QUALIDADE DE VIDA E NÍVEL DE ANSIEDADE EM INDIVÍDUO COM BEXIGA HIPERATIVA: RELATO DE CASO A Bexiga Hiperativa (BH) é uma disfunção dos músculos responsáveis pela micção, estando relacionada a sintomas de urgência comumente acompanhada de aumento da frequência urinária diurna e/ou de noctúria, ausência de fatores infecciosos, metabólicos ou locais. Essa disfunção afeta negativamente a qualidade de vida do indivíduo que a possui, provocando assim isolamento social, frustação e ansiedade. A relevância desse estudo encontra-se na contribuição científica acerca da visão integral de pacientes com diagnóstico de BH. Objetivou-se investigar a qualidade de vida e o nível de ansiedade em um indivíduo com o diagnóstico de BH. Trata-se de um estudo qualitativo, do tipo relato de caso. Foi realizada em março de 2016 no município de Fortaleza-CE. A mostra foi composta por um indivíduo do sexo masculino com diagnóstico de BH. A coleta dos dados constituiu na aplicação do questionário King’s Health Questionnaire (KHQ) por uma equipe de fisioterapeutas e o Inventário Beck de Ansiedade por uma psicóloga. O KHQ é composto por nove domínios que avaliam a percepção da saúde, o impacto da incontinência, as limitações do desempenho das tarefas, a limitação física, a limitação social, o relacionamento pessoal, as emoções, o sono e a energia. O inventário de ansiedade de Beck descreve sintomas comuns em quadro de ansiedade e tem como finalidade mensurar a gravidade e a frequência de cada item numa escala de 0 a 3 pontos, posterior os escores são somado e classificado o nível de ansiedade em mínimo, leve, moderado e severo. A pesquisa seguiu as orientações contidas na Resolução 466/12 do CNS. Quanto a história clínica o sujeito entrevistado é do sexo masculino, 27 anos, casado, comerciante, natural da cidade de Belém/PA. Relata que desde a infância apresenta a necessidade de ir ao banheiro muitas vezes (polaciúria), principalmente quando encontra- se em situações de tensão, como em viagens e eventos especiais. Porém nos últimos dois meses observou aumento significativo da polaciúria atribuindo à mudança de estado e ao estresse em atividades profissionais. Devido a isso procurou um médico urologista que a partir do exame urodinâmico, o diagnosticou com BH e solicitou tratamento fisioterápico. Na avaliação fisioterapêutica verificou- se alteração no calendário miccional, e a necessidade do suporte psicológico para o tratamento efetivo do quadro. Quanto à análise do questionário KHQ, o entrevistado considera que a BH afeta apenas um pouco em sua vida. No aspecto limitações sociais considera que a disfunção atrapalha muito em viagens, festas e reuniões. O paciente afirma que vai muitas vezes ao banheiro inclusive a noite e apresenta urgência em algumas situações, devido a isso o sono é prejudicado, e acarreta desgaste físico e cansaço. O critério emoção foi o mais acometido, o mesmo relata que com frequência se sente deprimido, ansioso ou nervoso e que várias vezes fica mal consigo mesmo. Por tanto o questionário afirmou alteração na qualidade de vida do sujeito. Na avaliação do Inventário de Beck percebeu-se nível de ansiedade moderado, sabe-se que os indivíduos com transtorno de ansiedade nem sempre são capazes de identificar suas preocupações como excessivas, relatam sofrimento subjetivo devido à constante inquietação, têm dificuldade em controlar a preocupação, ou experimentam prejuízo social ou ocupacional em outras áreas. Conclui- se que a ansiedade modifica os hábitos e o comportamento do indivíduo mostrando uma correlação direta entre a BH e a ansiedade. Podemos concluir que o paciente com BH precisa ser atendido por uma equipe multiprofissional com ações interdisciplinares na promoção da saúde de forma integral, visto que esses indivíduos sofrem com repercussões biopsicossociais, que acarretam alterações em sua qualidade de vida. Sugerese estudos mais amplos para que a temática em questão possa ser melhor discutida. Palavras-chaves: Urologia. Ansiedade. Qualidade de Vida.