Echinacea Purpúrea (L.) Moench

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LITERATURA DE EQUINÁCEA PURPÚREA
Nome Científico: Echinacea purpúrea (L.) Moench
Sinônimo Científico: Rudbeckia purpúrea L.
Nomes Populares:
púrpura.
Flor-roxa-cônica,
Cometa-roxo,
Equinácea
e
Equinácea
Família Botânica: Asteraceae (Compositae)
Parte Utilizada: Parte Aérea, Talos, Folhas e Flor.
Descrição:
Planta herbácea perene, ereta, rizomatosa, florífera, pouco ramificada, de 60-90 cm
de altura, com folhas opostas, curto-pecioladas, cartáceas, ásperas, com três
nervuras salientes, medindo de 4 a 12 cm de comprimento. Inflorescência em
capítulos cônicos, dispostas no ápice dos ramos, compostas de flores centrais
diminutas de cor marrom-arroxeadas e de flores externas de corola alongada de cor
rosa-arroxeada voltadas levemente para baixo. O conjunto, com 10 a 15 cm de
diâmetro, lembra a cabeleira de um cometa, daí a razão de um de seus nomes
populares. É originária do Meio-Oeste dos Estados Unidos e cultivada no Brasil
principalmente com fins ornamentais, contudo, já vem sendo implementado
também o seu cultivo para uso medicinal em algumas regiões.
Constituintes Químicos Principais: Alcamidas, Glicoproteinas, Ácido cafeico,
Ácido cicórico, Verbacosídeo, Cafeoil-equinacosídeo, Echinosídeos, Polissacarídeos,
Arbinogalactana, Óleo essencial, Cariofileno, Sesquiterpeno, Poliacetilênicos, Ácido
Clorogênico, Ácido isoclorogênico, Ácido Caftárico, Alcalóides pirrolizínicos
saturados, Tussilagina e Isotussilagina, Xiloglucano Ácidos graxos, Proteínas,
Taninos e Vitaminas A,C e E.
Naturell Indústria e Comércio Ltda.
Av. Dom Pedro I, número 957 Vila Conceição
CEP: 09991 000 - Diadema – SP
LITERATURA DE EQUINÁCEA PURPÚREA
Indicação:
Seu emprego na medicina popular brasileira ainda é incipiente, contudo, nos
Estados Unidos é a “erva sensação” do momento na indústria de fitoterápicos,
podendo ser encontrada nas farmácias e lojas de ervas sob todas as formas
farmacêuticas possíveis; cápsulas, extratos, tinturas, chás, etc. preparados a partir
de suas raízes. Tem propriedades estimulantes do sistema imunológico,
cicatrizante, antiviral, antibacteriano, comprovadas através de inúmeros estudos
químico-farmacológicos e em rigorosos ensaios clínicos, realizados principalmente
no exterior. O seu uso na medicina tradicional, entretanto, remonta há séculos,
quando os índios americanos do Meio-Oeste já a usavam na forma de gargarejo,
cataplasma e chás para a cura de uma larga gama de doenças, incluindo
sangramento, envenenamento do sangue, picada de insetos, lesões de pele,
problemas respiratórios, picada de cobra e dor de dentes. Quando os colonizadores
europeus chegaram às pradarias americanas logo aprenderam a usar esta planta
contra dor de cabeça, indigestão e malária, além de fazerem seu emprego externo
na forma de cataplasma contra artrites, hemorroidas e doenças venéreas. Além das
propriedades citadas, outras têm sido registradas na literatura, referindo seu uso
como antialérgica, antisséptica, antimicrobiana, antivirótica, carminativa e
estimulante do sistema linfático, bem como atividade antibacteriana e estimulante
do sistema imunológico celular, tendo sido, por isso, empregada extensamente
como “remédio de rotina” antes do aparecimento dos antibióticos na década de 30,
quando, a partir de então, o se uso caiu no esquecimento geral, ressurgindo nos
anos 70 com a onda naturalista. A grande série de estudos químico-farmacológicos
feitos com esta planta levaram ao estabelecimento científico de suas propriedades
farmacológicas como imunoestimulante, anti-inflamatório, estimulante de citocinas
e protetor do colágeno, além de atividade antimicrobiana e antiviral, o que justifica
as seguintes indicações terapêuticas: resfriado comum, tosse, bronquite gripe,
infecções do trato urinário, inflamação na boca, faringite, tendência a infecções,
ferimentos e queimaduras. A maior concentração de componentes ativos se
encontra nos rizomas e raízes, contudo, frequentemente o suco fresco da planta
obtido de folhas, hastes e flores também é utilizado.
