Fotografia aproximada com objectivas de grande angular

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FOTOGRAFIA APROXIMADA COM GRANDE ANGULAR
Texto e fotos: Paulo de Oliveira
Foto: 1
Para se fazer fotografia aproximada o ideal é utilizar uma objectiva macro não é?
Se quiser obter imagens de excelente qualidade com um deformação cromática e
geométrica insignificantes a resposta é evidentemente afirmativa, mas tanta perfeição também corre o risco de se tornar monótona.
A perspectiva “demasiado correcta” das objectivas macro, cuja distância focal se
situa normalmente entre os 50 e os 200 mm não permite normalmente, a nível da
composição, uma abordagem muito dinâmica do motivo fotográfico.
Por outro a maioria das fotografias macro acabam por fornecer poucas informações sobre o ambiente onde os seres vivos estão inseridos; os enquadramentos
são quase sempre demasiado justos para isso. Seria preciso usar objectivas macro
de grande angular que é coisa que por enquanto não existe. Mas com um pouco de
arte e manha podemos inventar algumas soluções.
Talvez ainda não saiba que a 16 mm fisheye, a 15 mm e outras ópticas Nikon
possuem uns filtros que são colocados na parte traseira da objectiva. O fabricante
refere inclusivamente nas instruções que o melhor rendimento óptico destas objectivas só pode ser obtido se existir um filtro colocado na parte traseira mesmo que
seja o neutro: completamente transparente.
Mas se for curioso e retirar o tal filtro, por exemplo na 16 mm fisheye, verifica
que a objectiva cuja distância mínima de focagem era de 25 cm passa agora a
focar a escassos 10 cm de distância e a permitir-lhe fotografar muito perto com
perspectivas extremamente dinâmicas. O preço a pagar é uma ligeira degradação
da imagem nos cantos da imagem que praticamente desaparece acima de uma
abertura do diafragma de f8.
Bom mas 10 cm ainda pode ser demasiado longe para encher o primeiro plano
com um animal de pequenas dimensões, por isso vamos ter que usar o acessório
K1 (foto: 2). Trata-se de um antigo anel da Nikon que só pode ser adquirido no mercado de usados e mesmo assim trata-se de um objecto relativamente raro.
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© PAULO DE OLIVEIRA
Foto: 2
Foto: 3
Proporciona-nos uma extensão irrisória, de apenas 5 mm, mas que associado a
uma objectiva 15 mm ou fisheye permite fotografar quase até ao contacto do motivo
fotográfico com o elemento frontal. É claro que se perde a pré-selecção do diafragma e precisamos fotografar à abertura de trabalho; o que por exemplo a f11 pode
significar uma imagem muito escura no despolido.
Mas veja por exemplo na foto: 1 a perspectiva deste sapo obtida com uma 14
mm da Sigma associada a um anel K1. O focinho do animal tocou várias vezes o
elemento frontal saliente obrigando-me a estar sempre a limpar a objectiva. Usei
um filtro azulado na porta-filtros traseiro desta objectiva e filtros alaranjados no flash
macro SB-19 da Nikon de modo a dar uma coloração mais dramática à imagem.
Para os que ficarem intrigados, questionando-se como diabo se monta um SB-19
numa Sigma 14 mm vou explicar: enfia-se primeiro a traseira da objectiva pelo anel
central e depois encaixa-se a objectiva no corpo da câmara. Só funciona com a
F100 porque na F5 o prisma é demasiado saliente e não permite espaço para o
flash. Claro que o flash fica meio solto, mas também não sai dali para lado nenhum;
ficou tudo esclarecido?
E depois usei o mesmo anel numa 16 mm fisheye e inquietei este gafanhoto
que teve que mudar de sítio várias vezes, sempre perseguido de perto nos seus
saltos por aquele ciclope de olho esbugalhado (fotos: 3 e 4).
Foto: 4
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Recomendo muita atenção, sobretudo durante as primeiras experiências, porque a perspectiva destas objectivas engana muito e a distância enorme que nos
separa do motivo fotográfico visto no visor são na realidade escassos milímetros e
qualquer movimento descuidado pode ter consequências irreparáveis no bloco frontal da óptica.
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