquite. FIGURA 17 - MÁQUINA UTILIZADA PARA VACINAÇÃO VIA SPRAY Fonte: Rúbia C. Prochmann 33 FIGURA 18 - PINTOS SENDO VACINADOS VIA SPRAY Fonte: Rúbia C. Prochmann 4.3.5 AVALIAÇÃO DA VACINAÇÃO A avaliação da vacinação deve ser feita regularmente. É possível por meio do uso de um corante específico que, normalmente, acompanha as vacinas. É azul, não tóxico e não interfere com os títulos vacinais (BERNARDINO, 2003). Essa verificação deverá se tornar rotina semanal (2 ou 3 vezes por semana em diferentes períodos do dia) para um melhor ajuste do processo por vacinador. Na vacinação via subcutânea, a mancha azul deve estar na região dorsal média do pescoço do pinto, enquanto que na vacinação em spray, o corante è utilizado para verificar a porcentagem de pinainhos vacinados. O ideal é a obtenção de 75 a 80% de pintos, demonstrando o corante nas penugens do corpo e/ou da cabeça. 34 FIGURA 19 - PINTOS CORADOS PÓS VACINAÇÃO VIA SPRAY Fonte: Rúbia C. Prochmann 4.4 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO NA INCUBAÇÃO O desenvolvimento do embrião no interior do ovo se dá em duas etapas importantes: antes da postura, enquanto o ovo está ainda no oviduto, e depois da postura, durante a incubação do ovo (JOHNSON, 2003). O período entre a postura e a colocação dos ovos em condições adequadas de temperatura e umidade relativa para ocorrer o sequenciamento do desenvolvimento deste novo ser pode-se considerar uma terceira etapa que afeta o desenvolvimento embrionário (FISHER, 2003). O desenvolvimento embrionário começa aproximadamente 3 horas após a fecundação, a qual ocorre na porção superior do infundíbulo, e continua progredindo paralelamente à formação do ovo no interior da trompa da ave (BEIG, 2003). Após a formação do ovo (por volta de 25 horas), há a oviposição. O ovo que no corpo da ave que estava submetido à uma temperatura de 40-41°C, sofre um resfriamento. O embrião nas fases iniciais de desenvolvimento age como um organismo de sangue frio, sofrendo influência direta da temperatura do meio ambiente. Se a 35 temperatura exterior for abaixo de 24°C, o desenvolvimento do embrião è paralisado. Essa temperatura é denominada “zero fisiológico” (GONZALES; CESARIO, 2003). Quando o ovo è colcado em condições de incubação, o desenvolvimento embrionário é retomado e o embrião se desenvolverá completamente em ± 21 dias. A temperatura è apontada como um dos fatores mais importantes que afetam ao desenvolvimento embrionário: temperaturas baixas determinam atraso no desenvolvimento e, altas, aceleram. Amba sas condições prejudicam a taxa de eclodibilidade. Outro fator que não deve ser descuidado é a viragem dos ovos. Além de não deixar o embrião aderir-se à casca, a movimentação è importante para permitir o crescimento adequado das membranas extra embrionárias e o equilíbrio dos fluidos embrionários, com consequente intercâmbio de nutrientes do albúmen para o embrião. A falta de viragem determina queda do número de eclosão e/ou nascimento de pintos de má qualidade (GONZALES; CESARIO, 2003). Com a temperatura, a umidade e a viragem ajustadas corretamente, algumas fases do desenvolvimento do pinto durante o período de incubação são as seguintes: FIGURA 20 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO INFÉRTIL E EMBRIÃO NO SEGUNDO DIA DE INCUBAÇÃO (DESENVOLVIMENTO DE TECIDO) Fonte: Guia de Incubação COBB 36 FIGURA 21 - EMBRIÃO NO 9° DIA DE INCUBAÇÃO - COMEÇA A TER APARÊNCIA DE AVE Fonte: Guia de Incubação COBB FIGURA 22 - COM 15 DIAS, O INTESTINO É ABSORVIDO PARA DENTRO DA CAVIDADE ABDOMINAL E COM 16 DIAS, O EMBRIÃO JÁ TEM O CORPO COBERTO POR PENAS Fonte: Guia de Incubação COBB FIGURA 23 - COM 19 DIAS, O SACO VITELINO COMEÇA SER ABSORVIDO PARA A CAVIDADE ABDOMINAL E COM 20 DIAS JÁ ESTÁ COMPLETAMENTE ABSORVIDO. EMBRIÃO VIRA PINTO. Fonte: Guia de Incubação COBB 37 4.5 MORTALIDADE E MALFORMAÇÕES FETAIS Morte embrionária é um evento observado comumente em ovos fertilizados de aves e pode ocorrer durante a incubação por estressores ambientais, físicos, químicos, e biológicos (BOLELI, 2003). Durante o desenvolvimento in ovo de linhagens selecionadas para produção de ovos e corte, ocorrem picos de mortalidade embrionária no 4°, 11° e 19° dias