Análise Setorial Abril 2015

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Análise Setorial
Fabricação de artefatos de borracha
Reforma de pneumáticos usados
Abril de 2015
Sumário
1.
Perspectivas do Cenário Econômico em 2015 ............................................................................................ 3
2.
Balança Comercial de Março de 2015 ......................................................................................................... 5
3.
Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em Fevereiro de 2015 ......................... 7
BRASIL .............................................................................................................................................................. 7
ESTADO DE SÃO PAULO ................................................................................................................................. 12
4.
Empregos e Salários nos Setores CNAE do Sindicato ................................................................................ 15
SINDIBOR - SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA NO ESTADO DE SÃO PAULO ........... 15
4.1.
Setores CNAE nos Sindicatos ......................................................................................................... 15
4.2.
Evolução da Ocupação................................................................................................................... 15
4.3.
Evolução Real dos Salários............................................................................................................. 17
2
1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015
A deterioração dos principais indicadores econômicos e o ambiente repleto de incertezas deverão levar a
uma significativa contração do PIB em 2015, com destaque às quedas dos investimentos e da indústria de
transformação.
As medidas de ajuste econômico apresentadas recentemente pelo Governo, com o intuito de reequilibrar as
contas públicas e realinhar os chamados preços administrados exercerão impactos contracionistas sobre a
atividade no curto prazo. A propósito, vale lembrar que o resultado primário consolidado do setor público
encerrou 2014 com um déficit de 0,6% do PIB. Para 2015, a meta oficial de superávit primário corresponde a
1,2% do PIB, que para ser alcançada requer um enorme esforço fiscal, da ordem de 1,8% do PIB.
Diante do forte aumento da inflação efetiva e esperada, com destaque à substancial elevação dos preços
administrados (expectativa do mercado de alta de 13,0% em 2015), o Banco Central vem adotando um
aperto monetário de maior magnitude em relação à perspectiva no final de 2014.
Além das políticas fiscal e monetária mais apertadas, alguns choques negativos foram incorporados ao
cenário já adverso da economia doméstica. Dentre eles, destaca-se a crise da Petrobrás, cujos investimentos
têm importante participação no total do investimento nacional, respondendo por aproximadamente 10% da
Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Em 2015, as inversões da estatal deverão registrar forte queda de
30% em relação ao ano anterior, levando a um impacto negativo de 0,9 p.p sobre o PIB brasileiro, segundo
estimativas do Depecon/Fiesp.
Devido ao ambiente bastante incerto e de piora dos fundamentos econômicos, a confiança do empresário e
do consumidor vem mostrando expressiva deterioração nos últimos meses, reforçando o nosso prognóstico
de que o ano de 2015 será muito difícil para a economia brasileira1, principalmente para a indústria de
transformação e para os investimentos.
Especificamente para o PIB da indústria de transformação, projetamos uma queda de 4,9% este ano. A
despeito da significativa desvalorização do Real frente ao Dólar, que traz ganhos de competitividade para a
indústria nacional, a combinação de diversos fatores negativos prejudicará a retomada do setor. Entre os
principais vetores adversos, destacamos: a retirada de alguns mecanismos importantes como o Reintegra e a
1
Considerando o índice de confiança do empresário industrial da FGV, o resultado de março de 2015 registrou o pior
nível desde de fevereiro de 2009, no auge da crise global. No mesmo sentido, o índice de confiança do consumidor
(FGV) atingiu em março o menor nível da série histórica.
3
Desoneração da Folha de Pagamento; a elevação da tarifa de energia elétrica; o aumento da taxa de juros; a
desaceleração do consumo doméstico; o recuo da confiança industrial; a continuidade da crise econômica da
Argentina; e a crise da Petrobrás, grande demandante de diversas cadeias industriais.
Em suma, considerando a piora substancial dos fundamentos econômicos, tais como menor renda disponível
e elevação da taxa de juros, além da ocorrência de choques negativos, com destaque para a crise na
Petrobrás, acreditamos que o PIB brasileiro sofrerá recuo em torno de 1,5% em 2015.
