Cultivo do Maracujazeiro na Zona da Mata Rondoniense

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Cultivo do Maracujazeiro na
Zona da Mata Rondoniense
Maciel Silva Lemos
Emanuel Maia
Anna Frida Hatsue Modro
Isac Fogaça
1
Associação de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado de Rondônia
Secretário Executivo
Elisafan Batista de Sales
Secretário Executivo Adjunto
Francisco Mendes de Sá Barreto Coutinho
Coordenador Técnico e de Planejamento
José Tarcisio Batista Mendes
Coordenador Administrativo e Financeiro
Hermes José Dias Filho
Gerente de desenvolvimento Agropecuário Sustentável
José de Arimatéia da Silva
Gerente Regional do Território Zona da Mata e Vale do Guaporé
Albertina Botega Marangoni
Gerente Local
Isac Fogaça
Impressão
Gráfica EMATER-RO
CENTRO DE GERENCIAL DA EMATER/RO
Av Farquar, 3055 – Panair
CEP: 76.801-361 – Porto Velho – RO
Tel: (69)3217-0705 – FAX: (69)3211-0745
www.emater-ro.com.br
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DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
2
Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia
Universidade Federal de Rondônia – Campus de Rolim de Moura
Maciel Silva Lemos
Emanuel Maia
Anna Frida Hatsue Modro
Isac Fogaça
CULTIVO DO MARACUJAZEIRO NA ZONA DA
MATA RONDONIENSE
Rolim de Moura
2012
i
Autores
Maciel Silva Lemos
Engenheiro Agrônomo, Esp. Georreferenciamento,
Extensionista Rural, EMATER-RO.
E-mail: [email protected]
Emanuel Maia
Engenheiro Agrônomo, DSc. em Fitotecnia, Professor
Adjunto do Depto de Engenharia Florestal – UNIR/RM.
E-mail: [email protected]
Anna Frida Hatsue Modro
Bióloga, Dra. em Entomologia, pesquisadora do Depto. de
Engenharia Florestal – UNIR/RM.
E-mail: [email protected]
Isac Fogaça
Engenheiro Agrônomo, Esp. Georreferenciamento,
Extensionista Rural, EMATER-RO.
E-mail: [email protected]
.
ii
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 1
CARACTERÍSTICAS DA PLANTA E CULTIVARES.................................................. 1
Características botânicas ................................................................................................ 1
Principais espécies de importância para fruticultura ..................................................... 2
Cultivares........................................................................................................................ 3
CLIMA E SOLO ................................................................................................................ 5
PREPARO DO SOLO PARA O PLANTIO ..................................................................... 6
Aquisição ou produção de muda .................................................................................... 6
Formação de mudas em sacolas de plástico................................................................... 7
Semeadura ...................................................................................................................... 8
Condução das mudas em viveiro ................................................................................... 8
Controle de doenças e pragas no viveiro ....................................................................... 8
Porte das mudas para o plantio ...................................................................................... 9
IMPLANTAÇÃO DO POMAR ........................................................................................ 9
Cuidados na escolha da área .......................................................................................... 9
Sistema de condução em espaldeira vertical.................................................................. 9
Espaçamento................................................................................................................. 10
Preparo das covas ......................................................................................................... 10
Transplantio .................................................................................................................. 10
Transplantio e cuidados com as mudas ........................................................................ 11
Adubação.......................................................................................................................... 11
Podas ................................................................................................................................ 12
POLINIZAÇÃO ............................................................................................................... 13
Polinização natural ....................................................................................................... 13
Polinização artificial..................................................................................................... 14
COLHEITA ...................................................................................................................... 15
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS .......................................................................... 16
PRAGAS E DOENÇAS .................................................................................................. 17
CUSTOS DE PRODUÇÃO ............................................................................................. 22
BIBLIOGRAFIAS ........................................................................................................... 24
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APRESENTAÇÃO
A cultura do maracujazeiro geralmente é adotada por aqueles que querem iniciar
na produção de fruteiras, pois é relatada dentre as fruteiras como uma cultura de
menores custos de implantação e de fácil manejo. Contudo vale comentar que o
maracujazeiro exige alguns cuidados especiais para se obter bons resultados.
O maracujazeiro é uma planta originária do Brasil, adaptada a altas temperaturas
e precipitação bem distribuída sendo apreciada no mundo inteiro pela beleza de suas
flores. Atualmente é cultivada em vários estados do Brasil, porém regiões como a Norte
e Nordeste apresentam-se mais favoráveis para a sua produção.
O maracujazeiro amarelo é uma planta auto-incompatível, ou seja, o pólen
produzido por uma flor não consegue fecundar outra flor da mesma planta. Como
principais agentes polinizadores temos as mamangavas, sendo que as abelhas melíferas
(colméia, europa, ou africanizadas) normalmente são prejudiciais a cultura devido ao
seu pequeno tamanho, retiram o pólen e o néctar da flor do maracujazeiro sem o
polinizar, o que acarreta em baixas produções na lavoura.
CARACTERÍSTICAS DA PLANTA E CULTIVARES
Características botânicas
O sistema radicular do maracujazeiro-amarelo é considerado superficial, estando
concentrado nos primeiros 30-40cm de solo e num raio de 50cm, chegando essa porção
de solo a sustentar 60 a 80% do sistema radicular do maracujazeiro.
O maracujazeiro é uma planta que floresce e frutifica em vários meses do ano.
Considerada planta de “dias longos”, necessita entre 11 a 12 horas de luz para florescer.
Observa-se menor produção do maracujazeiro com a diminuição dos níveis de radiação
solar, não observando flores sob intenso sombreamento. Na Zona da Mata, as flores do
maracujazeiro se abrem por volta das 11 horas e fecham-se após as 18 horas (Mira,
2012).
