Manual de Óptica Fotográfica (excertos) Autores: José Soudo e Manuel Silveira Ramos 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 1. AS CÂMARAS FOTOGRÁFICAS E A ÓPTICA ................................................... 5 1.1. Câmara sem óptica ou esténopeica ..................................................................... 5 1.2. Câmara com óptica ............................................................................................. 6 2. AS OBJECTIVAS ..................................................................................................... 6 2.1. Lentes e objectivas.............................................................................................. 6 3.1.1. Lentes simples ............................................................................................. 6 2.2. Aberrações .......................................................................................................... 7 2.2.1. Aberração cromática .................................................................................... 7 2.2.2. Cor lateral .................................................................................................... 7 2.2.3. Aberração esférica ....................................................................................... 8 2.2.4. Coma............................................................................................................ 8 2.2.5. Distorção ...................................................................................................... 8 2.2.6. Astigmatismo ............................................................................................... 8 2.2.7. Curvatura de campo ..................................................................................... 9 2.3. Correcção das aberrações ................................................................................... 9 2.4. Distância focal .................................................................................................... 9 2.4.1. Distância focal de uma lente ........................................................................ 9 2.4.2. Distância focal de uma objectiva ............................................................... 10 2.5. Construção de objectivas .................................................................................. 10 2.5.1. Objectiva simétrica .................................................................................... 10 2.5.2. Objectiva tripla .......................................................................................... 11 2.6. Poder de cobertura e ângulo de campo ............................................................. 11 2.6.1. Poder de cobertura ..................................................................................... 11 2.6.2. Ângulo de campo ....................................................................................... 11 2.7. Número f/ .......................................................................................................... 12 2.7.1. Diafragma efectivo .................................................................................... 12 2.7.2. Diafragma relativo ou nº f/ ........................................................................ 12 2.7.3. Luminosidade ............................................................................................ 13 2.8. Distância focal “Normal” ................................................................................. 13 2.8.1. Distância focal equivalente ........................................................................ 13 2.9. Curta focal e longa focal ................................................................................... 14 2.10. Objectivas especiais ........................................................................................ 15 2.10.1. Objectiva com distância focal variável ou “Zoom”................................. 15 2.10.2. Objectiva catadióptrica ............................................................................ 15 2.10.3. Objectiva para controlo de perspectiva ou objectiva PC ......................... 15 2.10.4. Objectivas para macrofotografia ............................................................. 15 2.11. Magnificação e fotometria .............................................................................. 16 2.11.1. Magnificação ........................................................................................... 16 2.11.2. Macrofotografia e compensações fotométricas ....................................... 16 3. PERSPECTIVA E PONTO DE VISTA .................................................................. 18 3.1. Compressão e afastamento de planos ............................................................... 18 3.2. Distância focal, ponto de vista e dramatização................................................. 19 3.2.1. Ponto de vista fixo ..................................................................................... 19 3.2.2. Ponto de vista alterado ............................................................................... 19 4. EXERCÍCIOS .......................................................................................................... 20 4.1. Trabalhos práticos............................................................................................. 20 2 3 4.1.1. Exercício experimental de interacção com diferentes distâncias .............. 20 focais ............................................................................................................................... 