cirurgia cardíaca infantil, novas perspectivas.

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Ano 19 / Número 108 - JAN./FEV./MAR./2014
CIRURGIA CARDÍACA INFANTIL,
NOVAS PERSPECTIVAS.
LABORATÓRIO: UMA HISTÓRIA
DE COMPROMETIMENTO
HOSPITAL É INDICADO PARA
RECEBER ACREDITAÇÃO
2
EDITORIAL por Bruno Herbert Gottwald | Diretor-superintendente | Foto: Fabiane Moraes
FELIZ ANO NOVO
DE NOVO
Virada de ano. Momento muito especial.
Momento de olhar para o passado e para
o futuro. Olhando para o ano de 2013,
contabilizamos mais uma vez ganhos e
perdas, alegrias e tristezas, encontros e
desencontros, desafios e ilusões. Enfim,
a vida é assim. Importante é que a soma,
o resultado final de nosso balanço, seja
gratidão, potencializada pela experiência a
mais que acrescentamos à nossa vida.
Mais um ciclo se fecha, mais uma página
é virada. Faz bem à nossa saúde física,
mental e emocional que fechemos os
ciclos e viremos as páginas da vida em paz
com nós mesmos. Não faz bem e nem faz
sentido iniciar a caminhada de um novo
ano com nossa mochila cheia de rancores,
mágoas e decepções. Somente podemos
desfrutar daquilo que o presente e o futuro
nos reservam, se deixarmos o passado ser
passado.
Lembre-se: a única carga que vale a pena
levarmos para dentro do novo ano é a
esperança e a disposição de estar com a
mente e o coração abertos para aquilo
que o amanhã nos reserva. Desejo a você,
estimado(a) leitor(a) da ESSÊNCIA, um novo
ano muito especial e que lhe proporcione
muitos motivos para a gratidão e a celebração
da vida.
EXPEDIENTE
A Revista Essência é uma publicação do
Hospital Santa Catarina de Blumenau.
Diretor-superintendente: Bruno Herbert
Gottwald. Diretor-médico:
Dr. Mário Celso Schmitt - CRM 1538
Projeto Gráfico: Escala, Metra.
Jornalista Responsável: Fabiane Moraes
SC 4152. Foto de Capa: Banco de
Imagem. Redação: Rua Amazonas,
301, Bairro Garcia, Blumenau – SC, CEP
89020-900, Tel.: (47) 3036-6034, e-mail:
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Editorial: Bruno H. Gottwald, Ernandi
D. S. Palmeira, Maurício de Andrade,
Mário Celso Schmitt, Genemir Raduenz.
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Gráfica Ltda.Tiragem: 6 mil exemplares.
A Redação não se responsabiliza
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3
NESTA EDIÇÃO
6
EM PAUTA
Tudo o que
você precisa
saber sobre as
qualidades do
chuchu e os
boatos sobre o
micro-ondas.
8
LABORATÓRIO
SANTA CATARINA
Uma história de
compromisso com
a saúde, inovação
e profissionalismo.
Mais de 40 anos de
atendimentos prestados
aos blumenauenses.
10
ENTREVISTA
Sueli Vanzuita Petry
Uma verdadeira
enciclopédia, Sueli
conta para equipe
de jornalismo da
revista Essência tudo
sobre sua verdadeira
paixão: a cultura.
12
CAPA
Cirurgia cardíaca Infantil:
nada mais difícil para uma
mãe do que presenciar
o sofrimento de um
filho. Nessas horas, uma
equipe de profissionais
que transmita confiança
e tranquilidade faz toda a
diferença.
21
ATESTADO
Capacitação e parcerias:
esses são os assuntos do
Atestado desta edição.
MEDIDA CERTA Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
REPELENTE:
SE CORRER O BICHO PEGA,
SE FICAR O BICHO COME.
No começo do ano, não são só o verão e as férias – tão almejadas, por sinal – que começam a dar as caras: os mosquitos, pernilongos e diversos
tipos de insetos também. Seja na praia ou na montanha, eles estão por toda parte e se prevenir para não virar alvo dos temidos insetos é mais do
que necessário. Entram em cena os repelentes.
PRÓS E CONTRAS:
REPELENTES FÍSICOS E QUÍMICOS
Os repelentes físicos, como os mosqueteiros e
telas, são utilizados para afastar os insetos.
Enquanto que os repelentes químicos
atuam no ambiente, promovendo um
odor ofensivo aos insetos ou interagem
diretamente com a pele, formando
uma camada que espanta os
mosquitos.
REPELENTE IDEAL
O repelente químico ideal seria
aquele capaz de afastar a maioria das
espécies de mosquitos ao mesmo
tempo, atóxico, quase sem cheiro,
resistente à água e cosmeticamente
favorável. Mas infelizmente ainda não há
no mercado um produto com todas essas
características e isento de efeitos adversos,
então o jeito é seguir atentamente todas as
recomendações.
DEET – Os repelentes mais usados são à base de dietiltoluamida (DEET)
e apresentam concentrações entre 10 e 50%, proporcionando uma
proteção de 80 a 95% contra o Aedes Aegypty. O DEET é um composto
químico. Por isso, recomenda-se não utilizar em crianças menores de 2
anos e mais de 3 vezes por dia.