O período produtivo da cultura concentra-se nos meses de dezembro a julho, e
os maiores preços da fruta são obtidos entre agosto e novembro, devido à diminuição da
oferta do produto no comércio que está relacionada à menor duração do período
luminoso no sudeste e centro-oeste, e a seca em Rondônia. A disponibilidade de água
também é fator importante na produção da frutífera que, em períodos secos, tem queda
de botões florais, redução do florescimento, queda de frutos, além do comprometimento
1
da fecundação e do desenvolvimento da planta, com conseqüente diminuição da
produção. Mas a irrigação é uma boa alternativa para o agricultor que almeja a produção
de maracujazeiro durante todo o ano (Oliveira, 2011). O maracujazeiro inicia sua
produção de frutos entre 4 a 10 meses após o plantio das mudas no campo, podendo
variar este tempo devido a época de plantio ou do uso de irrigação.
Principais espécies de importância para fruticultura
Maracujá amarelo ou azedo: Passiflora edulis Sims f. flavocarpa – ou maracujá-azedo
ou amarelo é o mais conhecido e o mais cultivado. O fruto é redondo ou oval, com a cor
da casca verde, antes da maturação, e amarela quando maduro (Figura 1A). A polpa é
predominantemente ácida, com coloração variando do amarelo claro ao laranjaavermelhado. Os frutos podem ter entre 60 a 700g, com rendimento de suco entre 2545%. Sua utilização na forma de suco é muito apreciada, mas o consumo da fruta fresca
está em crescimento em todo o Brasil. É a principal espécie plantada comercialmente
em Rondônia.
Maracujá roxo: Passiflora edulis Sims pode ser utilizado para suco ou como fruta
fresca. É a variedade mais cultivada na Austrália e na África do Sul. O fruto é redondo,
com a cor da casca verde, antes da maturação, e arroxeado após o início do processo e
quase preta quando maduro (Figura 1B). Esse maracujá é bem desenvolvido em regiões
de clima frio e de elevadas altitudes. O cruzamento do maracujazeiro-amarelo com o
maracujazeiro roxo produz o tipo de fruto denominado como maracujá maçã (Figura
1C).
Maracujá doce: Passiflora alata - se difere das demais espécies comerciais pelos
frutos, que são ovais ou periformes, com casca muito alaranjada, lembrando o mamão
papaia. Em campo, antes da frutificação, pode ser diferenciado pela seção quadrangular
do caule. É usado também como ornamental, pois suas folhas permanecem abertas
durante o dia todo. O peso dos frutos varia de 80 a 300 g, com comprimento médio de
10,5cm e 8cm de largura. A polpa é adocicada com forte e agradável odor, mais
enjoativa se utilizada na forma de suco, por isso, tem sido consumido exclusivamente
como fruta fresca (Figura 1D).
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A)
B)
divulgação IAC
C)
D)
Divulgação http://www.cenourao.com.br
Figura 1. Espécies e tipos de maracujá. A) Maracujá amarelo; B) Maracujá roxo; C)
Maracujá maçã; D) Maracujá doce.
Cultivares
Até poucos anos atrás não se falava de variedades ou cultivares de maracujá,
porém em função de pesquisas recentes foram lançados materiais de boa qualidade. Eles
integram pomares comerciais, principalmente no sudeste e centro-oeste, necessitando
maiores estudos sobre seu comportamento nas demais regiões brasileiras. Em Rolim de
Moura, há plantios sendo acompanhados pela Universidade Federal de Rondônia e
EMATER com a cultivar 275 do IAC.
Cultivares comuns ou seleções locais
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São as variedades mais conhecidas em todo o país, de maneira geral não
sofreram processo de melhoramento genético, por isso apresenta grande variabilidade
tanto na produção, qualidade dos frutos e na resistência a pragas e doenças.
Alguns exemplos são os pomares formados por sementes retiradas de outros
pomares comerciais existentes na região. Estes pomares geralmente estão associados a
problemas referentes à produtividade e qualidade de frutos, como os pomares não são
específicos para produção de sementes as mudas formadas por estas plantas
normalmente apresentam menor vigor, menor produção e rendimento de suco variando
entre 19 a 35% (Resende, 2011).
Híbridos ‘IAC Série 270’ (IAC-273; IAC-275; IAC-277)
Esses híbridos foram obtidos pela continuidade do programa que produziu o
Composto IAC-27. Os híbridos IAC-273 e IAC-277 produzem frutos destinados ao
consumo in natura, enquanto o cv. IAC-275 tem dupla aptidão, com frutos com alto
teor de sólidos solúveis (açúcares) e rendimento em suco acima de 50%.
Apresentam também uma boa produção (acima de 35 t ha-1), porém não se
recomenda aos produtores retirar sementes dos pés devido à grande variabilidade que
poderá existir no próximo pomar.
Gigante Amarelo:
É um material híbrido, considerado de alta produtividade, produzindo na região
do cerrado em torno de 42 t ha-1. Segundo informações da Embrapa tem boa tolerância à
antracnose e bacteriose, mas é susceptível à virose, verrugose e às doenças causadas por
patógenos de solo e não há informação sobre maiores danos causada por pragas.
Plantios na Zona da Mata estão em fase inicial, não podendo realizar inferências sobre a
sua produtividade nesta região.
Ouro Vermelho:
Híbrido recentemente lançado pela Embrapa, considerado o a cultivar com maior
quantidade de vitamina C, com a polpa de cor amarelo forte. A produtividade nas
condições do Distrito Federal tem ficado em torno de 40 t ha-1 no primeiro ano, sem a
polinização manual. É tolerante a doenças foliares, incluindo a virose. Em diferentes
locais, tem-se comportado como tolerante a doenças causadas por patógenos do solo.