20 4.2. Teste ................................................................................................................. 21 4.2.1 Correcção do teste................................................................................................25 5.GLOSSÁRIO...............................................................................................................26 6.BIBLIOGRAFIA.........................................................................................................32 7.SÍTIOS NA INTERNET..............................................................................................33 3 4 INTRODUÇÃO Este manual é orientado para um processo de ensino/aprendizagem na área da fotografia documental e de reportagem. Aqui serão estudados os fenómenos relacionados com a formação óptica da imagem. Nos primeiros capítulos descreveremos alguns conceitos físicos estruturantes da óptica. Na sequência destas definições abordaremos os principais temas que afectam directamente o trabalho fotográfico nas suas resultantes técnicas. Finalmente, num esforço de conjunção técnico-criativa, propomos aplicações orientadas por objectivos estéticos, dinâmicos e comunicacionais. Glossário, bibliografia e lista de moradas para consulta via internet, estão disponíveis nas últimas páginas deste auxiliar de formação. 4 5 1. AS CÂMARAS FOTOGRÁFICAS E A ÓPTICA Objectivos: Aprofundar a compreensão dos fenómenos relacionados com a construção física das imagens através dos meios ópticos. Melhorar as capacidades de utilização das objectivas na prática da fotografia. Os fenómenos relacionados com a física da luz e dos meios ópticos foram sempre objecto de curiosidade, análise e estudo. Platão referiu, na República, a quebra aparente dos objectos quando parcialmente imersos em água. Aristóteles formulou uma teoria sobre a propagação da luz, muito semelhante à teoria da propagação pelo éter, actual até ao século XIX. Aristófanes, na peça As Nuvens, menciona o “vidro ardente” - a lente convergente. Euclides, no livro Catóptrica, refere a propagação rectilínea da luz, assim como a lei da reflexão. Já na nossa era, o filósofo romano Séneca fez menção à utilização de um globo de vidro cheio de água como instrumento de ampliação, e o historiador Plínio refere o uso regular de “vidros ardentes” no dia-a-dia da vida romana. 1.1. Câmara sem óptica ou esténopeica Câmara fotográfica que não possua meio óptico, designa-se por esténopeica ou “pinhole camera” (Fig. 1). Neste tipo de câmara, não há convergência dos raios luminosos sobre o plano do material fotossensível, ou seja, os múltiplos pontos do assunto projectam-se sempre como círculos de confusão. Com base nas leis da geometria, o furo optimizado para que os círculos de confusão tenham um diâmetro inferior a 0,05mm e sejam percepcionados como pontos, deve ser feito em função da distância que a luz tem que percorrer até ao plano do material fotossensível, segundo a formula 1/25 da raiz quadrada dessa distância. Fig. 1 - “Pinhole camera” 5 6 1.2. Câmara com óptica O meio óptico serve para dirigir a luz, na câmara fotográfica, até ao plano de foco (Fig. 2). Pode ser constituído por uma lente simples, do tipo convergente, ou por um conjunto complexo constituído por várias lentes convergentes e divergentes associadas, designado por objectiva. Quanto melhor for o meio óptico, mais qualidade terá a imagem produzida. Fig. 2 - Câmara com óptica 2. AS OBJECTIVAS Objectivo: Conhecer a construção dos meios ópticos usados em fotografia. 2.1. Lentes e objectivas As objectivas são constituídas por um conjunto de lentes simples associadas entre si e, em fotografia, têm por finalidade fazer convergir a luz para o plano do material fotossensível. 2.1.1. Lentes simples a) Lente convergente ou positiva – lente mais espessa no centro do que nos bordos. Funciona como se fosse composta por vários prismas ou troncos de prisma acoplados entre si. A luz que a atravessa sofre uma refracção, convergindo para um ponto real. Desta convergência, exclui-se a luz transmitida sobre o eixo óptico (Fig. 3). Fig. 3 - Lente biconvexa, lente de menisco positivo e lente plano-convexa 6 7 b) Lente divergente ou negativa – lente mais espessa nos bordos do que no centro. Funciona como se fosse composta por vários prismas ou troncos de prisma acoplados entre si. A luz que a atravessa sofre uma refracção convergindo para um ponto virtual. Desta convergência, exclui-se a luz transmitida sobre o eixo óptico (Fig. 4). Fig. 4 - Lente bicôncava, lente de menisco negativo e lente plano-côncava 2.2. Aberrações Uma lente simples forma imagens imperfeitas. Chama-se aberração, ou erro duma lente, a esta impossibilidade de produzir imagens perfeitas. As aberrações das lentes são consequência do tipo de material em que foram construídas, da sua espessura, da curvatura das suas faces. Não podem ser entendidas como deficiência mas, sim, como característica. 