UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Rúbia - TCC On-line

Propaganda
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Rúbia Castellana Prochmann
MANEJO E SANIDADE NO INCUBATÓRIO DE PINTOS DE CORTE
CURITIBA
2011
MANEJO E SANIDADE NO INCUBATÓRIO DE PINTOS DE CORTE
CURITIBA
2011
Rúbia Castellana Prochmann
MANEJO E SANIDADE NO INCUBATÓRIO DE PINTOS DE CORTE
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Medicina Veterinária da Faculdade de
Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para
obtenção do título de Médica Veterinária.
Professora Orientadora: Anderlise Borsoi
Orientador Profissional: Thiago Frasson
CURITIBA
2011
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais, Marly e Jackson, e meu irmão
Henrique que sempre me acompanharam e deram suporte não só durante o curso,
mas sim durante toda a minha vida.
Ao companheiro Fabricio e aos amigos Gabriela, Carolina, André, Robert,
Rafael e Camila, que nesses cinco anos me deram muita força, principalmente nos
momentos mais difíceis, para superar os obstáculos e nunca desistir.
À Professora Doutora Anderlise Borsoi, minha Orientadora Acadêmica pelos
ensinamentos.
Ao Médico Veterinário Thiago Frasson, Orientador Profissional, pela
paciência, disponibilidade, motivação, e por servir de exemplo para minha vida
profissional.
Ao Mestre e Professor Paulo Roberto Nocera, por ter auxiliado a fazer contato
com a empresa e conseguir o estágio.
À empresa Granja Econômica Ltda e à todos os funcionários dos setores por
quais passei, que me acolheram, depositaram confiança em mim e passaram seus
conhecimentos sem hesitar.
Enfim, à todos que colaboraram para a minha vida profissional.
Reitor
Prof Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró-Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitora Acadêmica
Prof Carmem Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
Prof Roberval Eloy Pereira
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Prof João Henrique Faryniuk
Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária
Prof Ana Laura Angeli
CAMPUS BARIGUI
Antonio Rangel Santos, 238 Santo Inácio
CEP 82.010-330 - Curitiba - PR
Fone (41) 3331-7958
TERMO DE APROVAÇÃO
Rúbia Castellana Prochmann
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção de título
de Médico Veterinário por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária
da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 22 de junho de 2011
Medicina Veterinária
Universidade Tuiuti do Paraná
Orientadora:
Profa Anderlise Borsoi
Universidade Tuiuti do Paraná
Profo Sebastião Aparecido Borges
Universidade Tuiuti do Paraná
Profo Uriel Vinícius Cotarelli de Andrade
Universidade Tuiuti do Paraná
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS ....................................................................................... 2
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 3
RESUMO ..................................................................................................................... 5
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO .................................................................................. 8
2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ....................................................................... 8
2.3 DURAÇÃO DE ESTÁGIO.................................................................................. 8
2.4 LOCAL DE ESTÁGIO........................................................................................ 8
3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO................................................... 10
3.1 GRANJA DE RECRIA ..................................................................................... 10
3.1.1 MANEJO DE MACHOS ............................................................................. 10
3.1.2 PROGRAMA DE VACINAÇÃO ................................................................. 12
3.1.3 MANEJO DE FÊMEAS .............................................................................. 13
3.2 GRANJAS DE PRODUÇÃO............................................................................ 14
3.3 INCUBATÓRIO ................................................................................................ 16
3.4 LABORATÓRIO .............................................................................................. 18
3.5 FÁBRICA DE RAÇÃO ..................................................................................... 20
3.6 ESTATÍSTICA DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO ........................................... 21
4.1 O OVO ............................................................................................................. 22
4.1.1 OVOGÊNESE............................................................................................ 22
4.1.2 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO OVO ................................................ 24
4.1.3 QUALIDADE DOS OVOS FÉRTEIS ......................................................... 24
4.2 MANEJO DE INCUBADORAS E NASCEDOUROS ....................................... 26
4.2.1 INCUBADORAS ........................................................................................ 26
4.2.2. NASCEDOUROS ..................................................................................... 28
4.3 SANIDADE ...................................................................................................... 29
4.3.1 VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO ............................................................. 29
4.3.2 VACINAÇÃO IN OVO ................................................................................ 30
4.3.3 VACINAÇÃO INJETÁVEL ......................................................................... 31
4.3.4 VACINAÇÃO EM SPRAY .......................................................................... 32
4.3.5 AVALIAÇÃO DA VACINAÇÃO .................................................................. 33
4.4 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO NA INCUBAÇÃO ............................. 34
4.5 MORTALIDADE E MALFORMAÇÕES FETAIS ............................................. 37
5 APRESENTAÇÃO DE ANÁLISE LABORATORIAL DE MONITORIA ................. 40
5.1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DA EMPRESA GEAL PARA
ANÁLISE DE SALMONELLA EM OVOS BICADOS (GEAL, 2011)..................... 43
6 CONCLUSÃO......................................................................................................... 46
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 47
LISTA DE ABREVIATURAS
XLD – Xilose-Lisina Desoxicolato
PCA – Plate Count Agar
SAR – Sorologia de Aglutinação Rápida
UBA – União Brasileira de Avicultura
EMB – Eosine Methylene Blue
RV – Rapapport Vassiliadis
TT – Tetrationato
2 3 LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - FÁBRICA DE RAÇÃO SITUADA EM CARAMBEÍ .................................. 9
FIGURA 02 - NÚCLEO DE MATRIZES NA FASE DE RECRIA SITUADO EM BALSA
NOVA ..................................................................................................... 9
FIGURA 03 - NÚCLEO DE MATRIZES EM PRODUÇÃO SITUADO NA REGIÃO DE
CARAMBEÍ ............................................................................................. 9
FIGURA 04 - INCUBATÓRIO II, LOCALIZADO NA REGIÃO DE BALSA NOVA ......... 9
FIGURA 05 - OVOS DE NINHO ................................................................................. 14
FIGURA 06 - OVOS DE CAMA .................................................................................. 15
FIGURA 07 - CRISTA E BARBELA COM COLORAÇÃO ADEQUADA ...................... 15
FIGURA 08 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO DE ASPECTO NORMAL; OVO
TRINCADO; OVO PEQUENO; OVO DE TAMANHO MAIOR (GEMA
DUPLA) E OVO DEFORMADO ............................................................ 16
FIGURA 09 - ÁGAR EOSIN METHYLENE BLUE (EMB) ........................................... 19
FIGURA 10 - ÁGAR SABOURAUD DEXTROSE ....................................................... 19
FIGURA 11 - PULMÕES DE PINTOS DE UM DIA PLAQUEADOS (APÓS 24 HORAS
DE PLAQUEAMENTO) ........................................................................ 20
FIGURA 12 - INCUBADORA...................................................................................... 28
FIGURA 13 - NASCEDOURO .................................................................................... 29
FIGURA 14 - VACINAÇÃO IN OVO ........................................................................... 31
FIGURA 15 - CARROSSEL DE SEXAGEM/VACINAÇÃO ......................................... 31
FIGURA 16 - TRANSFERÊNCIA DE PINTOS PARA MESA DE VACINAÇÃO .......... 32
FIGURA 17 - MÁQUINA UTILIZADA PARA VACINAÇÃO VIA SPRAY ..................... 32
FIGURA 18 - PINTOS SENDO VACINADOS VIA SPRAY ......................................... 33
FIGURA 19 - PINTOS CORADOS PÓS VACINAÇÃO VIA SPRAY ........................... 34
FIGURA 20 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO INFÉRTIL E EMBRIÃO NO
SEGUNDO DIA DE INCUBAÇÃO (DESENVOLVIMENTO DE TECIDO)
............................................................................................................. 35
FIGURA 21 - EMBRIÃO NO 9° DIA DE INCUBAÇÃO - COMEÇA A TER APARÊNCIA
DE AVE ................................................................................................ 36
FIGURA 22 - COM 15 DIAS, O INTESTINO É ABSORVIDO PARA DENTRO DA
CAVIDADE ABDOMINAL E COM 16 DIAS, O EMBRIÃO JÁ TEM O
CORPO COBERTO POR PENAS ........................................................ 36
4 FIGURA 23 - COM 19 DIAS, O SACO VITELINO COMEÇA SER ABSORVIDO PARA
A
CAVIDADE
ABDOMINAL
E
COM
20
DIAS
JÁ
ESTÁ
COMPLETAMENTE ABSORVIDO. EMBRIÃO VIRA PINTO................ 36
FIGURA 24 - MEMBROS POSTERIORES DUPLICADOS ........................................ 39
FIGURA 25 - RESQUÍCIO DE CORDÃO UMBILICAL ............................................... 39
FIGURA 26 - CABEÇA VIRADA................................................................................. 39
FIGURA 27 - BICO TORTO ....................................................................................... 39
FIGURA 28 - ÁGAR XLD COM AS MARCAÇÕES UTILIZADAS ............................... 41
FIGURA 29 - ÁGAR XLD COM PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS, SUSPEITAS
DE SALMONELLA ................................................................................ 42
FIGURA 30 - ÁGAR XLD SEM A PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS SUSPEITAS
DE SALMONELLA ................................................................................ 43
5 RESUMO
O presente trabalho apresenta as atividades desenvolvidas no Estágio Curricular do
curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, pela acadêmica
Rúbia Castellana Prochmann. O estágio foi realizado na empresa Granja Econômica
Avícola LTDA – Pintos GEAL em Carambeí-PR, na area de produção de pintos de
um dia. O estágio inclui acompanhamento de atividades nas granjas de recria de
matrizes de corte, matrizes em fase de produção e incubatório. Foi desenvolvido
durante ao estágio o trabalho de conclusão do curso contendo revisão bibliográfica
atualizada sobre manejo dentro de um incubatório. O estágio foi supervisionado pelo
médico veterinário responsável técnico da empresa, Thiago Frasson, com o qual
foram discutidos e analisados os pontos de maior interesse no estágio, com ênfase
na sanidade e manejo no incubatório.