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Plantios na Zona da Mata estão na fase inicial, não podendo realizar inferências sobre a
sua produtividade na região.
Sol do Cerrado:
É outro híbrido da Embrapa que tem como vantagem não ter a necessidade de
polinização manual. A produtividade é semelhante a cv. Ouro Vermelho, tem tolerância
a doenças foliares, como bacteriose, antracnose e virose, mas é susceptível a doenças
causadas por patógenos de solo. Assim como os outros híbridos da Embrapa, este
híbrido também não foi testado na região, não podendo realizar inferências sobre a sua
produtividade.
CLIMA E SOLO
O maracujazeiro amarelo é considerado uma planta de clima tropical e
desenvolve-se melhor em regiões com temperaturas médias entre 23 e 27ºC. Comentase que o maracujazeiro roxo é mais adaptado a climas mais amenos.
O maracujazeiro apresenta uma característica interessante, pois floresce em
condições de elevada temperatura e luminosidade (duração do dia) acima de 11 horas.
Assim na região Norte como um todo, o maracujazeiro pode produzir durante todo o
ano com bastante intensidade e alcançar produtividades acima de 80 t ha-1.
O maracujazeiro é considerado também uma planta resistente à seca, no entanto,
requer nos primeiros meses bastante água, para poder desenvolver e ter um bom
pegamento das mudas. Requer também precipitação anual de 800 a 1.700mm anuais, e
bem distribuídas, e alta luminosidade. O agricultor deve optar por realizar o plantio em
solos de textura média, profundos e bem drenados, e não utilizar baixadas, solos
pedregosos ou com possibilidade de encharcamento.
Para a produção durante o período da seca na região da Zona da Mata, é
necessária a irrigação. Em experimento conduzido na Universidade Federal de
Rondônia, para este período, verificou-se a necessidade diária de 6mm em média de
água por planta.
As chuvas intensas também podem causar prejuízos a lavoura, pois há redução
do número de flores abertas, maior dificuldade para a polinização, além de maior
incidência de doenças. Ventos fortes também são prejudicais ao pomar, pois podem
derrubar as espaldeiras e ventos quentes e secos causam murchamento, e diminuem a
quantidade e qualidade dos frutos produzidos. Desta forma recomenda-se o uso de
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quebra ventos, que podem ser formadas por árvores, cana-de-açúcar, feijão guandu,
bananeiras entre outras, plantadas no sentido predominante que o vento incide no
pomar.
PREPARO DO SOLO PARA O PLANTIO
São recomendadas as operações de subsolagem, aração e de gradagem. A cultura
do maracujazeiro tem uma vida útil que possibilita até três anos de colheitas, contudo há
exemplos da renovação anual. É recomendado o preparo do solo toda vez que se renova
à cultura.
Em solos planos ou levemente inclinados, com boa drenagem, o maracujazeiro
pode ser plantado sem restrições. Em áreas com declividade suave a moderada,
recomenda-se o plantio do maracujazeiro em sistema de latada, que oferece maior
proteção ao solo, outra alternativa é a manutenção de plantas para cobertura do solo.
Aquisição ou produção de muda
A propagação do maracujazeiro se faz normalmente com sementes. Recomendase a utilização de sementes de cultivares que apresentem alto potencial de produção.
Todavia, caso a opção seja por usar sementes de pomares comerciais (seleção local),
para a produção de mudas para um hectare, deve-se escolher em torno de 60 plantas
para evitar problemas com a auto-incompatibilidade. Estas plantas devem se mostrar
vigorosas, produtivas, precoces, resistentes a doenças e pragas, originárias de frutos
grandes, maduros, com grande percentagem de suco e boa qualidade. O período de
observação e seleção deve acontecer durante todo o período de colheita de forma que
sejam escolhidas as melhores plantas.
As sementes, das plantas selecionadas, podem ser mantidas no interior dos frutos
até secar ou serem colhidas e colocadas em recipiente de vidro ou louça para fermentar.
Essa fermentação tem a finalidade de facilitar a separação das sementes da mucilagem.
Para esse processo exigi-se geralmente, um período de dois a seis dias. Depois, as
sementes devem ser lavadas e colocadas em um jornal para secar, à sombra. Para a
retirada da mucilagem pode ser usado também um liquidificador, este deve ser ligado
por alguns segundos e depois desligar, tomando os cuidados para não quebrar as
sementes. As sementes devem ser utilizadas logo após o período de secagem, pois a sua
viabilidade é curta.
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Formação de mudas em sacolas de plástico
Neste método os resultados são bons, desde que alguns critérios técnicos sejam
obedecidos:
Escolha do local do viveiro: deve ser localizado longe de pomares comerciais ou de
plantas adultas de maracujazeiro, na parte mais alta do terreno. A área deve ser
levemente inclinada para evitar encharcamento, local de fácil acesso e livre de plantas
daninhas.
Recipientes: saco de plástico de material reciclado, cor preta, tamanho de 12x8cm e
com capacidade para aproximadamente 600ml de substrato (mesma usada para café).
