Arq Bras Cardiol 2001; 77: 541-4. Barretto, ACP Artigo Original Reversibilidade da disfunção ventricular Reversibilidade da Disfunção Ventricular. Experiência Clínica de Consultório Médico Antonio Carlos Pereira Barretto São Paulo, SP Objetivo - Descrever experiência clínica de melhora acentuada da disfunção ventricular em prática médica de consultório, circunstâncias habitualmente diferentes de protocolos de estudo e de estudos multicêntricos realizados em coortes hospitalares ou ambulatoriais. Métodos - Foram estudados 11 portadores de insuficiência cardíaca com disfunção ventricular acentuada de 1994 a 1999, em tratamento de consultório. As idades variaram de 20 a 66 (média 39,41±14,05) anos, sete pacientes eram homens. A etiologia foi a hipertensão arterial em cinco enfermos, a cardiomiopatia periparto em dois, miocardite de etiologia não definida em dois e a cardiomiopatia alcoólica em quatro. O ecocardiograma inicial revelou dilatação ventricular esquerda (diâmetro diastólico médio de 69,45±8,15mm), redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (0,38±0,08) e dilatação do átrio esquerdo (43,36±5,16mm). A intervenção terapêutica foi a orientação, eliminação de fatores etiológicos ou desencadeantes da insuficiência cardíaca, e a prescrição de digital, diuréticos e inibidores da enzima conversora. Resultados - Com o tratamento, a fração de ejeção do ventrículo esquerdo passou para 0,63±0,09, o diâmetro do ventrículo esquerdo para 57,18±8,13mm e do átrio esquerdo para 37,27±8,05mm. A melhora máxima foi observada depois de decorridos 16,9±8,63 (6 a 36) meses. Conclusão - Pacientes com insuficiência cardíaca e disfunção ventricular grave podem apresentar melhora da disfunção ventricular quando submetidos à terapêutica apropriada, em consultório médico. Palavras-chave: remodelação ventricular, disfunção ventricular, insuficiência cardíaca Instituto do Coração do Hospital das Clínicas - FMUSP Correspondência: Antonio Carlos Pereira Barretto – Rua Piave, 103 – 05620-010 São Paulo, SP – E-mail: [email protected] Recebido para publicação em 5/7/00 Aceito em 27/9/00 A morbidade e a mortalidade associadas à insuficiência cardíaca é tanto maior quanto mais intensa a disfunção ventricular 1,2. Entretanto, há pacientes com grau acentuado de disfunção ventricular, que após de adequada intervenção terapêutica, obtêm grande melhora clínica, e alcançam boa sobrevida 3,4. A melhora em muitos casos chega a ser surpreendente frente ao quadro clínico apresentando na avaliação inicial. Essa redução foi também descrita em estudos multicêntricos, que analisaram grande número de pacientes 3-8. Há algumas dúvidas sobre com que freqüência ela ocorre na prática clínica e se a redução da disfunção ventricular é observada em qualquer paciente com insuficiência cardíaca ou é mais freqüente em algumas formas de miocardiopatia e, se além de ser observada em estudos multicêntricos, é também observada na prática médica de consultório. Em meta-análise desses grandes estudos, o aumento da fração de ejeção observado foi de duas unidades; por exemplo, se era 0,25 passa para 0,27 9. Já a melhora significativa da função ventricular, com praticamente sua normalização, é situação bem mais rara. Portanto, é importante salientar que a maioria apresenta discretas reduções dos diâmetros ventriculares e pequenos aumentos da fração de ejeção. Assim, estudamos casuística de prática médica de consultório, com a finalidade de avaliar a melhora da disfunção ventricular, em doentes submetidos a tratamento em condições clínicas diferentes dos grandes estudos multicêntricos. Métodos Foram estudados 11 doentes que apresentavam acentuada disfunção ventricular, e que melhoraram acentuadamente depois da intervenção terapêutica. Sete pacientes eram homens e quatro mulheres; a idade variando de 20 a 66 anos (média 39,9 ± desvio padrão 14), no período de 1994 a 1999. Neste estudo obtivemos melhora expressiva da função ventricular e aumento relativo da fração de ejeção superior de pelo menos 30%. Arq Bras Cardiol, volume 77 (nº 6), 541-4, 2001 541 Barretto, ACP Reversibilidade da disfunção ventricular Os pacientes foram submetidos a história, exame físico, ecocardiograma, etc. Todos