ICARIDINA – É um novo e promissor repelente derivado da pimenta.
Tem praticamente a mesma ação que os repelentes de concentração
de 15 a 50% de DEET, mas, por não ser tóxico, permite aplicações com
menor intervalo de tempo.
IR 3535 – É um biopesticida sintético com bom perfil
de segurança. Pode ser utilizado em gestantes e
crianças maiores de 6 meses. Tem tempo de
curta duração.
PERMETRINA – É um repelente que
tem alta taxa de proteção e serve para
ser aplicado em telas, mosqueteiros
e roupas. Não deve ser aplicado na
pele. É eficiente inclusive contra a
infestação de carrapatos.
REPELENTES NATURAIS – Os
repelentes ditos naturais são derivados
de essências de ervas, frutas cítricas,
andiroba, citronela, coco, soja, eucalipto,
cedro, gerânio e hortelã. São voláteis e tem
curta duração.
RECOMENDAÇÕES – Gestantes e bebês menores
de 6 meses devem evitar o uso de repelentes. Nesses casos
é recomendado manter portas e janelas vedadas com telas menores
que 1,5mm e ambientes refrigerados com ar-condicionado, além de
roupas claras e mosqueteiros.
INDICAÇÃO – O repelente deve ser passado somente nas áreas
expostas do corpo e de maneira homogênea. Não utilizar próximo às
mucosas, como olhos, boca e nariz. Lavar as mãos sempre depois da
aplicação. Não usar sobre a pele irritada ou com ferimentos. Não dormir
com repelente ou usá-lo mais de três vezes por dia. Ler o rótulo e seguir
as recomendações do fabricante.
Fonte: Dr. Luiz Antonio Baldissarelli Júnior – Clínico Geral
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EM PAUTA
Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
MICRO-ONDAS
NO CALOR DOS BOATOS
Esquentar alimentos, descongelar carnes ou estourar um pacote de
pipoca antes de assistir a um filme. Você usa o forno de micro-ondas
diversas vezes no seu dia a dia, mas dificilmente conhece a fundo
a realidade sobre o aparelho. As informações na internet são tantas
que fica quase impossível saber o que é verdade e o que não passa
de lenda urbana.
Alguns especialistas defendem que ele faz mal, outros que não existem riscos na utilização. Mas, por enquanto, o que se pode afirmar
em relação ao micro-ondas é que não há pesquisas que comprovem
que ele é prejudicial à saúde. Não há experiências publicadas em
revistas científicas que confirmem, por exemplo, que ele seja um dos
6
causadores do câncer ou que os alimentos cozidos no micro-ondas
perdem todos os nutrientes.
Pelo contrário, a agência federal norte-americana de vigilância sanitária, o FDA – Food and Drug Administration – garante que os fornos
usados de acordo com as instruções dos fabricantes são seguros e
que, como qualquer forma de cozimento, modifica os nutrientes do
alimento, sem que isso seja considerado um problema de saúde pública. Portanto, acalme-se, não há motivos cientificamente comprovados para você abandonar o uso do micro-ondas.
BOM PRA CHUCHU
Injustiçado, a fama do chuchu não é das melhores. Uma mistura de gosto de
nada com cor nenhuma. Mas, apesar de sua aparência nada atrativa, ele é fonte
de potássio e vitaminas A e C. Do chuchu nada é desperdiçado. Depois de devidamente lavados, dá para consumir as folhas, os brotos e as raízes da planta. Os
brotos refogados, por exemplo, são ricos em vitaminas B e C e sais minerais como
o cálcio, o fósforo e o ferro.
O cálcio ajuda a prevenir doenças como a osteoporose, o ferro ajuda a evitar
anemias, a vitamina C atua como antioxidante – fortalecendo o sistema imune
e combatendo os radicais livres – e as vitaminas do complexo B combatem a
depressão e a fadiga. Além disso, o chuchu também é diurético, indicado para as
pessoas que sofrem de pressão alta ou com retenção de líquidos.
E os benefícios não param. O baixo valor calórico – cerca de 20 calorias em 100
gramas – coloca o chuchu na lista dos alimentos aliados da dieta. Então, convenhamos, o chuchu pode até ser meio sem gosto e não dar aquele colorido bonito
no prato, mas é um alimento superversátil e pela sua composição merece todo o
nosso respeito!
SERVIÇOS
Texto: Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
UMA HISTÓRIA DE
COMPROMISSO COM A SAÚDE
LABORATÓRIO SANTA CATARINA: INOVAÇÃO E
PROFISSIONALISMO.
Segurança, agilidade, inovação, entusiasmo, respeito para com os pacientes, médicos e parceiros
e excelência técnica na realização de seus exames
e procedimentos. Esses são alguns dos compromissos que orientam o Laboratório Santa Catarina
desde 1992, quando inaugurou, em Blumenau, a
sua primeira filial, anexa ao Hospital Santa Catarina de Blumenau, que anos mais tarde tornou-se
sua matriz.
