101/15 30/06/2015 Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Junho de 2015 Sumário 1. Perspectivas do CenárioEconômico em 2015 ............................................................................................. 3 2. Balança Comercial de Março de 2015 ......................................................................................................... 5 3. Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em Março de 2015 .............................. 7 BRASIL .............................................................................................................................................................. 7 ESTADO DE SÃO PAULO ................................................................................................................................. 11 4. Empregos e Salários nos Setores CNAE do Sindicato ................................................................................ 14 SINDIBOR - SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA NO ESTADO DE SÃO PAULO ........... 14 4.1. Setores CNAE nos Sindicatos ......................................................................................................... 14 4.2. Evolução da Ocupação................................................................................................................... 14 4.3. Evolução Real dos Salários............................................................................................................. 16 2 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015 A economia brasileira vem mostrando forte deterioração. Após o PIB do país ter mostrado recuo de 0,2% no primeiro trimestre frente ao quarto trimestre, a expectativa é de mais uma contração do PIB no segundo trimestre do ano, caracterizando, portanto, recessão técnica da economia. O comportamento de um conjunto amplo de indicadores de atividade, com destaque para a trajetória cadente da confiança do empresariado e do consumidor, não permite vislumbrar reversão dessa tendência negativa nos próximos meses. A implementação de políticas monetária e fiscal restritivas adotadas pelo Governo, e o ambiente repleto de incertezas, estão contribuindo para a queda da atividade econômica. Diante do forte aumento da inflação, com destaque à substancial elevação dos preços administrados, como é o caso da tarifa de energia elétrica, o Banco Central vem elevando a taxa básica de juros (Selic), que passou de 10,50% em janeiro de 2014 para 13,75% em junho deste ano. Do lado fiscal, o governo vem adotando medidas para aumentar a arrecadação de impostos e conter o avanço dos gastos públicos, principalmente os investimentos. Além das políticas fiscal e monetária mais apertadas, alguns choques negativos afetaram a economia doméstica. Dentre eles, destaca-se a crise da Petrobrás, cujos investimentos têm importante participação no total do investimento nacional, respondendo por aproximadamente 10% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Em 2015, as inversões da estatal deverão registrar forte queda de 30% em relação ao ano anterior, levando a um impacto negativo de 0,9 p.p sobre o PIB brasileiro, segundo estimativas do Depecon/Fiesp. Respondendo à fraca atividade econômica, o mercado de trabalho vem mostrando enfraquecimento, exibindo desaceleração da massa de rendimentos, recuo do nível de emprego e elevação da taxa de desemprego. De fato, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE, a taxa de desemprego saltou de 4,9% em maio de 2014 para 6,7% em maio de 2015. Diante desse ambiente negativo e bastante incerto, a confiança do empresário e do consumidor vem mostrando expressiva deterioração, reforçando o nosso prognóstico de expressiva contração do PIB em 2015, com destaque às quedas dos investimentos (FBCF) e da indústria de transformação. 