Análise de TJB para pequenos sinais Prof. Getulio Teruo Tateoki Constituição: -Um transístor bipolar (com polaridade NPN ou PNP) é constituído por duas junções PN (junção base-emissor e junção base-colector) de material semicondutor (silício ou germânio) e por três terminais designados por Emissor (E), Base (B) e Colector (C). Altamente dopado Camada mais fina e menos dopada Menos dopado que o Emissor e mais dopado que a Base Altamente dopado Camada mais fina e menos dopada Menos dopado que o Emissor e mais dopado que a Base N – Material semicondutor com excesso de eletrons livres P – Material semicondutor com excesso de lacunas Junções PN Internas ao simbolo: Junção PN base emissor Junção PN base colector Junção PN base emissor Junção PN base colector 1 Análise de TJB para pequenos sinais Princípio de Funcionamento: - Para que o transístor bipolar conduza é necessário que seja aplicada na Base uma corrente mínima (VBE 0,7 Volt), caso contrário não haverá passagem de corrente entre o Emissor e o Colector. IB = 0 O transístor não conduz (está ao corte) -Se aplicarmos uma pequena corrente na base o transístor conduz e pode amplificar a corrente que passa do emissor para o colector. Uma pequena corrente entre a base e o emissor… …origina uma grande corrente entre o emissor e o colector Polarização: -Para o transístor bipolar poder ser utilizado com interruptor, como amplificador ou como oscilador tem que estar devidamente polarizado através de uma fonte DC. Para o transístor estar correctamente polarizado a junção PN base – emissor deve ser polarizada directamente e a junção base – colector deve ser polarizada inversamente. 2 Análise de TJB para pequenos sinais Regra prática: O Emissor é polarizado com a mesma polaridade que o semicondutor que o constitui. A Base é polarizada com a mesma polaridade que o semicondutor que a constitui. O Colector é polarizado com polaridade contrária à do semicondutor que o constitui. Emissor Base Colector Emissor Base Colector P N P N P N + - - - + + Rb – Resistência de polarização de base Rc – Resistência de colector ou resistência de carga 3 Análise de TJB para pequenos sinais Representação de Tensões e corrente VCE – Tensão colector - emissor VBE – Tensão base – emissor VCB – Tensão colector - base IC – Corrente de colector IB – Corrente de base IE – Corrente de emissor VRE – Tensão na resistência de emissor VRC – Tensão na resistência de colector Relação e ganho de correntes Considerando o sentido convencional da corrente e aplicando a lei dos nós obtemos a seguinte relação das correntes num transístor bipolar IB IC IE = IC + IB IC =β IB IC =α IE β= α 1−α α= β 1+ β IE 4 Análise de TJB para pequenos sinais IC É a máxima corrente de colector que o transístor pode suportar. Se este parâmetro for excedido o componente poderá queimar. VCEO Tensão máxima colector – emissor com a base aberta. VCBO Tensão máxima colector – base com o emissor aberto. VEBO Tensão máxima emissor – base com o colector aberto. hFE ou β Ganho ou factor de amplificação do transístor. hFE = IC : IB Pd Potência máxima de dissipação. fT Frequência de transição (frequência para a qual o ganho do transístor é 1 ou seja, o transístor não amplifica mais a corrente). CONFIGURAÇÕES BÁSICAS: -Os transistores podem ser ligados em três configurações básicas: base comum (BC), emissor comum (EC) e coletor comum (CC). Essas denominações relacionam-se aos pontos onde o sinal é injetado e retirado, ou ainda, qual dos terminais do transistor é referência para a entrada e saída de sinal 5 Análise de TJB para pequenos sinais Polarização com uma única bateria As tensões nas junções do transistor e nos componentes externos, podem ser calculadas utilizando-se as leis de Kirchhoff para tensão (LKT). 