13. Electrónica – transístores 13.1. bipolares Componente activo – saída com maior potência do que entrada O excesso de potência vem da fonte de alimentação Bipolar = com duas polaridades É constituído por 3 regiões dopadas A do meio é a base e as outras duas o emissor e o colector 13.1 Parâmetros: IC IE IE IC IC IE IB IC Formam duas junções 13.2 Regras para transístores npn (inverter as polaridades para pnp): IB 1. O colector tem de ser mais positivo do que o emissor -> VCE>0 2. Os circuitos base-colector e base-emissor comportam-se como díodos (díodo emissor e díodo colector) IC IB 13.3 13.4 1 3. Para qualquer transístor existem valores máximos para IC, IB e VCE que não podem ser excedidos (assim como para a potência: VCEIC, temperatura, VBE, etc.) O varia muito de transístor para transístor, não é um bom parâmetro: nenhum circuito deve depender de um valor particular de 4. Quando as regras anteriores são obedecidas, IC=hFEIB= IB, tipicamente =100 Não se deve pensar em IC em termos de condução de um díodo (B-C está polarizado inversamente) – o comportamento do transístor é mesmo assim! 13.5 A transição zona linear/saturação pode não ser muito nítida: Regiões de funcionamento Em CORTE: as duas junções são inversamente polarizadas -> IC=0 Transístor saturado VCE~0,2V, VBE=0,8V, então VCB=0,6V (directamente polarizado) Se VCE~0,3V já está na região activa (VCB=0,4-0,5V pois VBE=0,7V Funcionamento LINEAR/Zona activa: IC VBE 13.6 I B B-C inversamente polarizada 0.7V B-E directamente polarizada Note-se que pedir mais corrente a um transístor saturado, aumenta IC/IB o que pode fazê-lo entrar na região linear (IC/IB = ) aumentando bruscamente a potência dissipada (pois VCE aumenta também) Em SATURAÇÃO: as duas junções directamente polarizadas (VCE=0,2V, VBE=0,8V) 13.7 13.8 2 Emissor comum Ponto de operação IC Existem três tipos de ligações: emissor comum (CE), colector comum (CC) e base comum (CB) Vsupply 10k A CE é a mais usada O lado comum ou a terra de cada fonte de polarização está ligada ao emissor 13.9 Curvas características e recta de carga VCE Vsupply IB Vin VBE 100k RC I C IC Vsupply VCE Vsupply VCE RC 10k Vsupply A partir da curva característica do transístor, distribuição IC em função de VCE para diferentes valores de IB, podemos determinar o ponto de 13.10 operação (para um valor de IB) Seguidor de emissor (ou colector comum) A saída é o Emissor, o qual segue a entrada (Base) a menos da diferença de potencial de um díodo: Saturação VE~VB-0,7 V, sendo a tensão de entrada Vin>0,7 V Corte Não há resistência no colector num seguidor de Emissor Utilidade: a impedância (~resistência) de entrada é muito maior do que a impedância de saída (há ganho de potência embora não haja ganho de tensão!) 13.11 13.12 3 Da mesma forma, calcular-se-ia a resistência de saída, vista no emissor quando na base aplicássemos uma fonte com resistência interna Rin Suponhamos que R é a carga (RLoad): se o sinal de entrada variar de VB, a saída ( VE ) varia do mesmo valor A variação de corrente IE é IE= VB /R sendo IE IB IC IB IB , IB IE 1 e então IB VB R(1 ) Para determinar esta resistência de saída será necessário calcular a relação entre Iout e Vout para Vin fixo A resistência de entrada Rin é Rin VB IB R( 1) sendo 100, R in 100 R Vout Uma pequena impedância de carga R é vista como uma impedância muito maior, logo exigindo uma muito menor potência de sinal de entrada Vout IB Vout Rin Vin Rin I B então , IE I out ( ( 1) I B I out V 1) out e R out Rin Vout I out Rin 13.13 1 13.14 Circuitos com transístores A tensão de breakdown (ruptura) da junção Base-Emissor para os transístores de silício é pequena (~6 V) Aplicando a Lei de Kirchoff (∑ V = 0) para a malha formada por Vcc, Rc, colector-emissor e Re Por vezes coloca-se um díodo de protecção O ganho em tensão da montagem em seguidor de emissor é de facto um pouco inferior a 1 pois a diferença de potencial BE não é absolutamente constante Vcc = Rc Ic + Vce + Re Ie Como a corrente de base Ib é pequena, pode-se supor Ie ≈ Ic Então: Ic = (Vcc − Vce )/(Rc + Re) 13.15 13.16 4 Considerando Vcc e R‘= Rc + Re constantes, conclui-se que Ic varia linearmente com Vce (com declive negativo) A recta pode ser traçada no gráfico, bastando definir dois pontos quaisquer (por exemplo: para Vce = 0, Ic = (1/R') Vcc e para Ic = 0, Vce = Vcc) Ic = hFE Ib Substituindo esse valor de Ic resulta em Ib = (Vb − Vbe) / (Rb + hFE Re) Usando a Lei de Kirchhoff para a outra malha (como Ie ≈ Ic), Vb = Rb Ib + Vbe + Re Ic ou A relação entre a corrente do colector e a de base é chamada ganho de corrente cc do transistor (simbolizada por hFE ou por ) e, em geral, é dada pelo fabricante Rb Ib = Vb − Vbe − Re Ic 13.17 Exemplo: determinar tensões e correntes do transístor Considerando que o transístor está na zona activa Circulando pela malha da base: -V1 + RB IB + VBE = 0 ou IB = (V1 - VBE) / RB = = (10-0,7)/220 x103 = 42,27µA IC=βIB=4,23mA para as tensões temos: VE=0V; VB=0,7V; VC=10-RCIC =5,7V onde VBE=0,7V e VBC=-6,4V < 0,7V 13.19 Podemos concluir que o transístor se encontra na zona activa 13.18 Problema típico de transístores No circuito da figura, se =120 e VBE=0,7V, calcular VE, IE, IC e VC VB –VE = 0,7 VE = 5-0,7=4,3V VE = RE IE IE =VE /RE =4,3/2,5k=1,72mA IE =IC +IB= IB+IB=( IB =IE / ( IB =1,72/(120+1)=0,014mA IC = IB=120x0,014=1,71mA -VC -RC IC +VCC =0 VC =10-4x1,71=3,18V 13.20 5 Circuitos com transístores podem ser simulados utilizando o programa disponível em http://www.falstad.com/mathphysics.html 13.21 6