os doentes foram inicialmente orientados quanto aos fatores de descompensação cardíaca, a reduzir a ingestão de sódio e água e medicados com digoxina, diurético e inibidores da enzima conversora, e todos apresentaram melhora da disfunção ventricular (critério de seleção para o trabalho). Os pacientes receberam digoxina na dose usual de 0,25mg/dia. Como diuréticos, todos receberam um tiazídico e furosemida. A dosagem de diuréticos foi sendo reduzida com a melhora dos pacientes, sendo praticamente suspensa, em todos, com a melhora da disfunção ventricular. Sete pacientes receberam enalapril, sendo um 10mg/dia, dois 10mg/2 x ao dia e quatro 20mg/dia e quatro captopril 25mg/3x/dia. Os inibidores da enzima conversora continuaram sendo prescritos para todos os pacientes, até a última avaliação. Resultados Todos os pacientes apresentavam dispnéia limitante, seja de decúbito, ou desencadeada por pequenos esforços. Apresentavam também hepatomegalia e edema de membros inferiores (classe funcional III ou IV, segundo os critérios da New York Heart Association). No ecocardiograma, o diâmetro diastólico do ventriculo esquerdo variou de 62 a 90mm (média 69,45±8,15mm). A fração de ejeção do ventrículo esquerdo variou de 0,26 a 0,48 (média 0,38±0,08) e o diâmetro do átrio esquerdo de variou de 36 a 48mm (média 43,36±5,16mm) (figs. 1 e 2). A insuficiência cardíaca foi atribuída à hipertensão ar- Fig. 1 - Diâmetros do ventrículo esquerdo e átrio esquerdo no início e ao final do seguimento. VEi- diâmetro do ventrículo esquerdo inicial; VE- ventrículo esquerdo; AEi- diâmetro de átrio esquerdo inicial; AEf- diâmetro de átrio esquerdo final. Fig. 2 - Fração de Ejeção avaliada no início e ao final do seguimento. FEi- fração de ejeção de ventrículo esquerdo inicial; FEf- fração de ejeção de ventrículo esquerdo final. 542 Arq Bras Cardiol 2001; 77: 541-4. terial em cinco casos, à cardiomiopatia periparto em dois, à miocardite de etiologia não determinada em dois (provavelmente viral), e à cardiomiopatia alcoólica, sendo em dois associado a hipertensão arterial (tab. I). Os casos de miocardite e cardiomiopatia periparto tiveram captação positiva com gálio. Foi possível suspender os diuréticos e a digoxina de todos os pacientes, exceto em um que permaneceu com fração de ejeção de 0,45. Os inibidores da enzima conversora foram mantidos, embora pudessem até ser suspensos, na maioria dos pacientes, uma vez que todos ficaram com a fração de ejeção superior a 0,45, fração de ejeção considerada limite para indicação de inibidores. Os inibidores foram mantidos, pois se considerou que tiveram participação importante na reversão dos quadros e muitos pacientes ficaram inseguros em suspender a medicação, apesar da melhora clínica significativa. Todos os pacientes toleraram as doses prescritas dos inibidores e não apresentaram efeitos colaterais que indicassem necessidade de sua suspensão ou redução. Num período médio de 16,9±8,63 (6 a 36) meses, houve redução da dilatação ventricular esquerda, com os diâmetros ventriculares médios passando de 69,45mm para 57,18mm e do átrio esquerdo de 43,36mm para 37,27mm (tab. I e fig. 1). A fração de ejeção média do ventrículo esquerdo se elevou, passando de 0,38 para 0,63 (fig. 2). No seguimento desses pacientes, até os dias de hoje, nenhum deles apresentou piora da disfunção ventricular ou morreu. Discussão As evidências vêm mostrando que é possível modificar a história natural da insuficiência cardíaca, especialmente com inibidores da enzima conversora 3-5, betabloqueadores 6,7 e espironolactona 8, como demonstraram os estudos que empregaram estas drogas 3-8. A experiência nos tem mostrado que há pacientes que com o tratamento, apresentaram regressão ou diminuição de sua disfunção ventricular acentuada. Neste artigo descrevemos 11 casos em que esta regressão ocorreu, sendo que a maioria encontrava-se bastante sintomática, e que muitos foram encaminhados para se analisar a possibilidade de serem submetidos a transplante cardíaco. Nessas condições, a melhora significativa da função ventricular, com praticamente sua normalização, é situação mais rara. Devemos destacar que o diagnóstico etiológico destes 11 casos se enquadram dentro