Efetivo
Setor Externo
Ótica da
Demanda
Ótica da Oferta
INDICADORES
Crescimento do PIB (% )
PIB Indústria (% )
Extrativa Mineral (%)
Transformação (%)
2008 2009
5.0
3.9
4.0
-0.2
-4.8
-2.3
2010
2015
3.9
4.1
3.3
1.8
0.1
-0.8
2.7
1.8
-2.5
0.1
-1.2
8.7
-1.7
-4.5
-5.1
3.8
-9.4
9.5
2.2
-0.9
2.0
-3.8
-4.9
4.8
7.5
13.1
8.3
2.8
4.7
-2.6
-4.4
2.6
0.1
6.5
5.6
0.4
0.4
-2.6
-1.6
5.5
4.8
6.4
2.1
12.7
0.4
17.0
-3.8
1.9
4.2
2.9
-1.9
-9.2
-7.6
6.8
5.8
6.4
3.9
17.8
11.7
33.6
5.6
3.4
4.8
2.2
6.6
4.8
9.4
-2.5
2.4
3.9
3.2
-0.6
0.5
0.7
7.9
2.5
2.9
2.2
6.1
2.1
7.6
0.4
0.7
0.9
1.3
-4.4
-1.1
-1.0
0.8
-0.5
0.2
1.2
-8.4
-1.5
-4.5
Exportações (US$ bilhões)
Importações (US$ bilhões)
197.9 153.0 201.9
173.0 127.6 181.6
Exportações (% )
Importações (% )
PIM - IBGE/Produção Física Brasil (% )
INA - FIESP (% )
Emprego Industrial São Paulo - FIESP (%)
Emprego Industrial Brasil - IBGE (%)
Fonte: IBGE, Fiesp, e Secex/MDIC
2011 2012 2013 2014
7.6
10.4
14.8
Construção Civil (%)
Serviços Industriais de Utilidade
Pública (SIUP) (%)
PIB Agropecuária (% )
PIB Serviços (% )
Consumo das Famílias (% )
Consumo do Governo (% )
Formação Bruta de Capital Fixo (%)
Exportações de Bens e Serviços (% )
Importações de Bens e Serviços (% )
Saldo da Balança Comercial (US$ bilhões)
Projeções
256.0 242.6 242.2 225.1
226.2 223.1 239.6 229.0
213.2
207.7
24.9
25.4
20.3
29.8
19.5
2.6
-3.9
5.5
23.2
43.4
3.1
4.5
-0.3
-1.2
-22.7
-26.2
-7.1
-9.3
-4.6
-2.4
32.0
42.3
10.2
10.4
4.8
3.4
26.8
24.6
0.4
0.7
-0.1
-0.4
-5.3
-1.4
-2.3
-4.1
-2.0
-1.4
-0.2
7.4
2.1
1.8
-1.4
-1.9
-7.0
-4.4
-3.2
-5.9
-4.9
-4.0
-5.3
-9.3
-4.1
-5.0
-4.3
-3.3
4
2. Balança Comercialde Março de 2015
Em março de 2015, a balança comercial brasileira apresentou um superávit comercial de US$ 458milhões de
dólares, um aumento de 288% em relação aos US$ 118milhões de superávit em março de 2014.As
exportações atingiram US$ 17,0 bilhões, ao passo que as importações chegaram a US$ 16,5 bilhões. A
corrente de comércio (soma de exportações e importações) ficou na ordem de US$ 33,5 bilhões.
No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 42,8 bilhões, 13,7% abaixo do observado no mesmo
período de 2014 (US$ 49,6 bilhões). Por sua vez, de janeiro a março de 2015, as importações atingiram US$
48,3 bilhões, queda de13,2% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, US$ 55,7 bilhões.
O saldo comercial no acumulado do ano é um déficit de US$ 5,6bilhões, enquanto,de janeiro a março de
2014, o saldo comercial foi um déficit de US$ 6,1 bilhões.
Analisando as exportações do acumulado de janeiro a março de 2015 por fator agregado (básicos,
semimanufaturados e manufaturados), temosqueda das exportações de básicos (-21,2%) e manufaturados(10,0%), enquanto semimanufaturados apresentaram aumento de 3,1% em relação ao mesmo período de
2014.
Dos produtos básicos que tiveram quedadas exportações, podemos destacar minério de ferro, soja em grão,
carne bovina, carne de frango e petróleo em bruto.
Quanto aos produtos semimanufaturados, os principais aumentos das exportações em 2015 foramcatodos
de cobre, ferro fundido, semimanufaturados de ferro/aço, ouro em forma semimanufaturada e celulose.
