1 ATENÇÃO FARMACÊUTICA E O USO DA ISOTRETINOÍNA Leandro Diniz Freitas Instituto Pharmacológica [email protected] Edson Negreiros dos Santos- Mestre em Farmacologia 1- INTRODUÇÃO 1.1 A assistência farmacêutica no Brasil A assistência farmacêutica pode ser considerada um tipo de modelo de tecnologia em saúde. Isso ocorre porque esse método pode ser entendido como sendo formado por saberes e recursos materiais e não materiais, todos voltados para a produção de serviços em saúde. Assim, as diferentes formas de organização dos serviços de saúde podem ser divididas em atenção básica, secundária e terciária (ARAÚJO et al., 2005). Essa modalidade assistencial pode ser definida como a maneira em que todas as atividades em saúde são produzidas e pela forma em que o Estado se organiza para distribuí-las. Dentro dessa ótica, caracteriza-se a atenção farmacêutica (DINIZ et al., 2002). No Brasil, diversos modelos tecnológicos em saúde pública foram implantados, com destaque para o estado de São Paulo. Até a década de 1920, o modelo predominante era conhecido como Campanhismo, que utilizava, como principais ações, campanhas de vacinação e higienização e a polícia sanitária era recrutada para fornecer apoio às atividades realizadas (ARAÚJO E FREITAS, 2006). Logo após esse período, todo esse sistema de saúde foi reorganizado e passou-se a predominar o modelo conhecido como médico-sanitário. Esse tipo de modelo priorizou a educação sanitária. A partir da década de 1960, a assistência médica individual foi implantada, onde a medicina curativa passou a ser praticada como forma de se atingir a melhoria das condições de saúde do país (ARAÚJO et al., 2005). 2 Foi somente no final da década de 1980 que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi implantado como principal modelo de atenção à saúde no Brasil. O sistema baseia-se na saúde pública oferecida de forma integral, com igualdade de acesso e formada por uma gestão democrática, de forma a garantir os seus princípio (BOROBIO et al., 2004). Conforme o acima exposto, a Assistência Farmacêutica pode ser considerada como uma divisão das Ciências Farmacêuticas. Apresenta, como subdivisões, a tecnologia de gestão e a tecnologia de uso do medicamento. Dessa forma, esse tipo de serviço torna-se restrito e privativo desse profissional. Contudo, a Assistência Farmacêutica não encontra-se restrita à produção e distribuição de medicamentos. Ela é definida por abranger um conjunto de procedimentos necessários à prevenção e manutenção da saúde, sendo ela individual ou coletiva, onde se concentra no medicamento. Dessa forma, a Assistência Farmacêutica é formada pelas atividades de pesquisa, produção, distribuição, armazenagem, prescrição, dispensação e utilização. Esses últimos estágios são caracterizados, também, por abranger ações de orientação quanto ao uso adequado do medicamento (ROMITI et al., 2000). O Conselho Federal de Farmácia publicou resoluções que estabelecem e definem a Assistência Farmacêutica. É o caso da Resolução n.° 308, publicada em 02 de maio de 1997, que diz o seguinte (ARAÚJO et al., 2005): Assim sendo, conforme o acima exposto, a Assistência Farmacêutica é essencial na política de saúde brasileira. Sua organização e estruturação deve priorizar a atenção à saúde com ênfase no setor público. Assim, um dos seus principais objetivos é o de assegurar a toda a população o acesso ao medicamento necessário, aliado ao seu uso racional (BOROBIO et al., 2004). Atualmente, esse segmento do ramo das Ciências Farmacêuticas, no Brasil, pode ser considerado como indissociável do modelo assistencial existente, com seu caráter multiprofissional, trabalha em benefício da saúde de todos os cidadãos brasileiros (ARAÚJO et al., 2008). 