Substrato: mistura de duas partes de terra de barranco (tem menos sementes de plantas
daninhas) uma parte de esterco de curral bem curtido. Se a terra for muito argilosa,
acrescentar uma parte de areia grossa lavada. A cada metro cúbico da mistura,
acrescentar dois quilos de calcário dolomítico e três quilos de NPK 04-14-08. Deve-se
peneirar a mistura e umedecer se estiver muito seca
Solarização: é um tratamento térmico do solo com o objetivo de eliminar
microorganismos causadores de doenças e sementes de plantas espontâneas. Quanto
menor a altura da camada de solo mais eficiente é o tratamento. Para fazer este
tratamento deve-se:
1. Espalhar o substrato sobre o solo (chão batido ou área cimentada) em camadas
de no máximo 20cm de altura;
2. Umedecer o substrato, o ponto ideal é quando apertar entre os dedos e o
substrato tomar forma;
3. Cobrir preferencialmente com plástico transparente por um período de sete dias
em dias claros.
Encher os recipientes manualmente com o substrato tratado. Cada metro cúbico
de substrato é suficiente para encher 1.600 sacolas de plástico. Compactar levemente o
substrato dentro das sacolas, somente até que elas se mantenham em pé. Um metro
quadrado de canteiro, em média comporta 120 sacolas cheias.
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Semeadura
Pode ser realizada durante o ano todo, desde que o plantio seja irrigado.
Colocam-se três sementes em cada saquinho, com um centímetro de profundidade,
recobrindo-as com o próprio substrato. Cada 100g de semente é suficiente para formar
1.500 mudas.
Após a semeadura, cobrir os canteiros com coberturas de palha ou sacos de
pano, construídas a 20cm de altura do chão, para que a água das chuvas ou irrigações
não compacte em demasia a superfície do substrato ou remova as sementes. Esta
cobertura deve ser retirada gradativamente, após a emissão da primeira ou segunda
folha verdadeira, para permitir o desenvolvimento da muda em sol pleno.
Condução das mudas em viveiro
Da semeadura até a completa germinação, que ocorre de 15-30 dias, dependendo
da temperatura, rega-se duas vezes ao dia. Depois disso, as regas são feitas conforme a
necessidade, em geral uma vez ao dia, podendo ser em dias alternados, cuidando para
não encharcar ou faltar água.
Quando as plantas apresentarem duas folhas verdadeiras, é feito o desbaste,
deixando apenas uma planta por recipiente. Molhar antes do arranquio das plantas
excedentes, para não causar danos às plantas remanescentes. Pode-se optar pelo corte
das plantas, o que pode ser feito com tesoura ou com a mão.
Ressalta-se que, após o surgimento da terceira folha verdadeira deve-se regar a
planta com uma solução de nitrocálcio ou uréia a 0,5% (50g para cada 10 litros de água)
uma vez por semana, usando cerca de 15 litros da solução por cada metro quadrado de
canteiro.
Controle de doenças e pragas no viveiro
Se houver infecções de verrugose no viveiro, eliminar todas as mudas. No
viveiro, as doenças são controladas, preventivamente, através de pulverizações
quinzenais no período seco do ano, e semanal, nos períodos úmidos, com produtos
cúpricos na dose recomendada por um Engenheiro Agrônomo. No caso de tombamento
das mudinhas, reduzir a irrigação e eliminar os saquinhos contaminados e todos aqueles
circunvizinhos.
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Porte das mudas para o plantio
As mudas podem ser levadas para o campo quando atingirem cerca de 20cm de
altura. Outra recomendação, para plantios menos tecnificados, é que as mudas sejam
transplantadas após a emissão da sétima folha verdadeira formada e antes da emissão da
primeira gavinha, o que ocorre geralmente 60 dias após a semeadura.
Recomenda-se reduzir as regas no período que antecede o plantio, para conferir
maior resistência das mudas.
IMPLANTAÇÃO DO POMAR
Cuidados na escolha da área
Áreas sujeitas ao encharcamento ou baixadas úmidas não devem ser utilizadas,
pois favorecem as doenças e causam dificuldades para as plantas absorverem os
nutrientes do solo. Deve-se evitar, também, áreas com declividade acentuada, pois são
mais favoráveis a erosão e criam maiores dificuldades na implantação e manutenção das
espaldeiras. Evitar áreas que já foram plantadas com maracujá, pois favorecem o
aparecimento de pragas e doenças. Dar preferências para áreas planas, com boa
drenagem e ventiladas, que permitam estabelecer o espaldeiramento no sentido nortesul, promovendo uma maior incidência de luz para as plantas.
Sistema de condução em espaldeira vertical
Existem diversos tipos de sistemas de condução empregados para o
maracujazeiro, entretanto a espaldeira vertical é de construção simples, facilita os tratos
culturais, e apresenta menor custo de implantação.
Considerado o sistema tradicional, é o mais difundido método de condução do
maracujazeiro, permite alcançar excelentes produtividades com o uso de polinização
manual, frutos de melhor classificação e facilita os tratamentos fitossanitários.
Recomenda-se construir a espaldeira vertical com mourões de 4 a 6m de
espaçamento, normalmente 5m, colocando um fio de arame n°12, no ápice dos
mourões. Sugere-se que a cerca tenha entre 1,8 a 2m de altura do solo e no máximo
120m de comprimento, com mourões com mais de 10cm de diâmetro. Na extremidade e
a cada 40m deve utilizar mourões com diâmetro superior a 20cm (esticadores), que
devem ser enterrados a 1 metro de profundidade. Os esticadores das extremidades
devem ser fincados com uma inclinação para fora de 15 a 45°. Os mourões de menor
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diâmetro são enterrados a 50cm de profundidade. É importante, visando uma maior
durabilidade. Fazer uso de produtos que preservem a madeira. Existem no mercado
mourões de eucalipto com tratamento especial, garantindo durabilidade acima de 20
anos.
Espaçamento
O espaçamento a ser adotado no pomar vai depender de como vão ser
executados os tratos culturais, como por exemplo, as capinas e pulverizações.
