Sepse Neonatal

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Sepse Neonatal
Disciplina de Neonatologia
FMB UNESP
Controversas nas definição
Definição atual
Infecção relacionada a assistência a saúde em Neonatologia
Manifestações clínicas – laboratoriais - microbiológica
ANVISA, 2010
Sepse neonatal
Q. clínico + Q. laboratorial + sinais má perfusão tecidual
Oligúria
Hipotensão
Acidose metabólica
Alteração do estado de consciência
Clínica: hemocultura negativa
Confirmada: hemocultura positiva
Choque séptico: não resposta a volume
Consenso de sepse e choque séptico
Adultos Crianças RN termo
Parker et al 2004; Brierley et al, 2009; Wynn & Wong, 2010
Por que definição não estabelecida para PT ?
Imaturidade de órgãos e sistemas
Fisiologia da transição
Parâmetros fisiológicos não bem estabelecidos (<1500g)
Perfusão órgãos
Débito cardíaco
Entrega de oxigênio
Ausência valores normais – difícil estabelecer prognóstico
Parker et al 2004; Brierley et al, 2009; Wynn & Wong, 2010
Sepse Precoce
Pode acometer até 30% dos RN (5xx > faixa etária pediátrica)
Brasil 60% mortalidade infantil – período neonatal
Sepse – principal causa de morte
Classificação Sepse Neonatal
CDC - ANVISA
Materna – PRECOCE : até 48 horas de vida
Ambiental – TARDIA : após 48 horas de vida
NICHD
Precoce até 72 horas de vida
Tardia após 72 horas
Sepse Precoce -Fatores de risco materno
Bolsa rota > 18h
Cerclagem
TPP em gestação < 35sem
Procedimento de medicina fetal nas últimas 72h
ITU materna sem tratamento ou em tratamento < 72h
Febre materna nas última 48h
Colonização pelo EGB em gestante sem quimioprofilaxia
intra parto, quando indicada
Corioamnionite
≥ 2 sinais
Febre ≥ 38o C
FC materna > 100 bpm
FC fetal > 160 bpm
Leucócitos mãe > 20000
Útero doloroso
LA fétido
Agentes Sepse Precoce
Agentes Etiológicos
Estreptococo do grupo B
Staphylococcus aureus
Listeria monocytogenes
E. coli
Listeria monocytogenes
Enterobactérias
Quadro Clínico - Inespecífico
Instabilidade térmica – Distermia < 36°C ou > 37,5°C
Bradicardia
Apnéia
Intolerância alimentar – resíduo
Piora do desconforto respiratório
Intolerância a glicose – hiperglicemia
Instabilidade hemodinâmica
Hipoatividade / letargia
Manifestações inespecíficas na meningite
Diagnóstico
Clínico
• Inespecífico
• Estreptococos grupo B: choque e hipertensão pulmonar
Evolução rápida 1ª 24 h vida
Sinais respiratórios frequentes: EGB x SDR
Diagnóstico
Laboratorial
• Ex. inespecíficos → Baixa acurácia
• Culturas = padrão ouro → Demora
• Novas técnicas → Custo
Hemograma
PCR
Hemocultura
Rx
LCR
Urina
Saez-Llorenz & Mc Cracken, 1993
Exames inespecíficos
Hemograma – Escore de Rodwell
• Contagem de leucócitos (ao nascer ≥ 25.000; 12-24h ≥ 30.000; ≥ 48h >21.000;
leucopenia se < 5.000)
• Contagem de plaquetas (<150.000)
• PMN totais
• Formas jovens
• Índice neutrofílico (formas jovens / neutrófilos totais)
• Relação I / M (formas jovens / segmentados) ≥ 0,3
≥ 3 S = 96% E = 78%
• Alterações degenerativas de neutrófilos
< 3 VPN = 99%
Rodwell et al, 1988
PCR – quantitativa - seriada
Início → Normal Apenas 16% ↑
24 h → 92%
2 - 3 dias → Pico máximo
≥ 4d
↓ controle infecção
Controle Infecção
Excluir infecção
Ng et al, 1997; Gerdes, 1994
Exames Específicos - Hemocultura
• Método automatizado → Bactec
• Volume: mínimo 1ml