3 1.2 Atenção farmacêutica A ideia da atenção farmacêutica é derivada de um modelo surgido nos Estados Unidos, no final da década de 1980, denominado “pharmaceutical care”. Seu objetivo principal é o de estender a atuação do profissional das Ciências Farmacêuticas para a atenção primária em saúde, tendo o medicamento como ponto de partida e insumo estratégico (ARAÚJO E FREITAS, 2006). Esse novo modelo surgido tem o propósito de solucionar todos os problemas relacionados aos medicamentos, onde as atividades relacionadas à farmácia deixam de ser restritas ao ambiente hospitalar. Dessa forma, o farmacêutico trabalha em conjunto com o paciente, assegurando que o medicamento prescrito resulte no efeito terapêutico esperado e que, caso surjam reações adversas, essas possam ser resolvidas imediatamente (ARAÚJO et al., 2005). Quase ao mesmo tempo, surgiu na Espanha um modelo denominado “atención farmacêutica”, que deu origem à expressão utilizada no Brasil. No modelo espanhol, o farmacêutico enxerga o paciente como sendo um ponto de partida para a solução de todos os problemas que envolvem medicamentos, procurando definir uma atividade clínica para esse profissional. Sendo assim, o modelo espanhol define esse segmento como sendo todo tratamento farmacológico dirigido a um paciente, colocando-se em prática uma metodologia que busque identificar e resolver todos os problemas de saúde relacionados aos medicamentos de um paciente específico (BONETTO et al., 2004). A relação direta entre o farmacêutico e o paciente, fundamentada na orientação e no acompanhamento do usuário dos medicamentos é o momento mais importante no trabalho do farmacêutico, pois esse profissional é aquele que detém todo o conhecimento acerca dos mesmos (ARAÚJO et al., 2008). Nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, a distribuição de medicamentos não é homogênea. Existe uma grande diferença na disponibilidade de medicamentos que está relacionada às questões políticas que se referem aos medicamentos essenciais, bem como às questões financeiras. Os preços dos medicamentos são muito altos e os medicamentos responsáveis pelo tratamento 4 das principais doenças não se encontram disponíveis. Dessa forma, o acesso aos medicamentos torna-se cada vez mais limitado (COSENDEY et al., 2000). O primeiro passo para uma distribuição de medicamentos adequada e de qualidade, que consiga atingir toda a população necessitada é fazer a seleção correta dos medicamentos. Essa seleção objetiva limitar o número de medicamentos a serem adquiridos para os diversos níveis de atenção farmacêutica, que garanta o melhor suprimento, a prescrição racional, que facilite a educação do paciente para o uso correto do medicamento e que possa reduzir os gastos com os mesmos para que toda a população consiga ter acesso. A seleção correta produz um forte impacto sobre a qualidade da atenção e o custo do tratamento (ROMITI et al., 2000). Essa seleção começa com uma listagem das principais doenças predominantes em cada nível do sistema de saúde e com a identificação do tratamento adequado. Com relação ao sistema de distribuição dos medicamentos, cada estado brasileiro deve considerar sua realidade e as variáveis que podem interferir nesse sistema. Contudo, o modelo mais eficiente e econômico é o de caráter descentralizado, com um bom sistema de informação, principalmente se o laboratório produtor encontra-se sediado no próprio estado (BONETTO et al., 2004). Diante do acima exposto, o presente estudo possui o objetivo de apresentar a importância da atenção farmacêutica na dispensação de medicamentos como a Isotretinoína. Além disso, o trabalho apresenta as principais características da Isotretinoína, as enfermidades tratáveis com essa medicação, seus efeitos adversos e principais cuidados a serem observados durante o tratamento. 2 ATENÇÃO FARMACÊUTICA E O USO DA ISOTRETINOÍNA A isotretinoína é um fármaco bastante utilizado no tratamento de problemas da epiderme acometidos pela acne. Recentemente estudos têm relatado o uso dessa substância no tratamento de determinados tipos de câncer. Abaixo segue descrição das principais aplicações da isotretinoína e indicações de tratamento. 