De acordo com a bioquímica Dra. Daniela Baumgarten, o Laboratório Santa Catarina vem construindo, ao longo de 40 anos, uma história de inovação e vanguarda, investindo continuamente em
exames diagnósticos de alta precisão e treinamento de seus colaboradores. “Sempre com a preocupação de inovar. Dia após dia, escrevemos uma
história repleta de relações duradouras, baseadas
no respeito que temos pelas pessoas”, destacou.
Com o objetivo de ir além do que faz, o Laboratório está presente em todas as fases da atenção à
saúde, atuando na prevenção, acompanhamento
e diagnóstico de todos os casos, inclusive os mais
críticos. “São cerca de 100 mil pessoas atendidas
por ano, mais de 600 mil exames realizados dentro
do laboratório. Esses números confirmam o nosso
comprometimento com a segurança, qualidade e
a agilidade”, afirma Dra. Daniela.
COMPROMISSO
O Laboratório Santa Catarina funciona 24 horas por dia, nos 365
dias do ano, ininterruptamente.
Isso tudo por que entende que a
saúde não tem hora. Por isso, está
sempre pronto e equipado para
atender o cliente no momento em
que ele mais precisa.
Todos os dias, mais de 60 colaboradores trabalham em busca do
que há de melhor em matéria de
atendimento, diagnóstico e tratamento. Além da tecnologia de
ponta, o Laboratório dispõe de
uma equipe comprometida com
o bem-estar das pessoas. Possui
um corpo clínico de profissionais
especializados que, aliados à
tecnologia dos equipamentos, é
referência nos setores de Hematologia, Bioquímica, Microbiologia,
Parasitologia, Urinálise, Imunologia e Hormônios.
INOVAÇÃO
INICIATIVAS
Novidade no diagnóstico oncológico, o HE4 é o novo marcador de
câncer de ovário disponibilizado
pelo Laboratório. Utilizado junto
ao CA125, o HE4 funciona como
uma ferramenta na predição de
malignidade dos tumores ovarianos. Afinal, mesmo com os avanços no diagnóstico e tratamento
do câncer na mulher, o tumor
epitelial de ovário continua como
o mais letal entre as neoplasias
ginecológicas. “Quanto antes for
diagnosticada a doença, maiores
são as chances de sobrevida para
os pacientes”, ressaltou.
O Laboratório realiza várias ações
comunitárias, contribuindo com a
saúde e o bem-estar de todos os
cidadãos blumenauenses. Nesse
sentido oferece:
• Exames laboratoriais
gratuitos para os alunos
da APAE de Blumenau;
• Patrocínio do time de
Futsal Feminino de Blumenau
nos Jogos Abertos 2013;
• Contribuição anual para
confecção da agenda da
Polícia Militar de Blumenau;
• Ajuda na divulgação dos
40 anos da Rede Feminina
de Combate ao Câncer;
DIFERENCIAIS
Ainda em busca da comodidade
e do bem-estar de seus pacientes,
o Laboratório: disponibiliza os resultados de exames on-line ou por
e-mail; realiza coleta domiciliar,
empresarial e Vip; dispõe de unidades de atendimento em outros
pontos da cidade; faz exames em
caráter de urgência e emergência; além de oferecer, em parceria
com o HSC Blumenau, o serviço
de Check-up Executivo e ter sido
premiado pela CIA Nacional de
Eventos e Pesquisas como “Top
Of Quality”, pelo reconhecimento
da excelência e qualidade prestados na área de saúde.
• Desconto especial
nos exames para os
associados da Associação
de Aposentados e
Pensionistas de Blumenau;
• Participa do evento
“HSC Blumenau na
comunidade”, no qual
realiza exames gratuitos
de glicemia e colesterol
para a comunidade.
ENTREVISTA Sueli Maria Vanzuita Petry | Fotos: Eraldo Schnaider
DETERMINAÇÃO,
CONHECIMENTO E HISTÓRIA
A entrevistada desta edição é Sueli Petry –
Mestre em História, Especialista em Arquivos
e Documentação e diretora do Patrimônio
Histórico e Museológico da Fundação Cultural de Blumenau. Uma verdadeira enciclopédia, Sueli conta para equipe de jornalismo da
revista Essência tudo e muito mais sobre sua
verdadeira paixão: a cultura.
Para quem ainda não a conhece,
quem é Sueli Petry? Quais as suas
paixões?
“É UM TRABALHO
CONTÍNUO PARA
ORGANIZAR,
REUNIR, ORDENAR
O DOCUMENTO
PARA ATENDER
O PESQUISADOR
E, ACIMA DE
TUDO, PRESERVAR
OS ACERVOS
DOCUMENTAIS.
OS DOCUMENTOS
SÃO A MATÉRIA-PRIMA
DO HISTORIADOR. ”
Petry
– Sou, antes de tudo, uma pessoa
apaixonada pelo que faço. Professora dos
cursos de História e Moda da Universidade
Regional de Blumenau, ministrei aulas desde
o ensino fundamental, atuando na área há
mais de 46 anos. Sempre me dediquei com
muito amor a essa profissão, conduzindo-a
como uma missão e escolha de vida. Além de
ministrar aulas, sou diretora da revista Blumenau em Cadernos e funcionária de carreira na
Fundação Cultural de Blumenau, onde atuo
como Diretora do Patrimônio Histórico e Museológico. Nesta diretoria estão sob minha
responsabilidade e orientação espaços de
memória, tais como: Arquivo Histórico Museu
da Família Colonial, Museu de Hábitos e Costumes, Museu de Arte – MAB, Mausoléu Dr.