de incubação, aproximadamente (ROMANOFF, 2003). Levando-se em consideração os dias de ocorrência desses picos, a mortalidade embrionária durante a incubação tem sido classificada em precoce (durante a fase embrionária), intermediária e tardia (durante primeira e segunda metade da fase fetal, respectivamente). Na fase embrionária, a mortalidade (precoce) pode ocorrer por esfriamento inadequado, umidade e temperatura imprópria de incubação, período longo de estocagem, viragem inadequada dos ovos, ventilação inadequada das incubadoras, desinfecção inadequada, deficiência de vitaminas (A, B1, B2, biotina, ácido pantotênico etc). Na fase fetal (7-14 dias), a mortalidade (intermediária) pode ser resultante principalmente de deficiências nutricionais, como deficiências vitamínicas e de sais minerais, infecção dos ovos, e temperatura e umidade relativa de incubação inapropriadas. Por sua vez, a mortalidade fetal no último terço da incubação (15 dias até eclosão)(tardia) pode estar relacionada com perda irregular de água, temperatura e umidade relativa de incubação inapropriadas, posição irregular da câmara de ar, infecção e deficiências nutricionais (BOLELI, 2007). 38 Segundo Boleli (2007), as malformações embrionárias mais comuns nos pintos de corte são: 1) Cérebro exposto: não recobrimento das vesículas encefálicas pela ectoderme (epiderme) e não formação parede dorsal da caixa craniana, devido ao excesso de temperatura entre 1°e 3°dia de incubação. 2) Anencefalia: ausência de encéfalo pela não formação da vesícula encefálica anteriores (telencélafo), devido à altas temperaturas no 2 primeiros dias de incubação. 3) Duplicação da vesícula seminal: formação de duas evaginações do ducto colédoco, anteriores ao nefróstoma (tecido) hepático, entre 4° e 6° dias de incubação, provavelmente devido a problemas de giro. 4) Duplicação das patas posteriores (FIGURA 24): formação de dois brotos primordiais das patas posteriores, devido a problemas na viragem dos ovos durante o 3 e 5°dia de incubação. 5) Vísceras ectópicas: não incorporação das alças intestinais e saco de vitelo no interior da cavidade corporal, devido a excesso de temperatura no final do 2° e início do 3° terço da incubação. 6) Resquícios do cordão umbilical (FIGURA 25): não rompimento do alantóide próximo à pele no momento da eclosão, devido a alta ou baixa temperatura de incubação. 39 FIGURA 24 - MEMBROS POSTERIORES DUPLICADOS FIGURA 25 - RESQUÍCIO DE CORDÃO UMBILICAL Fonte: James D. Strawser Fonte: James D. Strawser FIGURA 26 - CABEÇA VIRADA FIGURA 27 - BICO TORTO Fonte: James D. Strawser Fonte: James D. Strawser 40 5 APRESENTAÇÃO DE ANÁLISE LABORATORIAL DE MONITORIA Análise de Salmonella em ovos bicados Aviários analisados: Catanduvas e Sede, localizados em Carambeí. A análise de Salmonella em ovos bicados, é um procedimento de rotina no laboratório, para que seja feito o controle da bactéria nos lotes. Foram coletados 10 ovos bicados (de pintos não nascidos) de um lote de matrizes de 37 semanas e 10 ovos bicados de um lote com 65 semanas. O procedimento para os dois lotes foi o mesmo: Na primeira fase, os ovos foram abertos, a pele que cobre o peito e o abdome dos pintos foi retirada, e os pintos foram colocados na bandeja. A bandeja foi colocada perto da chama (bico de Bunsem), e o material foi coletado. O primeiro material a ser coletado, foi a gema: foi retirada e colocada dentro do pote de coleta universal. Isso foi repetido nos 10 pintos de cada lote. Em seguida, foram retirados o coração e fígado de todos os pintos e colocados em outro pote de coleta. Por último, o ceco foi retirado e colocado em um terceiro pote de coleta. A tesoura e a pinça utilizadas estavam esterilizadas. Depois de feito um lote, para fazer o outro, os materiais eram substituidos. Após o material ser coletado, os potes de coleta foram preenchidos até a metade com água peptonada (um meio de enriquecimento de bactérias), e colocados na estufa à 37°C por 18 a 24 horas. Na segunda fase, após 18-24 horas na estufa, as amostras foram retiradas para serem transferidas aos tubos de ensaio contidos com meios de enriquecimento específicos para Salmonella: Rapapport Vassiliadis (RV) e Caldo Tetrationato (TT). Essa