5 2.1 Tratamento da acne vulgaris Em 1931, Karrer e seus colaboradores determinaram a estrutura molecular da vitamina A e propuseram o nome de axeroftol, com base em suas ações preventivas contra uma doença conhecida por xeroftalmia. Mais tarde, em 1934, Wald isolou uma substância a qual denominou retinina, pois foi conseguida através da retina de um animal. Já em 1944, Mortom afirmou, em seus estudos, que essa substância era, na verdade, um aldeído da vitamina A e a denominou de retinaldeído ou retinal (DINIZ et al., 2002). A nomenclatura das vitaminas, incluindo retinol, retinal e ácido retinóico e suas recomendações foram determinadas e publicadas pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), em 1960. Mais tarde, em 1965 essa publicação ganhou uma nova revisão. A partir da descoberta da vitamina A e sua estrutura molecular deu-se início à pesquisa por derivados químicos e sintéticos com ação biológica do retinol (DINIZ et al., 2002). Figura 1 – Estrutura química do ácido retinóico Fonte: Cláudio et al. (2010) Em 1976, Sporn e seus colaboradores estabeleceram o termo retinóide para todas as substâncias análogas de estrutura natural, bem como para todas as substâncias sintéticas derivadas da vitamina A. Fazendo parte desse grupo, encontram-se: vitamina A, ácido-todo-trans-retinóico (tretinoína), ácido-13-cisretinóico (isotretinoína), ácido-todo-trans-5,6-epoxi-5,6-diidro-retinóico, ácido-13cis-4-hidroxi-retinóico, ácido-todo-trans-4-hidroxi-retinóico, ácido-13-cis-4-oxo- retinóico, ácido-todo-trans-4-oxo-retinóico, ácido-13-cis-2-hidroxi-4-oxo-retinóico e a retinotaurina (DINIZ et al., 2002). 6 Em 1989, foi sugerida a divisão e classificação dos retinóides em três grupos de gerações. A primeira geração é composta pela vitamina A (retinol) e os derivados de seu metabolismo, como a tretinoína e a isotretinoína (conhecida comercialmente como Roacutan). A segunda geração é formada pelos análogos sintéticos da vitamina A, como o etretinato e acitretina. Esses compostos são formulados com base em uma molécula modificada para produzir substâncias que apresentem somente o perfil farmacológico da vitamina A (DINIZ et al., 2002). Por fim, os compostos de terceira geração são formados por derivados onde a molécula base da vitamina A é extremamente modificada. Com isso é possível produzir um fármaco onde sua atividade biológica é mais seletiva e apresenta poucos efeitos adversos. Essas substâncias são bastante potentes e, devido à presença de dois anéis aromáticos, são denominados arotenóides (DINIZ et al., 2002). Assim, o ácido retinóico é um metabólito ativo que regula a taxa de crescimento e diferenciação de vários tipos de células durante o desenvolvimento embrionário e também ao longo da vida do indivíduo. Esse mecanismo ocorre através da ativação do complexo retinóide-receptor existente nas células. As possibilidades de configuração cis-trans da cadeia lateral desse fármaco é responsável por produzir os diferentes isômeros do ácido retinóico (COELHO et al., 2003). A isotretinoína foi sintetizada pela primeira vez em 1955, mas seu uso corrente somente foi liberado a partir de 1982. Desde então, tornou-se de grande importância para os dermatologistas e, por isso, seus efeitos devem ser extensamente conhecidos pelos profissionais a fim de não causarem nenhum tipo de prejuízo aos pacientes (OLIVEIRA, 2009). O seu uso via oral tornou-se um hábito bastante comum, pois a isotretinoína é o único fármaco que atua sobre todos os fatores responsáveis pelo surgimento da acne, sendo o único que consegue diminuí-la. A isotretinoína atua na redução do tamanho das glândulas sebáceas, diminuindo a proliferação basal dos sebócitos, onde a produção de sebo pode ser suprimida em até 90%. O 7 fármaco também provoca a inibição das células sebáceas in vitro e in vivo (BETTONI, 2009). Além do tratamento de combate à acne, ao longo de mais de 25 anos de utilização da isotretinoína, o fármaco também pode atuar no combate a vários tipos de dermatoses, como psoríase, genodermatoses, desordens de queratinização, tratamento e quimioprevenção de alguns tipos de câncer de pele e outros tipos de neoplasias (BRITO et al., 2010). Assim sendo, sua eficiência farmacêutica relaciona-se ao controle e indução da diferenciação das células epiteliais, dos tecidos secretores de muco (queratinizantes), da produção de prostaglandinas, colágeno, precursores da queratina, dentre outros, além de agir diretamente na lesão primária causadora da acne (DINIZ et al., 2002). Contudo, para sua prescrição, é necessário