• Coleta V. periférica Assepsia → Preparação alcoólica
• Momento coleta = Precoce (antes ATB)
Buttery, 2002
Líquor
• Associação sepse - meningite 15 a 30%
• Sepse / ausência foco / prematuros sepse tardia
• Valores de referência diferenciados
• Repetir em 48 horas
Urocultura
• Método: supra-púbica x sondagem vesical
• Saco coletor: apenas triagem
• Rigor na coleta - assepsia
1,6% (precoce)
Visser & Hall, 1979
7,4% (tardia)
Tratamento
Golden hour
0 a 5 min: reconhecer; oxigenar;
acesso vascular
5 a 15min: fluidoterapia; corrigir Ca, gli
iniciar ATB
15 a 60min: choque refratário a volume;
iniciar inotrópicos/vasopressores
> 60min: choque refratário catecol;
corticóide ; inibidor fosfodiesterase
Tratamento
Fluidoterapia - cristalóides
RNT - até 60ml/Kg (10ml/kg em 10 min)
RNPT – até 20ml/Kg ( 10 ml/Kg em 30 min)
Drogas
1ª 24h vida: dobuta → adrenalina → corticóide
Após 24h vida: dopa → dobuta SN → adrenalina →
corticóide
Dobuta: melhora fluxo sistêmico. Função miocárdica. Transição
Adrenalina: doses baixas : β 1 – 0.375 mcg/kg/min
Corticóide: hidrocortisona 1mg/kg dose a cada 4h 3d (regressão 50%)
Tratamento - Antibioticoterapia
• Doses: IG e PN
• Níveis séricos
• Tempo tratamento
• Padrão de resistência
Terapia empírica
Penicilina ou Ampicilina + Aminoglicosídeo (Genta)
Meningite:
Tratamento prolongado, ↑ doses de Penicilinas
Se necessário associar Cefalosporinas 3ª geração
Mortalidade Sepse Precoce
Países Desenvolvidos ( Estudos Multicêntricos )
Geral
11%
Sepse
36%
Gram +
35%
Gram –
36%
Stoll et al, 2004, 2004
Prevenção EGB - CDC, 2010
Screening vaginal e retal em todas gestantes 35-37sem
( exceto bacteriúria prévia nesta gestação ou RN prévio com GBS)
Profilaxia intra parto ( Penicilina )
Indica
RN prévio com doença invasiva por EGB
Bacteriúria GBS na gestação atual
Screening + EGB ( screening ) na gestação atual
(exceto se cesárea eletiva, antes do início do TP)
Colonização desconhecida com um dos sinais:
TPP < 37 sem
RM ≥ 18 horas
Febre intraparto ≥ 38ºC
Teste amplificação do ac nucleico (NAAT)
intraparto + EGB
Não indica
Colonização ou bacteriuria por
EGB em gestação prévia
Cesárea planejada na ausência
de TP ou RM a despeito de
colonização por EGB ou IG
Screening negativo
CDC, 2010
Profilaxia intraparto EGB: TPP
MMWR vol 59 RR-10,2010
Gestante admitida em TPP
Obter swab vaginal / retal para EGB e iniciar profilaxia
sim
TPP continua
Continuar profilaxia até nascimento
não
Suspender profilaxia
Obter resultado da cultura EGB
Positivo
Negativo
Cultura não disponível no início do TP e ainda PT
Profilaxia no início do TP
Não fazer profilaxia no inicio do TP
Repetir cultura entre 35-37sem
(se ainda não nascido)
Profilaxia intraparto EGB: RPM
MMWR vol 59 RR-10,2010
Obter swab vaginal / retal para EGB e iniciar ATB para
latência ou profilaxia EGB
sim
Paciente entrou em TP
Continuar profilaxia até nascimento
não
Continuar ATB para latência ou
por 48h se para profilaxia
Obter resultado da cultura EGB
Positivo
Cultura não disponível no início do TP
Profilaxia no início do TP
Negativo
Não fazer profilaxia no inicio do TP
Repetir cultura entre 35-37sem
(se ainda não nascido)
Algorítimo prevenção da doença por EGB em RN
Sinais/sintomas sepse RN
sim
Avaliação diagnóstica completa
Iniciar ATB
não
sim
Avaliação limitada
Corioamnionite materna?