Palavras – chave: incubatório, manejo, sanidade
6 1 INTRODUÇÃO
A avicultura brasileira é reconhecida como uma das mais desenvolvidas do
mundo, com índices de produtividade excepcionais, graças a programas de
genética,
nutrição,
manejo,
biosseguridade,
boas
práticas
de
produção,
rastreabilidade, programas de bem-estar animal e de preservação do meio ambiente
(UBA, 2008). Teve início de seu desenvolvimento industrial por volta dos anos 50 e
tem evoluído nestes anos com rapidez, apresentando muitos avanços e novas
tecnologias. (REVOLLEDO; FERREIRA, 2008).
Nos dias atuais, a avicultura é um setor de grande importância para a
economia brasileira, pois gera um grande número de empregos diretos e indiretos e
é um dos setores que mais investe em tecnologias, manejo e sanidade. Com o
passar dos anos, o Brasil se tornou referência mundial na produção de frangos, e a
indústria brasileira está mais avançada em comparação a outros grandes produtores
de frango do mundo.
Além de todo o avanço tecnológico e profissional, o setor avícola brasileiro
acompanhou tendências e exigências do mercado internacional. A carne de frango
paranaense, por exemplo, é vendida hoje para 120 países, entre eles um dos mais
exigentes mercados, como a Europa. (SINDIAVIPAR, 2011).
Para que a produção e a exportação continuem aumentando, é necessário ter
um cuidado diferenciado com as matrizes de corte. O cuidado com as matrizes
(tanto machos quanto fêmeas) está principalmente no manejo, onde a temperatura,
vacina, luminosidade e ração estão sempre sendo controladas a fim de adequar as
matrizes à condições ambientais e aumentar a produção.
Essa atenção deve se estender ao incubatório, onde finalmente serão
produzidos os pintos
que
após passarem por cuidadosa criação na indústria
7 chegarão como carne à mesa do consumidor.. É no incubatório que a fertilidade é
avaliada, e toda atenção deve ter tomada desde a estocagem dos ovos até o
nascimento dos pintos, pois nesse período, qualquer erro de manejo pode alterar na
eclodibilidade, e diminuir a produção de pintos de corte, gerando prejuízos às
empresas.
O presente relatório tem por objetivo apresentar revisão bibliográfica e
descrever atividades relacionadas ao trabalho desenvolvido no estágio curricular
obrigatório pela presente redatora.
8 2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO
As atividades de estágio curricular, na empresa Granja Econômica Avícola
LTDA (GEAL), desenvolvidas pela estagiária abrangeram os setores de recria de
matrizes de frango de corte, matrizes de frango de corte em produção, incubatório,
laboratório e fábrica de ração
2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO
A orientação acadêmica foi realizada pela Professora Doutora Anderlise Borsoi,
responsável pelas disciplinas de Doença de Aves e Suínos, Higiene e Inspeção de
Produtos de Origem animal I e II e Defesa Sanitária no curso de Medicina
Veterinária da UTP (Universidade Tuiuti do Paraná).
2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL
O estágio foi orientado pelo Medico Veterinário Thiago Frasson, responsável
técnico da área da empresa GEAL.
2.3 DURAÇÃO DE ESTÁGIO
A carga horária total cumprida foi de 360 horas.
2.4 LOCAL DE ESTÁGIO
A GEAL foi fundada no ano de 1954, quando imigrantes holandeses da
família Dijkinga desembarcaram no Brasil, trazendo uma incubadora com a
capacidade de incubar 1080 ovos e com um nascimento de 300 unidades/semana.
9 Se estabeleceram na colônia de Carambeí, esperando abrir um negócio na área
avícola em um país completamente diferente.
Hoje, a empresa conta com cinco granjas de matrizes em recria próprias, nas
regiões de Carambeí, Ponta Grossa e Balsa Nova; seis granjas próprias de matrizes
em fase de produção na região de Carambeí, seis granjas de produção de parceiros
nas regiões de Castro, Carambeí, Tijucas do Sul, Lapa e Mandirituba, três
incubatórios, sendo dois na região de Carambeí e um na região de Balsa Nova,
todos produzindo uma quantidade média de 6.500.000 pintos/mês. E a fábrica de
ração na região de Carambeí.
FIGURA 01 - FÁBRICA DE RAÇÃO
SITUADA EM CARAMBEÍ
FIGURA 02 - NÚCLEO DE MATRIZES
NA FASE DE RECRIA SITUADO EM
BALSA NOVA
Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA
Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA
FIGURA 03 – NÚCLEO DE
MATRIZES EM PRODUÇÃO
SITUADO NA REGIÃO DE
CARAMBEÍ
FIGURA 04 - INCUBATÓRIO II,
LOCALIZADO NA REGIÃO DE BALSA
NOVA
Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA
Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA
10 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
3.1 GRANJA DE RECRIA
Acompanhamento à um lote na 5a semana de vida. Os lotes nas
granjas de recria eram separados por peso, para não haver competição entre
as aves de diferentes pesos e necessidades nutricionais. Os pesos eram:
leve-leve, leve, médio e pesado. Não havia um peso exato para cada
categoria, já que cada lote era diferente.
Nas granjas de recria, machos e fêmeas eram criados em aviários
diferentes, para as fêmeas era do tipo dark house (galpão totalmente fechado
com cortinas pretas e a intensidade de luz era controlada manualmente),
para os machos, galpão com cortinas amarelas. O tempo de permanência
dos machos e fêmeas nos aviários de recria eram diferentes, assim como o
sistema de arraçoamento. Os erros de sexagem eram mais fáceis de serem
detectados pois os barracões eram separados.
3.1.1 MANEJO DE MACHOS
Os machos permaneciam nas granjas de recria do 1° dia à
21a
semana. E os lotes eram separados por peso, em boxes: Leve-leve; leve;
médio e pesado.
Machos recebiam ração pré-inicial (1-2a semana); inicial (3-5a semana)
e crescimento (6-27a semana). Depois da permanência até a 21a semana na
granja de recria, eram transferidos para a granja de produção e continuavam
consumindo a ração de crescimento.
11 O programa de arraçoamento dos machos: fornecimento diário de
alimento, 5/2 (5 dias com fornecimento de alimento e 2 dias sem alimento) e
6/1 (6 dias com fornecimento de alimento e 1 sem alimento), e novamente
fornecimento diário.
A restrição quantitativa ou volumétrica têm sido o método mais
recomendado técnica e economicamente, porque propicia um melhor controle
de peso das aves, retardando a maturidade sexual, fazendo com que se
tenha um lote mais uniforme no começo do período produtivo, com uma
produção de ovos mais homogênea logo no início da produção (BARTOV;
HARMS; STEFANELLO, 2000).
Para que a alimentação dos animais e o desenvolvimento do aparelho
reprodutor fossem controlados de maneira correta, era utilizado o programa
de luz descrito na TABELA 01.
