XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010. ESTRATEGIA DE MARKETING EM UM PLANO DE SAUDE: UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTA MASP NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E NA CONQUISTA DA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NO NORTE FLUMINENSE Denise Cristina de Oliveira Nascimento (UCAM) [email protected] ailton da silva ferreira (UFF) [email protected] GEANE BASTOS DE OLIVEIRA (UCAM) [email protected] Larrisssa Silva Viana (UCAM) [email protected] Alex Cabral Barbosa (UCAM) [email protected] Num contexto empresarial onde a crescente busca por satisfação tem aumentado gradativamente de acordo com os conhecimentos obtidos pelo consumidor, e sua consciência passa a ditar regras e fazer escolhas, torna-se factível a urgência pela aadequação por parte dos gestores de suas estratégicas empresariais às necessidades impostas pela demanda, e, ao se tratar de um ambulatório de um Plano de Saúde, essa demanda torna-se cada vez mais exigente, pois os usuários pagam para obter serviços de boa qualidade e por satisfação. O escopo deste trabalho visa identificar os benefícios observados no mundo empresarial, focando empresas que trabalham com serviços, especificamente com Planos de Saúde, ao adotar estratégias para manter clientes ao invés de simplesmente ir à busca de novos. Um dos problemas transação, ou seja, aqueles necessários à atração do consumidor, e esquecem que depois de conquistados, torna-se necessária adotar estratégias para mantê-los, estratégias que permitam sustentar um relacionamento com este consumidor, buscando alcançar a sua fidelização. Assim, com o intuito de fidelizar o consumidor tornando-o cliente, neste trabalho focou-se o pósmarketing, considerando ser esta a estratégia mais importante para se manter um relacionamento pró-ativo com clientes, ou seja, relacionamentos duradouros, servindo como sustentabilidade da empresa. Palavras-chaves: Marketing de Relacionamento; Masp, Plano de Saúde 1. Introdução A crescente necessidade de regulamentação no setor de saúde, incluindo a falta de conhecimento, de técnicas adequadas para o desempenho de um bom atendimento, como também a escassez de ferramentas que auxiliem gestores na resolução dos problemas, impactam diretamente na estratégia de competição, fazendo com que clientes migrem em busca de organizações que satisfaçam suas necessidades físicas e emocionais. Mesmo com essa consciência, alguns gestores não possuem a visão de que a satisfação do cliente amplia o ambiente organizacional, e que ao transformar usuários em clientes fiéis é possível além de manter os clientes já conquistados atrair novos clientes, com auxílio do marketing pessoal. Neste contexto, o foco deste estudo é destacar os principais fatores que influenciam a escolha de um consumidor, em especial a escolha por Planos de saúde e aplicar o Método de Análise e Solução de Problemas – MASP como uma ferramenta de gestão na melhoria da qualidade dos serviços prestados no atendimento ao cliente. 2. Justificativas Ao se tratar de uma empresa que presta serviços na área de Saúde, as condições de prestação de serviços e atendimento aos usuários, são observadas constantemente pelos clientes, que pagam para adquirirem planos de saúde adequados as suas necessidades. Esse tipo de estudo é algo escasso na cidade de Campos dos Goytacazes, norte do Estado do Rio de Janeiro, e tendo uma empresa com condições de atendimento e interesse para com seus usuários, é algo atrativo e muito competitivo, pois a quantidade de ofertas de planos de saúde é ampla, entretanto, não ocorrem satisfações percebidas. Este trabalho tem como objetivoidentificar os problemas ocorridos em um Plano de Saúde que impossibilitam a retenção e manutenção dos clientes de maneira a propor soluções para o auxílio a resolução dos problemas encontrados, pois destacamos a importância de melhorar o relacionamento com o cliente no sentido lucrativo não apenas para os usuários, mas principalmente para a empresa, que conseguirá melhor conhecê-lo, retê-lo e conseqüentemente, atrair maior número de clientes. 