3 Projetamos que o PIB da indústria de transformação registre queda de 4,9% este ano. A despeito da significativa desvalorização do Real frente ao Dólar, que traz ganhos de competitividade para a indústria nacional, a combinação de diversos fatores negativos prejudicará a retomada do setor. Entre os principais vetores adversos, destacamos: a retirada de alguns mecanismos importantes como o Reintegra e a Desoneração da Folha de Pagamento; a elevação da tarifa de energia elétrica; o aumento da taxa de juros; a desaceleração do consumo doméstico; a continuidade da crise econômica da Argentina; e a crise da Petrobrás, grande demandante de diversas cadeias industriais. Em suma, considerando a piora substancial dos fundamentos econômicos, tais como o menor crescimento da renda e do emprego e a elevação da taxa de juros, além da ocorrência de choques adversos, com destaque para a crise na Petrobrás, acreditamos que o PIB brasileiro sofrerá forte recuo, registrando queda em torno de 2,0% em 2015. Efetivo Setor Externo Ótica da Demanda Ótica da Oferta INDICADORES Crescimento do PIB (% ) PIB Indústria (%) Extrativa Mineral (%) Transformação (%) 2008 2009 5.0 3.9 4.0 -0.2 -4.8 -2.3 3.8 4.8 2010 Projeções 2011 2012 2013 2014 2015 7.6 10.4 14.8 3.9 4.1 3.3 1.8 0.1 -0.8 2.7 1.8 -2.5 0.1 -1.2 8.7 -1.7 -4.5 -5.1 -9.4 9.5 2.2 -0.9 2.0 -3.8 -4.9 7.5 13.1 8.3 2.8 4.7 -2.6 -4.4 Construção Civil (%) Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUP) (%) PIB Agropecuária (% ) PIB Serviços (%) Consumo das Famílias (% ) Consumo do Governo (% ) Formação Bruta de Capital Fixo (%) Exportações de Bens e Serviços (% ) Importações de Bens e Serviços (% ) 2.6 0.1 6.5 5.6 0.4 0.4 -2.6 -1.6 5.5 4.8 6.4 2.1 12.7 0.4 17.0 -3.8 1.9 4.2 2.9 -1.9 -9.2 -7.6 6.8 5.8 6.4 3.9 17.8 11.7 33.6 5.6 3.4 4.8 2.2 6.6 4.8 9.4 -2.5 2.4 3.9 3.2 -0.6 0.5 0.7 7.9 2.5 2.9 2.2 6.1 2.1 7.6 0.4 0.7 0.9 1.3 -4.4 -1.1 -1.0 0.8 -0.5 0.2 1.2 -8.4 -1.5 -4.5 Exportações (US$ bilhões) Importações (US$ bilhões) 197.9 153.0 201.9 173.0 127.6 181.6 Saldo da Balança Comercial (US$ bilhões) 24.9 25.4 20.3 29.8 19.5 2.6 -3.9 5.5 23.2 43.4 3.1 4.5 -0.3 -1.2 -22.7 -26.2 -7.1 -9.3 -4.6 -2.4 32.0 42.3 10.2 10.4 4.8 3.4 26.8 24.6 0.4 0.7 -0.1 -0.4 -5.3 -1.4 -2.3 -4.1 -2.0 -1.4 -0.2 7.4 2.1 1.8 -1.4 -1.9 -7.0 -4.4 -3.2 -5.9 -4.9 -4.0 -5.3 -9.3 -4.1 -5.0 -4.3 -3.3 Exportações (%) Importações (% ) PIM - IBGE/Produção Física Brasil (% ) INA - FIESP (% ) Emprego Industrial São Paulo - FIESP (%) Emprego Industrial Brasil - IBGE (%) Fonte: IBGE, Fiesp, e Secex/MDIC 256.0 242.6 242.2 225.1 226.2 223.1 239.6 229.0 213.2 207.7 4 2. Balança Comercial de Maio de 2015 Em maio de 2015, a balança comercial brasileira apresentou um superávit comercial de US$ 2,8bilhões de dólares, um aumento de 288,3% em relação aos US$ 711milhões de superávit em maio de 2014.As exportações atingiram US$ 16,8 bilhões, ao passo que as importações chegaram a US$ 14,0 bilhões. No acumulado do ano, as exportações somaram US$ 74,7 bilhões, 17,1% abaixo do observado no mesmo período de 2014 (US$ 90,1 bilhões). Por sua vez, de janeiro a maio de 2015, as importações atingiram US$ 77,0 bilhões, queda de18,9% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado, US$ 94,9 bilhões. O saldo comercial no acumulado do ano é um déficit de US$ 2,3bilhões, enquanto,de janeiro a maio de 2014, o saldo comercial foi um déficit de US$ 4,9 bilhões. Analisando as exportações do acumulado de janeiro a maio de 2015 por fator agregado (básicos, semimanufaturados e manufaturados), temos queda das exportações de básicos (- 23,1%),semimanufaturados (-2,9%) e manufaturados (-10,8%)em relação ao mesmo período de 2014. Dos produtos básicos que tiveram quedadas exportações, podemos