daqueles reconhecidos como tendo causas reversíveis de disfunção ventricular: a hipertensão arterial (cinco casos), a cardiomiopatia periparto (dois), a miocardite (dois) e a cardiomiopatia alcoólica (quatro). Embora esta casuística seja pequena, podemos considerá-la expressiva, neste aspecto, pois foram os únicos a apresentar regressão da disfunção ventricular entre inúmeros pacientes tratados no consultório. Em nossa experiência, a grande maioria dos casos tem melhora sintomática com o tratamento, porém, sem grandes alterações nas medidas do ecocardiograma. O que observamos é que um percentual significativo dos pacientes estabiliza com o trata- Arq Bras Cardiol 2001; 77: 541-4. Barretto, ACP Reversibilidade da disfunção ventricular Tabela I - Identificação, etiologia e achados ecocardiográficos N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Idade 49 33 20 27 66 37 41 62 36 37 31 Sexo F F M F M M F M M M M Etiologia Hipertensiva Periparto Miocardite Periparto Hip/álcool Hip/álcool Miocardite Alcoólica Alcoólica Hipertensiva Hipertensiva Diâm I VE F I FE F I AE F Tempo para regressão 71 66 62 70 66 75 67 73 62 62 90 69 50 52 56 60 53 55 52 58 49 75 0,34 0,26 0,37 0,37 0,44 0,48 0,30 0,28 0,48 0,48 0,42 0,45 0,63 0,74 0,64 0,51 0,64 0,61 0,72 0,64 0,74 0,61 48 48 46 48 51 41 39 36 36 42 42 45 36 30 26 47 38 36 33 31 35 53 12 18 7 24 12 24 15 18 14 36 6 I- inicial; F- final; VE- ventrículo esquerdo, FE- fração de ejeção; AE- átrio esquerdo. mento, mantendo-se clinicamente estável durante anos, mas regressões como estas, somente nestes 11 casos. Dentre estes diagnósticos, a hipertensão arterial e a miocardiopatia alcoólica foram os mais freqüentes. A hipertensão arterial, mal controlada, sobrecarregando o ventrículo esquerdo, pode provocar disfunção ventricular. É uma complicação tardia da hipertensão e observada nos casos de hipertensão arterial moderada e intensa. O controle da hipertensão, com redução para níveis inferiores a 140/90mmHg, controla a quase totalidade dos casos, de acordo com o estudo Hypertension Detection Follow-up. Os cinco casos são um exemplo desta afirmação 10. O alcoolismo é outra causa de cardiomiopatia, podendo, com a interrupção do consumo de álcool, ocorrer regressão do comprometimento miocárdico 11. Esta regressão depende do tempo e da intensidade do alcoolismo e da forma de lesão miocárdica. Quando a agressão é longa e continuada em decorrência da fibrose que se instala, a regressão não é completa ou pode até não ocorrer. Na maioria dos casos, a suspensão da ingestão alcoólica leva à regressão da disfunção ventricular, que poderá reaparecer com a volta ao alcoolismo. Em nosso meio, embora seja mais freqüente entre os bebedores de aguardente de cana, ela pode ser decorrente da ingestão de qualquer tipo de bebida alcoólica. Nos nossos casos, todos eram bebedores de cerveja, mas com freqüência tomavam também destilados. O terceiro diagnóstico, miocardite, provavelmente engloba as miocardites propriamente ditas e a cardiomiopatia periparto. Embora a cardiomiopatia periparto não tenha sua etiopatogenia bem esclarecida, em percentual significativo de casos constatou-se processo inflamatório, o que permite supor que as cardiomiopatias periparto sejam na realidade decorrentes de quadros de miocardite 12-14. Trabalho de nossa Instituição mostrou que quando se realiza a biópsia em portadores de cardiomiopatia periparto, quanto mais próxima do parto, maior a incidência de inflamação 12. Os casos de miocardite também são reconhecidos como cardiomiopatias reversíveis 13,14. Os trabalhos mostram que a maioria dos casos de miocardite tem regressão espontânea. Embora seja uma possível causa de miocardiopatia dilatada, que em verdade seria a fase final de muitos casos de miocardite que não regrediram, a cardiomiopatia dilatada é uma complicação rara dentro do universo das miocardites. Esta regressão é tão freqüente, que os estudos que empregaram tratamento específico, com imunossupressores, corticóide ou anticorpos antiimunoglobulina, não mostraram resultados superiores a placebo, pois os grupos controles, em todos esses estudos, tiveram importante regressão da disfunção ventricular. Como exemplo, citamos o Myocarditis