que o paciente se submeta a exame hematológico completo, dosagem de colesterol, transaminases hepáticas e triglicérides, além de um exame clínico dermatológico bastante minucioso (SAMPAIO E BAGATIN, 2008). No organismo humano, o ácido retinóico e todos os seus derivados são originados no interior dos enterócitos e células alvo através da vitamina A, seu principal precursor. Através de um processo oxidativo dividido em duas vias, o retinol é oxidado a partir de isoenzimas da álcool desidrogenase (ADH) e se transforma em retinal (aldeído). Enquanto isso, isoenzimas da aldeído desidrogenase (ALDH) e da retinal desidrogenase (RDH) possuem a capacidade de oxidar o retinal em ácido retinóico (DINIZ et al., 2002). Sendo assim, o metabolismo do retinol inicia-se com sua absorção pelo trato gastrointestinal e sua metabolização através do fígado, onde se transforma em retinal. O retinal é então oxidado em ácido retinóico. A isotretinoína e o ácido retinóico possuem estrutura química idêntica e são metabolizados em oxoisotretinoína e oxo-ácido-retinóico (OLIVEIRA, 2009). A isotretinoína é indicada na terapia da acne vulgaris quando há ocorrência de dismorfofobia (preocupação exagerada da imagem), tratamento ocasional sem sucesso, acne severa à moderada e recorrências de acne após tratamento terapêutico (BETTONI, 2009). 8 A acne caracteriza-se por ser uma enfermidade inflamatória dos folículos sebáceos de partes específicas do corpo como face, tórax e costas. Sua expressão clínica depende de vários fatores. Costuma aparecer durante a fase da puberdade, quando a estimulação hormonal provoca a hiperprodução de sebo, com queratinização do folículo e colonização por bactérias gram-positivas (Propionibacterium acne), resultando em inflamação local. A presença das bactérias é responsável pela resposta inflamatória da acne. A acne apresenta diferentes graus, indo do mais leve, onde há presença de poucos comedões (cistos sebáceos dilatados com a presença de sebo, epitélio queratinizado, bactérias e até mesmo leveduras), até as formas mais graves, que podem provocar nódulos e fístulas com grande reação inflamatória, podendo descaracterizar a região ao qual estão localizados (DINIZ et al., 2002). Estima-se que 90% da população com idade entre 12 e 25 anos apresente algum grau de acne. Essa enfermidade é pode ser classificada clinicamente em acne neonatal e infantil, vulgar, pós-adolescente, pioderma facial, fulminans e conglobata. Dentre as diferentes formas, a conglobata possui caráter mais severo e ocorre principalmente em indivíduos do sexo masculino (LEAL et al., 2008). No sexo feminino, a acne pode persistir até a idade adulta, prevalecendo durante os 30 anos de idade ou mais. Nesses casos, é conhecida como acne da mulher adulta, provocada por uma desordem de caráter hormonal no ciclo menstrual e também por anormalidades ovarianas ou suprarenais. Já no sexo masculino, a doença é considerada mais grave, onde prevalecem graus mais elevados de manifestação da acne (CLÁUDIO et al., 2010). Por ser considerado um processo natural do desenvolvimento humano, muitas vezes ocorre um atraso na procura por ajuda médica por pacientes acometidos pela acne, o que pode causar o surgimento de cicatrizes faciais e danos em nível psico-social. As lesões inflamatórias são bastante dolorosas e, dependendo do grau da doença, há uma ocorrência de baixa auto-estima, autoconfiança e aumento do isolamento social (CLÁUDIO et al., 2010). A acne de grau leve a moderado pode ser tratada com a administração tópica, seja com apenas um fármaco, como o ácido retinóico, seja com 9 combinações contendo fármacos antibacterianos. Para os casos mais severos, é necessário a utilização de medicamentos de via oral (LEAL et al., 2008). Devido ao seu rápido efeito terapêutico, a isotretinoína é capaz de diminuir a severidade das cicatrizes provocada pela acne. Dessa forma, é uma alternativa bastante eficaz para o tratamento de acne do tipo leve a moderada, o que demonstra ser uma opção bastante segura para esses pacientes (BETTONI, 2009). A isotretinoína administrada via oral, com o uso de 0,5 a 2 mg/kg/dia durante 16 a 35 semanas pode