SEMANA
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
TABELA 01 - PROGRAMA DE LUZ
HORAS DE LUZ
DESLIGADA
24
X
24
X
23
06h
22
05h
21
04h
20
03h
19
02h
18
01h
17
00h
16
23h
15
22h
14
21h
13
20h
12
19h
12
18h
Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA
LIGADA
X
X
07h
07h
07h
07h
07h
07h
07h
07h
07h
07h
07h
07h
Não liga mais
12 A
temperatura
também
deve
ser
controlada
rigorosamente.
Temperaturas muito altas podem, por exemplo, ajudar na produção de gases
nocivos à saúde das aves, principalmente se o sistema de ventilação não
estiver programado corretamente. Temperaturas muito baixas normalmente
resultam em amontoamento das aves, podendo causar mortes. Na TABELA
02, encontram-se as temperaturas ideais até as 15 primeiras semanas de
vida das aves.
TABELA 02 - TEMPERATURAS IDEAIS PARA AS AVES ATÉ OS 15 DIAS
DE VIDA
SEMANA
TEMPERATURA
1
30°
2
30°
3
29°
4
29°
5
29°
6
28°
7
28°
8
28°
9
27°
10
27°
11
27°
12
26°
13
26°
14
26°
15
25°
Fonte: Granja Econômica Avícola LTDA
3.1.2 PROGRAMA DE VACINAÇÃO
Para manter a sanidade das aves nas granjas de recria, e evitar que
futuras patologias apareçam nos lotes, é necessário que a empresa tenha um
programa de vacinação. Existe um calendário por onde os encarregados das
granjas de recria devem se guiar para vacinar os lotes.
Os pintos já vinham, do incubatório de avós, vacinados contra Marek e
Coccidiose quando eram alojados na granja de recria. A partir da primeira
13 semana começavam a ser vacinados contra New Castle, Bronquite,
Gumboro, Bouba Aviária, Anemia, Encefalomielite, Salmonella. As vacinas
eram realizadas via infra orbitária, membana da asa, spray sobre as aves,
intramuscular e oral.
3.1.3 MANEJO DE FÊMEAS
As fêmeas permaneciam nas granjas de recria do 1° dia à
22a
semana. Os lotes também eram separados por peso, em boxes, como
descrito.
Fêmeas na recria recebiam ração pré-inicial (1-2a semana); inicial (35a semana), crescimento (5-17a semana) e pré postura (18-25a semana).
Quando eram transferidas para a granja de produção, com 22 semanas,
continuavam consumindo a ração pré postura.
O programa de arraçoamento das fêmeas era muito parecido com o
dos machos, mas continha uma etapa a mais da restrição, que era a 4/3,
onde recebe alimento em dias alternados. Ficando da seguinte maneira:
diariamente; 4/3; 5/2; 6/1 e diariamente.
O programa de luz e de temperatura para fêmeas era o mesmo
utilizado para machos, uma diferença residia em quando a luz não era mais
acesa, as fêmeas ficavam no escuro, pois o aviário utilizado era do tipo dark
house.
Na transferência das fêmeas da para as granjas de produção, dois
fatores eram observados: a abertura do ísquio (que deve ser de três dedos) e
a gordura localizada na asa (acima da veia braquial).
14 3.2 GRANJAS DE PRODUÇÃO
Foram visitadas seis granjas de matrizes em produção, sendo que
uma estava em construção. Em Mandirituba – PR, foi realizada uma visita
técnica à construção de uma futura granja de produção e foram coletadas
amostras de sangue de aves da região para serem analisadas no laboratório.
Nas
outras
cinco
granjas,
foram
realizadas
visitas
técnicas,
acompanhando a coleta de ovos de ninho (FIGURA 05) e de cama (FIGURA
06), avaliação de machos através da coloração de crista e barbela (FIGURA
07) e tamanho de peito; e de fêmeas através da coloração de crista e barbela
e abertura do ísquio. Foram realizadas necrópsias para verificar se havia
presença de parasitas e avaliar como estava a saúde do lote.
FIGURA 05 - OVOS DE NINHO
Fonte: Rúbia C. Prochmann
15 FIGURA 06 - OVOS DE CAMA Fonte: Rúbia C. Prochmann
FIGURA 07 - CRISTA E BARBELA COM COLORAÇÃO ADEQUADA
Fonte: Rúbia C. Prochmann
Nas granjas de produção, a rotina era a de coletar os ovos postos, classificálos, separando ovos de gema dupla, os muito pequenos, os trincados, quebrados,
com a casca muito fina, defeituosos e amanhecidos (os que são botados após a
última coleta e são recolhidos apenas na primeira coleta do dia seguinte). Na
FIGURA 08, observa-se ovos com aspectos pelos quais devem ser separados dos
que serão incubados.
Recomenda-se o maior número de coletas possíveis, para que haja menos
ovos trincados.
16 Após a classificação, os ovos eram desinfectados com utilização de
fumigador. Depois de desinfectados, os ovos permaneciam estocados para serem
transferidos para o incubatório.
FIGURA 08 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO DE ASPECTO NORMAL;
OVO TRINCADO; OVO PEQUENO; OVO DE TAMANHO MAIOR (GEMA DUPLA) E
OVO DEFORMADO
Fonte: Rúbia C. Prochmann
3.3 INCUBATÓRIO
Foram acompanhadas as atividades desde a recepção dos ovos à expedição
de pintos. Na sala de ovos, foi acompanhada a recepção dos ovos, a classificação, a
pesagem, a verificação da densidade (por amostragem), a estocagem (em uma sala
ao lado da sala de ovos) e reclassificação.
A reclassificação era feita na sala de pré-aquecimento dos ovos. Desta sala,
os ovos eram transferidos para as incubadoras, onde permaneciam durante
aproximadamente 19 dias. Na sala de incubação, foi acompanhada a verificação de
temperatura e umidade das incubadoras, que eram marcadas a cada meia hora para
obter dados de controle das máquinas.
Após permanecerem os dias necessários na incubadora, os ovos eram
transferidos para os nascedouros. Na hora da transferência, era feita uma ovoscopia
17 para retirar ovos inférteis e os fertilizados eram transferidos para as caixas de
nascedouro com o devido cuidado para não sofrerem uma viragem brusca e
prejudicar no nascimento do pinto. A temperatura e umidade dos nascedouros
também eram verificadas a cada meia hora para que os embriões não se
desidratassem ou sofressem uma perda de temperatura muito brusca.
Os pintos mantidos nos nascedouros por aproximadamente 2 dias, quando
estavam com a penugem mais seca, eram retirados e encaminhados para a sala de
pintos, onde se fazia a seleção dos que seriam enviados às granjas. Nesta seleção,
eram retirados os pintos com anomalias, onfalite, penugem muito molhada, umbigo
aberto ou com qualquer outra característica que prejudique o crescimento do
mesmo. Se fosse de solicitado, a sexagem dos pintos também era feita na
quantidade pedida. Haviam dois carrosséis na empresa. Um utilizado para a
classificação dos pintos; após a classificação, os pintos passavam por uma esteira
onde levava ao outro carrossel, que servia para a vacinação via subcutânea. Os
pintos eram vacinados um a um e colocados em caixas de transporte em
quantidades de 100 animais.
Após, os pintos eram transferidos para a sala de repasse, onde eram
selecionados novamente. Os que passaram pela primeira seleção e não estavam
em boas condições, eram retirados. Sequencialmente ao repasse, os pintos eram
encaminhados para a sala de expedição, carregados nos caminhões pinteiros e
levados às granjas.
No incubatório, foi acompanhado também um teste de fertilidade. Aos 12 dias
de incubação, era feita ovoscopia dos ovos de lotes e aviários teste, para serem
retirados os ovos inférteis. A quantidade de ovos retirados de cada lote era anotada
e os ovos continuavam na incubação normalmente. Nessa etapa, os ovos retirados
18 eram quebrados para avaliar se eram mesmo inférteis, ou se eram embriões que
sofreram uma morte no período de 0 a 4 dias de desenvolvimento. A quantidade de
ovos inférteis ou com morte de 0 a 4, era também anotada.
Esses lotes eram transferidos para os nascedouros com marcações para
identificá-los e quando nascidos registrava-se o número de nascimentos. Ovos
bicados e não nascidos eram separados e quebrados para avaliar em qual fase do
desenvolvimento morreram. Nesta etapa, eram contabilizados quantas mortes de 04 dias, de 5-7 dias, de 8-14 dias, de 15-18 dias, de 19-21 dias e quantos ovos
bicados mortos, bicados vivos, trincados e contaminados houveram em cada lote.