Blumenau, Centro de Memória da Escola nº 1
e Centro Cultural da Vila Itoupava. Fora isso,
sou filha de José Guilherme Vanzuita e Madalena Cidral, casada com o professor Valdir
Anselmo Petry, mãe de Juliano Guilherme e
avó de Guilherme Luiz. Nasci em Indaial, morei alguns anos em Gaspar e estou em Blumenau há 44 anos.
Quando e como surgiu a paixão
pela história, pela cultura e, principalmente, por Blumenau?
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Petry – A paixão pela história veio com o conhecimento e à medida que fui me aprofundando em minhas pesquisas sobre as sociedades dos atiradores para o mestrado! Com
a pesquisa veio o envolvimento com muitas
fontes documentais e, a partir deste momento, não parei mais! Conhecendo mais profundamente a história da nossa gente em todos
os seus aspectos, percebi o quanto era importante preservar e manter viva essa história
através da reunião de acervos documentais,
oportunizando aos pesquisadores reescrever
a história de todos aqueles que ajudaram e
continuam a construir essa história que é de
todos nós.
Há anos como historiadora, são
muitas descobertas e informações, qual delas mais a marcou?
ENTREVISTA
Petry – Todas! Quando mergulhamos em
uma pesquisa, na análise dos documentos,
nos depoimentos das pessoas, fazendo uso
das mais diferentes fontes, é possível abstrair
muita informação. Costumo dizer que o “historiador é como um feiticeiro”, ele desvenda
sentimentos, emoções, medos, apropria-se
de falas para construir a sua história. Portanto, as descobertas são muitas. É impossível
citar a que mais me marcou. Isso depende do
olhar de cada historiador.
Como é o dia a dia de uma historiadora?
“A PAIXÃO PELA
HISTÓRIA VEIO COM
O CONHECIMENTO E
À MEDIDA QUE FUI ME
APROFUNDANDO EM
MINHAS PESQUISAS
SOBRE AS SOCIEDADES
DOS ATIRADORES PARA
O MESTRADO.“
Petry – No meu caso, é um trabalho contínuo para organizar, reunir, ordenar o documento para atender o pesquisador e, acima
de tudo, preservar os acervos documentais.
Os documentos são a matéria-prima do historiador. Mesmo depois de cumprirem com a
sua finalidade, para a qual foram gerados, os
documentos contém resíduos culturais para
futuros trabalhos.
Em outras entrevistas, deu para
observar que sua vida é muito
corrida. Nesse caso, qual o segredo para driblar e cumprir todos
os compromissos da agenda?
Petry – Acordar cedo, gostar do que faz e
distribuir o tempo entre todos os compromissos. Não encaro os compromissos como
sobrecarga. Acordo às 5h, corro o dia todo
entre uma informação e outra e ainda tenho
uma família para dar atenção. Isso tudo para
mim é motivo de prazer. Sou uma mulher
100% realizada.
Por fim, aproveitando um pouco
do seu conhecimento, qual a importância do HSC Blumenau para
compor a história da cidade?
Petry – O HSC Blumenau é uma referência
na área da saúde em nossa cidade e região!
Sua história se confunde com a história de
Blumenau. É o resultado da união de esforços de uma comunidade que não tem medo
de ousar! Uma Instituição que, desde sua
formação, procurou primar pela qualidade e
estar cercada de profissionais competentes e
eficientes.
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CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
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CORAÇÃO
DE MÃE DÓI!
NADA MAIS DIFÍCIL PARA UMA MÃE
DO QUE PRESENCIAR O SOFRIMENTO
DE UM FILHO, PRINCIPALMENTE NOS
PRIMEIROS DIAS DE VIDA, QUANDO
ELE AINDA É TÃO INDEFESO.
Alguns afirmam que o coração não dói, outros que ele, dependendo do problema, sofre de uma
sensação de desconforto, designada por nós como dor. Mas, afinal de contas, coração dói ou
não dói? Pergunte isso para uma mãe que espera ansiosamente pelo nascimento de um filho e
descobre, de repente, que o coração do bebê não vai bem. Pois é, nessa hora, mais do que calma,
é preciso confiança nos profissionais que, além de atuar no cuidado, vão auxiliar e tranquilizar os
pais nesse momento tão difícil.
De acordo com o cirurgião cardíaco-pediátrico Dr. Décio Cavalet Soares Abuchaim, a cirurgia cardíaca infantil é muito diferente da cirurgia cardíaca de adulto. Por isso, é de extrema importância
que o atendimento seja feito em um hospital com equipes especializadas no atendimento desses
pacientes. “A cirurgia cardíaca infantil exige maior cuidado em todos os aspectos. É preciso uma
equipe preparada para lidar com as particularidades de um recém-nascido”, destacou.
