Acne Fulminans e Isotretinoína Pinheiro PB1, Mendonça GAV1, Moreira JS1, Castro PTV1,Gouveia MF¹ , Gregorini HNV¹, Bedin V2 (1)Pós-graduando do BWS - Pele Saudável (2) Professor Doutor – Diretor do BWS- Pele Saudável INTRODUÇÃO: CONCLUSÃO: Acne fulminans é uma manifestação rara, que pode ocorrer durante a evolução da acne vulgar, principalmente, em adolescentes masculinos. Uso de isotretinoína, testosterona, e reações imunológicas exacerbadas no organismo são desencadeantes relacionados. Sinais, sintomas e alterações laboratoriais como: febre, hepatomegalia, poliartralgia, leucocitose, plaquetose, aumento de provas inflamatórias e transaminases, são característicos. A cintilografia óssea pode detectar lesões líticas em vários sítios do esqueleto. O tratamento é realizado com prednisolona, isotretinoína e antibióticos se infecções secundárias. Após 8 meses de tratamento com isotretinoína oral o paciente evoluiu com melhora importante das lesões de acne. Hoje apresenta acne grau I para II, associada a cicatrizes icepick na face e fibróticas, atróficas e/ou hipertróficas, algumas sobrepostas por lesões crostosas, em tórax anterior e posterior (Figuras 1 a 6). Está programada a correção das mesmas após se completar 6 meses do término do tratamento com a isotretinoína. Embora o prognóstico seja satisfatório após o tratamento, as lesões cutâneas regridem deixando muitas cicatrizes e milia. Por ser uma doença de início e evolução rápidos, se torna importante o diagnóstico e tratamento precoces. RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 17 anos, 59 Kg, há 3 anos com lesões nodulares em face, compatíveis com acne grau III, sem resposta a tratamentos tópicos e sistêmicos prévios. A terapêutica de escolha em nosso serviço foi isotretinoína oral 40 mg/dia associada a azitromicina 500 mg, 3 vezes por semana, por 8 semanas. No segundo mês a isotretinoína foi suspensa devido ao aumento da fosfatase alcalina para 1.422 e reintroduzida no terceiro mês na dose de 20 mg/dia. O paciente evoluiu no quarto mês com leucocitose, febre, mialgia e nódulos inflamatórios e dolorosos em face, tórax anterior e posterior, que drenavam secreção pio-sanguinolenta, mais exulcerações recobertas por crostas hemorrágicas. Portanto, sinais e sintomas compatíveis com acne fulminans (Acne grau V). Frente ao quadro clínico atual optou-se por suspender a isotretinoína e introduzir prednisona 60 mg/dia e azitromicina 500 mg, 3 vezes por semana, ambos por 12 semanas. Após a melhora foi possível concluir o tratamento com isotretinoína oral. Figura 1: Cicatrizes e crostas em face e tórax anterior. Figura 3: Cicatrizes e crostas em tórax anterior. Figura 2: Cicatrizes em tórax posterior. Figura 4: Cicatrizes e crostas em tórax anterior. DISCUSSÃO: A etiologia da acne fulminans ainda é desconhecida. Acredita-se que fatores genéticos, imunológicos e infecciosos estejam envolvidos. O uso da isotretinoína pode precipitar este quadro, devido a possível indução da fragilidade do epitélio do ducto pilossebáceo, que permite assim um grande contato dos antígenos do Propionibacterium acnes com o sistema imune. Os diagnósticos diferenciais são acne conglobata e rosácea fulminans. Há descrições de casos relacionados à doençade Crohn e após infecção por sarampo. O pilar do tratamento é a corticoterapia sistêmica (prednisolona 0,5-1 mg/kg/dia de 2 a 4 meses), associado ou não, à isotretinoína, dapsona ou infliximabe. Antibiótico oral é pouco eficaz. E internação hospitalar pode ser necessária. Figura 5: Cicatrizes icepick na face. Figura 6: Cicatrizes icepick na face. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Sampaio SAP, Rivitti EA, Dermatologia, 3ª ed. Artes Médicas, 2008; 29:383-394. 2. Pereira MF, Roncada EM , Oliveira CM, Monteiro R, Abreu MAMM, Ortigosa LC. Acne fulminans e isotretinoína Relato de caso. An Bras Dermatol. 2011;86(5):883-995 3. Lages RB, Bona SH, Silva FVM, Gomes AKL, Campelo V. Acne fulminas tratada com prednisona associada à dapsona. An Bras Dermatol . 2012;87(4):612-4.