Essa quantidade também era documentada. Em um planilha no computador, os
valores eram passados e a porcentagem de eclodibilidade medida.
3.4 LABORATÓRIO
Foram acompanhadas as análises de Salmonella em ovos bicados, mecônio,
suabe de arrasto de granjas de matrizes de recria e produção, suabe de cloaca de
matrizes em fase de produção, fezes de matrizes na recria e produção, e em
matrizes de um dia (coletadas no alojamento).
Além das análises de Salmonella, foram acompanhadas sorologias (SAR)
para Mycoplasma gallinarum e Mycoplasma sinoviae a partir de coletas de sangue
realizadas nas granjas de matrizes; análises bacteriológicas e micológicas em pintos
de um dia, imprinting de ovos, plaqueamento do incubatório e análise de cepilho.
Para as análises bacteriológicas e micológicas em pintos de um dia são
utilizadas placas de Ágar Eosin Methylene Blue (EMB) (FIGURA 09) e Ágar
Sabouraud Dextrose (FIGURA 10), respectivamente. No Ágar EMB eram
plaqueadas amostras de gema, que haviam sido coletadas com alça de platina, para
19 verificar o crescimento de enterobactérias. No Ágar Sabouraud eram plaqueados
pulmões (1/4 de um lobo, conforme FIGURA 11), coletados com tesoura e pinça
esterilizadas, para verificar o crescimento de Aspergillus, principalmente. Ambos
procedimentos eram realizados próximos à chama do bico de Bunsem, com
materiais esterilizados e/ou flambados na chama.
FIGURA 09 - ÁGAR EOSIN METHYLENE BLUE (EMB)
Fonte: Rúbia C. Prochmann
FIGURA 10 - ÁGAR SABOURAUD DEXTROSE
Fonte: Rúbia C. Prochmann
20 FIGURA 11 - PULMÕES DE PINTOS DE UM DIA PLAQUEADOS (APÓS 24
HORAS DE PLAQUEAMENTO)
Fonte: Rúbia C. Prochmann
3.5 FÁBRICA DE RAÇÃO
Na fábrica de ração foi realizada uma visita técnica para conhecer as
instalações, e foram acompanhadas as atividades de rotina, como: recebimento e
armazenagem de matérias primas, processo de produção das rações, envio de
amostras para laboratório, teste de urease (realizado na soja extrusada e prensada);
e foi também acompanhada a rotina no secador, que era onde os grãos eram
descarregados, a classificação era feita, e era realizado o processo de secagem de
grãos (milho e soja), para atingirem a umidade adequada (14%). A fábrica produzia
ração apenas para a empresa, e por mês, eram produzidas 2 mil toneladas de
ração.
21 3.6 ESTATÍSTICA DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO
A seguir, as atividades desenvolvidas durante o estágio no período de 11 de
abril a 14 de junho de 2011:
Foram acompanhadas atividades em uma granja de recria, durante um dia; em
granjas de produção durante 8 (oito) dias úteis; rotina no incubatório durante 12
(doze) dias; rotina no laboratório durante 10 (dez) dias; rotina na fábrica de ração
durante 10 (dez) dias e vazios sanitários realizados no escritório, totalizando 4
(quatro) dias.
Nas granjas de produção, realizei necropsia em 20 (vinte) aves.
No incubatório acompanhei testes de fertilidade e eclodibilidade em 17
(dezessete) aviários, e realizei o embriodiagnóstico em 6 (seis) lotes.
No laboratório acompanhei análises de Salmonella em 10 (dez) lotes, sendo
que 2 (dois) eu mesma realizei, e também realizei análise micológica e
bacteriológica de pintos de um dia em 8 (oito) lotes.
22 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 O OVO
Os ovos têm sido reconhecidos como um importante alimento desde o tempo
em que homens primitivos os coletavam dos ninhos das aves silvestres
(NASCIMENTO; SALLE, 2003). São consumidos por pessoas do mundo todo e de
diversas culturas, e segundo Nascimento e Salle (2003), o ovo também tem um
lugar definitivo na medicina preventiva, sendo de valor terapêutico no tratamento de
muitas doenças carenciais.
Pesquisadores como Aristóteles e Purkinje realizaram estudos sobre a casca
do ovo, mas o maior pesquisador desse tópico, no século XIX, foi Nathusius, que
estudou a casca do ovo por hobby, tendo escrito mais de 30 trabalhos sobre o
assunto entre os anos de 1868 e 1898 (NASCIMENTO; SALLE, 2003).
4.1.1 OVOGÊNESE
De acordo com a maior parte da literatura relacionada ao tema, o sistema
genital feminino da ave é formado pelo ovário e oviduto que se encontram
desenvolvidos somente no lado esquerdo. Segundo Nilipour (2007), o oviduto da
galinha consiste em cinco regiões: infundíbulo, magno, istmo, útero e vagina O ovo
inicia sua formação no ovário e vai se completando à medida que caminha nos
diferentes compartimentos do oviduto por um tempo médio de 25 horas.
A ovogênese ou desenvolvimento da gema começa 10 a 12 dias antes da
ovulação, quando o óvulo desenvolvido é liberado da membrana folicular (saco da
gema) para dentro da parte superior do oviduto (infundíbulo) (ROMANOFF;
ROMANOFF, 2003). O infundíbulo tem como funções: captar o oócito; servir de sede
para a fecundação; lubrificar a mucosa para a passagem do ovo e formar a camada
23 calazífera ou calazas. A calaza é responsável por manter a gema em sua posição
central no ovo. Está presente em cada lado da gema, no sentido longitudinal do eixo
maior do ovo, e consiste em duas tiras de ovomucina retorcidas conjuntamente (lado
oposto à câmara de ar) e de apenas uma tira retorcida no lado correspondente à
câmara de ar (NASCIMENTO; SALLE, 2003).
A gema então movimenta-se caudalmente por meio de movimentos
peristálticos, em direção ao magno, onde a massa de albúmen é secretada ao redor
da gema (SOLOMON, 2003).
Provido de partes da clara e das calazas, o ovo chega ao ístmo donde se
produz uma secreção filamentosa que coagula com rapidez. Esta contem uma
grande quantidade de gluconato de cálcio e forma a membrana testácea, composta
de 2 folhetos que cobrem a clara e separadas no polo maior do ovo formando uma
câmara de ar.
Após percorrer o istmo durante 1 hora e 15 minutos aproximadamente, o ovo
chega ao útero que tem a função de formar a casca, sendo o órgão que leva mais
tempo na formação do ovo. A casca protege o embrião nas máquinas, de choques e
também ajuda na respiração de ovos férteis por milhares de poros na mesma
(NILIPOUR, 2007).
A vagina tem o comprimento de 4 a 12 cm, apresenta pregas longitudinais
onde se depositam a maior parte dos espermatozóides após a cópula. O ovo neste
nível está praticamente formado e percorre este segmento em poucos segundos. As
funções da vagina são: transporte do ovo para o meio externo e retenção dos
espermatozóides para futuras fecundações.
Quanto à cloaca, é um segmento que não contibui para a formação do ovo.
24 4.1.2 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO OVO
Macroscopicamente o ovo fértil é composto por três partes: a casca, a gema e
o albúmen (VIEIRA, 2005). A casca dos ovos é composta por duas partes principais:
uma matriz constituída por fibras protéicas e massas esféricas de cristais de
carbonato de cálcio em proporção de 1:50 (ROMANOFF; ROMANOFF, 2005). A
superfície da camada calcificada é coberta por uma camada glicoprotéica, a cutícula,
que é o último componente do ovo a ser depositado e tem função principalmente
antimicrobiana. A matriz da casca consiste de duas regiões, uma matriz mamilar que
é conectada às fibras protéicas da membrana externa da casca e uma matriz
esponjosa que está associada aos cristais de calcita que são depositados em
camadas
sobrepostas
à
matriz
mamilar
(SIMKISS,
2005).
Os
principais
componentes da casca são minerais como o cálcio (98,2%), o magnésio (0,9%) e o
fósforo (0,9%) (ROMANOFF; ROMANOFF, 2005).