Normalmente, utiliza-se o espaçamento de 2,5 a 3,5m entre linhas e 4 a 5m entre
plantas. Para pomares onde as pulverizações e roçagens serão feitas com trator,
recomenda-se que as linhas sejam pelo menos 1m maiores que a largura do trator.
Em caso de se plantar outras culturas junto com o maracujá, como por exemplo,
milho, feijão, amendoim e abóbora, deve-se escolher maior espaçamento entre linhas de
4,5 a 5 metros.
Preparo das covas
As covas devem ter aproximadamente as seguintes dimensões: 40 x 40 x 50 cm
(largura, comprimento e profundidade, respectivamente), se as covas forem abertas com
perfuratriz (no trator) deve-se quebrar as paredes da cova com a cavadeira evitando
assim o espelhamento (camada lisa e compacta formada nas laterais da cova). Em
média, o trator tem a capacidade de abrir 100 covas por hora.
Transplantio
Onde a cultura será implantada com irrigação, a semeadura pode ser realizada
durante o ano todo. Caso não seja realizada a irrigação, a semeadura deve ser realizada
de modo a permitir o plantio no início da estação de chuvas.
As mudas aptas para o transplante são aquelas que apresentam cerca de 20 cm de
altura, três a quatro folhas bem formadas, sistema radicular bem formado (muitas raízes)
e sem sintomas de ataque de pragas e doenças.
Cerca de trinta dias após o transplantio deve-se percorrer o pomar e verificar a
existência de falhas, ou de mudas que tiveram um desenvolvimento inicial muito lento.
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Estas plantas devem ser substituídas por outras mudas de desenvolvimento mais
adiantado para termos assim um pomar com um manejo uniforme.
Transplantio e cuidados com as mudas
 Evitar bater a muda durante o transporte do viveiro até a cova;
 Manter a muda o mais ereto possível;
 Evitar quebrar o torrão nas mudas de saquinho;
 No plantio, cortar as raízes que estiverem enroladas no fundo do saquinho;
 Quando plantar deixar o nível da terra do saquinho, com o nível do solo da cova;
 Preferir o plantio em dias chuvosos ou em horas mais frescas do dia (início da
manhã ou fim da tarde);
 Controlar cupins e formigas antes e depois do plantio.
Após o plantio das mudas deve-se utilizar um “tutor” para conduzir a mudinha
do solo até o fio de arame. Este tutor pode ser uma estaca de bambu ou barbantes,
cordões de sisal ou fitilhos plásticos. Prender as cordinhas em uma estaca fincada no
solo ao lado da muda, nunca na própria muda.
Adubação
A adubação deve ser orientada conforme a produtividade esperada e a fertilidade
do solo, portanto é necessária a realização da análise de solo para obter produções
satisfatórias. Entretanto, aqui serão apresentadas orientações básicas que podem auxiliar
na adubação do pomar.
Adubação de plantio e formação
Para plantio recomenda-se elevar a saturação de bases entre 70-80%, com
aplicação do calcário em área total e profundidade de até 40cm. Recomenda-se ainda,
aplicar por cova as seguintes quantidades: 20L de esterco bovino curtido, 200g de P2O5
4g de Zinco e 1g de Boro.
Para o período de formação da planta, recomenda-se aplicar por cova, aos 30
dias após o transplante (DAT): 10g de N; aos 60 DAT: 15g de N; e aos 90 DAT: 50g de
N e 50g de K2O.
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Adubação de frutificação
Tabela 1 – Sugestão para adubação anual em maracujazeiro amarelo.
Produtividade
esperada (t ha-1)
Nitrogênio
(N)
Fósforo (P)
Baixa
-1
Média
Potássio (K)
Boa
Baixa
-1
N (kg ha )
Média
Boa
-1
P2O5 (kg ha )
K2O (kg ha )
<15
60
40
20
10
180
130
80
15-20
80
60
40
10
240
180
120
20-25
100
80
40
20
300
230
160
25-30
120
100
50
40
360
280
200
30-35
140
120
80
60
420
330
240
>35
160
140
Adaptado de Bruckner e Picanço (2001)
100
80
480
380
280
Dividir a aplicação de N e K em três vezes se não houver irrigação, caso
irrigado, dividir em até 12 aplicações. A aplicação do fósforo pode ser anual, para
plantios em sequeiro e em duas parcelas (início e fim do período chuvoso) para lavouras
irrigadas.
É recomendado fazer a aplicação anual de micronutrientes (Boro, Zinco), desde
que realizada preferencialmente no período de chuvas. Para os produtores que realizam
podas, deve-se utilizar da mesma sugestão de adubação relatada acima.
Micronutrientes
Em solos deficientes, aplicar juntamente com a primeira parcela da adubação de
produção, no início da estação chuvosa, 2 kg ha-1 de Boro e 4 kg ha-1 de Zinco, ou via
foliar, com três pulverizações (outubro, janeiro e abril), utilizando calda com 300g de
sulfato de zinco, 100g de ácido bórico e 500g de uréia em 100 litros de água.
Podas
A frutificação do maracujazeiro ocorre em ramos novos, por essa razão a poda
se faz necessária, de modo a possibilitar produções satisfatórias. A poda também é
exigida pelo intenso desenvolvimento da planta, que origina uma densa massa vegetal,
12
favorável, muitas vezes, ao surgimento de pragas e doenças, além de provocar o
aumento de peso a ser sustentado pela espaldeira.
Poda de formação
Deve-se conduzir a muda em haste única, desbrotando periodicamente até que
ultrapasse o arame de sustentação em 10cm, com isso escolhe-se duas das brotações
laterais para formar os cordões horizontais, um para cada lado da planta. Depois disso,
quando esta brotação alcançar a metade do espaçamento entre as plantas deve-se
eliminar o broto terminal (despontar) para forçar a formação dos brotos laterais. Manter
todas as brotações surgidas desses cordões, pendendo livremente na vertical formando a
cortina.
