O Vetor Deslocamento Fundamentos da Eletrostática Aula 18 O Vetor Deslocamento Elétrico Prof. Alex G. Dias Prof. Alysson F. Ferrari vetor deslocamento Denimos na aula passada o D (r) = ε0E (r) + P (r) . E é o campo elétrico total, gerado por todas as cargas (livres polarizadas), enquanto que P é o vetor polarização, que descreve Note que e o momento de dipolo médio por unidade de volume no dielétrico. A propriedade fundamental do vetor deslocamento elétrico é que sua divergência corresponde à densidade de cargas livres, ∇ · D = ρf . Podemos agora nos lembrar da equação da eletrostática no vácuo ∇·E= e ser levados a pensar que D ρ ε0 depende unicamente das cargas livres, ignorando completamente a existência de cargas polarizadas. Poderíamos até ser tentados a escrever uma forma integral para de ρf , 1 D (r) = 4π ? ˆ dqf0 r − r0 3 |r − r0| D em termos . Tal intuição não sobrevive a um exame mais atento. Anal, embora a divergência de D não envolve ρP , a densidade de cargas polari- zadas está relacionada com a polarização NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 P, que por sua vez entra 1 D. não está correta. diretamente na denição de Incidentemente, é por isso que a estudado é sucientemente simétrico para que possamos usar a forma expressão acima Conforme o teorema de Helmholtz integral desta equação, ou seja, nos ensina, um campo vetorial é conhecido uma vez que conhecemos divergente e seu rotacional. que ∇ × D = 0, já que seu ∇× 1 4π ˆ dqf0 r−r A expressão acima para ! 0 = 3 |r − r0| D implicaria ˛ S 1 4π ˆ dqf0 ∇ × | r−r ! 0 3 |r − r0| {z } D · da = qS . Já vimos um exemplo na aula passada, vejamos agora outro. = 0, =0 mas, calculando da denição ∇ × D = ∇ × {ε0E (r) + P (r)} = ε0∇ × E (r) + ∇ × P (r) | {z } =0 = ∇ × P (r) e não necessariamente 1 4π ´ dqf0 ∇ × P (r) = 0. Então a expressão ? D (r) = r−r0 não vale em geral justamente devido a presença da |r−r0 |3 polarização no vetor deslocamento em outras palavras, por que ele depende também da carga polarizada. Aplicada com o devido cuidado, contudo, a relação ∇ · D = ρf pode ser usada para calcular cargas polarizadas ρP . D, mesmo sem sabermos nada sobre as Isto acontece, por exemplo, quando o sistema NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 2 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 3 Um exemplo com simetria cilíndrica Observe que isso vale para qualquer fora do dielétrico ( ρ > R), P = 0 tamente longo, com densi- tante λ, envolto em um cilindro de raio R terial dielétrico. de ma- Suponha que o dielétrico não tenha nenhuma polarização que não a induzida pelo campo gerado pelo o. Este fato garante que, seja qual for a polarização induzida no material, ela necessariamente terá a mesma simeria cilíndrica do problema. Daí podemos utilizar uma superfície como na gura, com o mesmo eixo de simetria, comprimento ρ que pode ser menor ou maior que R. S L e raio Devido à simetria, Em particular, para pontos e portanto E (ρ > R, θ, z) = Considere um o inni- dade linear de carga cons- ρ. ε 0 E = D, λ ρ̂ . 2πε0ρ Dentro do dielétrico, contudo, não conhecemos mente, não sabemos calcular para o vetor deslocamento D E ou seja, P e, consequente- mesmo que a expressão encontrada continue ser válida. Pergunta: argumentamos, anteriormente, que em geral o conhecimento apenas de para determinar D. A raiz do problema está no fato de que, em geral, posteriori, D apenas ρf não basta ∇ × D 6= 0. Analizando a porque neste caso foi possível calcular a partir de ρf ? D (r) = D (ρ) ρ̂ , e portanto ˛ S D · da = D (ρ) × 2πρL por outro lado, a carga contida em S é simplesmente q = λL e portanto D (r) = NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 λ ρ̂. 