2.2.1. Aberração cromática A luz que entra pelo meio óptico paralela ao eixo refracta-se em diferentes ângulos, em conformidade com os vários comprimentos de onda, projectando-se em planos diferentes e por esta ordem – azul, verde e vermelho. Esta aberração também é conhecida por axial ou longitudinal (Fig. 5). Fig. 5 - Aberração cromática axial 2.2.2. Cor lateral A luz que entra paralela e transversal ao eixo óptico pelos bordos da lente projecta-se obliquamente segundo o comprimento de onda. Esta aberração também é designada por aberração cromática transversal (Fig. 6). Fig. 6 - Aberração cromática transversal ou cor lateral 7 8 2.2.3. Aberração esférica A luz que entrar paralela ao eixo óptico e pelos bordos da lente, projecta-se mais próximo que a que entrar pelo centro. Como resultado, obtém-se como imagem de um ponto um halo ou uma esfera de luz (Fig. 7). Fig. 7 - Aberração esférica 2.2.4. Coma Aberração esférica lateral dos raios de luz oblíquos ao eixo óptico, que se projectarão segundo um sequência de pontos, com uma forma semelhante a um cometa (Fig. 8). Fig. 8 - Coma 2.2.5. Distorção A luz de assuntos com linhas paralelas entre si projecta-se, consoante o eixo de entrada na óptica, em forma de barril ou de almofada (Fig. 9). Fig. 9 - Distorção em forma de barril e em forma de almofada 2.2.6. Astigmatismo A luz de um ponto que não esteja no eixo óptico projecta-se desfocada segundo um eixo radial ou tangencial, conforme atravesse a lente acima ou abaixo do eixo (Fig. 10). Fig. 10 – Astigmatismo 8 9 2.2.7. Curvatura de campo A luz emitida pelos pontos mais longínquos de um assunto plano projecta-se progressivamente, mais perto da lente provocando a formação de imagens em curva (Fig. 11). Fig. 11 - Curvatura de campo Correcção das aberrações 2.3. As aberrações cromáticas e a formação de cor lateral provocam erros de cor. As outras aberrações representam erros de projecção na construção da imagem. A correcção das aberrações é feita através do uso de vidros ou meios ópticos de alta qualidade, com espessuras e curvaturas calculadas segundo fórmulas muito rigorosas. Por exemplo, numa objectiva constituída por quatro lentes, pode-se dizer que as aberrações do 1º elemento são corrigidas pelo 2º. As aberrações deste conjunto serão corrigidas pelo 3º elemento e as deste conjunto, corrigidas pelo 4º. Esta é uma descrição demasiado simplificada dada a real complexidade das correcções ópticas. Esperamos, no entanto, ter dado uma ideia, mesmo que pouco rigorosa, dos mecanismos necessários para a produção de boas imagens fotográficas. 2.4. Distância focal 2.4.1. Distância focal de uma lente A distância entre o centro da lente e o ponto onde converge a luz refractada quando proveniente de raios paralelos ao eixo óptico (Fig. 12). Por norma, a distância focal é indicada em milímetros. Fig. 12 - Distância focal de uma lente 9 10 2.4.2. Distância focal de uma objectiva Uma objectiva é um meio óptico constituído por varias lentes simples associadas entre si. Cada uma tem um centro físico próprio. O somatório dos vários centros individuais determina o centro do conjunto óptico, chamado centro nodal. A distância deste centro nodal ao ponto de convergência da luz refractada quando proveniente de raios paralelos entre si (Fig. 13), determina a distância focal da objectiva e é equivalente à distância focal de uma lente simples com a mesma medida. Por exemplo, dizer que uma objectiva é F=21mm significa que os raios provenientes de infinito se projectam a 21 milímetros do centro nodal e é equivalente à distância de uma lente simples convergente com o mesmo valor F=21mm. Fig. 13 - Distância focal de uma objectiva 2.5. Construção de objectivas O tipo de construção de uma objectiva e o seu número e qualidade de lentes são pensados em função da sua aplicação, formato do suporte fotossensível, ângulo de cobertura, luminosidade, capacidade de resolver aberrações, recorte e acutância, etc. 2.5.1. Objectiva simétrica Os seus elementos distribuem-se duma forma simétrica sobre o eixo do sistema óptico (fig. 14). Fig. 14 - Objectivas simétricas 10 11 2.5.2. Objectiva tripla Os seus três conjuntos de elementos distribuem-se duma forma não simétrica sobre o eixo do sistema óptico (fig. 15). Fig. 15 - Objectivas triplas 2.6. Poder de cobertura e ângulo de campo 2.6.1. Poder de cobertura Entende-se por poder de cobertura de uma lente ou de uma objectiva, o círculo de imagem que esta projecta ( Fig. 16). Conforme a cobertura da lente ou objectiva, este círculo conterá uma área de imagem com maior nitidez que se designa por circulo nítido da imagem (Fig. 16). O diâmetro deste círculo deverá ter por dimensão mínima a diagonal do formato sensível utilizado. À zona onde se começa a diluir a nitidez da imagem, chama-se zona de vinheta (Fig. 16). Fig. 16 - Poder de cobertura de uma lente, circulo nítido e zona de vinheta da imagem 2.6.2. Ângulo de campo É o ângulo segundo o qual a objectiva determina a sua área de cobertura (Fig. 17). Objectivas com o mesmo ângulo de campo, podem ter áreas de maior ou menor poder de cobertura conforme o tipo de construção e acabamento. Fig. 17- Ângulos de campo diversos 11 12 Como observação, refira-se que o pára-sol é um acessório que não faz parte das objectivas. É mencionado por ser uma peça fundamental para a optimização da nitidez da imagem produzida por cada óptica. O pára-sol é um elemento efectivo na redução do “flare”. 2.7. Número f/ 2.7.1. Diafragma efectivo O diâmetro real dos círculos através dos quais a luz passa pelo meio óptico. 2.7.2. Diafragma relativo ou nº f/ Os limites da escala de nºs f/ de uma objectiva variam dentro dos parâmetros determinados pelo fabricante, entre uma abertura máxima e uma abertura mínima, e estabelece uma relação entre o diâmetro efectivo do diafragma e a distância focal da objectiva. Por exemplo, o diafragma f/2 numa objectiva de 28mm, refere um diâmetro efectivo de 14mm. O mesmo f/2, numa objectiva de 100mm, refere um diâmetro efectivo de 50mm (Fig. 18). Como os diâmetros efectivos têm uma implicação directa na profundidade de campo, a objectiva F=28mm tem mais profundidade de campo que a objectiva F=100mm, para o mesmo nº f/. Nas imagens ilustrativas, as fotografias foram feitas a partir do mesmo ponto de vista, com f/2 em ambas as objectivas, F=28mm e F=100mm (Fig. 19 e 20). Fig. 18 - Diâmetro efectivo correspondente a f/2 nas objectivas F=28mm e F=100mm Fig. 19 – Profundidade campo com f/2 na objectiva F=28mm Fig. 20 – Profundidade de campo com f/2 na objectiva F=100mm 12 13 2.7.3. Luminosidade O diâmetro máximo de abertura de uma objectiva é a sua luminosidade. Exemplos: Objectiva F=28mm/1:2 – significa que o seu diafragma mais aberto, a sua luminosidade, é f/2, o que também refere que há uma relação de 1:2 entre o diâmetro efectivo mais aberto e a distância focal mencionada; objectiva zoom 21mm105mm/1:2,5-4,5 – significa que na posição do zoom F=21mm a luminosidade é de 1:2,5, e na posição de F=105mm é de 1:4,5. 