Os componentes de maior proporção na matéria seca da gema são proteínas
e lipídios (VIEIRA, 2005). O albúmen, ou clara, é composto de quatro camadas
distintas: camada externa, camada espessa viscosa, camada interna, e camada
chalazífera. Água é o principal constituinte destas camadas, em um total de 87 a
89% (ROMANOFF; ROMANOFF, 2005).
4.1.3 QUALIDADE DOS OVOS FÉRTEIS
O ovo incubável ou fértil é aquele produzido por reprodutores acasalados
numa proporção de 8% a 10% de galos e apresenta o blastoderme (PATRÍCIO,
2003). Para garantir uma boa eclodibilidade é necessário que seja feita uma
manipulação adequada dos ovos, tanto na coleta dos ovos nas granjas quanto na
classificação dos ovos e na desinfecção dos ovos de cama.
25 A granja deve possuir condições de biosseguridade para evitar possíveis
contaminações. O isolamento, a ventilação, a distribuição dos equipamentos e a
condição da cama são fatores importantes na produção de um ovo com boa
qualidade.
A cama tem grande influência na higiene do ovo, principalmente porque com
a cama úmida, ocorre contaminação dos pés das galinhas que levam sujidades para
os ninhos (PATRÍCIO, 2003).
A manutenção dos ninhos manuais deve ser bem feita, e os ninhos devem ser
forrados com material limpo e fresco. Todos os ovos quebrados, matéria fecal ou
qualquer material sujo deve ser removido imediatamente dos ninhos e substituído
por material limpo (COBB, 2008).
As coletas devem se concentrar no período das 6 às 12 horas, com um
minimo de três ou quatro colheitas. No segundo horário, das 13 às 17 horas, serão
no mínimo três colheitas. Para as reprodutoras que poem maior quantidade de ovos
sobre o piso, é recomendável um maior número de coletas (PATRÍCIO, 2003).
Quando os ovos de cama forem utilizados para incubação, deverão ser
higienizados imediatamente. Não deve-se usar palha de aço para evitar ranhuras e
não facilitar a penetração das bactérias e fungos para o interior do ovo (PATRÍCIO,
2003). Devem ser embalados e incubados separadamente dos ovos colhidos dos
ninhos e identificados de forma clara (COBB, 2008).
A classificação dos ovos visa a manutenção da uniformidade dos lotes
incubados, permitindo que o manejo seja mais eficiente, e que a qualidade do
produto final não seja afetada.
Durante a classificação dos ovos, a definição de faixas de peso são
fundamentais, uma vez que os ovos de diferentes tamanhos não se encaixam
26 corretamente nas bandejas de incubação, podendo quebrar-se e contaminar a
incubadora. Além disso, esses ovos originam pintos de pesos diferentes, causando
desuniformidade do lote.
Tanto a qualidade da casca como a limpeza dos ovos são fundamentais para
que os pintos nasçam sem problemas sanitários, como onfalite, aspergilose e outros.
(MURAROLI; MENDES, 2003).
A classificação dos ovos deve ser feita com cuidado para evitar danos aos ovos
férteis. Deve-se remover e descartar os ovos inadequados à incubação.
São eles: Sujos, conforme definem as políticas da empresa; rachados; pequenos –
de acordo com as regras do incubatório; muito grandes ou com gema dupla; cascas
de má qualidade; muito deformadas (COBB, 2008).
4.2 MANEJO DE INCUBADORAS E NASCEDOUROS
4.2.1 INCUBADORAS
Incubação artificial é realizada em incubadoras, as quais devem proporcionar
o controle de temperatura, umidade relativa, fluxo de O2 e CO2 e frequência de giro.
Desvio desses fatores em relação aos respectivos valores ótimos para a espécie ou
linhagem e a duração dos mesmos podem inviabilizar o desenvolvimento in ovo,
resultando em aumento da taxa de mortalidade e anormalidades (BOLELI, 2003).
Na sala de incubação é onde ocorre a maior parte do desenvolvimento
embrionário, sendo de 19 dias, aproximadamente, a permanência nessa sala.
Assim, os cuidados nesse setor são primordiais (MURAROLI; MENDES, 2003).
Para evitar o choque térmico do embrião e a consequente condensação na
casca, os ovos devem ser retirados da sala de ovos e pré-aquecidos antes de
27 incubar. O ideal seria pré-aquecer os ovos em uma sala destinada para esta
finalidade, sob temperatura de 24-27oC (COBB, 2008).
Quando o ovo é colocado em condições de incubação, isto é, temperatura de
37,5°C, umidade relativa de 60%, oxigenação e viragem (uma a cada hora)
adequadas, o desenvolviento embrionário é retomado e o embrião se desenvolverá
completamente em aproximadamente 21 dias (504 horas).
A temperatura é apontada como um dos fatores mais importantes que afetam
o desenvolvimento embrionário: temperaturas baixas determinam atraso no
desenvolvimento e, altas, aceleram o desenvolvimento.
Outro fator que não deve ser descuidado é a viragem dos ovos. Além de não
deixar o embrião aderir-se à casca, a movimentação é importante para permitir o
crescimento adequado das membranas extra embrionárias e o equilibrio dos fluidos
embrionários, com consequente intercâmbio de nutrientes do albúmen para o
embrião. A falta de viragem determina queda do número de eclosão e/ou
nascimento de pintos de má qualidade (GONZALES; CESARIO, 2003).
28 FIGURA 12 - INCUBADORA
Fonte: Rúbia C. Prochmann
4.2.2. NASCEDOUROS
Segundo Muraroli e Mendes (2003), os procedimentos operacionais na sala
de nascedouros são complementares aos procedimentos realizados na sala de ovos
e na sala de incubação.
O projeto do nascedouro deve assegurar a facilidade de limpeza/higienização,
homogeneidade de ventilação e sistema de exaustão eficiente, preferencialmente
localizado na traseira do equipamento, ou seja, na interface com o plenum (túnel de
captação de penugem) (VIRGINI, 2003).
A transferência deve ser realizada após 444 a 448 horas de incubação, ou
seja, 18,5 dias após os ovos terem sido colocados nas incubadoras (MURAROLI;
MENDES, 2003).
A regulagem dos nascedouros deve atender às necessidades de ventilação e
temperatura para cada fase e de acordo com as características dos ovos
(MURAROLI; MENDES, 2003).
29 A ventilação, ou seja, a entrada e saída de ar dos nascedouros deve ser
regulada para que, durante as primeiras horas, a partir da transferência, ocorram
poucas trocas de ar. Recomenda-se 10 a 15 trocas de ar a cada hora, devendo esse
número ser aumentado, gradativamente, até chegar ao pico de nascimento com 35
trocas completas de ar em uma hora. A temperatura deve variar de 36 a 37,5°C,
enquanto a umidade deve ficar entre 60 e 65% (MURAROLI; MENDES, 2003).
FIGURA 13 - NASCEDOURO
Fonte: Rúbia C. Prochmann
4.3 SANIDADE
4.3.1 VACINAÇÃO NO INCUBATÓRIO
A vacinação no incubatório foi introduzida para combater a Doença de Marek,
pois as perdas eram tremendas no início dos anos 70, nos EUA, onde qualquer
medicamento o qual se dizia que dava resultados, era indiscriminadamente utilizado
(ANDERSON, 2003). Com o passar do tempo, vários outros vírus vacinais foram
sendo incorporados no processo de vacinação do incubatório, por necessidade de
30 proteção precoce no campo ou até mesmo pela maior praticidade do manejo de
vacinação (BERNARDINO, 2003), por isso, a busca por métodos que permitam
antecipar a aplicação de algumas vacinas em aves comerciais tem sido
intensivamente pesquisada (BERCHIERI JR.; BOLIS, 2003).
4.3.2 VACINAÇÃO IN OVO
As máquinas de vacinação in ovo são as que foram desenvolvidas mais
recentemente e rapidamente estão sendo utilizadas por um grande número de
incubatórios, principalmente no exterior.
As bandejas de incubação são colocadas na correia de alimentação e são
transportadas para o dispositivo de vacinação. Esse dispositivo consiste em uma
série de agulhas (igual ao número de ovos da bandeja) cuja função é perfurar os
ovos. Inicialmente, as agulhas denominadas externas perfuram a casca do ovo e,
posteriormente, as agulhas internas que saem do interior das externas perfuram o
embrião e aplicam a vacina.
Essas máquinas têm capacidade de vacinação de 20.000 a 50.000 ovos por
hora, dependendo da configuração da máquina e do tipo de bandeja de incubação
(MORO, 2003).