transferência foi feita da seguinte maneira: de cada amostra com água 41 peptonada, foi retirado 1,5mL onde 1ml foi transferido para o caldo TT e 0,5mL para o caldo RV. Para cada amostra, foram utilizados os dois tubos. Após feita a transferência de todas as amostras, os tubos foram agitados para homogeneizar os líquidos e foram levados para o banho maria, onde permaneceram entre 18 e 24 horas, à 42°C. Na terceira fase, os tubos foram retirado do banho maria, secados e agitados mais uma vez, para o repique, que é a transferência do material dos tubos para o Ágar XLD (Xilose-Lisina Desoxicolato). As placas de Ágar XLD que seriam utilizadas foram marcadas com o protocolo das amostras, com o material (gema – G, órgãos – O ou ceco – C), e divididas em dois lados (um para RV e outro para caldo TT), conforme a figura abaixo: FIGURA 28 - ÁGAR XLD COM AS MARCAÇÕES UTILIZADAS Fonte: Rúbia C. Prochmann Para fazer o repique, foram utilizadas alças de platina, que foram flambadas, os tubos foram abertos próximos às chamas um de cada vez, a alça foi colocada até alcançar o líquido e esperou-se esfriar a alça. Quando fria, o a alça foi retirada do 42 líquido, e o material contido na alça (gota) foi transferido para a placa. Depois de transferir, a alça foi flambada novamente para repetir o processo com outro tubo, e assim por diante. Após todos os tubos transferidos, as placas foram colocadas na estufa à 37°C por 18 a 24 horas para aguardar o crescimento bacteriano. No dia seguinte, foi feita a leitura. Se houvesse presença de colônias suspeitas de Salmonella (pretas de alo transparente, conforme FIGURA 29), seriam retiradas 2 a 3 colônias com a alça de platina e colocadas em um tubo contendo água peptonada e seriam homogeneizadas. Dessa nova solução seria feito mais um repique em Ágar XLD que seria incubado na estufa por 18 a 24 horas à 37°C. Com isso, as colônias de bactérias ficam mais puras, sem a presença de outras bactérias. Após o crescimento, seriam retiradas 2 a 3 colônias novamente e seriam inoculadas em um tubo de Ágar PCA que também seria incubado nas mesmas condições do Ágar XLD. Quando fosse retirado da estufa, o tubo seria preenchido com soro fisiológico e o teste de SAR seria realizado. O resultado para as amostras deste teste deram negativo, sem colônias pretas suspeitas. (FIGURA 30). FIGURA 29 - ÁGAR XLD COM PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS, SUSPEITAS DE SALMONELLA Fonte: Rúbia C. Prochmann 43 FIGURA 30 - ÁGAR XLD SEM A PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS SUSPEITAS DE SALMONELLA Fonte: Rúbia C. Prochmann 5.1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DA EMPRESA GEAL PARA ANÁLISE DE SALMONELLA EM OVOS BICADOS (GEAL, 2011) 1a fase: Usar a sala de necrópsia; desinfetar a bancada com álcool 70%; colocar luva; acender o bico de bunsem; colocar os lotes já identificados sobre a pia; dispor sobre a bancada a bandeja de alumínio e os outros utensílios (tesoura e pinça); abrir os ovos bicados sendo um de cada vez, retirando a pel eque cobre o peito e a barriga do pintainho, deslocar as pernas para trás e colocá-lo sobre a bandeja; fazer isso com os dez ovos da amostra; deixar a bandeja mais próxima possível da chama; iniciar a necrópsia; abrir a barriga do pintainho e retirar com o auxílio da pinça primeiro a gema e colocar dentro do pote de coleta. Repetir isso com todos os pintainhos; em seguida, retirar o coração, fígado e baço e colocar dentro de outro pote. Repetir com todos os pintainhos. Retirar em seguida o ceco e colocar dentro de outro pote de coleta. Repetir com todos os pintainhos. Lembrando sempre que entre a coleta de cada órgão, a tesoura e a pinça devem ser colocados em algodão 44 com álcool e flambados. A cada novo lote, a tesoura e a pinça devem ser trocadas por outras estéreis. Identificar os potes pelo número do protocolo. 