Poda de produção
Deve ser feita quando a cortina estiver com muitos ramos e adensada. A poda
deve ser realizada quando houver disponibilidade de água no solo para a planta. Os
ramos da cortina deverão ser cortados 40-60cm abaixo do arame, para arejar o
ambiente, reduzindo o ataque de pragas e doenças.
POLINIZAÇÃO
Na Zona da Mata, as flores do maracujazeiro se abrem por volta das 11 horas e
fecham-se após as 18 horas (Mira, 2012). Deste modo, é importante que não sejam
aplicados agrotóxicos neste período.
Polinização natural
O maracujá amarelo apresenta auto-incompatibilidade, ou seja, é incapaz de
produzir sementes quando polinizado com o pólen da própria planta. O agente
polinizador mais eficiente e que apresenta menor custo é a mamangava (Figura 2A).
Portanto, é muito importante a criação de condições para o aumento da população de
mamangavas, mediante a construção de abrigos, usando preferencialmente tocos secos
de bambu e o plantio de espécies vegetais que produzam flores atrativas.
Se forem usados produtos químicos no controle de pragas e doenças, estes
deverão ser aplicados pela manhã, para não comprometer os agentes naturais
(mamangavas).
13
As abelhas melíferas, européias ou africanizadas, são consideradas pragas do
maracujazeiro, pois elas abrem a flor e pegam todo o pólen (Figura 2B). E geralmente
flores visitadas por estas abelhas não são visitadas pela mamangava.
Polinização artificial
Essa polinização é realizada no período da tarde devido ao horário de abertura
das flores (Figura 2D). Um modo prático de avaliar a necessidade de polinização
artificial ou o aumento da população de mamangavas é contar o número de flores
caídas. Sabe-se que a flor do maracujá, após seu dia de abertura, fecha e cai, caso não
seja fecundada. Se a queda de flores por planta for acentuada, isso aponta a necessidade
de incremento da polinização.
A polinização artificial é efetuada nos períodos de maior floração e com três
dedos, com os quais se transfere o pólen de uma planta para outra. No início da
atividade recomenda-se “sujar” os dedos com o pólen da planta da fileira vizinha.
Depois se recomenda fazer a polinização artificial em apenas um dos lados de uma
fileira formada por maracujazeiros. Caso exista a presença de abelhas africanizadas
(abelha Europa), deve-se recolher flores em fase de pré-antese (Figura 2C). Em local
sombreado, deve-se retirar as anteras e realizara a polinização artificial no horário
normal utilizando o pólen proveniente destas flores.
No caso de se utilizar as cultivares BRS Sol do Cerrado e BRS Ouro Vermelho,
segundo dados da Embrapa, a polinização artificial pode ser dispensada.
14
A
B
C
D
Figura 2. A: Mamangava visitando a flor do maracujazeiro; B: Flor em pré-antese
(momento ideal para retirada de botões); C: abelhas africanizadas retirando pólen. D:
flor aberta, no momento para iniciar a polinização.
COLHEITA
Geralmente, o maracujazeiro começa a produzir entre o quarto e o décimo mês
após o plantio no campo, conforme a região. Tem-se uma produtividade média de 20 a
80 t ha-1, variando de acordo com a região, variedade, tecnologia, condição nutricional
da planta, entre outros fatores.
O maracujá atinge o ponto de colheita, em média, 55 dias após a abertura da flor,
antes de se desprender da planta mãe. Quando é colhido mais tarde, ao cair no chão,
estará com idade de aproximadamente 75 dias, murchará rapidamente, perdendo peso e
qualidade na polpa. Quanto mais cedo foi colhido, maior a vida pós-colheita do fruto.
Para o mercado de frutas frescas recomenda-se, com a ajuda de uma tesourinha,
colher os frutos 2 a 3 vezes por semana, quando ainda estão presos à planta, com um
pequeno pedúnculo e coloração verde-amarelada.
15
A
B
C
D
Figura 3. Escala de maturação dos frutos. A: fruto verde; B: fruto pronto para ser
colhido (mercados distantes); C: fruto pronto para ser colhido (mercados próximos ou
agroindústria); D: fruto maduro.
MANEJO DE PLANTAS DANINHAS
A região que se localiza abaixo da copa da planta deve estar sempre livre de
plantas espontâneas, ou mato, pois estas competem pela água e nutrientes com o
maracujazeiro.
Nas entre linhas pode-se manter as plantas espontâneas roçadas, ou plantar uma
cultura companheira. Esta cultura companheira pode ser utilizada como adubação verde
para o maracujazeiro, utilizando plantas como a mucuna e feijão de porco; ou servir
como sustento da família como o feijão, amendoim, melancia e abóbora.
Deve-se evitar manter o solo sem nenhuma cobertura, pois nesta situação ele
torna-se ressecado e compactado superficialmente, além de estar mais susceptível a
erosão. Por isso não há problemas em deixar a formação de piso com gramíneas
(braquiária), como pode acontecer naturalmente em muitas áreas de plantio que
16
anteriormente eram cobertas por pastagens. Nesta situação recomenda-se roçar
periodicamente a área, sempre que o capim atingir cerda de 50cm de altura.
PRAGAS E DOENÇAS
Toda a utilização de agrotóxicos deve ser recomendada por um Engenheiro
Agrônomo, e as aplicações deve ser realizadas conforme as suas recomendações
técnicas.