3. Definição do Marketing sua importância no contexto empresarial O estudo do marketing surgiu com a Revolução Industrial, que causou uma grande mudança nas empresas, o mercado passou a ser liderado pelos clientes e não pelos vendedores. Após a Revolução Industrial a concorrência começou a surgir, e a necessidade de atrair e lidar com os consumidores passou a ser priorizada (LAMBIN, 2000). Devido à importância do conceito de marketing, suas atividades incluem atenção para questões essenciais ao consumidor, portanto as atividades de marketing devem estar relacionadas e integradas com logística, planejamento, produção e avaliação das áreas das ciências gerenciais. Um dos focos do marketing é a fidelização, que significa reter os clientes, evitando que migrem para a concorrência. Portanto, este estudo proporciona informações que permitem fidelizar os usuários de um Plano de Saúde, tendo como fundamento não somente a transação (compra|venda), e sim uma conquista a longo prazo (KOTLER, 2003). 3.1. As Atividades do Marketing e suas Ferramentas 2 De acordo com a Associação Americana de Marketing: “Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, preço, comunicação e distribuição de idéias, bens e serviços, a fim de criar trocas que satisfaçam indivíduos ou organizações (NETO, PORTO, 2006). Kotler (1998) relata que o marketing oferece ferramentas para o auxílio da gestão empresarial, são elas: Segmentação e Posicionamento; Desenvolvimento de Produtos, Preço, Praça e Promoção. Segundo esse mesmo autor, segmentação e Posicionamento são as ferramentas utilizadas para identificação do público-alvo da organização, estabelecendo diferenciais competitivos e permitindo a potencialização do atendimento das necessidades do mercado. Neto e Porto, em seu trabalho publicado em 2006, apresentam uma ferramenta que definem como o mix de marketing, ou 4 P’s: produto, preço, praça e promoção, para os autores esta é a ferramenta com a qual a organização define qual produto será elaborado, qual o preço para a sua venda, quais serão os meios para que o produto chegue ao cliente e a empresa também define como o cliente obterá informações qualitativas e técnicas sobre o produto. 3.2. A Influência do Consumidor do Processo de Compra O posicionamento da empresa tem uma forte influência no dinamismo do consumo, em geral, qualquer tipo de marketing - merchandising, publicidade, fixação de preços, embalagem, distribuição e relações públicas, surgem do posicionamento. É certo que o posicionamento é considerado uma arma forte para as empresas, mas este não é garantido eternamente. Segundo Regis Mckenna (1999) “O número 1 de hoje não tem nenhuma garantia de que será o número 1 de amanhã”. Ao passar dos dias, novas tecnologias irão surgindo podendo transformar uma empresa de posição sólida para uma posição frágil de um dia para o outro. Outra força marcante para ser discutida são as tendências sociais, estas se identificam por estilos de vida de cada consumidor separadamente, podendo ser uma estratégia para empresa diferenciar esses grupos como sociedades que podem influenciar-se por estilos individuais. Por exemplo, um crescente interesse por questões ambientais gerou um grande impulso aos produtos de energia solar, ou seja, o desempenho de um produto é influenciado intensamente pelas opiniões prevalecentes da sociedade (POPCORN, 1999). 3.3. As Estratégias utilizadas pelas empresas na busca pelo atendimento da satisfação do cliente No trabalho escrito por Fader (2010) o autor relata que as organizações estão investindo em novas maneiras de mensurar a sensibilidade e as atitudes do cliente baseando-se em estatíticas e base de informações, o que demonstra que a tecnologia tem proporcionado conhecer os clientes cada vez melhor. O autor destaca que as tecnologias novas são capazes de reunir e processar dados podem se converter em ferramentas poderosas nas mãos de especialistas em marketing. O custo se destaca em termos de estratégia, tanto o custo que a empresa tem com a fabricação de produtos e prestação de serviços, quanto o custo que os consumidores pagam pela aquisição de determinada mercadoria ou serviço (KOTLER, 2003). Outra estrategia é considerada importante e constitui foco deste estudo, é a de fidelização de clientes, pois empresas devem estar preparadas para garantir os produtos e serviços de acordo com as características do seu público-alvo. Isto é, fidelização estratégica, ou seja, o esforço de habilitar toda a empresa para reter seus clientes ao longo do tempo (MOUTELLA, 2002). 