2a fase: Levar o material para a sala de bacteriologia; colocar luvas; acender o bico de bunsem; abrir o pote próximo à chama; colocar água peptonada até passar do meio do pote (aproximadamente 40mL) e tampar; fazer isso o mais próximo da chama; repetir o mesmo processo com todas as amostras (cada lote separadamente); colocar os potes em uma bandeja de plástico e colocar na estufa para incubação de 18 a 24 horas à 37°C; após o tempo de incubação, retirar os potes e partir para a terceira fase. 3a fase: Desinfetar a bancada com álcool 70%; acender o bico de bunsem; colocar os tubos de RV e TT a ser usado na estante de tubos; identificar os tubos conforme a identificação dos potes; iniciar a transferência do líquido que está nos potes de coleta para os tubos, sendo 1mL do líquido do pote para o TT e 0,5mL do líquido para o RV; repetir o mesmo para todos os potes sendo sempre que para novo pote também serão usados dois novos tubos (RV e TT); após toda transferência, passar todos os tubos pelo agitador de tubos para uma perfeita homogeneização dos líquidos; levar todos os tubos ao banho maria onde permanecerão por 18 a 24 horas à uma temperatura de 42°C 4a fase: Após as 24 horas, desinfetar a bancada com álcool 70%; acender o bico de 45 bunsem; retirar os tubos do banho maria e deixar escorrer o excesso de água que está por fora; passar todos os tubos no agitador novamente para mais uma homogeneização; marcar as placas de XLD que serão utilizadas conforme a marcação nos tubos; cada placa será utilizada para um par de tubos (RV e TT), pois será dividida ao meio; flambar a alça de platina; abri rum tubo de cada vez sempre próximo à chama; inocular a alça dentro do tubo até o líquido; retirá-la e estriar na placa de XLD; flambar a alça novamente e reperti o mesmo processo com todos os tubos; colocar todas as placas de XLD na estufa à 37°C e aguardar o crescimento bacteriano que ocorrerá entre 18 a 24 horas; após esse tempo, retirar as placas e fazer leitura (consideram-se suspeitas, as placas que apresentarem colônias de coloração preta com alo transparente). 5a fase: Desinfetar a bancada com àlcool 70%; acender o bico de bunsem; flambar a alça de platina; retirar 2 a 3 colônias suspeitas com a alça de platina e colocá-las em um tubo contendo água peptonada; homogeneizar a amostra no agitador de tubos; fazer um novo repique dessa solução em ágar XLD; incubar à 37°C por 18 a 24 horas (fazer isso para que as colônias de bactérias fiquem mais puras possíveis); após esse crescimento, retirar 2 a 3 colônias e inocular com auxílio de alça de platina em um tubo de ágar PCA no sentido vertical e incubar novamente na estufa. Após 18 a 24 horas, em uma temperatura de 37°C, retirar o tubo de PCA da estufa e preenchê-lo com soro fisiológico. Fazer o teste sorológico ou usar para confirmação o kit API 20 E. 46 6 CONCLUSÃO A realização do estágio na empresa Granja Econômica LTDA foi de fundamental importância para minha vida profissional. Acompanhar profissionais experientes na área da avicultura, ajudou a entender melhor o sistema de produção de pintos de um dia nas áreas de manejo, sanidade de matrizes e atividades no incubatório. Foi possível observar que o maior desafio tanto em matrizes quanto no incubatório, é o manejo, que sempre deve estar sendo observado. Em matrizes, existe a necessidade do funcionário ter experiência ao acompanhar o lote e notar alguma alteração no comportamento das aves. No incubatório, é necessária muita atenção no manejo de incubadoras e nascedouros para que não aconteçam mudanças bruscas de temperatura e umidade, com isso, comprometendo o desenvolvimento dos embriões. A empresa está sempre em busca de adequações em suas instalações para melhorar a sanidade e diminuir os riscos de contaminação em suas granjas e incubatórios. Também busca capacitar seus funcionários para que o manejo seja feito de forma correta, assim assegurando a qualidade na produção e beneficiando a empresa e seus funcionários. O papel do médico veterinário na área de produção é direcionado para o controle das vacinas e vacinação, medicação dos lotes, transporte de aves e ovos, vazio sanitário das granjas e análises no laboratório, ou seja, o médico veterinário tem a função de monitorar a sanidade avícola, que é um dos mais importantes fatores para que uma produção de frangos com qualidade e segurança alimentar para o consumidor. 47 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDERSON, D.P.; Vacinações no pintainho. In: MACARI, M.; GONZALES E. 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