Pragas como as abelhas irapuás (abelha preta ou cachorro) são comuns, deve-se
localizar e remover os ninhos, que geralmente estão em matas próximas ou construções
abandonadas. As abelhas melíferas são uma praga muito temida, pois podem causar
perda total das floradas, porque carregam o pólen das flores antes de sua abertura,
atrapalhando a polinização. As colméias devem ser retiradas das proximidades do
pomar, ou não se deve plantar pomares quando existirem apiários próximos. No caso de
ocorrência de formigas o controle é necessário, especialmente cortadeiras e lava-pés. As
primeiras causam desfolha e as segundas, alimentam-se da casca, próximo ao colo das
plantas, favorecendo a entrada de um fungo chamado Fusarium.
Alguns danos ocorridos nos frutos não são doenças, como a escadaldura (Figura
4), que é uma lesão por excesso de sol, devido a desfolhas ou mau posicionamento da
espaldeira.
A)
B)
Figura 4. Escaldadura dos frutos. A) Sintomas iniciais; B) Estágio avançado com
colonização de fungos saprofíticos.
As principais pragas e doenças da cultura podem variar conforme o local, mas
para a Zona da Mata podem ser resumidas em:
17
Quadro 1: Principais pragas da cultura do maracujazeiro na Zona da Mata
Nome comum
(nomes científicos)
Lagartas desfolhadoras
(Dione juno juno;
vanillae vanillae)
(Figura 5 A e B)
Descrição
Lagartas de corpo recoberto por
Agraulis espinhos e de coloração negra que
ficam agrupadas, ou lagartas
pardas com uma faixa amarela de
cada lado do corpo, recoberta por
espinhos negros.
Danos e sintomas de ataques
Medidas para controle
Alimentam-se das folhas e de
ramos novos, causando grandes
perdas em viveiros e áreas recém
plantadas.
Em viveiros, mudas recémplantadas e pequenos cultivos o
controle pode ser feito por catação
manual e destruição das lagartas;
Em plantações bem formadas,
com
plantas
de
intenso
desenvolvimento vegetativo, sob
condições de baixa infestação, o
controle com inseticidas não é
necessário. Nos demais casos
recomenda-se a aplicação de
Bacillus thuringiensis.
O controle preventivo é manter o
mato roçado no interior do pomar
e nas proximidades, eliminar
plantas daninhas hospedeiras,
como o melão-de-são-caetano. O
controle químico é realizado com
a aplicação de Imidacloprido.
Menor incidência no período
chuvoso.
Podas
e
maior
arejamento da cortina reduzem a
incidência. Não há produtos
registrados para controle.
Percevejos
(Diactor bilineatus; Holymeia
clavigera; Leptoglossus gonara)
(Figura 5 C e D)
Percevejos de coloração verde
escuro com manchas alaranjadas;
ou coloração marrom com asas
alaranjadas e manchas brancas nas
antenas; ou predominante marrom
escuro.
Murcha e queda de botões, flores
e frutos devido a sucção da seiva.
Pode ocorrer murchamento de
frutos em estádio avançado de
crescimento.
Ácaro Vermelho
(Figura 5 E e F)
Ácaros de coloração vermelha Folhas inicialmente com pontos
alaranjada, formato ovóide e que cloróticos que evoluem para um
produzem teia
bronzeamento e posterior queda
das folhas. Os ácaros são
localizados no lado inferior da
folha.
18
Quadro 2: Principais doenças da cultura do maracujazeiro na Zona da Mata
Doença
(Patógeno)
Fusariose
(Fusarium oxysporum f.
passiflorae)
(Figura 6 A)
Verrugose
(Cladosporium herbarium)
(Figura 6 B, C e D)
Podridão preta do fundo
(Lasiodiplodia theobromae)
(Figura 6 E e F)
Gomose ou podridão do pé
(Phytophthora spp.)
Sintomas e disseminação
Murcha repentina, morte da
sp. planta.
Contato direto, água, ferramentas,
sementes e mudas infectadas
Verrugas de coloração parda nos
frutos, cancros nas folhas e hastes,
desfolha intensa em ramos novos.
Ramos e frutos infectados, água
de irrigação (aspersão) ou chuvas.
Condições favoráveis
Medidas de controle
Temperaturas elevadas, solos Cultivares resistentes, calagem,
arenosos, ácidos, estresse hídrico, adubação equilibrada, mudas
presença de nematóides
sadias, evitar encharcamento e
locais mal drenados.
Umidade
relativa
elevada, No caso de ataques em ramos,
temperaturas amenas (condições realizar a eliminação destes. Poda
típicas do período chuvoso)
de renovação da cortina.
O controle químico a base de
tebuconazol, sendo indicadas duas
pulverizações, com intervalos de
7 dias entre cada aplicação.
Umidade relativa do ar elevada e Preventivamente, nos locais onde
a temperatura altas. Plantios existe histórico de sua ocorrência,
adensados. Normalmente ocorre adotar espaçamentos maiores
no final da estação de chuvas.
entre fileiras e, no período das
chuvas, efetuar pulverizações
quinzenais com cúpricos.
Ocorre somente nos frutos
maduros ou em processo de
maturação. Inicialmente, surgem
pequenas
manchas marronsclaras, arredondadas. Em seguida,
essas manchas tornam-se escuras,
unem-se e tendem a envolver todo
o fruto, o qual se torna escura e
murcha.
Murcha da parte aérea e podridão Umidade elevada no solo
seca no colo.
temperaturas altas.
Água livre, principalmente no
solo.
e Evitar locais muito úmidos ou
encharcados e ferimentos no colo
ou sistema radicular da planta.
Não há produtos para controle.