Mas nem tudo é questão de cirurgia, às vezes, só o acompanhamento de cardiologista pediátrico já basta. Segundo Dr. Décio, o tratamento cirúrgico só é indicado em uma pequena parcela
dos casos. A maioria das crianças pode receber o tratamento por medicamentos ou cateterismo,
sem nunca precisar ser operada. Os problemas mais frequentes que precisam de um tratamento
cirúrgico são as chamadas comunicações interatriais ou interventriculares, pequenos “furos” no
interior do coração, que aumentam a quantidade de sangue que retorna aos pulmões. “Para se
ter uma ideia, a cada 1.000 crianças, 8 nascem com má-formação no coração, mas somente 1,6%
precisarão de intervenção médica, seja por cirurgia ou cateterismo”, ressaltou.
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CAPA por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
CORAÇÃO: DOENÇAS, CAUSAS E SINTOMAS
O coração é um órgão com a formação muito complexa e se inicia nos primeiros dias da fecundação. Algumas estruturas se desenvolvem e são absorvidas
neste processo, sendo influenciadas também pelo fluxo sanguíneo. E é justamente quando uma estrutura deixa de se formar ou sua formação é incompleta
que as comunicações interatriais ou interventriculares se desenvolvem.
Existem basicamente dois sintomas para identificar os problemas cardíacos
mais comuns. O primeiro é a insuficiência cardíaca, na qual a criança tem dificuldade para ganhar peso e se cansa muito durante a amamentação. Isso
ocorre nas doenças com as comunicações. A coloração azul da pele, conhecida como cianose, é o segundo sintoma e ocorre devido ao fluxo insuficiente
de sangue aos pulmões, causado pelo estreitamento de uma válvula do coração. Segundo Dr. Décio, embora muitas pessoas relatem o aparecimento de
sopros, esse é um achado muito comum e nem sempre indica uma doença.
“Muitas pessoas podem ter sopro em um coração normal ou quase normal e
não precisar de tratamento”, afirmou.
O cirurgião cardíaco-pediátrico alerta que as comunicações interatriais ou
interventriculares não têm causas determinadas. Alguns fatores de risco são
conhecidos, como o uso de alguns medicamentos no início da gestação, a
síndrome de down e casos de crianças com doenças cardíacas na família. Portanto, o quanto antes a gestante iniciar o acompanhamento pré-natal com um
obstetra e receber as orientações sobre as medicações seguras na gestação,
melhor. “Diabetes, idade superior a 35 anos, hipertensão e casos na família são
fatores que aumentam o risco de uma má-formação. Desta maneira, o obstetra
pode dar orientações mais precisas sobre os cuidados”, completou Dr. Décio.
RISCOS DA CIRURGIA E
O PROCESSO DE READAPTAÇÃO
Os riscos variam conforme as cirurgias realizadas. Há procedimentos que praticamente não têm complicações. O fator que mais influencia no risco da cirurgia
é a situação clínica da criança: se ela tem outras doenças, uso de medicações,
alergias e a idade. “Cirurgias realizadas logo após o nascimento, nos primeiros
30 dias, são as mais complexas, pois o organismo ainda não está 100% formado”, explicou.
Após a cirurgia, as recomendações são inúmeras e diferentes para cada caso.
É preciso muita atenção e comprometimento, afinal, começa uma nova etapa
na vida dos pequenos, na qual todos os hábitos terão de ser revistos e repensados. Porém, por mais difícil que seja, acredite! Nada substitui a alegria de
devolver às crianças a qualidade de vida.
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COMO E QUANDO É DIAGNOSTICADO?
Hoje em dia, com a ecocardiografia fetal, podemos fazer o diagnóstico já na
28ª semana de gravidez. “Com o exame, é possível detectar as alterações
cardíacas do bebê ainda no útero da mãe, permitindo que, após nascer, a
criança receba imediatamente o tratamento adequado, sendo encaminhada
para uma UTI Neonatal e Pediátrica. “No HSC Blumenau, todas as crianças
realizam o chamado ‘teste do coraçãozinho’, que mede a oxigenação de partes diferentes do corpo. Esse exame pode detectar alterações graves que,
em alguns casos, não são perceptíveis apenas pelo exame médico”, completou o cirurgião cardíaco-pediátrico.
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SERVIÇOS por Fabiane Moraes | Fotos: Banco de Imagens
HSC BLUMENAU: UM HOSPITAL
CADA VEZ MAIS COMPROMETIDO
COM A SEGURANÇA DO PACIENTE
Continuamente o HSC Blumenau articula formas e métodos para oferecer aos seus clientes o que há de melhor em assistência médico-hospitalar. São vários os anos de dedicação, investindo em pessoas,
melhorando sua estrutura e renovando seus processos. Em outubro de
2012, o Hospital Santa Catarina de Blumenau deu um passo fundamental nesta trajetória: formalizou o seu interesse em buscar a Acreditação
pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e realizou a primeira
etapa desta jornada: a avaliação diagnóstica organizacional do Sistema
Brasileiro de Acreditação.
De acordo com a supervisora de Qualidade, Fernanda Fritzen Kuchler,
com o relatório do Diagnóstico Organizacional em mãos, na segunda
quinzena de novembro de 2012, o hospital organizou-se em “times de
trabalho”, que se debruçaram sobre os achados do relatório – pontos
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fortes, não conformidades e/ou observações – buscando alternativas
apropriadas para adequação das práticas às exigências de cada subseção do Manual Brasileiro de Acreditação, versão 2010. “Os times de
trabalho concluíram os planos de ação em março de 2013 e passaram o
restante do ano implantando essas ações”, ressaltou.