2.8. Distância focal “Normal” Objectiva normal é aquela cuja distância focal é igual à medida da diagonal do formato do suporte fotossensível ( Fig.21). O ângulo de campo de uma objectiva normal é de cerca de 50º, o que se pode equiparar ao ângulo da percepção visual humana. 2.8.1. Distância focal equivalente Segundo o teorema de Pitágoras, para um formato de suporte fotossensível com 9x12cm, a distância focal normal é 150mm. Esta distância focal é equivalente à de uma objectiva de 105mm se o suporte fotossensível for de 6x9cm; de 80mm se o suporte for de 6x6cm; de 50mm se o formato for de 24x36mm; de 30mm se o formato for de 18x24mm, e assim sucessivamente. Podemos dizer que todas estas objectivas têm uma distância focal equivalente, e o mesmo ângulo de campo (Fig. 21). Fig. 21 - Distância focal “Normal” para o formato de suporte fotossensível com as medidas axb 13 14 2.9. 1- Curta focal e longa focal Objectivas com distâncias focais mais curtas que a normal têm um ângulo de campo de 65º ou superior. São vulgarmente designadas por grande-angular (Fig. 22). Na prática, podemos considerar como grande angular uma objectiva que tenha uma distância focal mais curta que o lado menor do formato do material fotossensível. Fig. 22 - Grande-angular 2- Objectivas com distâncias focais mais longas que a normal têm um ângulo de campo de 35º ou inferior. São vulgarmente designadas por teleobjectiva (Fig. 23). Na prática podemos considerar como tele, uma objectiva que tenha uma distância focal mais longa que o dobro do lado maior do formato do material fotossensível. Fig. 23 – Teleobjectiva 14 15 2.10. Objectivas especiais 2.10.1. Objectiva com distância focal variável ou “Zoom” O centro nodal deste tipo de objectiva pode mudar por alteração da posição relativa de algumas das suas lentes, o que faz variar a distância focal entre dois parâmetros, máximo e mínimo (fig. 24). Fig. 24 - Zoom 2.10.2. Objectiva catadióptrica Com uma construção baseada em espelhos, o centro nodal deste tipo de objectiva fica colocado no exterior do meio óptico. Conseguem-se, assim, grandes distâncias focais num conjunto óptico relativamente curto (Fig. 25). Fig. 25 - Objectiva catadióptrica 2.10.3. Objectiva para controlo de perspectiva ou objectiva PC Nestas objectivas, parte dos seus elementos podem ser deslocados em relação ao eixo óptico do conjunto. Este tipo de movimento permite ao fotógrafo fazer descentramentos e controlar a perspectiva (Fig. 26). Fig. 26 - Objectiva PC 2.10.4. Objectivas para macrofotografia São objectivas que, pelo tipo de construção e correcções permitem grandes aproximações aos assuntos fotográficos. Deste facto, resultam magnificações até 1:1 – imagem com a mesma dimensão do objecto – ou superiores, sem perca de qualidade. 15 16 2.11. Magnificação e fotometria 2.11.1. Magnificação Na fig. 27 está esquematizada a construção da imagem do objecto O a diferentes distâncias da objectiva com a distância focal DF. Comparemos e relacionemos os tamanhos das imagens do objecto em função da distância a que este se encontra do meio óptico. Magnificação é a relação de escala linear entre a imagem e o objecto. Pode ser, também, definida pela relação da distância óptica / imagem com a distância óptica / objecto. M=I/O=dI/dO Fig. 27 – Magnificação 2.11.2. Macrofotografia e compensações fotométricas O nº f/ gravado nas ópticas só é verdadeiro com o foco em infinito. Focando para planos mais próximos, a distância focal altera-se e consequentemente o número f/. Conjugando as múltiplas fórmulas físicas das lentes e objectivas tais como a das distâncias conjugadas, 1/F=1/dI+1/dO, e a da magnificação, M=I/O, podemos concluir que, em fotografia muito próxima, precisamos, sempre, de fazer compensações à leitura indicada desde que esta não tenha sido efectuada através de fotómetro TTL. 16 17 As seguintes correcções aplicam-se particularmente bem em objectivas simétricas: Tempo de exposição correcto = Tempo de exposição dado por leitura fotométrica não TTLx(M+1)2 Ou Diafragma correcto = n.º f/ dado por leitura fotométrica não TTL x (M + 1) Exemplos: Num caso em que tenhamos M=1/100, aplicando quaisquer das fórmulas concluímos que o factor de compensação fotométrica é desprezível. Num caso em que tenhamos M=1/1, aplicando a fórmula dos tempos de exposição, obtemos 4 como resultado – temos que multiplicar 4 pelo tempo de obturação, ou considerar o factor 4 em nºs f/ o que corresponde a abrir 2 stops. Se a leitura inicial do fotómetro for 1s-f/22, no caso M=1/100 não haveria compensação fotométrica. No caso M=1/1 a exposição final seria 4s-f/22 ou 1s-f/11, ou qualquer outro binário recíproco. 17 18 3. PERSPECTIVA E PONTO DE VISTA Objectivo: Aprender a controlar, criativamente, a construção fotográfica das perspectivas. Uma fotografia é, para além da representação do assunto que lhe dá origem, uma composição dinâmica – consequência do ponto de vista, da distância focal, do diafragma e do tempo de obturação escolhidos. A perspectiva determina a escala de tamanhos entre assuntos situados a diferentes distâncias do observador. 