produzir uma resposta positiva em 90% dos pacientes que apresentam acne vulgar (DINIZ et al., 2002). A dose inicial administrada pode ser reduzida após 45 a 60 dias de tratamento, com dose diária mínima de 0,5 mg/kg/dia. O tratamento dura no mínimo cinco meses, dependendo do peso do paciente e da dosagem diária, onde a dose total mínima a ser atingida é de 120 mg/kg (SAMPAIO E BAGATIN, 2008). Entretanto, apesar dos efeitos benéficos, a isotretinoína pode provocar algumas reações adversas nos pacientes. Algumas delas são de caráter bastante grave, pois pode gerar teratogenicidade e alterações cutâneas no paciente. Por isso, o acompanhamento do indivíduo, também por meio da atenção farmacêutica durante o tratamento, é extremamente essencial (BETTONI, 2009). Devido aos seus efeitos maléficos, os medicamentos retinóides foram incluídos na Portaria n.° 344 SVS/MS, de 12 de maio de 1998, a qual regula a venda desse tipo de medicamento e coloca os produtos sujeitos ao controle da vigilância sanitária (MAIO et al., 2003). A isotretinoína tópica e sistêmica pode provocar alterações estruturais e funcionais da epiderme. Entre algumas dessas alterações, tem-se perda de água pelas células e aumento da fragilidade da camada superficial da pele. Além disso, essa substância pode induzir a migração de células do sistema imunológico do paciente para a epiderme, o que provoca hipersensibilidade e reações alérgicas (BETTONI, 2009). 10 Dentre os principais efeitos adversos, destacam-se aqueles que afetam a epiderme e mucosas, sistema nervoso, hematopoiético, linfático, gastrintestinal, ocular, geniturinário, músculo-esquelético e cardiorrespiratório.No sistema nervoso, as reações adversas podem surgir em forma de cefaléias severas, pseudo-tumor cerebral, diminuição da libido, impotência e insônia. Com relação aos sistemas hematopoiético e linfático, as reações adversas incluem aumento da taxa de sedimentação dos eritrócitos, leucopenia, agranulocitose, episódios de sangramento e diminuição da concentração de hemoglobina (DINIZ et al., 2002). Com relação aos efeitos gastrintestinais, podem ser observados sintomas como náuseas, vômitos, sangramentos, colite ulcerativa, anorexia e perda de peso. Nos olhos, a isotretinoína pode provocar cataratas, conjuntivites, distúrbios visuais, decréscimo da visão noturna, opacidade da córnea e fotossensibilidade (DINIZ et al., 2002). No sistema geniturinário, os efeitos adversos observados podem surgir em forma de hematúria, proteinúria, uretrite, hiperuremia e desordens menstruais. Outros efeitos adversos como depressão, aumento da taxa de triglicerídios e colesterol sanguíneo e alterações no humor podem observados, mas são incomuns. Apesar desse fato, é importante que o paciente esteja informado a respeito de todas as possibilidades e seja cuidadosamente monitorado durante a fase de tratamento, a fim de se evitar a ocorrência de qualquer efeito adverso. Uma das maneiras mais eficazes de proceder com essa atitude é através da atenção farmacêutica (BETTONI, 2009). Devido à quantidade de efeitos adversos produzidos pela administração da isotretinoína, da mesma forma que ocorre com muitos outros fármacos, a encapsulação da isotretinoína em vesículas lipídicas, bem como de todos os outros retinóides, contribuiu para a redução de seus efeitos tóxicos e a otimização de seus resultados. Assim, a toxicidade da isotretinoína encapsulada é dose dependente (DINIZ et al., 2002). Em 1982, a isotretinoína foi reconhecida como sendo um medicamento teratogênico. Em 1985, o espectro de defeitos estruturais durante o período de gestação foi estabelecido. Defeitos craniofaciais, esqueléticos, cardíacos, anomalias do desenvolvimento tímico e anomalias morfogenéticas do sistema 11 nervoso central, dentre outros, foram relacionadas ao uso desse fármaco (LIMA et al., 2008). Dentre os defeitos craniofaciais, anomalias nos ossos maxilar, temporal e malar são as mais recorrentes. Estes ossos costumam ser reduzidos no tamanho e espessura e a assimetria facial torna-se cada vez mais aparente com o passar dos anos. Alterações do osso temporal podem provocar o desenvolvimento de meningite. As