Segundo Fernanda, a Acreditação é um método de avaliação de instituições prestadoras de serviços de saúde voluntário, periódico e reservado, que busca garantir a qualidade da assistência por meio de
padrões previamente definidos. “Hospitais que aderem ao processo
de acreditação revelam responsabilidade e comprometimento com a
segurança, com a ética profissional, com os procedimentos que realiza
e com a garantia da qualidade do atendimento prestado”, enaltece a
supervisora.
Por isso, neste último ano, o Hospital intensificou melhorias na operação em prol da qualidade e segurança nos serviços prestados. Essas
melhorias foram fundamentadas nos requisitos do Manual Brasileiro de
Acreditação, bem como em diretrizes da Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e ANVISA.
Na opinião da Fernanda, o principal resultado para as instituições que
implementam essas melhorias é a certeza de um cuidado e assistência
mais seguros. Outro resultado é a possibilidade de serem reconhecidas
nacionalmente por meio de um Certificado de Acreditação. “Não há
dúvidas de que o HSC Blumenau evoluiu ainda mais nesta etapa, mas
com certeza o principal beneficiado com a implementação dessas melhorias foi o paciente”, constatou.
PASSO A PASSO
Nos dias 18, 19 e 20 de novembro do ano passado, o Hospital esteve
muito envolvido com um de seus projetos destinados a melhoria da
qualidade do atendimento e segurança na assistência prestada aos
pacientes: a Visita de Avaliação para Acreditação ONA. “Nessas datas
recebemos a visita da equipe de avaliadores da Instituição Acreditadora
Credenciada, composta por um enfermeiro, um médico, um farmacêutico-bioquímico e um administrador, que verificou, em visita às instalações do HSC Blumenau, a aplicação dos requisitos do Manual Brasileiro
de Acreditação no dia a dia de todos os setores e processos da instituição”, explicou a supervisora Fernanda.
Ao final dos três dias de visita, passando pelos setores, interagindo com
os colaboradores, corpo clínico, processos terceirizados e com os próprios pacientes, a equipe de avaliadores apresentou um resumo com os
principais achados, situações de conformidade destaques, observações
e oportunidades de melhoria, bem como comunicaram a decisão de
indicar o HSC Blumenau para ser acreditado ONA Ouro Nível I.
Essa recomendação é formalizada por meio de um relatório que é encaminhado para análise da ONA. Somente após essa análise é que um
parecer final é emitido e um certificado com o selo de acreditado será
fornecido para o HSC Blumenau. O resultado final será conhecido em
até 60 dias após a realização da visita de avaliação.
Entretanto, segundo Fernanda, o resultado obtido até o momento de
“Hospital Indicado para Acreditação Ouro Nível I” já foi muito estimulante e gratificante. “Trata-se do reconhecimento do esforço de colaboradores, médicos e parceiros em prol de um objetivo comum: a segurança do paciente”, disse ela.
CONHEÇA, AGORA,
ALGUNS DOS AVANÇOS
FEITOS NA FASE DE
IMPLEMENTAÇÃO DO
MANUAL BRASILEIRO
DE ACREDITAÇÃO:
• Gerenciamento de riscos;
• Reforço do monitoramento do desempenho da
gestão e da assistência por meio de indicadores;
• Adequação das salas de utilidades, equipamentos,
rouparias e depósitos de materiais de limpeza;
• Retomada da Auditoria técnica de fornecedores,
ampliando as ações de qualificação;
• Implantação de protocolos clínicos, sendo dois
gerenciados: Protocolo de Dor Torácica e
Protocolo de Sepse;
• Fortalecimento da adesão das lideranças para
realização das avaliações de desempenho;
• Implantação do Planejamento multidisciplinar
da alta do paciente;
• Aplicação do termo de consentimento informado
para todos os pacientes internados;
• Levantamento das informações epidemiológicas
do paciente e do colaborador;
• Expansão das atividades de Farmácia Clínica;
• Ampliação das discussões com relação às metas
internacionais de segurança;
• Melhoria da comunicação da equipe multidisciplinar, etc.
Só por isso já valeu a pena. O saldo deste ano de tamanha dedicação é extremamente positivo. O HSC Blumenau
só tem a agradecer a todos os colaboradores, parceiros e
médicos do corpo clínico e credenciados por todo o esforço, comprometimento e dedicação empenhados nessa
jornada. É sabido que ela não termina aqui, aliás, ela nunca
termina. Mas, renovamos o convite de continuarmos esta
caminhada com alegria e confiança.
ARTIGO por Dr. Omar Machado Filho – Cirurgião Oncológico | Fotos: Banco de Imagens
VIDEOLAPAROSCOPIA:
UMA BOA ALTERNATIVA
EM CIRURGIA
ONCOLÓGICA
Foto: Arquivo Pessoal
violação dos princípios da cirurgia oncológica.
Porém, recentemente, novas publicações têm
mostrado a eficiência e a segurança oncológica nesses pacientes, mantendo os preceitos
fundamentados ao longo dos anos na oncologia cirúrgica.