3 Para se alcançar esses tipos de fidelização, é preciso que a empresa habilite seus funcionários para que eles tenham autonomia de decisão. Os funcionários têm que estar totalmente conscientes, envolvidos e integrados com os valores da empresa e do cliente. Precisam participar de programas de capacitação e motivação. Também precisam ouvir seus clientes com atenção e respeito e ter autonomia e responsabilidade para falar em nome da empresa. Devem ser treinados para analisar situações de conflito e tomar decisões em favor de clientes (MOUTELLA, 2002). O gráfico da Figura 1 mostra as razões para perda de clientes em uma empresa. Estão desapontados com a qualidade dos produtos 14% Acham o preço alto demais 9% Adotam novos hábitos 5% Mudança 3% Morte 1% Estão insatisfeitos com o atendimento 68% Figura 1 - Razões da Perda de Clientes por uma Empresa Varejista Fonte: MOUTELLA (2002) 3.3.1. Influência do Pós-Marketing com auxílio do Marketing de Relacionamento Existem vários níveis de relacionamento que uma empresa pode ter com seus clientes, estes dependem do grau de comprometimento com a fidelização do cliente. Quanto mais comprometida e empenhada a empresa estiver na valorização do relacionamento com o cliente, mais investirá na capacitação de seus funcionários. É a partir desse conceito que se desenvolve o marketing de relacionamento, permitindo uma segmentação comportamental de clientes que possibilita direcionamentos de estratégias diferentes. O Marketing de Relacionamento é o marketing focado no cliente atual, que utiliza toda e qualquer informação sobre ele como ferramenta para levar uma empresa ao sucesso. Significa usufruir de todas as informações para atingir aquele que deve ser o objetivo principal de uma empresa, que é fidelizar clientes de forma a retê-los (MOUTELLA, 2002). A Tabela 1, a seguir, mostra os diferentes níveis de relacionamento que as empresas podem manter com seus clientes: Básico Reativo Níveis de Relacionamento com Clientes A empresa vende ao cliente exatamente o produto ou serviço que ele precisa. O vendedor da empresa vende o produto e encerra o relacionamento, não havendo nenhum tipo de acompanhamento. A empresa procura o cliente como reação a uma solicitação. O vendedor vende o produto e pede ao cliente que, se tiver alguma dúvida ou problema, entre em contato. 4 Responsável A empresa entra em contato com o cliente. O vendedor entra em contato com o cliente, logo após a venda, para saber se o produto/serviço está de acordo com o esperado; o cliente também é incentivado a fornecer sugestões para a melhoria do produto/serviço. Pró-ativo A empresa se preocupa em aperfeiçoar a utilização do produto/serviço. O vendedor ou outro funcionário da empresa entra em contato com o cliente, de vez em quando, para fornecer informações sobre aperfeiçoamentos do produto/serviço ou sobre novos produtos que poderiam ser do interesse do cliente. Parceria A empresa está empenhada em encontrar formas de oferecer mais valor (qualidade) aos clientes. O foco no cliente é um compromisso de toda empresa. Tabela 1: Níveis de relacionamento com clientes Fonte: MOUTELLA (2002) Segundo Neto e Porto (2006, p.82), para início de uma relação utiliza-se dados chamados de data base marketing, que são ferramentas de suporte para uso do marketing de relacionamento, chamados de bancos de dados. Os tópicos abaixo mostram algumas ferramentas utilizadas para obtenção de dados sobre os clientes. 1- Marketing de relacionamento: Identifica clientes e mantém relacionamento forte e valioso com eles. 2- Marketing Direto: São feitos por meio de propagandas que interagem diretamente com consumidores, de maneira a chamar a atenção, em que se obtém uma resposta direta. 3- Tecnologia de informação: Aplicação de elementos responsáveis para captar, armazenar e disponibilizar informações. 4- Data base de marketing: é um arquivo dos clientes, um sistema de banco de dados com recursos para identificar o comportamento de cada cliente. O marketing de relacionamento é a chave para a construção de relacionamentos duradouros, é a criação de valores, confiança, pois clientes satisfeitos têm maior probabilidade de se tornarem clientes fiéis, e estes dão a empresa maior participação em suas preferências (KOTLER, 2003). 