anormalidades esqueléticas mais comuns afetam as vértebras cervicais (LIMA et al., 2008). Há relatos de perda auditiva do tipo condutiva e neurosensorial. Esse problema pode ser consequência de anormalidades na orelha média e externa como hipoplasia da cadeia de ossos, nervo facial aberrante, anormalidades da base do crânio e da tuba auditiva. Também são encontradas anomalias oculares com bastante frequência associadas ao uso da isotretinoína. Dentre as malformações do sistema nervoso central, destacam-se hidrocefalia, encefalocele, cisto dermóide, teratoma, cisto aracnóide e hipoplasia de corpo caloso (LIMA et al., 2008). Outras alterações também podem ser causadas no feto durante a gestação associada ao uso da isotretinoína, como defeitos no septo ventricular do coração, lobulação incompleta dos pulmões, hipoplasia ou agenesia pulmonar, agenesia renal, duplo ureter, anormalidades vasculares da região dos rins, agenesia das glândulas salivares, imperfuração anal, dentre outras. Todos esses defeitos provocados pelo uso da isotretinoína são característicos e, por isso, conhecidos por embriopatias do ácido retinóico (LIMA et al., 2008). Mulheres que estão em fase de tratamento com a isotretinoína devem usar medidas contraceptivas, iniciando um mês antes e terminando seis meses depois do fim do tratamento com esse fármaco. Além disso, testes de gravidez devem ser feitos constantemente, pois qualquer dose administrada de isotretinoína possui caráter teratogênico (BETTONI, 2009). Quando administrada no primeiro trimestre da gestação, além do caráter teratogênico, a isotretinoína também pode provocar abortos espontâneos. Esses efeitos também podem ser observados quando a gravidez ocorrer mesmo quatro meses após o término do tratamento com o uso da isotretinoína (DINIZ et al., 2002). 12 Nos últimos anos, têm sido desenvolvidos protocolos de aplicação intermitente, ou de baixas dosagens, e novas formulações para a isotretinoína. Além disso, alguns órgãos responsáveis pela regulamentação de medicamentos, como a ANVISA, possuem programas de prevenção do uso da isotretinoína durante a gravidez, com a divulgação de protocolos de correta utilização dessa substância. Para que haja a dispensação da isotretinoína, as pacientes devem se submeter a testes de gravidez e utilizar pelo menos duas alternativas contraceptivas durante o tratamento (BETTONI, 2009). Além dessas medidas preventivas, as mulheres submetidas ao tratamento com isotretinoína devem iniciar o tratamento somente após o segundo ou terceiro dia do próximo ciclo menstrual normal; não pode utilizar anticoncepcionais que apresentem baixa dosagem de progesterona; deve ser feito um teste de gravidez confiável pelo menos 11 dias antes do início do tratamento, com a repetição mensal do teste β-HCG (LIMA et al., 2008). É possível que o mecanismo de teratogenicidade da isotretinoína esteja ligado ao efeito deletério da atividade celular da crista neural do embrião, a qual resulta nas alterações craniofaciais, do sistema nervoso central e cardíacas (LIMA et al., 2008). As contra-indicações para o uso da isotretinoína incluem obesidade, distúrbio de colesterol ou triglicérides, diabetes, doença renal, hepática ou sistêmica, depressão, epilepsia e psicose. Exames clínicos mensais devem ser feitos para que haja o controle dessas condições. Contudo, a maior contraindicação ainda continua sendo quando há riscos de gravidez (SAMPAIO E BAGATIN, 2008). A isotretinoína é um dos retinóides com maior número de prescrições na Europa. Para a maioria das formas apresentadas pela acne vulgaris, os retinóides de utilização tópica são escolhidos como primeira alternativa de tratamento. Eles também são essenciais para continuar a terapia quando a utilização de retinóides de forma oral é interrompida. Para melhores resultados, os retinóides de uso tópico devem ser utilizados concomitantemente a uma terapia antimicrobiana, quando há presença de lesões inflamatórias (BETTONI, 2009). 