2πρ 4 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 5 O Vetor Deslocamento e a Solução de Introduz-se, assim, um novo elemento na teoria a polarização P. Problemas Eletrostáticos Agora não basta conhecer ρP também ρf para determinar ou, equivalentemente, P. E é preciso saber Um esquema inicial para esta situação é, portanto: Começamos neste curso considerando situações em que conhecemos todas as cargas presentes no sistema informação que genericamente pode ser dada por uma distribuição de carga pode-se calcular o campo elétrico já estudados. E (r) ρ (r). Dado ρ (r), por qualquer dos métodos A situação reversa também vale: conhecendo-se E podemos encontrar a distribuição que gera tal campo elétrico pela lei de Gauss, ∇ · E = ρ/ε0. deslocamento elétrico D. Introduzimos, na aula passada, o vetor Conceitualmente, a resolução de um D, obtemos diretamente ρf problema eletrostático, nesta situação, é tão simples quanto indicado A partir de no esquema abaixo. necessariamente, já que somente em condições muito especiais o conhecimento apenas de ρf mas a recíproca não vale permite calcular D. Representamos este fato com uma seta pontilhada: Na presença de dilétricos, a situação complica-se porque temos que dividir as cargas ρ em duas categorias: ρf são as cargas livres, cuja distribuição tipicamente conhecemos em detalhe, e ρP descreve as polarizadas, que são acúmulos de carga dentro de um dielétrico devidas ao alinhamento parcial de dipolos. ρP é devido às cargas cargas O conhecimento de E P e permite obter fundamentais que existem nos átomos que compõem o material, mas a recíproca não vale em geral: conhecer não podemos e sequer queremos descrever a posição de cada uma E dessas cargas trabalhamos com médias que descrevem os campos macroscópicos que podemos medir. Podemos dizer, assim, que modelam P e ρP macroscopicamente a estrutura microscópia extremamente complexa do material dielétrico. NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 e P, D D mas, novamente, não nos permite calcular a menos que já tenhamos alguma informação sobre conhecer P é o mesmo que conhecer que já havíamos indicado: menos que conheçamos ρP P. Mas e recaímos no problema não temos como resolver o problema a ρP . Um possível diagrama que representa esta situação: 6 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 7 nexão que faltava para resolver em geral um problema eletrostático na presença de dielétricos. Para obter a relação constitutiva, temos que investigar e/ou fazer suposições sobre a natureza microscópica do material. Note que este não é necessariamente um trabalho fácil: os dipolos presentes no material sentem o efeito do campo elétrico total E = Ef + EP , incluindo a contribuição polarização material; ou seja, a polarização P EP devida à própria depende não só do campo externo, mas do campo que ela mesma produz. P (E) Em geral, não temos como resolver o problema eletrostático a menos que conheçamos conhecemos P, ρf e ρP de antemão. E responsável por alinhar os dipolos elementares presentes no dielétrico ou seja, depende justamente do campo signica resolver esta complexa inter-relação entre o campo elétrico e a polarização presente no material. Por outro lado, não já que a polarização depende do campo elétrico Determinar Um diagrama que representa, portanto, o esquema conceitual geral da eletrostática é o seguinte: E que pretendemos descobrir! Para resolver este problema, temos que investigar a natureza do dielétrico estudado, e descobrir a relação entre o campo elétrico e a polarização induzida ou seja, a relação dada esta relação, conhecemos também D P = P (E). total Uma vez como função de E, ou seja, D = ε0E + P (E) = D (E) . D é suciente para determinar E e P (E) e, mesmo se não podemos calcular D a partir de ρf , temos uma relação entre ρf , P e E que permite resolver inteiramente o problema eletrostático, uma vez dado ρf . Portanto, neste caso, o conhecimento de A importância da relação constitutiva não é surpreendente: é chamada relação constitutiva do di- implesmente, ela nos diz que não temos como resolver um problema eletrostático envolvendo um material dielétrico sem conhecer algumas propriedades do material dielétrico em particular, a resposta elétrico, e ela é uma modelagem da resposta do meio dielétrico à do material à aplicação de um campo elétrico, que é justamente a aplicação de um campo elétrico. informação contida na relação A relação D = D (E) NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 A relação constitutiva provê a co8 s D = D (E). NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 9 χe Dielétricos Lineares seja adimensional : ela é chamada de suscetibilidade elétrica do material em questão. No caso de dielétricos lineares, o vetor deslocamento é dado por A relação P = P (E) em geral não é simples de ser obtida. Para D = ε0 E + P = ε 0 E + ε0 χ e E muitos materiais, contudo, valem os seguintes argumentos, • do material alinham-se de forma totalmente aleatória e daí P (E = 0) = 0; • = ε0 (1 + χe) E na ausência de um campo elétrico externo, os dipolos elementares ou seja, a relação constitutiva para dielétricos lineares é dada simples- mente por E externo, os dipolos elementares tendem a se na direção de E, induzindo portanto uma polarização na na presença de um alinhar D (r) = εE (r) ε = ε0 (1 + χe) mesma direção do campo aplicado; • a magnitude da polarização induzida no material é proporcional à magnitude do campo elétrico aplicado. ε0 de permissividade do vácuo, permissividade do material em questão. Chamávamos chamada de e por isso ε é É uma grandeza que mede o quanto o material se polariza frente a um campo elétrico Estas observações implicam que a relação entre P e E externo. Em muitas ocasiões, também costuma-se chamar é dada simplesmente por uma ε = 1 + χe ε0 constante multiplicativa, ou seja, P = ε0 χ e E , de a lineares. A constante ε0 dielétricos aparece na equação para que a constante NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 do meio em questão. D e P são proporcionais P são proporcionais, No caso de dielétricos lineares, portanto, em todos os pontos do dielétrico. Materiais que obedecem este tipo de equação são ditos constante dielétrica 10 E. Como consequência, obviamente D = εE ⇒ D e P = ε0 χ e E = NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 ε0 χeD ⇒ ε 11 P= e portanto, χe D 1 + χe Mas novamente, é preciso ter cuidado. Tal expressão só pode valer se ∇ × D = 0. Como é proporcional a P, isto é o mesmo que ˛ χe χe ρP = −∇ · P = − ∇·D=− ρf 1 + χe 1 + χe ρP = − D ∇×P=0⇒ χe ρf 1 + χe para qualquer curva dade não é satisfeita fechada em Γ P · dl = 0 , Γ. geral Agora, na fronteira tal do identidielético. Considere, como na gura, a inou seja, a densidade volumétrica terface entre o dielétrico e o vá- de carga polarizada é proporcional à cuo. Claramente, densidade de carga livre presente no dielétrico. ρP = 0, e toda densidade supercial σP . Se não existe carga livre no dielétrico, polarizada aparece na forma de uma caso, E e, encontrando E, ϕ com as condições de contorno adequadas encontramos também tamente o problema eletrostático. Caso acima nos fornece ρP , P e D, resolvendo compleρf 6= 0, a equação derivada e novamente levando em conta as condições de contorno adequadas, podemos