3.4. A demanda por Planos de Saúde no Brasil Segundo os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Município (PNAD) de 1998 e 2003, indicam que cerca de 25% da população possuem plano de saúde privado no Brasil, sendo que 54% são mulheres. A análise da proporção de pessoas com plano de saúde segundo a idade simples mostra que no Brasil não temos uma concentração em nenhuma idade específica, porém há um crescente aumento de ingressantes com faixa etária mais elevada entre 40 aos 70 anos, e uma diminuição dos usuários mais jovens. Essa oscilação ocorre devido à diferenciação nos estágios de saúde desses usuários, pois os mais idosos têm maior probabilidade de doenças do que os mais jovens. Pode-se identificar através dos gráficos essa crescente procura pela aquisição de planos com o decorrer da idade. Nos gráficos da Figuras 2, a seguir, é possível a visualização desta oscilação: 5 Figura 2 - Proporção de pessoas com plano de saúde Fonte: MAIA (2004) Quando se refere a Plano de Saúde, os preços também são fatores estratégicos, pois além da escolha de fazer um plano ou não, o indivíduo também se defronta com a escolha de cobertura. Ao se tratar de cobertura é possível identificar três diferentes tipos, com diferenças em relação ao preço, que são cobertura ambulatorial, hospitalar e completo. A cobertura ambulatorial se refere aos gastos não associados à internação hospitalar, esse tipo de gasto ocorre com maior freqüência, pois doenças mais simples como consultas de rotina, até as mais sérias, são passadas pelo ambulatório. A cobertura Hospitalar se refere aos gastos quando o estado da doença requer uma internação, ocorrendo com menor freqüência, porém os gastos são superiores devido ao estado da doença. E a cobertura completa abrange os dois estados, desde o ambulatório até o hospital (MAIA, 2004). Todo usuário pretende conciliar o melhor atendimento, com a sua capacidade mensal, nesse ponto, empresas que utilizam estratégias diferentes de coberturas, como por exemplo, planos diferenciados por tipos de condições financeiras, abrangem uma força na competitividade, pois encontrar uma empresa que ofereça cobertura completa e que não pese tanto no bolso dos usuários é algo inovador, pois a maioria das empresas não utiliza esta estratégia. A Tabela 2, a seguir, mostra a participação de cada segmento do plano segundo o tipo de adesão. Em geral os indivíduos que compram Planos de Saúde optam pela cobertura completa, cerca de 90% em 98 e 2003. O plano ambulatorial tem uma participação relativamente maior quando a adesão é individual. Chama a atenção o aumento da participação do segmento de planos ambulatoriais nos planos individuais de 1998 para 2003. Essa mudança provavelmente é resultado da regulamentação que definiu uma cobertura muito generosa de procedimentos no plano de referência (PNAD -1998 e 2003). 1998 Adesão 2003 Completo Ambulatorial Hospitalar Completo Ambulatorial Hospitalar 89,72% 7,77% 2,50% 89,11% 8,61% 2,28% 87,34% 10,18% 2,48% 84,05% 13,78% 2,17% 88,94% 8,56% 2,50% 87,28% 10,47% 2,24% Coletiva Adesão Individual Total Fonte: : MAIA (2004) 6 Tabela 2 – Distribuição relativa dos indivíduos segundo o grau de cobertura do plano de saúde, por categoria de adesão ao plano –1998 e 2003 Em relação aos grupos etários, a Tabela 3 mostra a composição etária em cada tipo de cobertura. O resultado interessante dessa análise é a maior participação dos grupos etários mais jovens (até 39 anos) no plano ambulatorial. Os três grupos: 0 a 17 anos, 18 a 29 e 30 a 39 têm uma participação relativa maior que aquela observada na população total. Esse fato sugere que os jovens escolhem uma cobertura mais adequada para tratamento preventivo, já que a probabilidade de internação é muito baixa. Até 17 anos Completo 30,94% 18 a 29 anos 18,86% 30 a 39 anos 17,92% 40 a 49 anos 15,05% 50 a 59 anos 9,04% 60 a 69 anos 5,1% Mais de 70 3,1% Fonte: MAIA (2004_ 1998 Ambulatorial 34,84% Hospitalar 31,94% Completo 26,41% 2003 Ambulatorial 30,04% Hospitalar 24,69% 21,1% 19,5% 12,67% 6,39% 3,31% 2,19% 17,89% 15,5% 15,75% 9,17% 5,12% 4,63% 19,84% 17,01% 15,93% 10,07% 5,88% 4,23% 22,59% 17,71% 13,95% 8,22% 4,17% 3,31% 20,44% 15,4% 14,99% 11,05% 6,85% 6,59% Tabela 3 – Distribuição relativa dos indivíduos por faixa etária segundo o grau de cobertura do plano de saúde– 1998 e 2003 3.4.1. Marketing de Relacionamento em Setores de Saúde O marketing de relacionamento é uma ferramenta que pode ser utilizada em setores de saúde, pois a satisfação do paciente está ligada à qualidade dos serviços, a percepção do paciente sobre os próprios resultados clínico e a satisfação geral com a Organização de Saúde (OLIVER et al., 1997). Há nos planos de saúde a busca pela manutenção do cliente, através do aumento da sua percepção de valor sobre o serviço prestado, associado à melhoria de seus indicadores de