No que se refere aos manufaturados, dos quatro setores que mais exportaram em 2015, três apresentaram
quedaem relação ao mesmo período de 2014: alimentos (-17,6%);químicos (-16,7%) e veículos automotores
(-13,4%). A exceção foi o setor de metalurgia, que apresentou um aumento de 16,8% das exportações no
período. O gráfico abaixo mostra as exportações acumuladasde janeiro a março de 2014 e 2015.
5
6
3. Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em
Fevereiro de 20152
BRASIL
2
O indicador de produtividade é elaborado mensalmente pelo Depecon/Fiesp a partir dos dados das pesquisas PIM-PF
do IBGE, Indicadores Industriais da CNI e Levantamento de Conjuntura da Fiesp. Um relatório mais completo fica
disponível no site: http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/produtividade-fisica-do-trabalho-naindustria-de-transformacao/
A partir do mês de referência janeiro de 2015, o cálculo da produtividade física do trabalho na Indústria de
Transformação mudou.O cálculo continua utilizando as informações de produção física industrial da PIM-PF do IBGE,
mas passa a utilizar as informações de horas trabalhadas na produção do Levantamento de Conjuntura da FIESP para o
Estado de São Paulo e dos Indicadores Industriais da CNI para o Brasil, ao invés de utilizar as informações de horas
pagas da PIMES do IBGE.
7
Em fevereiro de 2015,, a produção industrial apresentou queda de 5,9% no acumulado em 12 meses,
meses
enquanto o número de horas trabalhadas na produção apresentou queda de 5,4%
% nesta comparação. Como
a queda da produção foi maior que do número de horas trabalhadas na produção,, a produtividade caiu 0,5%
0,
no mês.
Queda de 0,5%
no acumulado
em 12 meses
terminados em
fevereiro.
Já o oitavo
resultado
negativo nesta
comparação.
8
Setores com aumento de
produtividade
Setores com queda de
produtividade
Variação do
Custo Unitário =
do Trabalho
Variação da
Remuneração Real
Mensal
-
Variação da
Produtividade
Em termos de
+
trabalho, ficou mais
Quando
positivo
=
caro produzir uma
unidade de produto
Variação do custo
com o trabalho
=
em uma unidade
de produto
Em termos de
-
trabalho, ficou mais
Quando
negativo
=
barato produzir uma
unidade de produto
9
Apesar da queda da produtividade em fevereiro, a remuneração real média apresentou crescimento
de 0,8%, elevando o custo unitário
ário do trabalho em 1,3 pontos percentuais.
Custo Unitário
do Trabalho já
vem
aumentando
seguidamente
desde fevereiro
de 2014
10
Em termos de trabalho, ficou
mais caro produzir uma unidade
de produto
Em termos de trabalho, ficou
mais barato produzir uma
unidade de produto
11
ESTADO DE SÃO PAULO
No Estado de São Paulo, em fevereiro de 2015,
2015, a produção industrial apresentou queda de 6,9% no
acumulado em 12 meses,, enquanto o número de horas trabalhadas na produção apresentou queda de 7,8%
nesta comparação. Como a queda das horas trabalhadas na produção foi maior que a queda daprodução, a
produtividade cresceu 0,9% no mês.
mês Isso significa, que a produtividade aumentou, mas não da forma mais
positiva.
12
Ganhos de
produtividade
acompanhados
de queda da
produção já
desde maio de
2014
Setores com aumento de
produtividade
Setores com queda de
produtividade
13
Com um aumento de 0,9% na produtividade e uma queda de 2,4% na remuneração real média em
fevereiro, na variação acumulada em 12 meses, o custo unitário do trabalho apresentou uma queda de 3,3
pontos percentuais.
Custo
Unitário do
Trabalho vem
caindo desde
janeiro de
2013
Em termos de trabalho,
ficou mais caro produzir
uma unidade de produto
Em termos de trabalho,
ficou mais barato produzir
uma unidade de produto
14
4. Empregos e Salários nos Setores CNAE do Sindicato
Os dados a seguir visam a apresentar um panorama geral sobre os setores incluídos no sindicato patronal
quanto ao emprego e a remuneração média no Estado de São Paulo. A partir da informação dos setores
CNAE representados pelo sindicato, levantamos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) contidos
na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(CAGED) para os setores contidos no sindicato dentro do Estado de São Paulo.