O sistema de vacinação in ovo foi desenvolvido inicialmente para a aplicação
da vacina contra a doença de Marek, porém atualmente outras vacinas, bem como
outras substâncias, são aprovadas e liberadas para aplicação em ovos embrionados
(BERCHIERI JR.; BOLIS, 2003)
31 FIGURA 14 - VACINAÇÃO IN OVO
Fonte: Rúbia C. Prochmann
4.3.3 VACINAÇÃO INJETÁVEL
O equipamento utilizado é do tipo carrossel com vacinadoras pneumáticas
pelas quais os pintos são vacinados individualmente. Composto de uma correia
transportadora de alimentação, uma plataforma giratória (carrossel), funil de
descarga ao centro e correia transportadora inferior para a distribuição dos pintos
para a próxima etapa, geralmente de contagem e encaixotamento (MORO, 2003).
As vacinas utilizadas via subcutânea normalmente são: Marek, Gumboro e
Bouba Aviária.
FIGURA 15 - CARROSSEL DE SEXAGEM/VACINAÇÃO
Fonte: Camila C. Gonsalves
32 FIGURA 16 - TRANSFERÊNCIA DE PINTOS PARA MESA DE VACINAÇÃO
Fonte: Rúbia C. Prochmann
4.3.4 VACINAÇÃO EM SPRAY
A estrutura compõe-se de uma esteira do tipo linear, que utiliza vacinadora do
tipo spray, pelas quais os pintos são vacinados em grandes quantidades
(geralmente em caixas de 100 pintos), possuindo uma correia transportadora para
caixas de pintos e uma estação de vacinação em spray (MORO, 2003).
Um exemplo de vacinação via spray no incubatório, é a vacina de Bronquite.
FIGURA 17 - MÁQUINA UTILIZADA PARA VACINAÇÃO VIA SPRAY
Fonte: Rúbia C. Prochmann
33 FIGURA 18 - PINTOS SENDO VACINADOS VIA SPRAY
Fonte: Rúbia C. Prochmann
4.3.5 AVALIAÇÃO DA VACINAÇÃO
A avaliação da vacinação deve ser feita regularmente. É possível por meio do
uso de um corante específico que, normalmente, acompanha as vacinas. É azul, não
tóxico e não interfere com os títulos vacinais (BERNARDINO, 2003). Essa
verificação deverá se tornar rotina semanal (2 ou 3 vezes por semana em diferentes
períodos do dia) para um melhor ajuste do processo por vacinador.
Na vacinação via subcutânea, a mancha azul deve estar na região dorsal
média do pescoço do pinto, enquanto que na vacinação em spray, o corante è
utilizado para verificar a porcentagem de pinainhos vacinados. O ideal é a obtenção
de 75 a 80% de pintos, demonstrando o corante nas penugens do corpo e/ou da
cabeça.
34 FIGURA 19 - PINTOS CORADOS PÓS VACINAÇÃO VIA SPRAY
Fonte: Rúbia C. Prochmann
4.4 DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO NA INCUBAÇÃO
O desenvolvimento do embrião no interior do ovo se dá em duas etapas
importantes: antes da postura, enquanto o ovo está ainda no oviduto, e depois da
postura, durante a incubação do ovo (JOHNSON, 2003). O período entre a postura e
a colocação dos ovos em condições adequadas de temperatura e umidade relativa
para ocorrer o sequenciamento do desenvolvimento deste novo ser pode-se
considerar uma terceira etapa que afeta o desenvolvimento embrionário (FISHER,
2003).
O desenvolvimento embrionário começa aproximadamente 3 horas após a
fecundação, a qual ocorre na porção superior do infundíbulo, e continua progredindo
paralelamente à formação do ovo no interior da trompa da ave (BEIG, 2003). Após a
formação do ovo (por volta de 25 horas), há a oviposição. O ovo que no corpo da
ave que estava submetido à uma temperatura de 40-41°C, sofre um resfriamento.
O embrião nas fases iniciais de desenvolvimento age como um organismo de
sangue frio, sofrendo influência direta da temperatura do meio ambiente. Se a
35 temperatura exterior for abaixo de 24°C, o desenvolvimento do embrião è paralisado.
Essa temperatura é denominada “zero fisiológico” (GONZALES; CESARIO, 2003).
Quando o ovo è colcado em condições de incubação, o desenvolvimento
embrionário é retomado e o embrião se desenvolverá completamente em ± 21 dias.
A temperatura è apontada como um dos fatores mais importantes que afetam
ao desenvolvimento embrionário: temperaturas baixas determinam atraso no
desenvolvimento e, altas, aceleram. Amba sas condições prejudicam a taxa de
eclodibilidade.
Outro fator que não deve ser descuidado é a viragem dos ovos. Além de não
deixar o embrião aderir-se à casca, a movimentação è importante para permitir o
crescimento adequado das membranas extra embrionárias e o equilíbrio dos fluidos
embrionários, com consequente intercâmbio de nutrientes do albúmen para o
embrião. A falta de viragem determina queda do número de eclosão e/ou
nascimento de pintos de má qualidade (GONZALES; CESARIO, 2003).
Com a temperatura, a umidade e a viragem ajustadas corretamente, algumas
fases do desenvolvimento do pinto durante o período de incubação são as
seguintes:
FIGURA 20 - DA ESQUERDA PARA A DIREITA: OVO INFÉRTIL E EMBRIÃO NO
SEGUNDO DIA DE INCUBAÇÃO (DESENVOLVIMENTO DE TECIDO)
Fonte: Guia de Incubação COBB
36 FIGURA 21 - EMBRIÃO NO 9° DIA DE INCUBAÇÃO - COMEÇA A TER
APARÊNCIA DE AVE
Fonte: Guia de Incubação COBB
FIGURA 22 - COM 15 DIAS, O INTESTINO É ABSORVIDO PARA DENTRO DA
CAVIDADE ABDOMINAL E COM 16 DIAS, O EMBRIÃO JÁ TEM O CORPO
COBERTO POR PENAS
Fonte: Guia de Incubação COBB
FIGURA 23 - COM 19 DIAS, O SACO VITELINO COMEÇA SER ABSORVIDO
PARA A CAVIDADE ABDOMINAL E COM 20 DIAS JÁ ESTÁ COMPLETAMENTE
ABSORVIDO. EMBRIÃO VIRA PINTO.
Fonte: Guia de Incubação COBB
37 4.5 MORTALIDADE E MALFORMAÇÕES FETAIS
Morte embrionária é um evento observado comumente em ovos
fertilizados de aves e pode ocorrer durante a incubação por estressores
ambientais, físicos, químicos, e biológicos (BOLELI, 2003).
Durante o desenvolvimento in ovo de linhagens selecionadas para
produção de ovos e corte, ocorrem picos de mortalidade embrionária no 4°,
11° e 19° dias de incubação, aproximadamente (ROMANOFF, 2003).
Levando-se em consideração os dias de ocorrência desses picos, a
mortalidade embrionária durante a incubação tem sido classificada em
precoce (durante a fase embrionária), intermediária e tardia (durante primeira
e segunda metade da fase fetal, respectivamente).
Na fase embrionária, a mortalidade (precoce) pode ocorrer por
esfriamento inadequado, umidade e temperatura imprópria de incubação,
período longo de estocagem, viragem inadequada dos ovos, ventilação
inadequada das incubadoras, desinfecção inadequada, deficiência de
vitaminas (A, B1, B2, biotina, ácido pantotênico etc).
Na fase fetal (7-14 dias), a mortalidade (intermediária) pode ser
resultante principalmente de deficiências nutricionais, como deficiências
vitamínicas e de sais minerais, infecção dos ovos, e temperatura e umidade
relativa de incubação inapropriadas. Por sua vez, a mortalidade fetal no
último terço da incubação (15 dias até eclosão)(tardia) pode estar relacionada
com perda irregular de água, temperatura e umidade relativa de incubação
inapropriadas, posição irregular da câmara de ar, infecção e deficiências
nutricionais (BOLELI, 2007).
38 Segundo Boleli (2007), as malformações embrionárias mais comuns nos
pintos de corte são:
1) Cérebro exposto: não recobrimento das vesículas encefálicas pela
ectoderme (epiderme) e não formação parede dorsal da caixa
craniana, devido ao excesso de temperatura entre 1°e 3°dia de
incubação.