Iniciar ATB
não
Profilaxia materna EGB indicada?
não
Cuidados clínicos rotina
sim
Mãe recebeu ≥ 4h ampi, penic, cefazol IV
sim
Observação min ≥ 48h
não
≥ 37sem ou RPM < 18h
sim
Observação min ≥ 48h
não
< 37sem ou RPM ≥18h
sim
Avaliação limitada
Observação min ≥ 48h
MMWR vol 59 RR-10,2010
Avaliação diagnóstica completa
Hemograma completo
Hemocultura
( PCR )
Rx tórax
Líquor
Avaliação limitada (1ª 6 horas de vda e 24h após)
Hemograma completo
( PCR )
Hemocultura: antes do início do tratamento
Sepse Tardia
Incidência
Estima-se que para cada infecção
documentada
entre 11 e 23 RN não infectados são tratados
em
UTIs Neonatais
EUA, NIH, 2004: 10-38% sepse confirmada
Brasil, RBPN, 2006-2008 (8 centros): clinica 16 a 40%; confirmada 16 a 39%
Botucatu, Silva, 2007 (5 anos): 10% sepse confirmada
Stoll et al, 2004; Silva, 2007; Bentlin & Rugolo, 2010; Rugolo et al, 2010; Brito et al, 2010
Diagnóstico Difícil
Fatores de Risco
Pretermo
MBP
Infecções
Estado nutricional
RN
Infra-estrutura
Super lotação
Ambiente Procedimentos
NPP Cateter VM
Jejum na primeira semana de vida
Não atingir dieta plena até 15 dias de vida
Stoll et al, 2002
Não recuperar peso de nascimento até 22 dias de vida
Quadro Clínico Inespecífico
Desacelerações e ↓ variabilidade da FC (monitorização contínua)
12 – 24 h antes das manifestações clínicas sepse Griffin et al 2005; 2007
Obstetras
↓ variabilidade FCF
Desacelerações transitórias
Fairchild & O’Shea, 2010
Variabilidade FC
Monitorização contínua FC
↓ variabilidade FCF
Desacelerações transitórias
24h antes quadro
Fairchild & O’Shea, 2010
Diagnóstico
Clínico
Estafilococos coagulase negativa e Fungos
Início insidioso
Gram negativos : evolução rápida (choque)
Agentes Etiológicos e Resistência
Gram + : Estafilococo coagulase negativa
↑ Incidência ( > 50% )
↓ Mortalidade (10 %)
MRSA – MRSE - VRSA – VISA - VRE
Gram < Incidência (22,5%)
> Mortalidade (25%) Pseudomonas até 50%
Beta lactamase espectro expandido
Carbapenemase
Fungos
Incidência
Mortalidade
1 a 1,5% (UTI Neonatal – 10 a 15% RN < 1000g)
25 a 50%
Rubin et al, 2000; Cunha et al, 2002; Isaacs, 2003
Rugolo, 2004
Jiang et al, 2004; Gordon et al, 2006
Diagnóstico
Laboratorial
• Ex. inespecíficos → Baixa acurácia
• Culturas = padrão ouro → Demora
• Novas técnicas → Custo
Hemograma
PCR
Hemocultura
Rx
LCR
Urina
Saez-Llorenz & Mc Cracken, 1993
Novos Marcadores
PCT –atividade quimiotática e ↑ AMPc
S e E: 87 a 100% sepse confirmada
↑ 4h → pico 6 a 8h → ↑ 24h
Meia vida 25 a 30h (dep IG)
↑ Menor na infecção por SCN
Biologia molecular
PCR em tempo real
Testes rápidos: Gram+, GramBentlin & Rugolo, 2010
Curvas de Crescimento Bacteriano
Coleta Adequada
Tipo curva
Tempo crescimento
C
B
D
A
Contaminação
Fases Crescimento Bacteriano
A- Lag
B- Log
C- Estacionária
D- Morte
Tratamento
Golden hour
0 a 5 min: reconhecer; oxigenar;
acesso vascular
5 a 15min: fluidoterapia; corrigir Ca, gli
iniciar ATB
15 a 60min: choque refratário a volume;
iniciar inotrópicos/vasopressores
> 60min: choque refratário catecol;
corticóide ; inibidor fosfodiesterase
Tratamento
Fluidoterapia - cristalóides
RNT - até 60ml/Kg (10ml/kg em 10 min)
RNPT – até 20ml/Kg ( 10 ml/Kg em 30 min)
Drogas
dopamina → dobutamina SN → adrenalina → corticóide
Dopamina: melhora pressão sanguínea
Adrenalina: doses baixas : β 1 – 0.375 mcg/kg/min
Corticóide: hidrocortisona 1mg/kg dose a cada 4h 3d (regressão 50%)
Terapia Empírica Sepse Tardia
Qual deve ser o Antibiótico de
escolha?