13 A terapia com retinóides de uso tópico combinada com outros medicamentos é capaz de atuar em três dos quatro principais fatores patogênicos causadores da acne vulgaris. A vantagem que esse tipo apresenta sobre os retinóides de via oral é que os efeitos adversos são visivelmente minimizados. Contudo, para minimizar ainda mais esses efeitos, o tratamento deve iniciar com aplicações tópicas de baixa concentração combinada com a aplicação de hidratantes não comedogênicos diariamente. A isotretinoína de uso tópico é indicada para tratamento da acne de grau leve a moderado. Ao contrário da forma oral, não é efetiva no tratamento da acne severa, não diminui o tamanho das glândulas sebáceas nem a produção de sebo. Contudo, um dos grandes problemas desse tipo de tratamento diz respeito à tolerabilidade da isotretinoína tópica. Seus efeitos adversos, tais como pele seca, descamação, eritema e irritação podem conduzir à descontinuidade do tratamento. A isotretinoína possui um perfil farmacocinético semelhante ao da vitamina A. Logo após a administração oral, a concentração plasmática da isotretinoína atinge seu pico em cerca de 2 a 4 horas. Quando administrada com estômago vazio, cerca de 20% da isotretinoína são absorvidos. Na presença de alimento, esse percentual aumenta para 40 %. O principal metabólito da isotretinoína é a 4-oxo-isotretinoína. Ela é conjugada com o ácido glicurônico e excretada pela bile. Sua meia-vida média é de 25 horas. Através da repetição da administração, a concentração de equilíbrio da isotretinoína é atingida em cerca de 5 a 7 dias após o início do tratamento. Uma das vias de excreção da isotretinoína é a urinária. É possível detectar na urina pequenas doses de isotretinoína não conjugada. Contudo, cerca de 50 a 74% da isotretinoína administrada é excretada pelas fezes como resultado da excreção biliar, recirculação enteroepática e devido à absorção incompleta (DINIZ et al., 2002). O tratamento com isotretinoína demonstra resistência em cerca de 2% dos casos. Em geral, esses pacientes são homens ou mulheres que apresentam problemas hormonais. Nesses casos, o procedimento ideal a se adotar é prolongar o uso da isotretinoína por mais um a três meses (SAMPAIO E BAGATIN, 2008). 14 Quando a dose diária ou total é mais baixa, há grande possibilidade de ocorrer recidivas. Contudo, outros fatores também podem estar envolvidos nessa situação. A administração de doses adequadas reduz a necessidade de outro ciclo de tratamento e a possibilidade de ocorrência de recidivas (SAMPAIO E BAGATIN, 2008). A realização de mais pesquisas nessa área é extremamente necessária, pois a população precisa ser constantemente alertada com relação aos riscos provocados pela administração da isotretinoína. Assim, para cada paciente, é preciso que se avalie a relação custo-benefício apresentada pelo tratamento com esse tipo de fármaco. Nesse sentido, a atenção farmacêutica é importante, pois contribui para o sucesso do tratamento e a divulgação de informações acerca das características da isotretinoína e seus principais efeitos (SILVA JÚNIOR et al., 2009). 2.2. Efeito do ácido retinóico sobre a carcinogênese Como já foi dito anteriormente, o ácido retinóico atua sobre a diferenciação e proliferação celular, com a capacidade de controle sobre esses importantes mecanismos. Sendo assim, alguns estudos consideram eficaz a utilização dessa classe de fármacos sobre a carcinogênese, fazendo desse composto um dos mais proeminentes grupos de agentes quimiopreventivos da atualidade (COELHO et al., 2003). O desenvolvimento de retinóides capazes de provocar menor toxicidade e, consequentemente, maior efeito benéfico, aumentam as chances de utilização dessa classe de compostos na quimioprevenção do câncer em indivíduos que apresentam alto risco (DINIZ, 2008). A vitamina A possui ação anti-neoplásica e essa característica foi verificada pela primeira vez na década de 1960. A partir daí, muitos estudos experimentais em cultura de células vem demonstrando esse efeito. Além disso, alguns ensaios clínicos têm avaliado o efeito do ácido retinóico em tumores hematológicos malignos e em tumores sólidos epiteliais (COELHO et al., 2003). 