Desde que Kelling, em 1901, fez o primeiro
procedimento celioscópico em um cachorro,
utilizando um cistoscópio e, dez anos depois,
Jacobeus, em Estocolmo, repetiu o procedimento em um homem, o tema vem despertando interesse por parte dos cirurgiões e evoluindo de maneira impressionante nas últimas
décadas.
Até 1960, o equipamento e materiais disponíveis eram escassos e primitivos, sendo utilizados basicamente em procedimentos diagnósticos. Foi quando o alemão Kurt Semm, iniciou
a laparoscopia moderna ao criar instrumentos
específicos para a realização de procedimentos, sobretudo, ginecológicos. Mais duas décadas se passaram até que, com a introdução das
videocâmeras, a laparoscopia expandiu-se de
maneira extraordinária e ganhou cada vez mais
feição terapêutica.
A partir daí, os procedimentos laparoscópicos
tornaram-se uma excelente opção de escolha
em relação às cirurgias abertas, principalmente
no que se refere aos avanços no processamento e transmissão das imagens para um monitor
e nos instrumentais e materiais cada vez mais
específicos.
Os benefícios da videolaparoscopia, inclusive comprovados pela literatura, são muitos.
Conheça, na próxima página, algumas das
características e vantagens mais marcantes do
procedimento.
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Dos procedimentos mais simples, como biópsias, diagnósticos de tumores e linfonodos,
cirurgias para complementar o estadiamento
da doença – evitando laparotomias desnecessárias, paliação de sintomas como dor, obstruções biliares e intestinais – até cirurgias com
fins curativos dos mais variados graus de complexidade, podem, quando viáveis e disponíveis, serem realizadas por via minimamente
invasiva, por cirurgiões oncológicos com experiência nesse tipo de via de acesso.
A CIRURGIA LAPAROSCÓPICA
NOS CASOS DE CÂNCER
Cerca de 90% dos pacientes com câncer requerem cirurgia em algum momento da evolução da doença. Elas podem aparecer tanto no
diagnóstico, estadiamento, tratamento e paliação. A cirurgia laparoscópica tem seu espaço
em todos esses momentos.
Nas últimas décadas, muitas publicações
debateram sobre as desvantagens e complicações da cirurgia laparoscópica em relação
aos pacientes oncológicos, questionando a
Concluindo, a cirurgia minimamente invasiva
tem tudo para se tornar a cirurgia preferencial
no tratamento de tumores sólidos. Contudo,
alguns preceitos nunca devem deixar de ser
lembrados: a cirurgia a ser realizada deve ser
a mesma em qualquer via de acesso; a cirurgia minimamente invasiva é extremamente
dependente de treinamento e de material; e a
seleção de pacientes é muito importante para
que os resultados com a laparoscopia sejam
justificáveis em detrimento da cirurgia aberta.
VANTAGENS DA VIDEOCIRURGIA:
CARACTERÍSTICAS DA LAPAROSCOPIA:
• Imagens do campo cirúrgico projetadas em alta resolução;
• Alta luminosidade do campo operatório;
• Acompanhamento visual do ato operatório por toda a equipe;
• Manobras cirúrgicas mais precisas;
• Estruturas anatômicas magníficas e melhor identificadas;
• Secções, ligaduras e oclusões mais exatas;
• Meticulosa e seletiva eletrocauterização dos tecidos;
• Possibilidade de uso de ultrassonografia laparoscópica.
• Menor resposta metabólica ao trauma;
• Menor tempo de internação e retorno às atividades normais;
• Menor trauma peritoneal;
• Menor quantidade de aderências;
• Menor índice de infecções (hospitalar, de incisão, etc.);
• Menor perda sanguínea;
• Preservação da dinâmica da parede abdominal;
• Menor índice de complicações cardiovasculares e
pulmonares em pacientes de alto risco;
• Menor imunodepressão;
• Menos dor no pós-operatório imediato e tardio;
• Melhor efeito estético;
• Menor custo operacional global.
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ATESTADO
MÉDICO DO HSC BLUMENAU
LANÇA LIVRO SOBRE
SÍNDROME DO CORAÇÃO
ESQUERDO
Resultado de sua tese de doutorado, o médico do corpo clínico do HSC
Blumenau e supervisor médico do Centro Cirúrgico, Dr. Décio Cavalet
Soares Abuchaim, em agosto de 2013, lançou o livro “Síndrome do coração esquerdo hipoplásico: morfologia e histologia”.
Segundo Dr. Décio, a tese de doutorado sobre hipoplasia do coração
esquerdo, uma doença grave, que necessita de tratamento ainda nos
primeiros dias de vida, levou 3 anos para ser concluída e identificou diferenças na estrutura dos corações. “Esses achados, inéditos na literatura médica, transformaram-se em um livro e devem auxiliar na escolha do tratamento mais apropriado. O livro pode ser adquirido no site:
www.todasasmusas.com.br”, explicou.