destacar bovinos vivos, minério de ferro, minérios de alumínio, soja em grão, carne bovina, tripas e buchos de animais, carne suína e miudeza de animais. Quanto aos produtos semimanufaturados, as principais quedas das exportações em 2015 foram de borracha, couros e peles, açúcar em bruto, madeira em estilhas ou em partículas, óleo de soja em bruto, ferro-ligas, celulose e ouro em forma semimanufaturada. No que se refere aos manufaturados, dos quatro setores que mais exportaram em 2015, três apresentaram queda em relação ao mesmo período de 2014: químicos (-14,0%); veículos automotores (-12,9%) e alimentos (-10,9%). A exceção foi o setor de metalurgia, que apresentou um aumento de 8,0% das exportações no período. O gráfico abaixo mostra as exportações acumuladas de janeiro a maio de 2014 e 2015. 5 6 3. Produtividade Física do Trabalho na Indústria de Transformação em Abril de 20151 BRASIL 1 O indicador de produtividade é elaborado mensalmente pelo Depecon/Fiesp a partir dos dados das pesquisas PIM-PF do IBGE, Indicadores Industriais da CNI e Levantamento de Conjuntura da Fiesp. Um relatório mais completo fica disponível no site: http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/produtividade-fisica-do-trabalho-naindustria-de-transformacao/ 7 Em abril de 2015, a produção industrial apresentou queda de 6,3% no acumulado em 12 meses, enquanto o número de horas trabalhadas na produção também apresentou queda de 6,3% nesta comparação. Como as quedas da produção e do número de horas trabalhadas na produção foram iguais, a produtividade ficou estável no mês. Estabilidade no acumulado em 12 meses terminados em abril, após nove meses de queda nesta comparação. Setores com aumento de produtividade Setores com queda de produtividade 8 Variação do Custo Unitário = do Trabalho Variação da Remuneração Real Mensal - Variação da Produtividade Em termos de + trabalho, ficou mais Quando positivo = caro produzir uma unidade de produto Variação do custo com o trabalho = em uma unidade de produto Em termos de - trabalho, ficou mais Quando negativo = barato produzir uma unidade de produto Apesar da produtividade ter ficado estável em abril, a remuneração real média apresentou crescimento de 0,6%, elevando o custo unitário do trabalho em 0,6 pontos percentuais. 9 Custo Unitário do Trabalho vem aumentando seguidamente desde fevereiro de 2014 Em termos de trabalho, ficou mais caro produzir uma unidade de produto Em termos de trabalho, ficou mais barato produzir uma unidade de produto 10 ESTADO DE SÃO PAULO No Estado de São Paulo, em abril de 2015, a produção industrial apresentou queda de 6,9% no acumulado em 12 meses, enquanto o número de horas trabalhadas na produção apresentou queda de 8,9% nesta comparação. Como a queda das horas trabalhadas na produção foi maior que a queda da produção, a produtividade cresceu2,1%. Isso significa, que a produtividade aumentou, mas não da forma mais positiva. 11 Ganhos de produtividade acompanhados de queda da produção já desde maio de 2014 Setores com aumento de produtividade Setores com queda de produtividade Com um aumento de 2,1% na produtividade e uma queda de 3,0% na remuneração real média em abril, na variação acumulada em 12 meses, o custo unitário do trabalho apresentou uma queda de 5,1 pontos percentuais. 