2) Anencefalia: ausência de encéfalo pela não formação da vesícula
encefálica anteriores (telencélafo), devido à altas temperaturas no 2
primeiros dias de incubação.
3) Duplicação da vesícula seminal: formação de duas evaginações do
ducto colédoco, anteriores ao nefróstoma (tecido) hepático, entre 4° e
6° dias de incubação, provavelmente devido a problemas de giro.
4) Duplicação das patas posteriores (FIGURA 24): formação de dois
brotos primordiais das patas posteriores, devido a problemas na
viragem dos ovos durante o 3 e 5°dia de incubação.
5) Vísceras ectópicas: não incorporação das alças intestinais e saco de
vitelo no interior da cavidade corporal, devido a excesso de
temperatura no final do 2° e início do 3° terço da incubação.
6) Resquícios do cordão umbilical (FIGURA 25): não rompimento do
alantóide próximo à pele no momento da eclosão, devido a alta ou
baixa temperatura de incubação.
39 FIGURA 24 - MEMBROS
POSTERIORES DUPLICADOS
FIGURA 25 - RESQUÍCIO DE
CORDÃO UMBILICAL
Fonte: James D. Strawser
Fonte: James D. Strawser
FIGURA 26 - CABEÇA VIRADA
FIGURA 27 - BICO TORTO
Fonte: James D. Strawser
Fonte: James D. Strawser
40 5 APRESENTAÇÃO DE ANÁLISE LABORATORIAL DE MONITORIA
Análise de Salmonella em ovos bicados
Aviários analisados: Catanduvas e Sede, localizados em Carambeí.
A análise de Salmonella em ovos bicados, é um procedimento de rotina no
laboratório, para que seja feito o controle da bactéria nos lotes.
Foram coletados 10 ovos bicados (de pintos não nascidos) de um lote de
matrizes de 37 semanas e 10 ovos bicados de um lote com 65 semanas.
O procedimento para os dois lotes foi o mesmo:
Na primeira fase, os ovos foram abertos, a pele que cobre o peito e o abdome
dos pintos foi retirada, e os pintos foram colocados na bandeja. A bandeja foi
colocada perto da chama (bico de Bunsem), e o material foi coletado. O primeiro
material a ser coletado, foi a gema: foi retirada e colocada dentro do pote de coleta
universal. Isso foi repetido nos 10 pintos de cada lote. Em seguida, foram retirados o
coração e fígado de todos os pintos e colocados em outro pote de coleta. Por último,
o ceco foi retirado e colocado em um terceiro pote de coleta.
A tesoura e a pinça utilizadas estavam esterilizadas. Depois de feito um lote,
para fazer o outro, os materiais eram substituidos.
Após o material ser coletado, os potes de coleta foram preenchidos até a
metade com água peptonada (um meio de enriquecimento de bactérias), e
colocados na estufa à 37°C por 18 a 24 horas.
Na segunda fase, após 18-24 horas na estufa, as amostras foram retiradas
para serem transferidas aos tubos de ensaio contidos com meios de enriquecimento
específicos para Salmonella: Rapapport Vassiliadis (RV) e Caldo Tetrationato (TT).
Essa transferência foi feita da seguinte maneira: de cada amostra com água
41 peptonada, foi retirado 1,5mL onde 1ml foi transferido para o caldo TT e 0,5mL para
o caldo RV. Para cada amostra, foram utilizados os dois tubos. Após feita a
transferência de todas as amostras, os tubos foram agitados para homogeneizar os
líquidos e foram levados para o banho maria, onde permaneceram entre 18 e 24
horas, à 42°C.
Na terceira fase, os tubos foram retirado do banho maria, secados e agitados
mais uma vez, para o repique, que é a transferência do material dos tubos para o
Ágar XLD (Xilose-Lisina Desoxicolato).
As placas de Ágar XLD que seriam utilizadas foram marcadas com o protocolo das
amostras, com o material (gema – G, órgãos – O ou ceco – C), e divididas em dois
lados (um para RV e outro para caldo TT), conforme a figura abaixo:
FIGURA 28 - ÁGAR XLD COM AS MARCAÇÕES UTILIZADAS
Fonte: Rúbia C. Prochmann
Para fazer o repique, foram utilizadas alças de platina, que foram flambadas,
os tubos foram abertos próximos às chamas um de cada vez, a alça foi colocada até
alcançar o líquido e esperou-se esfriar a alça. Quando fria, o a alça foi retirada do
42 líquido, e o material contido na alça (gota) foi transferido para a placa. Depois de
transferir, a alça foi flambada novamente para repetir o processo com outro tubo, e
assim por diante.
Após todos os tubos transferidos, as placas foram colocadas na estufa à 37°C por
18 a 24 horas para aguardar o crescimento bacteriano.
No dia seguinte, foi feita a leitura. Se houvesse presença de colônias
suspeitas de Salmonella (pretas de alo transparente, conforme FIGURA 29), seriam
retiradas 2 a 3 colônias com a alça de platina e colocadas em um tubo contendo
água peptonada e seriam homogeneizadas. Dessa nova solução seria feito mais um
repique em Ágar XLD que seria incubado na estufa por 18 a 24 horas à 37°C. Com
isso, as colônias de bactérias ficam mais puras, sem a presença de outras bactérias.
Após o crescimento, seriam retiradas 2 a 3 colônias novamente e seriam inoculadas
em um tubo de Ágar PCA que também seria incubado nas mesmas condições do
Ágar XLD. Quando fosse retirado da estufa, o tubo seria preenchido com soro
fisiológico e o teste de SAR seria realizado.
O resultado para as amostras deste teste deram negativo, sem colônias pretas
suspeitas. (FIGURA 30).
FIGURA 29 - ÁGAR XLD COM PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS, SUSPEITAS
DE SALMONELLA
Fonte: Rúbia C. Prochmann
43 FIGURA 30 - ÁGAR XLD SEM A PRESENÇA DE COLÔNIAS PRETAS SUSPEITAS
DE SALMONELLA
Fonte: Rúbia C. Prochmann
5.1 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DA EMPRESA GEAL PARA
ANÁLISE DE SALMONELLA EM OVOS BICADOS (GEAL, 2011)
1a fase:
Usar a sala de necrópsia; desinfetar a bancada com álcool 70%; colocar luva;
acender o bico de bunsem; colocar os lotes já identificados sobre a pia; dispor sobre
a bancada a bandeja de alumínio e os outros utensílios (tesoura e pinça); abrir os
ovos bicados sendo um de cada vez, retirando a pel eque cobre o peito e a barriga
do pintainho, deslocar as pernas para trás e colocá-lo sobre a bandeja; fazer isso
com os dez ovos da amostra; deixar a bandeja mais próxima possível da chama;
iniciar a necrópsia; abrir a barriga do pintainho e retirar com o auxílio da pinça
primeiro a gema e colocar dentro do pote de coleta. Repetir isso com todos os
pintainhos; em seguida, retirar o coração, fígado e baço e colocar dentro de outro
pote. Repetir com todos os pintainhos. Retirar em seguida o ceco e colocar dentro
de outro pote de coleta. Repetir com todos os pintainhos. Lembrando sempre que
entre a coleta de cada órgão, a tesoura e a pinça devem ser colocados em algodão
44 com álcool e flambados. A cada novo lote, a tesoura e a pinça devem ser trocadas
por outras estéreis. Identificar os potes pelo número do protocolo.
2a fase:
Levar o material para a sala de bacteriologia; colocar luvas; acender o bico de
bunsem; abrir o pote próximo à chama; colocar água peptonada até passar do meio
do pote (aproximadamente 40mL) e tampar; fazer isso o mais próximo da chama;
repetir o mesmo processo com todas as amostras (cada lote separadamente);
colocar os potes em uma bandeja de plástico e colocar na estufa para incubação de
18 a 24 horas à 37°C; após o tempo de incubação, retirar os potes e partir para a
terceira fase.
