O OLHAR DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E DA TEORIA DE BASE PSICANALÍTICA SOBRE PACIENTES HIPERTENSOS NO CONTEXTO HOSPITALAR ¹Marcela da Costa Garcia, FADAP/FAP ²José Carlos Scaliante Junior, FADAP/FAP ³Natália Aparecida da Costa, FADAP/FAP ⁴Roberta Cristina dos Santos Ribeiro, FADAP/FAP ⁵Daniela Maria Maia Veríssimo, FADAP/FAP RESUMO EXPANDIDO O presente trabalho se baseia nas experiências de atendimento vivenciadas pelos autores durante o estágio curricular em Psicologia Hospitalar da Faculdade da Alta Paulista – FAP. Este tem por objetivo apresentar brevemente a compreensão e possíveis intervenções em Psicologia Hospitalar, no atendimento à pacientes hipertensos, sob o olhar do referencial de base psicanalítica e da teoria cognitivocomportamental. A justificativa para a forma como o presente trabalho fora composto se deve à especificidade do grupo de estágio, que reúne estudantes que se identificam com um ou outro referencial teórico, bem como pelo fato de que a hipertensão como problema de saúde pública, atinge pacientes atendidos por estes 1 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 2 Graduando de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 3 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected]. 4 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 5 Mestre em Psicologia, docente do curso de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] estagiários. De acordo com a SBH (Sociedade Brasileira de Hipertensão) estima-se que 25% da população adulta do país é hipertensa, entre pessoas acima de 60 anos esse número chega a 50%, atingindo também 05% das crianças e adolescentes. Tais números reiteram a estatística de que a hipertensão é hoje a maior causa de doenças cardíacas, podendo ocasionar também várias lesões orgânicas. De acordo com Gorayeb (2000), a primeira questão a analisar, quanto aos aspectos psicológicos ligados cardiovasculares, é ao a tratamento adesão do de hipertensão paciente ao e outras tratamento. doenças Prescrições medicamentosas, dietas, exercícios, exames e mesmo retornos a consultas são seguidos pelos pacientes que aderem ao tratamento especialmente quando avaliam de forma mais positiva a relação que estabelecem com a doença e a relação médico-paciente. Identificar adequadamente as expectativas do paciente, procurar satisfazê-lo quando possível, explicar-lhe quando não é possível, falar um pouco sobre assuntos não médicos, não usar jargões médicos, dar orientações concretas, específicas e detalhadas são aspectos do comportamento do médico/equipe de saúde que vão favorecer essa avaliação positiva e aumentar a adesão. Sob o olhar psicanalítico, o modo que o paciente irá enfrentar o tratamento depende muito dos recursos internos que dispõe, ou seja, quando o paciente consegue expressar seus sentimentos em relação à doença, discutindo e refletindo sobre as formas possíveis de enfrentamento demonstra certa capacidade de elaboração. Mas, conforme Mello Filho (1992, p.238), “quando isso não é possível, seja porque o problema não é consciente, seja porque não está podendo ser pensado ou falado, seja porque faltem recursos disponíveis, a tendência será de lançar mão de outras formas de enfrentamento”. Estas formas podem ser mentais (racionalizar, negar, fantasiar), 1 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 2 Graduando de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 3 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected]. 4 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 5 Mestre em Psicologia, docente do curso de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] emocionais (chorar, culpar-se, deprimir-se, agredir), atitudinais (arriscar-se, isolar-se, exibir-se), aditivas (beber, comer, trabalhar excessivamente) e somáticas, no caso, adoecendo. Segundo Mac Fadden e Ribeiro (1998, p.8) “estudos feitos por diferentes autores revelam que fortes tendências agressivas reprimidas, acompanhadas de ansiedade, estão, freqüentemente, associadas aos doentes com hipertensão arterial essencial”. Deste modo, o psicólogo que trabalha com referencial psicanalítico em atendimento hospitalar, pode juntamente com o paciente nomear estes afetos, permitindo que expresse sua agressividade e até relacione-a com a própria hipertensão arterial. Quanto ao referencial cognitivo-comportamental, conforme Cade (2001), este possibilita o uso de uma variedade de técnicas com caráter educacional, objetivando o desenvolvimento de habilidades, centradas em aspectos afetivos, comportamentais e interpessoais. Podem ser trabalhadas algumas técnicas como respiração diafragmática e relaxamento, que colaboram para a redução da pressão arterial e auxiliam na percepção dos efeito das emoções sobre o corpo, especialmente a raiva e o controle desta – também associada ao quadro hipertensivo nas reflexões à luz da teoria cognitivo-comportamental. Podem ser realizadas orientações que buscam esclarecer dúvidas e reforçar comportamentos adaptativos frente à hipertensão, como determinar horários para praticar exercícios físicos, reorganizar atividades cotidianas, compreender a motivação de determinadas reações comportamentais diante dos problemas, para a manutenção de um ambiente que contribua para a redução da pressão arterial. Tanto para a Psicanálise quanto para a Cognitivo-Comportamental, o atendimento de pacientes hipertensos objetiva acolher o sofrimento causado pelo impacto da doença, ajudando-os a compreender a necessidade de mudanças em sua rotina, o que, 1 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 2 Graduando de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 3 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected]. 4 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 5 Mestre em Psicologia, docente do curso de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] inicialmente é muito difícil, pois leva os portadores de hipertensão à uma reflexão sobre as atitudes tomadas no decorrer da vida e que contribuíram para o adoecimento. Mas, ao mesmo tempo, permitir que falem sobre seus sentimentos, discutam e reflitam sobre as possibilidades positivas que uma rotina saudável lhe proporciona ganhos em termos de qualidade e prolongamento da expectativa de vida. Palavras-chave: Psicologia Hospitalar; Hipertensão; Psicanálise; Teoria CognitivoComportamental. 1 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 2 Graduando de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 3 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected]. 4 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 5 Mestre em Psicologia, docente do curso de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] Referências: CADE, N. V. Terapia de grupo para pacientes com hipertensão arterial. Rev. Psiq. Clín. Vol 28, n. 6, 2001. Disponível em < http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol28/n6/ artigos/art300.htm>. Acesso em 27 out. 2014. GORAYEB, R . Psicologia e hipertensão . Rev. Bras. Hipertens., Vol 7, No 2, Abril/Junho de 2000. Disponível em <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/72/018.pdf>. Acesso em 26 jun. 2014. MAC FADDEN, M.A.J.; RIBEIRO, A.V.. Aspectos psicológicos e hipertensão essencial. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 44, n. 1, mar. 1998 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 42301998000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 25 out. 2014. MELLO FILHO, J. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1992. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. Hipertensão. Disponível em: http://www.sbh.org.br/geral/hipertensao.asp. Acesso em 07 out. 2014. 1 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 2 Graduando de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 3 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected]. 4 Graduanda de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected] 5 Mestre em Psicologia, docente do curso de Psicologia da Faculdade da Alta Paulista (FAP), e-mail: [email protected]