Dados do Serviço (padrão microbiológico e sensibilidade)
Seguir guidelines e protocolos
Tratar infecção e não contaminação
ATB: Potentes e de menor espectro
Otimizar dose, via administração, tempo tratamento
Saber parar o tratamento
Infecção não confirmada
Cura
Cultura negativa
Tratamento - Antibioticoterapia
• Doses: IG e PN
• Níveis séricos
• Tempo tratamento
• Padrão de resistência
Terapia empírica
ou Amica)
→ Oxacilina + Aminoglicosídeo (Genta
RESTRINGIR USO → VANCOMICINA E CEFALO 3A
Meningite: tratamento prolongado
usar Cefalosporina de 4ª geração
Terapia Empírica Sepse Tardia
O que não usar ?
Cefalosporinas de 3ª geração
Vancomicina
Carbapenêmicos (imipenem, meropenem)
Por quê não usar?
Pouco ou nenhum benefício
Bactérias ESBL
Emergência outras resistências
Candidíase invasiva
Benjamin et al, 2000; Benjamin et al, 2004; Benjamin et al, 2006
Fatores risco x Infecção por Germes multi R
Amoxacilina + CEFOTAXIMA
 em 3xx o risco de Gram - Resistentes a Cefotaxima
↑
 em 18xx o risco de Gram - Resistentes a terapia empírica
↑
Man et al, 2000
Fatores risco x Infecção por ESBL
Uso CEFO em RN com exposição prévia ATB
Cada dia adicional de Ampi + Genta
Uso prolongado de CEF ou Tobra
 34 xx
 3 xx
 1,5 xx
Le et al, 2008
Situações Específicas: Infecção Fúngica
Quando
suspeitar ?
Benjamin et al, 2000
PT < 1000g, CVC - NPP – VM
UTI  incidência infecção fúngica
Uso ATB amplo espectro (CEFALO 3ª)
Infecção não responde trat. e hemocultura Esteróide sistêmico
Instabilidade cardiovascular
Quando iniciar terapia
empírica ?
Plaquetopenia inexplicada
< 25 sem a despeito da plaquetopenia
25-27s e uso prévio CEFALO 3ª / carbapenêmico
Colonização multiplos sítios
FLUCONAZOL
12mg/ /Kg/dia
Benjamin et al, 2003; Benjamin 2009
Prognóstico - Mortalidade
OMS: 4 milhões de mortes neonatais/ano
1/3: infecções graves e ¼ por sepse neonatal
Principal causa de morte após 1ª semana de vida
EUA, NIH, 2003:18% (9 a 74% agente)
Silva, 2007: 1999 a 2003: 10 a 44%
Stoll et al, 2004; Silva, 2007; Bentlin & Rugolo, 2010
Estratégia CDC, 2004
12 Passos
O controle da infecção
está em nossas mãos !!!
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