1. VCC - VRC - VCE - VRE = 0 2. VCE -VBE - VCB = 0 3. VCC - VRB1 - VRB2 = 0 4. VRB1 - VRC - VCB = 0 5. VRB2 - VBE - VRE = 0 6. VCC - VRC - VCB - VBE - VRE = 0 No ponto X: IB = I1 - I2 I1 = I2 + IB Curvas características -Definem a região de operação de um transistor, tais como: região de saturação, região de corte, região ativa e região de ruptura Curva Característica para Montagem Emissor Comum: 6 Análise de TJB para pequenos sinais CIRCUITOS DE POLARIZAÇÃO 1- Polarização por corrente de Base Constante -Também denominado de polarização fixa, é um circuito muito utilizado quando deseja-se que o transistor opere como chaveamento eletrônico, com dois pontos bem definidos: corte e saturação -Por esse motivo esse tipo de polarização não é utilizado em circuitos lineares, pois é muito instável, pois uma variação da temperatura provoca uma variação de β. -Para este tipo de polarização: IC = βIB Para evitar o disparo térmico, adota-se geralmente: VCE = 0,5VCC 2- Polarização por corrente de emissor constante -Diferente do caso anterior, procura-se compensar as variações de β através do resistor de emissor. -Assim, quando β aumentar, a corrente de coletor aumenta, aumentando também a tensão no emissor, fazendo com que haja uma diminuição da tensão de polarização VBE, reduzindo a corrente de base. Isto resulta numa corrente de coletor menor compensando parcialmente o aumento original de β. Aplicando Lei de Kirchhoff: VCC = VRC + VCE + REIE onde: VRC = RCIC logo: 7 Análise de TJB para pequenos sinais CIRCUITOS DE POLARIZAÇÃO 2- Polarização por corrente de emissor constante -Adota-se como prática para garantir a estabilidade térmica sem afetar o sinal de saída: VRE = 0,1VCC IB = VCC ou ainda: RB + β RE IB = IC β IE = (β + 1)IB 3 –Polarização por realimentação negativa -Este circuito reduz o ganho, mas em compensação aumenta a estabilidade. Equações básicas: VRE = 0,1VCC VRC = VCC - (VCE + VRE) 4 –Seguidor de Emissor -O seguidor de emissor tem como característica o ganho de tensão baixo(≤ 1) Equações básicas VCE = 0,5VCC IE = βIB RE = IB = 0,5VCC IE VCC RB + β RE 8 Análise de TJB para pequenos sinais CIRCUITOS DE POLARIZAÇÃO 5- Polarização por divisor de tensão de base -É um dos métodos mais usados em circuitos lineares. -A grande vantagem desse tipo de polarização é sua estabilidade térmica (praticamente independente de β. O nome divisor de tensão é proveniente do divisor de tensão formado por RB1 e RB2, onde RB2 polariza diretamente a junção base-emissor. VRC VCE Segundo a Lei de Kirchhoff para circuitos em série: VRE VRC+ VCE + VRE = VCC VRC = RC . IC e VRE = RE . IE Como a diferença entre IC e IB é muito pequena, IE = IC Assim: VCC = VRC + VCE + VRE VRC = RC . IC VRE = RE . IC Exemplo: -Determinar os valores das tensões VRC , VRE e VCE no circuito a seguir. 10V 4mA 1k VRC = RC . IC = 1000 . 0,004 = 4V VRE = RE . IC = 270 . 0,004 = 1,08V VCC = VRC + VCE + VRE 270 ou VCE = VCC – (VRC + VRE) VCE = 10 – (4,0 + 1,08) = 10 – 5,08 = 4,92V 9 Análise de TJB para pequenos sinais Referências Bibliograficas: -Sistemas Analógicos, Circuitos com Diodos e Transistores – Otávio Markus, Editora Érica 4ª Edição -Princípios de Eletrônica – Malvino, Editora Mc Graw Hill, 6ª Edição. -Dispositivos Eletrônicos e Teoria de Circuitos – Robert L. Boylestad, Louis Nashelsky, Editora Prendice Hall – 8ª Edição -Dispositivos e Circuitos Eletrônicos – Volume I – Bogart, Editora Makron Books, 3ª Edição 10