determinar P. Neste E e, por conseguinte, D Fica claro, assim, como o conhecimento da relação constitutiva nos permite efetivamente resolver o problema, dado o conhecimento sobre Γ pode ser obtido resolvendo-se à equação de Laplace para o potencial eletrostático e ˛ carga ρf . Como agora D é proporcional à E, poderíamos pensar que nal- mente podemos escrever ? D (r) = 1 4π ˆ NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 dqf0 r−r para a curva considerada, o que signica que ∇ × D 6= 0 3 |r − r0| . nesta região. Se o dielétrico é innito (ou se é sucientemente grande para podermos desconsiderar sua fronteira), aí sim vale que ∇×P = Neste caso, ∇ · D = ρf 12 e logo e ∇ × D = 0. 0 ∇ × P 6= 0 E são proporcionais, como pode ser ∇ × E = 0 e mesmo assim ∇ × D 6= 0? O que acontece é que a constante de proporcionalidade entre E e D não é a mesma em materiais diferentes, por isso podemos ter ∇ × D 6= 0 na fronteira do dielétrico.) (Se D P · dl 6= 0 e NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 ∇×D=0 13 implica que D (r) = e, como E= 1 4π ˆ dqf0 Como 0 r−r 3 |r − r0| ε = ε0 (1 + χe) 1 ε D, 1 E (r) = 4πε ˆ dqf0 r − r0 3 |r − r0| χe é positivo, vemos que ε > ε0 e, como ε aparece no denominador, o campo elétrico acima é menos intenso do que o correspondente no e . vácuo. Podemos também calcular a divergência do campo elétrico, ∇·E= = = = A razão é muito simples de enten- 1 (ρf + ρP ) ε0 1 χe 1− ρf ε0 1 + χe 1 1 ρf ε0 1 + χe 1 ρf ε der: mergulhada no dielétrico, a carga q polariza o meio ao redor, gerando uma distribuição de cargas de sinal oposto próximas de q, o que por sua vez anula parte do campo gerado por q. Este efeito de amortecimento também chamado de blindagem da carga elétrica é tão mais importante quanto maior o valor de χe ou seja, quanto mais polarizável é o meio, o que é absolutamente razoável. Note que estas expressões são idênticas às que temos para a eletrostática no vácuo, exceto pela troca da permissividade ε0 por ε. Por exemplo, para uma carga temos E (r) = NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 q pontual localizada na origem, q r . 4πε r3 14 Em suma: para cargas mergulhadas num dielétrico linear innito, o único efeito do dielétrico é blindar parcialmente as cargas elétricas, de modo que o campo elétrico é idêntico ao que seria gerado no vácuo, exceto pela intensidade do campo, que é menor. NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 15 Leitura obrigatória: Condições de contorno Para ter uma idéia de valores, na tabela abaixo aparecem os valores da constante dielétrica materiais diferentes. ε ε0 = 1+χe para vários na presença de superfícies carregadas Para estudar as condições de contorno do vetor deslocamento na presença de superfícies carregadas, vamos considerar o mesmo tipo de conguração que usamos anteriormente, quando tratamos do campo elétrico: calculando o uxo de D através do pequeno cilindro da gura, usando que ˛ V D · da = (carga livre em V) temos, por um lado, ˛ ˆ cilindro D · da = σf da = σf A , e, por outro lado, ˛ cilindro D · da = (D1 − D2) · n , ou seja, (D1 − D2) · n = σf , NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 16 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 17 expressão que relaciona a descontinuidade da componente perpendicular do deslocamento elétrico com a densidade de carga livre Considerando uma superfície com densidade de na carga livre σf , superfície. temos sempre (D1 − D2) · n = σf Para estudar as condições de con- Dk1 − Pk1 = Dk2 − Pk2 torno para a componente tangencial, partimos de n 1. Na primeira expressão, região 2 para a região é um vetor que vai da ∇×D = ∇×P ⇒ ∇×(D − P) = 