3.1. Compressão e afastamento de planos Provavelmente, já todos experimentámos a sensação ilusória de percepcionar dois objectos amovíveis e situados a uma distância relativa fixa, por vezes mais próximos e, outras vezes mais distantes um do outro. A variável causadora destes erros de avaliação de distâncias é o ponto de vista do observador. Da utilização fotográfica de objectivas com distâncias focais diferentes, resultam fenómenos semelhantes. É comum, por isso, dizer-se que as teleobjectivas comprimem as distâncias e as grande-angulares as afastam. Nos próximos pontos iremos analisar a veracidade destas concepções empíricas. 18 19 3.2. Distância focal, ponto de vista e dramatização 3.2.1. Ponto de vista fixo Dum ponto de vista fixo, fazendo variar as distâncias focais, produzem-se diferentes magnificações do assunto, mas mantém-se a perspectiva (Fig. 28, 29 e 30). A imagem da grande-angular, ao ser ampliada para a dimensão da imagem produzida pela teleobjectiva, iguala-a em termos de perspectiva. Perde, naturalmente, nitidez, mas, dado o mesmo ponto de vistas, mantêm-se as perspectivas (Fig. 31). Fig. 28 – Assuntos à mesma distância e fotografados com objectiva F=28mm Fig. 29 – O mesmo assunto da fig. 27 fotografado do mesmo ponto de vista com objectiva F=50mm Fig. 30 – O mesmo assunto da fig. 27 fotografado do mesmo ponto de vista com objectiva F=100mm Fig. 31 – Ampliação de pormenor da objectiva F=28mm 3.2.2. Ponto de vista alterado Comparemos as magnificações resultantes de fotografias realizadas com diferentes pontos de vista, de assuntos que mantiveram constantes as suas distâncias relativas – são visíveis, as diferentes dramatizações produzidas (Fig. 32 e 33). Fig. 32 - Assuntos à mesma distância, fotografados com objectiva F=21mm e com ponto de vista a 1,5m do 1º plano Fig. 33 – Assuntos à mesma distância, fotografados com objectiva F=300mm e com ponto de vista a 15m do 1º plano 19 20 4. EXERCÍCIOS 4.1. Trabalhos práticos 4.1.1. Exercício experimental de interacção com diferentes distâncias focais Em película reversível ISO 100, ou câmara digital, execute o seguinte exercício com ópticas de diferentes distâncias focais. (Normal; Curta focal; Longa focal) 1 - Escolha um assunto composto por 2 ou 3 planos equidistantes; fotografe-o com as diferentes distâncias focais, mantendo, sempre, o mesmo ponto de vista. 2 - Escolha um assunto composto por 2 ou 3 planos equidistantes; fotografe-o com as diferentes distâncias focais, mudando de ponto de vista de modo a manter a mesma escala do enquadramento para o primeiro plano, em todas as imagens. 3 – Avalie os resultados obtidos e descreva as principais características que os diferenciam. 20 21 4.2. Teste 1- Uma câmara fotográfica esténopeica, caracteriza-se por: a) Não possuir obturador b) Não possuir visor c) Não possuir sistema óptico 2- Na construção duma câmara esténopeica de formato cúbico com 25 cm de lado, qual deve ser o diâmetro optimizado para passagem da luz? (apresente o resultado em mm) 3- Tendo em conta que o valor correcto de exposição para uma fotografia é 1/15s – f/5.6, para ISO 400, determine as relações, que permitam a máxima e mínima profundidade de campo. Atenda ao facto de que a sua câmara fotográfica tem tempos de exposição compreendidos entre 1s e 1/1000s, e a objectiva, de F=135mm/1:4, fecha a f/32. 4- Em situação idêntica, diga qual o binário que produziria maior profundidade de campo, se a sensibilidade fosse alterada para ISO 160. 5- Pretende positivar integralmente um original negativo de 24x36mm para uma ampliação cujo lado menor tenha 18cm. Qual será o tamanho do lado maior? a) 24cm 21 22 b) 27cm c) 30cm 6- Defina objectiva “Normal” 7- Qual a distância focal “Normal” para uma câmara que trabalhe com o formato 6X9cm? Explique porquê 8- Para um formato de película com as medidas “a x b”cm, qual deverá ser a distância focal a partir da qual se considera teleobjectiva? 9- Defina nº f/ 10- Defina profundidade de campo 11- Qual a diferença entre profundidade de campo e profundidade de foco? 12- Defina plano hiperfocal 13- Numa objectiva F=85mm/1:4, qual é a sua luminosidade: a) 1,4 b) 4 c) 1/4 14- Defina centro nodal duma objectiva 22 23 15- Uma objectiva catadióptrica caracteriza-se por ter o centro nodal fora do sistema óptico (Verdadeiro/Falso – V/F) 16- Num ponto de vista fixo, a fotografar com uma grande-angular e com uma teleobjectiva, obterá: a) Alteração na perspectiva b) Ângulos de cobertura e magnificações diferentes, mas com a mesma perspectiva c) O mesmo ângulo de cobertura 17- Com o conceito de magnificação, pretende-se relacionar o tamanho de: a) Objecto/Imagem b) Imagem/ Objecto 18- Que outros factores podem ser relacionados para obter o valor da magnificação? 