saúde, que por conseqüência, atenderiam ao objetivo da seguradora de reduzir no cliente a necessidade de utilizar os serviços vinculados a consultas, exames e cirurgias. A melhoria da saúde não se dá no curto prazo e depende de atividades de medicina curativa, medicina preventiva e de ações de promoção e preservação da saúde, no que diz respeito ao bem-estar físico, emocional e social. Portanto, ampliar os negócios com clientes atuais é muito mais eficiente que conquistar novos. Reichheld (2006) compilou dados indicando que um aumento de 5% na Retenção de Clientes poderia gerar melhoria de 25% a 75% nos lucros. Demonstrou ainda que empresas com os mais altos índices de lealdade de clientes geralmente apresentaram mais que o dobro de crescimento em receitas do que seus concorrentes. Reichheld e Kenny (1990) não conseguiram quantificar totalmente o valor da Retenção de clientes, mas apontam alguns referenciais que, segundo estes autores, são muito importantes: a) os gastos para a aquisição de novos clientes ocorrem apenas no primeiro ano, fazendo com que quanto mais longo o relacionamento, menor a amortização do custo de aquisição do cliente; 7 b) o custo de manutenção de um cliente é relativamente fixo, ou seja, as despesas com a manutenção de clientes reduzem percentualmente em relação ao faturamento; c) clientes antigos expandem seus relacionamentos e adquirem mais produtos e serviços; d) clientes antigos atuam como referências ativas para familiares e amigos para atrair novos clientes; e) a promoção da Saúde do segurado deve trazer maior Rentabilidade, uma vez que clientes mais saudáveis tendem a utilizar menos os planos. 4. Metodologia O procedimento metodológico utilizado neste trabalho é um estudo de caso, com pesquisa de campo, de maneira a diagnosticar os problemas existentes no relacionamento empresa/consumidor em uma empresa que possui um ambulatório de atendimento específico para um determinado plano de saúde. Também foi utilizada a Ferramenta MASP Também será proposta a utilização da ferramenta MASP (Metodologia de Análise e Solução de Problemas), que é uma metodologia extremamente simples e prática para proporcionar a retenção de clientes, auxiliando a solução das dificuldades do setor de forma ordenada e lógica, facilitando a análise de problemas, determinação de suas causas e elaboração de planos de ação para eliminação dessas causas. 4.1. Tipologia da Pesquisa Silva e Menezes (2001) classificam a pesquisa segundo sua natureza (básica e aplicada), sua abordagem (quantitativa e qualitativa), seus objetivos (exploratória, descritiva e explicativa) e seus procedimentos técnicos. À luz destas definições pode-se classificar este trabalho como um estudo aplicado, pois os resultados foram aplicados em uma empresa específica; qualitativo, pois as discussões são subjetivas com a exploração dos fatos na empresa em estudo. Quanto aos objetivos é de caráter descritivo/analítico a qual será realizada através de um estudo de caso junto ao segmento de Saúde em meio ao processo de relacionamento empresa|consumidor. 4.3. Instrumento da Coleta de Dados Foi aplicado um questionário diretamente aos usuários, sendo selecionados por faixa etária, dando maior atenção para os idosos que são os usuários que procuram com maior freqüência os serviços do setor, além de propor a utilização das ferramentas do marketing como auxílio na identificação de problemas. Para obtenção dos dados descritivos foi aplicado um questionário fechado junto aos usuários, contendo perguntas específicas com objetivo de levantar informações de alguns problemas existentes. O objetivo do questionário é disponibilizar informações com relação ao Nível de Serviço da empresa, considerando: − A percepção do cliente sobre o Nível de serviço oferecido pela empresa; − A expectativa mínima do cliente em relação à empresa; − A percepção do cliente, focando os idosos, sobre o desempenho da empresa em estudo 5. Análise do Estudo de Caso 8 Através do auxílio do marketing de relacionamento e a pesquisa da insatisfação com a aplicação do questionário, foi possível que a empresa se aproximasse de seus clientes, e esse contato direto com os consumidores foi a melhor maneira para se levantar informações das insatisfações percebidas. Com isso, foi possível perceber, através das respostas obtidas que os principais motivos de tais insatisfações são causados pela má administração que a gerência desse setor possui. Problemas