0 , Para o caso particular de dielétricos lineares, temos que o que por sua vez implica que, para qualquer curva fechada como na gura, D = εE = ε0 (1 + χe) E ˛ Γ (D − P) · dl = 0 . Mas já vimos que, no limite componentes tangenciais do ε → 0, isto implica a vetor D − P, ou seja, e P= χe D 1 + χe ou seja, continuidade das D−P= 1− χe D 1 + χe 1 = ε0 (1 + χe) E 1 + χe Dk1 − Pk1 = Dk2 − Pk2 = ε0 E Podemos escrever assim as condições de contorno mais gerais para dielétricos lineares, podemos escrever as condições de contorno em termos unicamente do campo elétrico: problemas envolvendo dielétricos: NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 Portanto, para 18 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 19 Leitura adicional: O Tensor Suscetibilidade (ε1E1 − ε2E2) · n = σf Elétrica Ek1 = Ek2 Na seção anterior, tratamos o tipo mais simples de dielétrico, em que a polarização induzida é proporcional ao campo aplicado. Vamos agora procurar generalizar a noção de dielétrico linear e, ao fazêlo, veremos como esta categoria de material pode ser generalizada para modelar uma ampla gama de materiais, pelo menos em primeira aproximação. Começamos supondo que a função P (E) para um dado material, que não conhecemos, seja sucientemente bem-comportada para que possa ser expandida em série em torno de E = 0, ou seja, escrevendo Pi = Pi (E1, E2, E3) = Pi (Ej ) , j = 1, 2, 3 temos que 3 X ∂Pi Pi (Ej ) =Pi (0) + Ej ∂E j E = 0 j=1 + 3 X j,k=1 ∂Pi Ej Ek + · · · ∂Ej ∂Ek E=0 (no que segue, vamos indistintamente chamar as componentes cartesianas de um vetor NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 20 A como A1 , A2 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 e A3 ou Ax, Ay , Az ). 21 Em primeiro lugar, supondo que o material não possua polarização na ausência de campo externo, podemos assumir que Pi (0) = 0. Por outro lado, se o campo elétrico é sucientemente fraco, podemos desconsiderar termos quadráticos ou de maior ordem em E, restando assim apenas os termos lineares, ∂Px ∂Px ∂Px Ex + Ey + Ez ∂Ex ∂Ey ∂Ez Py (E) = ∂Py ∂Py ∂Py Ex + Ey + Ez ∂Ex ∂Ey ∂Ez Px (E) Py (E) = ε0 Pz (E) | onde um fator ε0 {z χe 1 ∂Px ε0 ∂Ez 1 ∂Py ε0 ∂Ez 1 ∂Pz ε0 ∂Ez 1 0 0 χe 0 1 0 , 0 0 1 χe é da Em materiais que não são isotrópicos, como por exemplo cristais, em que os átomos estão muito rmemente presos a uma rede cristalina, o material é mais facilmente polarizável em certas direções do que em outras; neste caso, o tensor Podemos escrever esta relação em forma matricial, 1 ∂Px ε0 ∂Ey 1 ∂Py ε0 ∂Ey 1 ∂Pz ε0 ∂Ey a relação com que trabalhamos antes. onde subentende-se que todas as derivadas são tomadas no ponto 1 ∂Px ε0 ∂Ex 1 ∂Py ε0 ∂Ex 1 ∂Pz ε0 ∂Ex tensor de segunda ordem, o chamado tensor de suscetibilidade elétrica do meio em questão, denotado pelo símbolo χe. um P = ε0χeE , ∂Pz ∂Pz ∂Pz Pz (E) = Ex + Ey + Ez . ∂Ex ∂Ey ∂Ez Os nove elementos da matriz o que leva justamente a Px (E) = adimensionais. acima são as componentes, no sistema de coordenadas escolhido, de forma que escritos de forma explícita, nos fornecem 1 ∂Pi ε0 ∂Ej sejam todos Vemos que o caso mais simples possível para a matriz 3 X ∂Pi Ej , Pi (Ej ) = ∂E j E = 0 j=1 E = 0. forma χe não assumirá a forma tão simples como acima. Por m, do desenvolvimento acima, vemos como dielétricos lineares não são um caso tão particular quanto poderíamos pensar em princípio, qualquer material pode ser aproximado como um dielétrico Ex Ey , Ez } linear desde que o campo externo E seja fraco o suciente. foi fatorado para que a matriz de elementos da NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 22 NH2801 - Fundamentos da Eletrostática - 2009t1 23