19- Relembre a fórmula de correcção fotométrica em função da magnificação. Diga qual o factor de correcção em stops a aplicar quando M=2 20- O seu fotómetro de mão indica-lhe 1s – f/16. Se o factor de correcção fotométrica, em função de M, for igual a 6, a) Se não quisesse alterar o valor f/ qual era a exposição final em tempo?: b) Se não quiser alterar o valor do factor tempo, qual a exposição final em valor f/ 23 24 21- Complete a tabela que relaciona os seguintes factores de correcção fotométrica com o respectivo aumento em stops: Factor 2= ----stop Factor 4= ----stop Factor 6= ----stop Factor 8= ----stop Factor 12= ----stop Factor 16= ----stop Factor 32= ----stop 22- Está a fotografar em condições de magnificação M=1. O filme, de sensibilidade ISO160, falha na reciprocidade da seguinte maneira: - Entre 1s e 5s – factor + 1/2 stop - Entre 5s e 10s – factor + 1 stop O seu fotómetro manual deu-lhe a seguinte leitura: 1/15s – f/8. Qual a exposição correcta para o diafragma f/22 24 25 4.2.1. Correcção do teste 1-c) 2- 2 mm 3- Máxima profundidade de campo: 2s – f/32; mínima profundidade de campo 1/30s – f/4 4- 5s – f/32 5- b) 6- Aquela cuja distância focal é igual à diagonal do formato 7- 105 mm. Medida da diagonal do formato 8- 2xb 9- Relação entre o diâmetro efectivo e a distância focal 10- Nitidez da imagem entre planos situados para cá e para lá do plano focado no assunto 11- A profundidade de campo está relacionada com a nitidez do assunto enquanto que a profundidade de foco relaciona a latitude de afastamento / aproximação do plano de foco, no interior da câmara, em relação à óptica, sem que se alterem as condições de nitidez da imagem 12- Plano a partir do qual há nitidez quando se foca para infinito 13 -2) 14- Somatório dos múltiplos centros de cada lente individual e que representa o centro do conjunto óptico 15- (V) 16- 2) 17- 2) 18- dI/dO 19- + 3 stops 20- a) 6s – f/16; b) 1s – f/5,6/8 21- factor 2=1 stop; factor 4=2 stop; factor 6= 2-1/2 stop; factor 8=3 stop; factor 12= 31/2 stop; factor 16= 4 stop; factor 32= 5 stop 22- 3s – f/22 25 26 5. GLOSSÁRIO Acumulador Elemento que armazena e posteriormente liberta um impulso eléctrico. Acutância Medida física de nitidez de uma imagem. Almofada Em gíria fotográfica refere a aberração óptica que projecta linhas paralelas como linhas curvas - mais próximas no centro e mais afastadas no topo da imagem. Altas luzes Em gíria fotográfica designa as zonas mais luminosas de um assunto. Ângulo de cobertura Ângulo formado pelas linhas que ligam o ponto nodal posterior da óptica com os dois pontos extremos do círculo de nitidez do assunto; ângulo máximo sobre o qual a lente ainda é capaz de formar uma imagem de qualidade aceitável. Auto-focagem Sistema auxiliar de focagem por emissão de sinal infra-vermelho. Axial O que está no eixo. Back Dispositivo de suporte, de modo geral amovível, para material fotossensível. Que possibilita a utilização, na mesma câmara, de diferentes tipos de formatos e suportes sensíveis à luz. Barril Em gíria fotográfica, refere a aberração óptica que projecta linhas paralelas como curvas - mais próximas nos topos da imagem e mais afastadas no centro. Calibração Processo de conjugar o comportamento ou características de um dispositivo com determinado padrão. Calote integradora Semi-esfera opalina que se coloca nos fotómetros manuais para integrar todas as luzes que incidem no assunto. Câmara estenópeica Câmara fotográfica sem meio óptico. Camera Obscura Termo latino para designar quarto escuro. Com um pequeno orifício num dos seus lados, os objectos que estejam situados no exterior projectam sobre a parede oposta ao orifício, uma imagem real e invertida. Candela (Cd) Unidade de intensidade de luz. Cartão cinzento “Kodak neutral test card”. Reflecte 18% da luz recebida, nas três cores RGB – densidade 0,75. Na face oposta é “branco” com 0,05 de densidade neutra (2 ¼ stops de diferença). Do lado cinzento é uma importante referência fotométrica (zona V no Sistema de Zonas); do lado branco é um bom elemento para o ajuste electrónico dos equilíbrios cromáticos. A maioria dos fotómetros está calibrada para uma reprodução fotográfica de 0,75 de densidade. 26 27 CCD Charges Coupled Device, dispositivo para acoplamento de cargas. Inventado nos anos 60 nos laboratórios Bell, foi concebido como um tipo de circuito de memória para computadores. Devido à sensibilidade à luz das células que o compõem (silício), este dispositivo, semicondutor, pode ser usado como elemento fotossensível num aparelho de captação de imagens digital. É, basicamente, uma matriz de células fotoeléctricas capazes de armazenar uma carga eléctrica proporcional à luz captada. Cada célula, ou photosite, é responsável pela criação de um pixel. Como o CCD apenas regista quantidade de luz, tem de estar associado a um conjunto de filtros vermelho, verde e azul para captar cor. Centro de uma lente Ponto de convergência do eixo óptico com o eixo meridional. CMOS Complementary Metal-Oxide Semiconductor. Semicondutor complementar de óxido metálico com células sensíveis à luz, utilizado como elemento fotosensível em máquinas fotográficas digitais. Dispositivo semicondutor que utiliza dois circuitos de polaridades opostas. Consome pouca energia e é mais barato de produzir que o CCD. Coma (de cometa) – aberração óptica. Condensador (ver Acumulador) Compensação de exposição Correcção para evitar sub-exposições. 1) Em macrofotografia, aplicando a fórmula Ef = f (M/P + 1) em que Ef = diafragma a usar; f = diafragma indicado pelo fotómetro de mão; M = dimensão linear da imagem: dimensão linear do objecto (magnificação); P = diâmetro do diafragma medido pela face posterior da óptica: diâmetro do mesmo diafragma medido pela face anterior da óptica. 2) Utilizando filtros na óptica, para compensar a luz subtraída – consultar tabelas ou confiar na resposta fotométrica TTL (com reservas). A compensação tempo de obturação / diafragma nas tabelas indicativas pode ser expressa de três maneiras. Em stops, exemplo: +1 ½, expôr mais 1,5 stop; Idem em EV; ou por factores, multiplicando o factor pelo tempo de obturação. Exemplo: 1/8s – f/11 com factor 4 = ½ - f/11. Congelamento Em gíria fotográfica significa que o registo de um assunto em movimento ficou estático. Contraste Associado à cor e ao brilho de uma imagem, reflecte a diferença entre extremos. Quanto maior for a diferença entre tonalidades maior é o contraste. Em imagens monocromáticas refere-se à diferença entre a tonalidade mais escura e a mais clara. Em imagens a cores, as cores complementares são as que produzem maior contraste. 