15 A diferenciação celular em níveis próximos a 100% foi conseguida com a utilização de 1 µMol de concentração da isotretinoína em culturas de células promielocítica humana. Alguns autores propõem a utilização de 45 mg/kg/dia desse composto como sendo capaz de induzir a diferenciação celular durante a ocorrência desse tipo de câncer (DINIZ, 2008). Os variados análogos do ácido retinóico são bastante eficazes no tratamento de algumas neoplasias, como leucemia promielocítica e carcinoma escamoso de pele. Isso é sugerido pelo seu efeito rediferenciador e antiproliferativo das células. Alguns estudos utilizando cultura de células da tireóide também sugerem que o ácido retinóico produz efeito benéfico sobre o carcinoma tireoidiano (COELHO et al., 2003). Alguns estudos avaliaram o efeito da isotretinoína sobre a diferenciação e crescimento de células foliculares originadas de carcinoma folicular metastático. Como resultados, observou-se que houve uma redução bastante significativa do número de células e da síntese de DNA, com ação antiproliferativa. Um resultado próximo também foi obtido através do estudo com tecido tireoidiano humano (COELHO et al., 2003). Os retinóides também têm demonstrado eficácia no tratamento antineoplásico de lesões malignas na mucosa oral e no trato digestivo e respiratório superior. Além disso, estudos em laboratório usando animais como modelo e culturas celulares resultaram em inibição da proliferação de vários tipos de células neoplásicas tais como melanomas, leucemia linfocítica e adenocarcinoma mamário (DINIZ et al., 2002). O ácido retinóico e seus derivados se mostraram eficientes no tratamento de alguns tipos de neoplasias. Contudo, sua eficácia não parece ser superior aos tratamentos habituais. Porém, através de alguns estudos clínicos, é possível concluir que essa substância demonstrou resultados encorajadores que devem ser considerados como uma opção para a terapêutica de carcinomas desdiferenciados (COELHO et al., 2003). 16 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Assistência Farmacêutica também é um dos componentes que contribuem para a promoção integral à saúde. Nela o medicamento é um dos principais instrumentos que contribuem para o sucesso do tratamento do paciente. Apesar de a isotretinoína provocar sérias reações adversas nos pacientes, ela ainda é o principal fármaco indicado no tratamento da acne em seus diversos graus, pois apresenta forte eficácia na diminuição dos cistos e fístulas inflamatórias da acne. Devido à essa característica, é necessário que o paciente esteja informado a respeito do tratamento, efeitos adversos, formas de administração e tudo o mais que for concernente à isotretinoína. É nesse momento que se faz extremamente necessário o acompanhamento através da atenção farmacêutica, onde um profissional está apto a esclarecer todas as dúvidas do paciente e é responsável por torná-lo informado a respeito dos procedimentos de seu tratamento, para que ele seja conduzido da melhor forma possível. No Brasil, o principal uso da isotretinoína está restrito ao combate da acne vulgaris. Contudo, muitos países, principalmente os EUA, utilizam esse fármaco em tratamentos de lesões neoplásicas de diferentes origens. A partir daí, percebe-se a importância que a isotretinoína representa para a medicina e áreas afins. Apesar de todos os riscos avaliados oferecidos durante o tratamento com a administração da isotretinoína, essa substância ainda representa um grande avanço para o tratamento da acne em seus diversos graus. Contudo, um rigoroso monitoramento por meio do profissional da medicina e através da atenção farmacêutica representa segurança e sucesso no tratamento. O farmacêutico deve orientar o médico e o paciente acerca de todas as diferentes variáveis que envolvem a prescrição e a administração da isotretinoína. 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, A. L. A.; UETA, J. M.; FREITAS, O. Assistência farmacêutica como um modelo tecnológico em atenção primária à saúde. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 26, n. 02, p. 87 – 92, 2005. ARAÚJO, A. L. A.; FREITAS, O. Concepções do profissional farmacêutico sobre a assistência farmacêutica na unidade básica de saúde: dificuldades e elementos para a mudança. 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