3a fase:
Desinfetar a bancada com álcool 70%; acender o bico de bunsem; colocar os
tubos de RV e TT a ser usado na estante de tubos; identificar os tubos conforme a
identificação dos potes; iniciar a transferência do líquido que está nos potes de
coleta para os tubos, sendo 1mL do líquido do pote para o TT e 0,5mL do líquido
para o RV; repetir o mesmo para todos os potes sendo sempre que para novo pote
também serão usados dois novos tubos (RV e TT); após toda transferência, passar
todos os tubos pelo agitador de tubos para uma perfeita homogeneização dos
líquidos; levar todos os tubos ao banho maria onde permanecerão por 18 a 24 horas
à uma temperatura de 42°C
4a fase:
Após as 24 horas, desinfetar a bancada com álcool 70%; acender o bico de
45 bunsem; retirar os tubos do banho maria e deixar escorrer o excesso de água que
está por fora; passar todos os tubos no agitador novamente para mais uma
homogeneização; marcar as placas de XLD que serão utilizadas conforme a
marcação nos tubos; cada placa será utilizada para um par de tubos (RV e TT), pois
será dividida ao meio; flambar a alça de platina; abri rum tubo de cada vez sempre
próximo à chama; inocular a alça dentro do tubo até o líquido; retirá-la e estriar na
placa de XLD; flambar a alça novamente e reperti o mesmo processo com todos os
tubos; colocar todas as placas de XLD na estufa à 37°C e aguardar o crescimento
bacteriano que ocorrerá entre 18 a 24 horas; após esse tempo, retirar as placas e
fazer leitura (consideram-se suspeitas, as placas que apresentarem colônias de
coloração preta com alo transparente).
5a fase:
Desinfetar a bancada com àlcool 70%; acender o bico de bunsem; flambar a
alça de platina; retirar 2 a 3 colônias suspeitas com a alça de platina e colocá-las em
um tubo contendo água peptonada; homogeneizar a amostra no agitador de tubos;
fazer um novo repique dessa solução em ágar XLD; incubar à 37°C por 18 a 24
horas (fazer isso para que as colônias de bactérias fiquem mais puras possíveis);
após esse crescimento, retirar 2 a 3 colônias e inocular com auxílio de alça de
platina em um tubo de ágar PCA no sentido vertical e incubar novamente na estufa.
Após 18 a 24 horas, em uma temperatura de 37°C, retirar o tubo de PCA da estufa e
preenchê-lo com soro fisiológico. Fazer o teste sorológico ou usar para confirmação
o kit API 20 E.
46 6 CONCLUSÃO
A realização do estágio na empresa Granja Econômica LTDA foi de
fundamental importância para minha vida profissional. Acompanhar profissionais
experientes na área da avicultura, ajudou a entender melhor o sistema de produção
de pintos de um dia nas áreas de manejo, sanidade de matrizes e atividades no
incubatório.
Foi possível observar que o maior desafio tanto em matrizes quanto no
incubatório, é o manejo, que sempre deve estar sendo observado. Em matrizes,
existe a necessidade do funcionário ter experiência ao acompanhar o lote e notar
alguma alteração no comportamento das aves. No incubatório, é necessária muita
atenção no manejo de incubadoras e nascedouros para que não aconteçam
mudanças bruscas de temperatura e umidade, com isso, comprometendo o
desenvolvimento dos embriões.
A empresa está sempre em busca de adequações em suas instalações para
melhorar a sanidade e diminuir os riscos de contaminação em suas granjas e
incubatórios. Também busca capacitar seus funcionários para que o manejo seja
feito de forma correta, assim assegurando a qualidade na produção e beneficiando a
empresa e seus funcionários.
O papel do médico veterinário na área de produção é direcionado para o
controle das vacinas e vacinação, medicação dos lotes, transporte de aves e ovos,
vazio sanitário das granjas e análises no laboratório, ou seja, o médico veterinário
tem a função de monitorar a sanidade avícola, que é um dos mais importantes
fatores para que uma produção de frangos com qualidade e segurança alimentar
para o consumidor.
47 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDERSON, D.P.; Vacinações no pintainho. In: MACARI, M.; GONZALES E.
Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e
Tecnologias Avícolas, 2003 p. 285 – 296
BARTOV, I.; HARMS, R.H.; STEFANELLO, Z.P. Diferentes intervalos de
arraçoamento de matrizes avícolas tipo corte na fase de recria e seus efeitos na fase
produtiva. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 1, p. 159-162, 2000
BEIG, D. Desenvolvimento embrionário. In: MACARI, M.; GONZALES E. Manejo da
Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e Tecnologias
Avícolas, 2003 p. 51 – 63
BERCHIERI JR., A.; BOLIS, D.A.; Vacinações e aplicações de produtos intra ovo. In:
MACARI, M.; GONZALES E. Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA –
Fundação APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas, 2003 p. 268 - 280
BERNARDINO, A.; Vacinações no pintainho. In: MACARI, M.; GONZALES E.
Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e
Tecnologias Avícolas, 2003 p. 285 – 296
48 BOLELI, I.C.; Estresse, mortalidade e malformações embrionárias. In: MACARI, M.;
GONZALES E. Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação
APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas, 2003 p. 395 – 425
BOLELI, I.C. Estresse, mortalidade e malformações embrionárias. In: 7° Simpósio
Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição – Balneário Camboriú, SC, FACTA,
2007, P. 39 – 43
COBB. Guia de Incubação, Guapiaçu – SP, 2008
FISHER, C. Desenvolvimento embrionário. In: MACARI, M.; GONZALES E. Manejo
da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e
Tecnologias Avícolas, 2003 p. 51 – 63
GONZALES, E.; CESARIO, M.D.; Desenvolvimento embrionário. In: MACARI, M.;
GONZALES E. Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação
APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas, 2003 p. 52 – 63
JOHNSON, A.L. Desenvolvimento embrionário. In: MACARI, M.; GONZALES E.
Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e
Tecnologias Avícolas, 2003 p. 51 – 63
MORO, D. Equipamentos e informatização do incubatório. In: MACARI, M.;
GONZALES E. Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação
APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas, 2003 p. 151 – 159
49 MURAROLI, A.; MENDES, A.A.; Manejo da incubação, transferência e nascimento
do pinto. In: MACARI, M.; GONZALES E. Manejo da Incubação Jaboticabal – SP:
FACTA – Fundação APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas, 2003 p.181 – 198
NASCIMENTO, V.P.; SALLE, C.T.P. O ovo. In: MACARI, M.; GONZALES E. Manejo
da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e
Tecnologias Avícolas, 2003 P. 34 – 48.
NILIPOUR, A. H. Influência do Manejo da Incubação sobre o Desempenho dos
Frangos de Corte. In: 7° Simpósio Técnico De Incubação, Matrizes De Corte E
Nutrição. Balneário Camboriú – SC, FACTA, 2007, P. 107 – 135
PATRÍCIO, I.S. Manejo do ovo incubável da granja ao incubatório. In: MACARI, M.;
GONZALES E. Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação
APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas, 2003 p. 164 – 178.
REVOLLEDO, L; FERREIRA.
Prefácio. In: REVOLLEDO, L.; FERREIRA, A.J.P.
Patologia Aviária. Barueri - SP, 2009
ROMANOFF, A.L.; ROMANOFF, A.J. Nutrição pré incubação, durante a incubação e
primeiros dias de vida do frango de corte. In: 6° Simpósio Técnico de Incubação,
Matrizes de Corte e Nutrição. Balneário Camboriú – SC, 2005, P. 118 – 132
50 ROMANOFF, A.L.; ROMANOFF, A.J. O ovo. In: MACARI, M.; GONZALES E.
Manejo da Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e
Tecnologias Avícolas, 2003 P. 34 – 48
SIMKISS, K. Composição do Ovo e Desenvolvimento Embrionário. In: Nutrição pré
incubação, durante a incubação e primeiros dias de vida do frango de corte. In: 6°
Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição. Balneário Camboriú –
SC, 2005, P. 118 – 132
SINDIAVIPAR. Consumo provoca excelência da indústria. In: Avicultura do Paraná.
Avicultura do Paraná, ano 21, p 22 – 27, 2011
SOLOMON, S.E. O ovo. In: MACARI, M.; GONZALES E. Manejo da Incubação
Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e Tecnologias Avícolas,
2003 P. 34 – 48
UBA, União Brasileira de Avicultura. Protocolo de Boas Práticas de Produção de
Frangos. São Paulo-SP, 2008
VIEIRA, S.L. Nutrição pré incubação, durante a incubação e primeiros dias de vida
do frango de corte. In: 6° Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e
Nutrição. Balneário Camboriú – SC, 2005, P. 118 – 132
51 VIRGINI, C.E.; Projeto do incubatório. In: MACARI, M.; GONZALES E. Manejo da
Incubação Jaboticabal – SP: FACTA – Fundação APINCO de Ciência e Tecnologias
Avícolas, 2003 p. 127 – 149
Download