27 28 Copyright Termo jurídico, em inglês, para designar que os direitos de reprodução de imagens, textos ou outros materiais com paternidade intelectual, têm dono. Excepto quando se expressa o contrário, assuma que todas as imagens que têm direitos reservados, não podem ser utilizadas sem a autorização prévia do autor. Corpo da objectiva Estrutura onde estão colocados os diversos elementos da objectiva. Curva característica Gráfico do comportamento de um suporte fotossensível analógico perante a luz e o processamento químico a que é sujeito. Densidade (1)Logaritmo da opacidade na base 10 – mede o nível de obstrução à luz dos materiais fotossensíveis analógicos. (2) Número de pixeis (pontos) por unidade de área, produzidos por um processo de impressão. Densitometria Estudo científico dos materiais fotossensíveis através da análise da sua densidade após processamento. Densitómetro Instrumento para medir as densidades de uma imagem. Digital Qualificativo que indica a utilização de dados representados de um modo numérico, em oposição ao analógico. Distância focal Distância entre a objectiva (ponto nodal posterior) e o plano de imagem nítida, com o foco em infinito. Divergir O que acontece a um raio de luz que atravesse uma lente negativa fora do eixo óptico. Écran de Cristais Líquidos Liquid Cristal Display (LCD). Monitor ou painel de informações alimentado electronicamente. Mostra uma representação visual temporária de dados digitais. Eixo óptico Linha imaginária perpendicular ao plano óptico que passa pelo centro de uma lente. Um raio de luz coincidente com o eixo óptico, não sofre refracção. Electricidade estática Atracção sofrida entre materiais com cargas eléctricas de sinal contrário. Emulsão Camada de gelatina com sais de prata em suspensão. Escala de cinzentos Número de tonalidades, entre o preto e o branco, que pode ser registado ou reproduzido por um sistema. Espectro visível Luz · Comprimentos de onda entre os 400 e 700 nm, do espectro electro-magnético. EV Exposure value – Valor de exposição – Escala de números onde cada um representa uma série fixa de relações tempo de obturação/diafragma, com exposição 28 29 igual. Progressão geométrica de razão 2, com a expressão logarítmica EV = Log2 (n2:T) em que n = diafragma e T = tempo de obturação. A progressão de 1 valor EV na escala, representa a duplicação da exposição; a subtracção de 1 valor EV, representa a redução da exposição para metade. A numeração EV é, por isso, também utilizada como diferencial de stops. Por exemplo: a compensação de filtro em +1 EV ou em + 1 stop refere, em ambas as expressões, o mesmo ajustamento. Exposição da câmara Quantidade de luz que chega ao elemento fotossensível por unidade de tempo. É determinada pela abertura do diafragma, pelo tempo de obturação e pelas luminâncias do assunto. Exposição encadeada Captação de várias versões da mesma imagem, com relações de exposição diferentes. Exposímetro Instrumento para indicação de exposições - tempo de obturação / diafragma - a aplicar nas câmaras fotográficas. Fazem leituras de luz incidente e reflectida. Fantasma Em gíria fotográfica significa que o registo de um assunto em movimento ficou muito arrastado. Filtro (1) Dispositivo óptico para reduzir determinados comprimentos de onda. (2) Parte de um software de manipulação programada para alterar a aparência de uma imagem. (3) Parte de um programa informático que é utilizado para converter um formato de ficheiro noutro. (4) Programa ou parte de uma aplicação, utilizados para remover ou filtrar dados. Filtro de densidade neutra Filtro sem cor que reduz a quantidade de luz transmitida. Flare termo inglês (ver Luz parasita) Fotómetro Termo correntemente utilizado com o sentido de exposímetro. Fotossensível O que reage à luz. Gama Medida de contraste dos materiais fotossensíveis em que se relacionam as densidades obtidas com as luminosidades que lhe dão origem. Gradação Escala de valores. Gradiente médio Medida de contraste que relaciona as luminosidades do assunto com as luminosidades do material fotossensível. Mede-se a partir da tangente do ângulo constituído pela junção dos pontos mais significativos da curva e o eixo das luminosidades. Grande-angular Objectiva com ângulo de cobertura mais aberto que a objectiva normal e distância focal mais curta. 29 30 Grayscale Ver Escala de cinzentos. Halo Anéis de prata revelada, produzidos por reflexão nos suportes fotográficos analógicos, quando a emulsão é atingida por pontos muito enérgicos de luz. Imagem latente Alterações moleculares produzidas nos sais de prata por acção da imagem projectada pela óptica. Imagem só visível após processamento químico. ISO International Standards Organization. Organização das Nações Unidas responsável pelos sistemas de normalização internacional. Na fotografia, define e quantifica a sensibilidade dos materiais fotossensíveis. LCD Ver Écran de Cristais Líquidos Leitura fotométrica incidente Medição da luz que chega ao assunto fotográfico. Célula dirigida para a câmara. Leitura fotométrica reflectida Medição da luz remetida do assunto fotográfico para a câmara. Célula dirigida para o assunto. (Candelas /m2) Longitudinal O que se passa no sentido do eixo óptico. Lúmen (Lm) Unidade de fluxo