12 Custo Unitário do Trabalho vem caindo desde janeiro de 2013 Em termos de trabalho, ficou mais caro produzir uma unidade de produto Em termos de trabalho, ficou mais barato produzir uma unidade de produto 13 4. Empregos e Salários nos Setores CNAE do Sindicato Os dados a seguir visam a apresentar um panorama geral sobre os setores incluídos no sindicato patronal quanto ao emprego e a remuneração média no Estado de São Paulo. A partir da informação dos setores CNAE representados pelo sindicato, levantamos dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) contidos na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para os setores contidos no sindicato dentro do Estado de São Paulo. SINDIBOR - SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE ARTEFATOS DE BORRACHA E DA REFORMA DE PEUS NO ESTADO DE SÃO PAULO 4.1.Setores CNAE nos Sindicatos O SINDIBOR inclui os seguintes setores CNAE 2.0: • 22.12-9: Reforma de pneumáticos usados • 22.19-6: Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente 4.2.Evolução da Ocupação Segundo dados da RAIS e do CAGED do Ministério do Trabalho para o Estado de São Paulo, em 2014, o emprego formal nos setores do sindicato2apresentou uma queda de 6,3%. Este já é o quarto ano seguido de queda do nível de emprego formal nos setores. Na Indústria de Transformação, o emprego formal apresentou queda de 4,0% em 2014. 2 Os dados levam em conta os setores CNAE 2.0 do sindicato no Estado de São Paulo, não representando necessariamente as empresas associadas ao sindicato. 14 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014* Empregados Formais no Estado de São Paulo Indústria de Transformação Setores SINDIBOR Variação % em Variação % em Nº de Nº de relação ao ano relação ao ano empregados empregados anterior anterior 2.238.987 36.072 2.402.539 7,3% 40.410 12,0% 2.480.796 3,3% 38.985 -3,5% 2.443.680 -1,5% 36.387 -6,7% 2.630.026 7,6% 40.324 10,8% 2.676.609 1,8% 39.180 -2,8% 2.666.234 -0,4% 37.830 -3,4% 2.679.756 0,5% 36.223 -4,2% 2.573.258 -4,0% 33.946 -6,3% Fonte: RAIS e CAGED / MTE *Valores estimados a partir do CAGED / MTE No acumulado de janeiro a maio de 2015, enquanto a Indústria de Transformação paulista apresentou uma queda de 0,9% no nível de emprego, os setores do sindicato apresentaram uma queda de 1,6% no nível de emprego formal. Em termos de saldo de empregos no ano, os setores do sindicato apresentaram um saldo negativo de 529vagas entre janeiro e maio de 2015, o pior resultado para este período desde 2009, quando foram fechadas 1.697 vagas nos primeiros cinco meses do ano. Saldo de Empregos Formais Acumulado no Ano (Janeiro a Maio) Estado de São Paulo Indústria de Transformação Setores SINDIBOR Saldo Saldo Variação % Variação % Acumulado Acumulado 2007 140.728 6,3% 1.367 3,8% 2008 162.859 6,8% 1.443 3,6% 2009 -26.294 -1,1% -1.697 -4,4% 2010 166.030 6,8% 2.360 6,5% 2011 118.360 4,5% 622 1,5% 2012 67.588 2,5% 36 0,1% 2013 82.251 3,1% 943 2,5% 2014 24.283 0,9% -519 -1,4% 2015 -24.396 -0,9% -529 -1,6% Fonte: CAGED/MTE (série ajustada - incorpora as informações entregues fora prazo) 15 4.3.Evolução Real dos Salários Entre 2006 e 2014, a remuneração mensal média dos setores do sindicato no estado acumulou um aumento real de 13,7%, deflacionado pelo INPC, considerando a variação do acordo coletivo do sindicato para 2014. Remuneração Mensal Média em R$ de 2014* Setores SINDIBOR Variação % em Variação % Valor em R$ relação ao ano acumulada de anterior 2006 a 2014 2006 2.102 2007 2.129 1,3% 2008 2.117 -0,6% 2009 2.045 -3,4% 2010 2.196 7,4% 2011 2.285 4,1% 2012 2.294 0,4% 2013 2.372 3,4% 2014** 2.389 0,7% 13,7% Fonte: RAIS/MTE e IBGE * Valores deflacionados pelo INPC do IBGE ** Valor de 2014 estimado a partir do acordo coletivo. Pelo acordo coletivo, o aumento salarial em 2014 foi de 7,00%. Evolução da Remuneração Mensal Média em US$ e em R$ de 2014* Setores SINDIBOR - São Paulo Número Índice (2006 = 100) 200 Em US$ 180 169,9 Em R$ de 2014 168,0 160,3 164,8 160 140 119,0 120 100 144,4 133,8 100,0 100,0 101,3 123,6 100,7 104,5 108,7 109,2 2011 2012 112,9 113,7 2013 2014** 97,3 80 2006 2007 Fonte: RAIS/MTE, IBGE e BACEN 2008 2009 2010 *Valores deflacionados pelo INPC ** Valor de 2014 estimado a partir do acordo coletivo. 16