ALGUMAS PECULIARIDADES DA PSICANÁLISE COM CRIANÇAS NOS ATENDIMENTOS REALIZADOS EM UM SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA Amanda, FAP- Faculdade da Alta Paulista. Anderson, FAP – Faculdade da Alta Paulista. Fátima, FAP – Faculdade da Alta Paulista. Iúri Yrving Müller da Silva, FAP - Faculdade da Alta Paulista. 1 Maria Angélica, FAP – Faculdade da Alta Paulista. Sara Cruz Gonçalves, FAP – Faculdade da Alta Paulista. 2 O presente resumo tem por objetivo descrever alguns dos procedimentos adotados nos atendimentos infantis realizados no estágio de Psicologia Clínica do curso de Psicologia da FAP. Permitindo a compreensão da estratégia de atendimento clínico realizado no Núcleo de Psicologia e Pesquisa Aplicada (NPPA) da FAP – Tupã, com os alunos do 4º ano que optaram pela ênfase de Psicologia da Saúde e Processos Clínicos. Procura fornecer aos alunos, uma forma de aprendizado diversa da obtida em sala de aula. As supervisões, são realizadas uma vez por semana, com o grupo de 5 alunos, onde os mesmos recebem orientações teóricas e técnicas sobre como procederem nos atendimentos. Os procedimentos ocorrem em salas próprias para o atendimento psicoterápico infantil. O primeiro contato é realizado com os pais com a finalidade de colher informações por meio da anamnese, e somente após isto a criança é atendida. Nestes primeiros atendimentos com os pais e com a criança também é formalizado o contrato, onde são definidos os dias, horários e duração de atendimento, pagamento, faltas, férias, atrasos e o sigilo entre a criança e o terapeuta. Os atendimentos com as crianças se desenvolvem aos moldes da teoria kleiniana que utiliza a técnica do brincar 1 Mestre em Psicologia, Docente do Curso de Psicologia da FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] 2 Graduandos em Psicologia FAP – Faculdade da Alta Paulista, [email protected] como caminho de acesso ao inconsciente. Esta técnica possibilita a expressão dos desejos e conflitos da criança, permitindo ao psicoterapeuta interpretar os conteúdos trazidos pelo pequeno paciente em forma de fantasias, auxiliando a criança a desenvolver a capacidade de criar seus significados. Pois ao brincar, as crianças pensam, imaginam e constroem significados como o adulto faz com a linguagem. Cada criança em atendimento possui sua própria caixa lúdica, onde a mesma pode guardar tudo que representa seu mundo interior. Ao consultar a história dos atendimentos psicanalíticos com crianças, observam-se algumas diferenças do trabalho hoje realizado no estágio. Antes o atendimento era dedicado ao aconselhamento dos pais, a criança passou a ser o foco do trabalho a partir da década de 1920, com os trabalhos de M. Klein e Anna Freud. Os trabalhos iniciais destas autoras consistiam no uso de interpretações dos impulsos inconscientes da criança. Atualmente também são interpretadas suas ações por intermédio de material lúdico, permitindo assim, a expressão de suas fantasias e a partir delas, o terapeuta pode interpretar seus conteúdos inconscientes. Na psicoterapia infantil realizada no estágio citado, além dos aspectos acima, são consideradas a linguagem usada pela criança, sua capacidade cognitiva, suas vivências e sua relação com a etapa evolutiva, sua dependência física e emocional dos pais, bem como sua capacidade de entendimento acerca do tratamento e sua resistência para suportar a dor psíquica. Também é investigado e levado em consideração o uso de medicamentos e as condições sociais do pequeno paciente. Assim, o objetivo da psicoterapia com crianças que é de possibilitar a compreensão de sentimentos e pensamentos da criança e as conexões entre o mundo emocional interno e sua externalização, é atendido. Dessa forma, percebe-se que a criança através do trabalho psicoterápico passa a pensar seus sentimentos e pensamentos como representações, e não como replicas da realidade externa e, ao intervir, o terapeuta deve estar atento ao momento oportuno ao nível cognitivo e a receptividade emocional da criança para que não confunda ou bloqueie as brincadeiras. Palavras-chave: Técnica do Brincar, Psicanálise com Crianças, Psicoterapia Infantil. Referências Bibliográficas ABERASTURY. A. A primeira hora do jogo. In: Psicanálise de criança- Teoria e técnica. Trad. Ana Lúcia Leite de Campos. Porto Alegre. Artes Médicas. 1982. Cap.07. p.111-134. ABERASTURY. A. O consultório, o material do jogo, a caixa individual; problemas técnicos que surgem do seu uso diário. In: Psicanálise de criançaTeoria e técnica. Trad. Ana Lúcia Leite de Campos. Porto Alegre. Artes Médicas. 1982. Cap.06. p.97-110. COSTA, T. Psicanálise com crianças: Psicanálise. Passo a Passo 75. Rio de Janeiro: Zahar, 2010 KLEIN. M. A técnica psicanalítica através do brincar: sua história e significado. In: Inveja e gratidão e outros trabalhos. (1955 [1953]). Tradução da 4ª obra 3 inglesa; Elias Mallet de Rocha Bastos, Lima Pinto Chaves (coordenadores) e colaboradores. Rio de Janeiro. Imago. 1991. cap. 08. p. 149- 168.