PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA COM CRIANÇAS NA ATUALIDADE Raíssa Garcia Garbin, FAP - Faculdade da Alta Paulista.² Leonardo Ribeiro Raimundo, FAP - Faculdade da Alta Paulista.³ Iúri Yrving Muller da Silva, FAP – Faculdade da Alta Paulista.¹ Fernando Tulim, FAP – Faculdade da Alta Paulista.4 O presente trabalho tem por objetivo apresentar alguns procedimentos do modelo de psicoterapia psicanalítica adotado com crianças na atualidade. A tendência, atual, da psicanálise com crianças trata de conservar primordialmente aquilo que de fundamental foi transmitido pelo pioneirismo da escola kleiniana. Um vértice que deve ser enfatizado no trabalho analítico com crianças atualmente é a atenção aos pais. É essencial que o terapeuta esteja atento as seguintes questões na entrevista inicial: 1) a concepção que os pais tem em relação ao filho; 2) a ocupação de lugares no âmbito familiar; 3) a expectativa do desempenho de certos papéis ao longo da vida futura; 4) o desejos de que o filho vá preencher expectativas deles. Estas questões podem, muitas vezes, modelar a criança às expectativas deles. Em algumas situações, é indicado que antes de se iniciar a análise, seja feito um diagnóstico psiquiátrico e dinâmico da situação da criança, com vistas a poder preferir alguma outra modalidade alternativa de tratamento, se for o caso. O contrato deve ser feito com os pais, horários, honorários, férias, faltas, tempo e duração da sessão, participação dos deles, entre outros. O clima reinante no setting deve ser o de liberdade para que a criança possa brincar, jogar, falar, movimentar-se, rolar pelo ¹ Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] ² Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] ³ Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] 4 Graduandos em Psicologia FAP- Faculdade da Alta Paulista, [email protected] chão, cantar, pintar, gritar, desenhar, escrever, rasgar, fazer coisas e expressar-se à sua moda, sem outras restrições que aquelas impossibilitadas por razões práticas e pela necessidade de o analista preservar a sua integridade física. O setting combinado deve ser preservado ao máximo, para construir confiabilidade, regularidade e estabilidade. Existe na sala do terapeuta infantil a presença da caixa de brinquedos que possibilita que a criança que ainda não tem satisfatórias condições de expressar-se verbalmente, ou que ainda está muito inibida, possa utilizar a linguagem por meio de montagens, desenhos, histórias que cria por meio de papéis, a forma de brincar com os brinquedos. É importante que o analista esteja atento não só às fantasias implícitas, mas também aos papéis designados aos diversos personagens que compõe o enredo das encenações das crianças. O Setting funciona como um objeto continente, assim como sustentação primária, provedor e delimitador. A criança tem inúmeras formas de resistir, tanto no que se refere às suas vindas para as sessões, quanto contra a evolução do processo analítico, as quais variam com a idade e com a singularidade de cada uma delas. Um cuidado especial que o analista deve ter em mente é não aceitar o papel de “mãe substituta” que, por vezes, a criança o induz a assumir; deve haver uma clara distinção entre ser mãe substituta, idealizada, e, simplesmente, exercer um novo modelo de “função de maternagem”. Ao terapeuta compete: conter, decodificar, dar um significado, sentido e nome às experiências emocionais que estão sendo expressas pela linguagem lúdica e comportamental, para, então, poder devolver com alguma forma de atividade interpretativa, em uma linguagem capaz de ser compreendida pela criança. A falha na comunicação é um dos principais ingredientes no surgimento de actings. Um exemplo mais comum de actings é a tentativa da criança de levar o analista a ter uma relação complicada com os pais, com todas as consequências previsíveis. Na atualidade, a atividade interpretativa do ¹ Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] ² Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] ³ Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] 4 Graduandos em Psicologia FAP- Faculdade da Alta Paulista, [email protected] analista vai muito além da mera revelação de fantasias inconscientes da criança, com as suas respectivas consequências. O analista infantil deve ter uma sensibilidade para perceber quando ele deve evitar fazer interpretação, tendo em vista que a própria criança está evidenciando sinais de que está entendendo e quer ter a conquista de atingir insight. Mais eficaz do que interpretar verbalmente, o analista deve possuir alguns atributos essenciais, que revelam a sua capacidade de continência, paciência, firmeza, sobrevivência aos ataques e um sentimento, autentico, que, apesar de tudo, ele consegue transmitir ao seu pequeno cliente que gosta, compreende e acredita nele. Palavras-chave: crianças – psicanálise - setting Referências Bibliográficas ABERASTURY. A. O consultório, o material do jogo, a caixa individual; problemas técnicos que surgem do seu uso diário. In: Psicanálise de criança: Teoria e técnica. Trad. Ana Lúcia Leite de Campos. Porto Alegre. Artes Médicas. 1982. Cap.06. p.97110. COSTA, T. Psicanálise com crianças: Psicanálise Passo a Passo 75. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. GRANA, R. B.; PIVA, A. B. S. A Atualidade da Psicanálise de Crianças: perspectivas para um novo século. São Paulo: Caso do Psicólogo. 2001. 330p. ZIMERMAN, DAVID E. Psicanálise com Crianças. In: ____ Manual de Técnica Psicanalítica: uma revisão. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 325-356. ¹ Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] ² Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] ³ Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] 4 Graduandos em Psicologia FAP- Faculdade da Alta Paulista, [email protected]