19
A) Lagartas desfolhadoras
B) Lagartas desfolhadoras
C) Percevejos
D) Percevejos
E) Sintomas de ácaros
F) Ácaros
Figura 5. Principais pragas do maracujazeiro e seus danos. A) Lagartas desfolhadoras; B
e C) Percevejos do maracujazeiro; E) Sintomas de ácaros; F) Ácaros
20
A)
B)
C)
D)
E)
F)
Figura 6. Principais doenças do maracujazeiro e seus sintomas. A: Sintomas de
fusariose; B: Sintomas de verrugose nos frutos; C: Sintomas de verrugose nas folhas; D:
Sintomas de verrugose nos ramos; E) Sintomas iniciais de podridão preta; F) Sintomas
avançados de podridão preta.
21
CUSTOS DE PRODUÇÃO
Custos de implantação e manutenção de uma lavoura de maracujazeiro na Zona
da Mata Rondoniense, considerando o espaçamento de 3 x 5m, sem irrigação e com
plantio em janeiro e dois anos de cultivo.
ESPECIFICAÇÃO
1 . INSUMOS
Mudas + 5% de
replantio
Calcário dolomítico
Uréia
Superfosfato triplo
Cloreto de potásio
Micronutrientes
Esterco de curral
Formicida
Inseticida
Fungicida
Espalhante adesivo
Preservativo para
estacas
Arame n.12 ou n.14*
Cordão
Grampo*
Estacas*
Subtotal
Participação
percentual
2 . PREPARO DO
SOLO E PLANTIO
Roçagem e destoca
Encoivaramento e
queima
Aplicação de calcário
Aração e gradagem
Marcação de área
Coveamento para
estacas
Coveamento para
mudas
Aplicação de
fertilizantes
Aplicação de
preservativo
Espaldeiramento
Plantio + replantio
Tutoramento
Subtotal
Participação
percentual
UNIDADE
PREÇO POR
UNIDADE
Ano 1
Ano 2
Quant.
Valor
Quant.
Valor
Uma
t
kg
kg
kg
kg
t
kg
l
kg
l
0,80
120,00
2,00
2,60
2,40
15,00
60,00
4,40
32,00
59,80
13,50
700
2
120
146
100
2
3,3
0
2
3
1
560,00
240,00
240,00
379,60
240,00
30,00
198,00
0,00
64,00
179,40
13,50
0
0
311
219
300
2
0
0
2
6
1
0,00
0,00
622,00
569,40
720,00
30,00
0,00
0,00
64,00
358,80
13,50
l
M
rolo(400g)
kg
Uma
15,50
0,30
6,60
6,35
20,00
0
3333
2
2
667
0,00
999,90
13,20
1,31
1.373,52
4.532,43
0
0
-
0,00
0,00
0,00
1,31
1.373,52
3.752,53
44,68
38,11
h/tr
120,00
0
0,00
0
0,00
D/H
D/H
h/tr
D/H
18,00
35,00
70,00
35,00
0
2
2
2
0,00
70,00
140,00
70,00
0
0
0
0
0,00
0,00
0,00
0,00
h/tr
70,00
1,5
105,00
0
0,00
h/tr
70,00
1,5
105,00
0
0,00
D/H
35,00
2
70,00
0
0,00
D/H
D/H
D/H
D/H
18,00
18,00
35,00
35,00
0
0
2
2
0,00
0,00
70,00
70,00
700,00
0
0
0
0
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
7,00
0,00
22
Especificação
3 . TRATOS
CULTURAIS E
FITOSSANITÁRIOS
Poda de
condução/limpeza
Coroamento
Roçagem
Aplicação de defensivos
Polinização Manual
Aplicação de
fertilizantes
Subtotal
Participação
percentual
4 . COLHEITA
Manual
Subtotal
Participação
percentual
UNIDADE
PREÇO POR
UNIDADE
Ano 1
Ano 2
Quant.
Valor
Quant.
Valor
D/H
D/H
h/tr
D/H
D/H
35,00
35,00
70,00
35,00
35,00
2
2
1
2
52
70,00
70,00
70,00
70,00
1.820,00
5
10
5
6
52
175,00
350,00
350,00
210,00
1.820,00
D/H
35,00
2
70,00
2.170,00
8
280,00
3.185,00
21,39
D/H
35,00
1.750,00
1.750,00
1.750,00
17,25
CUSTO OPERACIONAL EFETIVO
PERCENTUAL TOTAL
ENCARGOS FINANCEIROS
CUSTO OPERACIONAL TOTAL
50
8.255,48
100,00
990,66
10.143,09
32,35
50
1.750,00
17,77
8.790,48
100,00
1.054,86
9.842,39
23
BIBLIOGRAFIAS
BRUCKNER, C. R. & PICANÇO, M. C. (Eds.) (2001). Maracujá: tecnologia de
produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto Alegre: Cinco Continentes.
472 p.
Mira, A. B. Determinação do horário efetivo de polinização manual em
maracujazeiro-amarelo em diferentes lâminas de irrigação. Relatório Parcial de
pesquisa - PIBIC. Universidade Federal de Rondônia, Rolim de Moura. 12p.
Oliveira, J.W. Produção e qualidade comercial de frutos do maracujazeiro-amarelo
submetido a diferentes lâminas de irrigação nas condições edafoclimáticas da Zona
da Mata Rondoniense. Relatório final de pesquisa - PIBIC. Universidade Federal de
Rondônia, Rolim de Moura. 15p.
Resende, H.F.L. Qualidade físico-química de frutos de maracujazeiro-amarelo em
diferentes lâminas de irrigação nas condições edafoclimáticas da Zona da Mata
Rondoniense. Relatório final de pesquisa - PIBIC. Universidade Federal de Rondônia,
Rolim de Moura. 17p.
24
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