Terapia com infusão de linfócitos do doador ou segundo

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Terapia com infusão de linfócitos do doador ou segundo
transplante para tratamento de recidiva de leucemia aguda
após transplante alogênico
Adriana Martins de Sousa, Leonardo Javier Arcuri, Rita de Cássia Barbosa da Silva Tavares, Simone Cunha Maradei, Décio Lerner, Maria Cláudia Moreira
Rodrigues, Luis Fernando da Silva Bouzas
Centro de Transplante de Medula Óssea (CEMO) - Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, Brazil
INTRODUÇÃO
O prognóstico da recidiva de leucemia aguda após transplante de
células progenitoras hematopoiéticas alogênico (TCPH) é
reservado e, até o momento, não está estabelecida a melhor
estratégia terapêutica. O tratamento com infusão de linfócitos do
doador (DLI) ou a realização de segundo transplante (2º TCPH),
precedidos ou não de tratamento quimioterápico, tem sido
relatado na literatura com resultados variáveis, mas não muito
promissores. A leucemia mielóide aguda (LMA) é mais sensível ao
efeito enxerto-versus-leucemia que a leucemia linfoblástica aguda
(LLA), o que pode ser um dos fatores que explicam os melhores
resultados das duas formas de terapia para LMA em comparação
com LLA.
Tabela 1. Descrição da população do estudo
Segundo TMO DLI isoladamente
Número de pacientes
sexo
masculino
feminino
Idade
média
mediana
Doador
aparentado
não aparentado
Diagnóstico
LMA
LLA
8 (25%)
24 (75%)
4 (50%)
4 (50%)
15 (62%)
9 (38%)
21 (8-44)
16
23 (5-57)
19
8 (100%)
0
19 (79%)
5 (21%)
8 (100%)
0
12 (50%)
12 (50%)
OBJETIVO
Analisar a sobrevida global (SG) dos pacientes submetidos à DLI
ou 2º TCPH para tratamento de recidiva de leucemia aguda após
TCPH.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizado um estudo clínico retrospectivo, unicêntrico. Foram
selecionados todos os pacientes que realizaram 2º TCPH ou DLI
para tratamento de recaída após TCPH alogênico entre 2000 e
2010 para LLA ou LMA. As análises estatísticas foram executadas
através do software SPSS 17.
RESULTADOS
Foram incluídos 32 pacientes, cujas características estão
sumarizadas na tabela 1. As fontes de células tronco dos segundos
TCPH foram medula óssea em três pacientes (37%) e sangue
periférico mobilizado em cinco (63%).
A mediana de sobrevida para os pacientes que realizaram
somente DLI foi de 132 dias e para os pacientes que realizaram
segundo TCPH foi de 142 dias. Estatisticamente, não houve
diferença neste estudo na probabilidade de sobrevida dos
pacientes que realizaram segundo transplante comparada com os
que fizeram somente DLI (Log Rank).
Atualmente, apenas dois pacientes estão vivos, ambos com LMA.
Um, tratado somente com DLI, mas com tempo de observação de
apenas 55 dias desde a infusão. O outro, com tempo de
seguimento de mais de quatro anos, realizou DLI e 2º TCPH.
Figura 1. Sobrevida global após terapia para recidiva após transplante de medula óssea
para leucemia aguda por tipo de procedimento
CONCLUSÃO
Este trabalho demonstra resultados bastante pobres para as duas
formas de terapia. É possível que não tenhamos observado
diferenças significantes entre os grupos, apontadas em alguns
outros estudos, devido ao baixo número de pacientes analisados.
É necessário que se façam novos esforços para identificar a melhor
estratégia a ser adotada face à recaída da malignidade após TCPH
para LLA e LMA, que permanece sendo a principal causa de
morte nesta população.
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