emitido por uma fonte luminosa. Luminância Quantidade de luz mensurável numa superfície. Cd/m2. Brilho. Luminosidade Qualidade da percepção visual que varia com a quantidade de luz que um determinado elemento transmite. O brilho de uma cor. Lux (Lx) Medida de luz. Unidade de iluminação recebida por um corpo. Luz Energia que constitui a parte visível do espectro electromagnético e cujas radiações estão compreendidas entre 400nm e 700nm de comprimento de onda. Luz parasita Luz introduzida no interior da câmara através do meio óptico, sem pertencer à imagem. Magnificação Relação de escala linear entre imagem e objecto. Meios-tons Gradação contínua de densidades entre o preto e o branco. Menisco Lente com uma face côncava e outra convexa. Monocromático Imagem constituída apenas por variações duma cor. As imagens a “Preto e Branco” são constituídas por uma gama de cinzentos que pode ir do branco ao preto. Nanómetro Unidade de medida da luz. Corresponde à milionésima parte do milímetro. 10-9 do metro. nº f Valor de diafragma. Determina a intensidade de luz da imagem óptica. Cada abertura f é igual à distância focal da objectiva dividida pelo diâmetro da pupila de entrada da luz. 30 31 Objectiva normal A que tem uma distância focal semelhante à diagonal do formato do suporte fotossensível. Objectiva zoom Objectiva que varia a sua distância focal entre dois parâmetros F- max e F-min, sem perder os ajustes de focagem. Opacidade Relação entre a luz que incide na superfície dum material e a luz transmitida através dele. Paralaxe Diferença de enquadramento entre a imagem registada pelo meio óptico e a que é vista através do visor. Pára-sol Acessório que se aplica nas objectivas para evitar entradas de luz parasita. Película Suporte em poliéster sobre o qual é colocada a emulsão fotográfica. Pin-hole camera (termo inglês) ver Câmara estenópeica. Poder de Cobertura Círculo nítido de imagem que uma objectiva produz. Tem de exceder a diagonal do formato da área fotossensível. Poder de resolução Capacidade de diferenciar pormenores. Profundidade de campo Nitidez da imagem entre planos situados para cá e para lá do plano focado no assunto. Profundidade de foco Latitude de afastamento / aproximação do plano de foco, no interior da câmara, em relação à óptica, sem que se alterem as condições de nitidez da imagem. Refracção da luz Desvio sofrido pela luz quando se altera a densidade do meio de propagação. RGB Red, Green, Blue – Vermelho, Verde, Azul. As três cores primárias aditivas. Sensitometria Estudo científico dos materiais fotossensíveis por avaliação da curva característica. Sombra Em gíria fotográfica designa as zonas menos luminosas de um assunto. Telémetro Dispositivo para medir distâncias. Tele-objectiva Objectiva com ângulo de cobertura mais fechado que a objectiva normal e uma distância focal mais longa. Teorema de Pitágoras O quadrado da diagonal dum triângulo recto é igual à soma dos quadrados dos catetos. Tons contínuos Zoom Transição suave entre tonalidades cromáticas. Termo inglês. Em gíria fotográfica refere uma objectiva que por deslocação de elementos ópticos na estrutura, adquire distâncias focais variáveis. Ver objectiva zoom. 31 32 6. BIBLIOGRAFIA Busselle, Michael, Master of Photography,Mitchell B, 1989 Encyclopedia of Practical Photography, New York, AM Photo, 1978 Encyclopedia of Photography, Focal Press, 1969 Ralph, E Jacobson; Ray, Sidney F.; Attridge, Geoffrey G., The Manual of Photography, London and Boston, Focal Press, 1988 Clerc, J. R., Fotografia Teoria y Practica, Barcelona, Ed. Omega, SA, 1975 Kodak Professional Photoguide (Sixth Edition, Refª R28), Rochester, New York, Kodak Books, 1998 Arnold, C. R., Applied Photography, Londres, Focal Press, 1971 Hedgecoe, John, O manual do fotógrafo, Porto editora, 1982 Langford, Michael, Fotografia básica, Dinalivro, 1989 Langford, Michael, Professional photography, Focal Press, 1991 Langford, Michael, Advanced photography, Focal Press, 1991 Adams, Ansel, The Camera, Little Brown & comp, 1994 Hecht, Eugéne, Óptica, Fundação Calouste Gulbenkian, 2000 32 33 7. SÍTIOS NA INTERNET Há que ter em consideração que as moradas na Internet mudam muitas vezes e os sítios aparecem e desaparecem com regularidade. Motores de busca como o Google (www.google.com), ou directórios como o PhotoLinks (www.photolinks.com), servem para localizar endereços de que não haja certezas de existência ou sobre os quais se tenha informação incompleta. Sugestões de moradas que podem servir de referência: História da Fotografia A History of Photography www.rleggat.com/photohistory/ European Society for the History of Photography www.donau-uni.ac.at/eshph Técnicas fotográficas About photography http://photography.about.com Centro Educacional Kodak wwwbr.kodak.com/BR/pt/fotografia/curso/ British journal of Photography www.bjphoto.co.uk Óptica fotográfica Beginners Guide to Lenses www.photolinks.com/resources.html?p_page=cg_lenses.html Photographic Lenses Tutorial http://www.faqs.org/faqs/rec-photo/lenses/tutorial/ Fotojornalismo Fotojornalismo.com www.fotojornalismo.com Instituto Gutenberg www.igutenberg.org The Digital Journalist www.digitaljournalist.org 33 34 Outras moradas úteis About.com www.about.com Agfa www.agfa.com Canon www.canon.com Epson www.epson.com E-zine sobre fotografia http://www.ephotozine.com/ Fujifilm www.fujifilm.com Foveon www.foveon.com Hasselblad www.hasselblad.com Kodak www.kodak.com Linotype www.linocolor.com Minolta www.minolta.com Nikon www.nikon.com Polaroid www.polaroid.com Samsung www.samsung.com The Royal Photographic Society www.rps.org 34