como falta de atendimento adequado foi apontado como ponto forte de todos os outros problemas, pois se tal empresa se preocupasse em saber todas as dificuldades dos seus consumidores, os problemas seriam minimizados. A falta de comprometimento da empresa com seus usuários é algo visível inclusive pelos funcionários, que tão desmotivados quanto os consumidores, sentem-se incapacitados de resolver tais problemas como: a carência de atenção, a escassez de médicos adequados, a dificuldade de agendamento de consultas, a não possibilidade de marcação de consultas, a dificuldade do atendimento emergencial, a burocracia dos encaminhamentos, a demora da autorização e de marcação dos exames, a falta de funcionários motivados a um bom atendimento, a espera pelo atendimento agendado, a cobrança de juros pelo atraso de pagamentos, o aumento anual das mensalidades. Estes são os problemas mais freqüentes dentre os 350 usuários que responderam os questionários, porém levando em consideração que esse número não atende nem 10% dos usuários totais do plano,pois tirando uma média baseado na faixa de consultas mensais deste plano, o número de usuários chegam em torno de 7000 usuários por mês. Essas informações foram obtidas através de funcionários desta determinada empresa que possui um sistema de atendimento CPS onde se registra todas as consultas por ali passadas. Percebe-se com clareza que tal empresa não se baseia em satisfazer seus clientes, e sim em expandir-se organizacionalmente, ou seja, se empenha na busca de novos consumidores e não na satisfação dos atuais. Ao retirar informações de cadastros de usuários no sistema utilizado pela empresa (CPS), identificou-se que desde 1992, data de inauguração do plano, até 2009, o cancelamento de planos foi superior a 50%. De 1992 a 1998 o plano obteve um número de 36.999 usuários, no período de 1995 a 2000, começou a perceber um grande declínio de usuários, observando que já nesta data o valor de 36.999 passou para 30.000 usuários. Em 2007, o plano ampliou o número de usuários para 65.564, ou seja, houve um aumento significativo de 177,20%, devido a novos contratos feitos pela empresa através de convênios com outras empresas. Este valor em 2009 caiu 43,57%, e permaneceu com o número de 28.565 usuários no plano. Esta estatística foi baseada através de dados cadastrais do sistema CPS, que arquiva todas as inclusões de matrículas como também as de cancelamento. Essa diminuição em um curto período se deu devido às insatisfações desses usuários, o que é algo preocupante para o plano, pois este valor só tende a aumentar se esses determinados problemas não forem resolvidos. 9 PERDA DE CLIENTES 70000 65564 60000 50000 Quantidade 1992 40000 1995 36999 1998 29036 30000 30000 2000 28565 2007 2009 20000 17000 10000 0 Variação de clientes por ano (1992 à 2009) 5.1. Sugestões de Melhorias e Ações Corretivas Aplicadas em Campo Com a pesquisa de campo no ambulatório Hospitalar, foi claramente observado que este setor precisa antes de tudo de uma ferramenta que auxilie no sistema integrado da gestão para a tomada de decisões certas com objetivo de resolver determinados problemas. Os problemas citados pelos usuários foi algo solúvel, pois o marketing de relacionamento proporcionou a aproximação desses usuários junto à administração do Plano. Com essa alteração foi possível a observação dos problemas mais freqüentes dentro da empresa, que durante um mês, observou-se diferença neste setor em relação às reclamações dos usuários. Os funcionários passaram por treinamentos, através do qual puderam ampliar a qualidade do atendimento. Foi proporcionado pela empresa treinamento periódico com os funcionários, como também reuniões de estímulo, devido a desmotivação pela falta de capacidade para resolução de problemas. Hoje os funcionários afirmam que as reuniões serviram como forma de expor os fatos acontecidos no dia-a-dia para que a administração fique ciente do que está se passando no local de trabalho, como também do suporte que esses funcionários necessitam durante todos os dias, afinal, são eles que escutam as maiores reclamações dos usuários. A administração passou com isso a ser mais participativa, começou a ouvir as necessidades dos funcionários durante um período de trabalho, como também começou a se preocupar mais com a questão das reclamações por eles percebida. Os problemas de médicos credenciados não houve uma solução imediata, pois a administração