SINDIBOR - SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA NO ESTADO DE SÃO PAULO
4.1. Setores CNAE nos Sindicatos
O SINDIBOR inclui os seguintes setores CNAE 2.0:
•
22.12-9: Reforma de pneumáticos usados
•
22.19-6: Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente
4.2. Evolução da Ocupação
Segundo dados da RAIS e do CAGED do Ministério do Trabalho para o Estado de São Paulo, em 2014, o
emprego formal nos setores do sindicato3apresentou uma queda de 6,3%. Este já é o quarto ano seguido de
queda do nível de emprego formal nos setores. Na Indústria de Transformação, o emprego
formalapresentou queda de 4,0% em 2014.
3
Os dados levam em conta os setores CNAE 2.0 do sindicato no Estado de São Paulo, não representando
necessariamente as empresas associadas ao sindicato.
15
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014*
Empregados Formais no Estado de São Paulo
Indústria de Transformação
Setores SINDIBOR
Variação % em
Variação % em
Nº de
Nº de
relação ao ano
relação ao ano
empregados
empregados
anterior
anterior
2.238.987
36.072
2.402.539
7,3%
40.410
12,0%
2.480.796
3,3%
38.985
-3,5%
2.443.680
-1,5%
36.387
-6,7%
2.630.026
7,6%
40.324
10,8%
2.676.609
1,8%
39.180
-2,8%
2.666.234
-0,4%
37.830
-3,4%
2.679.756
0,5%
36.223
-4,2%
2.573.227
-4,0%
33.946
-6,3%
Fonte: RAIS e CAGED / MTE *Valores estimados a partir do CAGED / MTE
No acumulado de janeiro a março de 2015, enquanto a Indústria de Transformação paulista apresentou
umaqueda de 0,1% no nível de emprego, os setores do sindicato apresentaram umaqueda de 0,5% no nível
de emprego formal.
Em termos de saldo de empregos no ano, os setores do sindicato apresentaram um saldo negativo de
176vagas entre janeiro e março de 2015, saldo inferior ao apresentado neste mesmo período de 2013e
2014.
Saldo de Empregos Formais Acumulado no Ano (Janeiro a Março)
Estado de São Paulo
Indústria de Transformação
Setores SINDIBOR
Saldo
Saldo
Variação %
Variação %
Acumulado
Acumulado
2007
67.718
3,0%
685
1,9%
2008
90.688
3,8%
687
1,7%
2009
-43.338
-1,7%
-1.655
-4,2%
2010
106.967
4,4%
1.186
3,3%
2011
64.638
2,5%
14
0,0%
2012
35.263
1,3%
-187
-0,5%
2013
55.018
2,1%
370
1,0%
2014
32.307
1,2%
-35
-0,1%
2015
-2.395
-0,1%
-176
-0,5%
Fonte: CAGED/MTE (série ajustada - incorpora as informações entregues fora prazo)
16
4.3. Evolução Real dos Salários
Entre 2006 e 2014, a remuneração mensal médiados setores do sindicato no estado acumulou um aumento
real de 13,7%, deflacionado pelo INPC, considerando a variação do acordo coletivo do sindicato para 2014.
Remuneração Mensal Média em R$ de 2014*
Setores SINDIBOR
Variação % em
Variação %
Valor em R$ relação ao ano acumulada de
anterior
2006 a 2014
2006
2.102
2007
2.129
1,3%
2008
2.117
-0,6%
2009
2.045
-3,4%
2010
2.196
7,4%
2011
2.285
4,1%
2012
2.294
0,4%
2013
2.372
3,4%
2014**
2.389
0,7%
13,7%
Fonte: RAIS/MTE e IBGE
* Valores deflacionados pelo INPC do IBGE
** Valor de 2014 estimado a partir do acordo coletivo. Pelo
acordo coletivo, o aumento salarial em 2014 foi de 7,00%.
Evolução da Remuneração Mensal Média em US$ e em R$ de 2014*
Setores SINDIBOR - São Paulo
Número Índice (2006 = 100)
200
Em US$
180
169,9
Em R$ de 2014
168,0
160,3
164,8
160
140
119,0
120
100
144,4
133,8
100,0
100,0
101,3
123,6
100,7
104,5
108,7
109,2
2011
2012
112,9
113,7
2013
2014**
97,3
80
2006
2007
Fonte: RAIS/MTE, IBGE e BACEN
2008
2009
2010
*Valores deflacionados pelo INPC ** Valor de 2014 estimado a partir do acordo coletivo.
17
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