CURSO DE TECNOLOGIAS
AVANÇADAS NA
ECOCARDIOGRAFIA
A CardioPrime teve a honra de receber, no mês de outubro, um dos
maiores estudiosos e pesquisadores na área de Ecocardiografia do
Brasil, o professor e doutor José Maria Del Castillo, resultado de uma
parceria entre a CardioPrime e a Philips. Ao todo, 10 profissionais participaram do curso teórico e prático de revisão e atualização de Tecnologias Avançadas (Strain e ECO 3D/4D), ministrado pelo Dr. José Maria,
entre eles, os ecocardiografistas da CardioPrime e de outras cidades
do Estado, como Florianópolis, Joinville, Lages, Tubarão e Rio do Sul.
SCIRAS E JOHNSON & JOHNSON
FAZEM PARCERIA EM PROL DA SAÚDE
O Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS), em parceria com a Johnson & Johnson, participa do Projeto
IPHM – Infection Prevention Hospital Management. De acordo com a coordenadora do SCIRAS Caroline Batista Cardoso, o objetivo desse projeto
é trabalhar para a redução e prevenção de infecções associadas aos cuidados da saúde. A coleta dos dados é realizada pelo SCIRAS através da
Vigilância de Resultados (indicadores de Infecção) e Vigilância de Processos (Adesão aos Bundles). “Depois de coletados, os dados são repassados
para a Plataforma INICC – Comunidad Cientifica Internacional de Control de Infecciones Nosocomiales, que avalia e compara tais dados com outras
instituições em todo o mundo. Esse processo deve gerar uma análise dos cuidados e eventual implantação de medidas para melhoria do nosso
trabalho”, destacou.
CRÔNICA por Dr. Cézar Zillig – Neurocirurgião | Fotos: Banco de Imagens
CALIGRAFIA
anônimos artistas esbanjavam destreza em traços amplos e firmes, ricos em convolutas perfeitas. Uma simples nota sobre sacos de farinha
rivalizava em nobreza com éditos imperiais.
Foto: Marion Rupp
Em alguma altura da minha infância, meu pai
sacou de seus guardados, um rolo de amarelecidas folhas de papel, amarradas com um barbante: eram antigas cartas comerciais que ele, ainda
gurizão, encontrara em algum sótão. Eram cartas
dando notícias de faturas a serem pagas, informando remessas de mercadorias ou reclamando
o atraso de encomendas, sem muita razão para
serem guardadas com tanto carinho.
Mas essas cartas, que estão até hoje comigo,
pois fiz questão de herdá-las, têm uma razão que
as tornam especiais: a caligrafia. Caligrafia imponente, verdadeiras obras de arte; traços seguros,
regulares, num capricho extremado. As penas
de ganso com que foram escritas permitiam ao
habilidoso redator variar a espessura do traço
no desenhar das letras, recurso explorado com
maestria pelos escriturários que assombravam,
transformando um simples parágrafo numa obra
de arte. Era principalmente nas iniciais, que estes
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Como as cartas procedem de empresas situadas nos mais variados municípios, cada qual
tem um cunho e uma beleza própria, única. Pode-se imaginar o constrangimento dos patrões
no momento de assinar com suas letras mal
treinadas, semelhantes peças. Depois, veio a
máquina de escrever que pôs um fim a essa
função reservada aos donos das belas caligrafias. Ultimamente comenta-se que já se pensa
em acabar com o ensino da escrita cursiva nas
escolas. Eu não lembro bem o motivo pelo
qual meu pai me mostrou as tais cartas, mas
suspeito que ele o tenha feito para me mostrar
a importância de se exercitar a caligrafia, uma
arte hoje pouco valorizada.
Penso em montar uma pasta com estas cartas
centenárias, pois datam da década de 1890, e
mantê-la aqui no consultório onde volta e meia
uma mãe se queixa que seu filho, apesar de
bem adentrado no secundário, ainda não sabe
escrever... Na tal pasta vou colocar também algumas cartas extras, que volta e meia recebo
de meu tio “Joãozinho”, que apesar de seus
oitenta e poucos anos mantém intacta a sua
maravilhosa caligrafia. É a pessoa com a mais
bela letra que conheço.
Também vou incluir duas folhas de uma cartinha que uma paciente me entregou para contar sobre suas queixas e necessidades, pois ela
é portadora de uma severa forma de espasticidade muscular, que lhe dificulta sobremaneira
os movimentos das extremidades e o articular
das palavras; com inteligência preservada e
possivelmente acima da média, ela consegue
escrever com o pé. Sua letra não é um exemplo
de bela caligrafia, mas é legível e melhor que
a de muitos alunos que cursam o secundário...
Uma letra bonita, caprichada, segura, é um cartão de visitas. Conta pontos para o portador;
ao contrário, letra feia, ilegível, depõe contra.
Tanto num quanto noutro caso, a imagem fica
gravada na memória, de forma positiva ou negativa. Médicos têm fama de ter letra feia, senão totalmente ilegível, mas nem todos, nem
todos.
Especialmente, a caligrafia de dois ilustres colegas, aqui em Blumenau, causaram-me profunda impressão e, como justa homenagem, faço
questão de citá-los: Dr. Benedito de Camargo
Rocha e do Dr. Walmor Erwin Belz. Lembro-me,
claro, de alguns colegas com letras excepcionalmente feias, garranchos ilegíveis, mas o
nome destes ficam em segredo. Para concluir,
confesso que a minha própria letra não é lá digna de nota.
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