preferiu não mexer no balanço do ambulatório até que a estrutura organizacional seja ampliada. O arranjo físico do Ambulatório em que suporta um nível alto de usuários, está sendo ampliado, de 8 salas de atendimento passarão para 15, mas existe planos de ampliações 10 maiores no futuro. Com isso os problemas de dificuldade no ambiente de trabalho incluindo os lugares de espera, foram solucionados em parte. A marcação de consultas, ou seja, o chamado Call Center, foi o problema de maior dificuldade de solução, pois são muitos usuários para simplesmente um ramal de atendimento distribuído para cinco funcionários, ou seja, se este é o único meio de se marcar uma consulta neste plano, isso se torna cada vez mais impossível. A proposta foi de apenas ampliar este Call Center, e incluir uma sala no atendimento para que os usuários pudessem também marcar consultas pessoalmente, isso facilitaria não apenas os usuários mas também a empresa que teria argumentos a utilizar quando houver uma reclamação da marcação por telefone. Todas essas alterações tornaram a empresa mais próxima de seus consumidores, que além de alterações feitas com intuito de melhoria na organização, foram elaborados projetos de benefício aos consumidores, como projetos de prevenção à saúde, diabetes, câncer de mama, câncer de próstata, entre outros projetos que os usuários se sentiram satisfeitos, pois perceberam a melhoria na qualidade do serviço prestado. Esse plano beneficiou os usuários com palestras de demonstração de doenças, café da manha elaborado pela empresa, programas de ginástica, caminhada, entre outras atividades para prevenir tipos de doenças mais sérias, no entanto, mais freqüentes. Esse Marketing fez com que os usuários satisfeitos espalhassem informações aos demais, criando um vinculo de satisfação. A ferramenta MASP foi integrada juntamente com o sistema já existente do plano, trazendo informações que antes não eram obtidas, como tempo de atendimento, falta de médico, freqüência de consultas, marcações e faltas, ou seja, informações necessárias para que a empresa conheça o histórico do usuário. 6. Considerações Finais Drucker, em seu trabalho publicado em 1995, relata que o relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa e que qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é provocado por uma falha empresarial. Esta citação vem de encontro aos resultados obtidos com a realização deste trabalho de conclusão de curso. A pesquisa realizada permitiu detectar que a má administração constitui o principal fator para os problemas de relacionamento empresa/consumidor. 11 Além da má administração foram citados como causas para os problemas: a falta de atendimento adequado, a falta de comprometimento da empresa com seus usuários, a falta de administração no que se refere a carência de atenção, a escassez de médicos adequados, a dificuldade de agendamento de consultas, a não possibilidade de marcação de consultas, a dificuldade do atendimento emergencial, a burocracia dos encaminhamentos, a demora da autorização e de marcação dos exames, a falta de funcionários motivados a um bom atendimento, a espera pelo atendimento agendado, a cobrança de juros pelo atraso de pagamentos, o aumento anual das mensalidades. Como conseqüência da má administração derivou-se a desmotivação do profissional e a sensação de incapacidade que se refletia na prestação de serviços oferecidos pela empresa. Considerando o foco deste estudo, onde acredita-se que as empresas devem usar o marketing de relacionamento para seduzir o cliente, usando estratégias para conhecer profundamente cada um, identificando seus preferenciais, tornando-o conhecido por todos os funcionários e que a liderança em uma determinada categoria de negócios está atrelada a estes fatores: concluí-se que a empresa em estudo se encontrava muito distante do que ser espera de uma empresa que busca a liderança de uma categoria e a fidelização de seus clientes. No entanto, considera-se o objetivo atingido, visto que o trabalho conseguiu levantar informações sobre o principal o problema detectado, que foi a falta de conhecimento sobre o mercado consumidor. Estas informações propiciaram a empresa dispor de um panorama sobre as causas de seus problemas e visualizar possíveis resoluções para os mesmos. Referências CHURCHILL, JR., PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. 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