Trial, em que a fração de ejeção passou de 0,36 para 0,46, sem diferença para os dois tratamentos: placebo ou corticosteróide associado a ciclospirina 15. Ponto interessante dessa experiência é que a regressão da disfunção ventricular não foi rápida. O tempo médio para a normalização da função ventricular foi de 16,9 meses, com variação entre 6 e 36 meses. Estes números são importantes, pois podem nos orientar quanto aos intervalos a que vamos submeter os pacientes à reavaliação. Como não se trata de fenômeno muito rápido, não há indicação para reavaliações mensais. Temos como conduta repetir o exame em três meses, na primeira avaliação e depois a cada seis meses. O prognóstico nesses casos foi bom, e não ocorreram óbitos, no tempo de seguimento entre três e cinco anos. Esta melhor evolução em pacientes que apresentavam melhora na função ventricular já foi referido na literatura 4,16,17. Nos estudos VHeFT, a evolução daqueles que tiveram aumento da fração de ejeção foi muito melhor do que daqueles que permaneceram estáveis ou tiveram sua redução 4. Nos resultados do estudo V-HeFT 4, a variação da fração de ejeção foi dividida em quatro faixas, os que tiveram piora da fração de ejeção, aqueles em que ela não variou, os que apresentaram um aumento entre 5 a 10% e aqueles com aumento superiores a 10%. A sobrevida desses quatro grupos foi estatisticamente diferente, com resultados mais expressivos para o grupo com aumento da fração de ejeção superior a 10%. No final do estudo a mortalidade foi de 21%; 11%; 6,7% e 3%, respectivamente para os grupos. Os pacientes, com melhora mais expressiva da fração de ejeção, apresentaram também melhora clínica mais intensa. A melhora da função ventricular em pacientes com disfunção ventricular de recente começo é descrita em mais 543 Barretto, ACP Reversibilidade da disfunção ventricular Arq Bras Cardiol 2001; 77: 541-4. de 37% dos casos, em um serviço de transplante da Califórnia. Steimle e cols. descrevem 13 pacientes em que foi observado aumento da fração de ejeção de 0,22 para 0,49 (aumento médio de 0,27). Esse aumento, à semelhança do observado em nossos casos, foi acompanhado de redução do diâmetro ventricular de 67mm para 59mm. Nenhum desses pacientes que tiveram melhora da fração de ejeção morreu na evolução de 43 meses (8 a 112 meses) 16. Kawai e cols. 5 também observaram melhor evolução nos pacientes que tiveram melhora da fração de ejeção 17. Acompanharam 88 pacientes que tiveram alta após internação para compensação, entre 1984 e 1996, todos portadores de cardiomiopatia dilatada idiopática, com fração de ejeção inferior a 25%. Observaram que 20 (26%) pacientes apresentaram importante remodelação reversa: redução de 5mm no diâmetro ventricular, ou ficaram com diâmetros inferiores a 55mm, ou ficaram com a fração de ejeção maior que 25%, ou apresentaram redução da massa ventricular esquerda maior que 10%. De fato, a remodelação reversa tem se mostrado um importante fator prognóstico, caracterizando grupos de melhor evolução 6-18. Neste trabalho os pacientes foram medicados com inibidores da enzima de conversão de angiotensina (81%) e betabloqueadores (59%). A melhora da função cardíaca foi importante fator prognóstico, pois nenhum dos pacientes que teve remodelação reversa morreu ou foi reinternado por insuficiência cardíaca em 50 meses de evolução, enquanto no grupo sem melhora, 16 (28%) morreram e 22 (39%) foram reinternados. Estes dados permitem concluir que a regressão da disfunção ventricular pode ocorrer, mesmo em ambiente de consultório médico e, potencialmente, identifica pacientes com melhor prognóstico. A melhora da disfunção não é fenômeno rápido, podendo levar mais de um ano para se completar. Os pacientes acometidos por cardiomiopatia de etiologia definida, como a alcoólica, periparto, miocardite (esta sem etiologia definida) ou hipertensão arterial foram aqueles que, em nossa experiência, apresentaram esta regressão. Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Bocchi EA. Situação atual das indicações e resultados do tratamento cirúrgico da insuficiência cardíaca. Arq Bras Cardiol 1994; 63: 523-30. Oliveira Jr MT. 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