Farmacocinética:
Estudos in vitro utilizando marcadores (que não são fármacos) sugeriram que
extratos de Echinacea purpúrea não tiveram qualquer efeito significativo sobre a
isoenzima CYP2D6 do citocromo P450, o que foi confirmado em estudos clínicos e in
vitro utilizando fármacos como marcadores. Similarmente, estudos in vitro
sugeriram que extratos de Equinácea pupúrea não inibiram ou inibiram apenas
fracamente, as isoenzimas CYP1A2, CYP2C9 e CYP2C19. Esses resultados in vitro,
no caso das isoenzimas CYP2C9 e CYP1A2, são esperados que se repitam, na
maioria dos pacientes, como sugerido por estudos clínicos com marcadores
tolbutamida e cafeína.
Os efeitos foram sobre a isoenzima CYP3A4 menos evidentes. Alguns extratos
inibiram fracamente ou moderadamente a isoenzima CYP3A4, enquanto um extrato
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de equinácea purpúrea causou tanto indução quanto inibição fracas de isoenzimas
CYP3A4. No entanto, em outro estudo, as propriedades inibitórias variaram
enormemente. Esses fatos parecem estar relacionados aos teores de alcamidas dos
extratos, porém outros constituintes podem ter papel na inibição da isoenzima
CYP3A4. De fato, um estudo mostrou que os derivados do ácido cafeico,
equinacosídeo e ácido cicórico, causaram uma inibição moderada ou bastante fraca
da isoenzima CYP3A4, respectivamente. Os resultados de um estudo clínico
utilizando midazolam (um substrato para a isoenzima CYP3A4) também foram
complexos, mas parecem sugerir apenas um efeito clinicamente moderado da
equinácea sobre a isoenzima.
Efeitos colaterais: Paladar desagradável, diarreia, elevação da temperatura
corporal, acentuação de reações alérgicas, erupções cutâneas, aumentos dos
leucócitos.
Contraindicação: Não usar em desordens autoimunes, tuberculose, HIV positivo
ou outra doença sistêmica grave. Precaução com doentes que apresentam asma ou
alergia às plantas da família da margarida (Asteraceae). Não utilizar durante a
gestação (segurança não estabelecida).
Revisão de Interação:
Teoricamente, a equinácea pode antagonizar os efeitos de imunossupressores. O
uso de equinácea foi estudado com uma série de fármacos utilizados como
substratos para avaliação da atividade do citocromo P450 ou da glicoproteína-P.
Com as possíveis exceções do midazolam e da cafeína, nenhuma interação
clinicamente relevante foi identificada. A equinácea parece apresentar baixo risco
de provocar interações, como resultado desses mecanismos.
a) Equinácea + Alimentos
Nenhuma interação foi encontrada.
b) Equinácea + Cafeína
A equinácea parece ter um efeito variável sobre a farmacocinética da
cafeína. Na maioria dos pacientes, a equinacea provavelmente não aumenta
os níveis de cafeína.
Mecanismo: A equinácea é um inibidor da isoenzima CYP1A2 do citrocromo
P450, que está envolvida no metabolismo da cafeína. Espera-se, portanto,
que a equinácea eleve os níveis de cafeína. Embora os estudos demonstrem
que os níveis de cafeína foram moderadamente aumentados pela equinácea,
esse fato não parece estar relacionado a um efeito da equinácea sobre a
isoenzima CYP1A2 (os efeitos observados foram brandos).
Importância e conduta: As evidências parecem ser limitadas aos dois
estudos realizados, o que sugere que, na maioria dos pacientes, é
improvável que a equinácea aumente os níveis de cafeína pela inibição da
isoenzima CYP1A2. Entretanto, alguns pacientes apresentaram um
decréscimo na eliminação da cafeína, sugerindo que, raramente, os níveis
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de cafeína podem ser elevados. Alguns pacientes podem, portanto,
apresentar mais efeitos adversos em relação à cafeína, como dor de cabeça,
tremor e inquietação, principalmente se ingeriram grandes quantidades.
Caso isso ocorra, aconselha-se aos pacientes que suspendam a
administração de equinácea e/ou reduzam a ingestão de cafeína.
A cafeína é utilizada como um substrato para a avaliação da atividade da
isoenzima CYP1A2 e, portanto, esses resultados também sugerem que é
pouco provável uma interação farmacocinética entre a equinácea e outros
substratos da isoenzima CYP1A2.
c) Equinácea + Dextrometorfano
A equinácea não parece ter um efeito clinicamente relevante sobre a
farmacocinética do dextrometorfano.
Evidências experimentais: Estudos in vitro demonstraram que um extrato
alcoólico de equinácea purpúrea produziu uma inibição discreta e pouco
significativa do metabolismo do dextrometorfano, um marcador para
avaliação da atividade da isoenzima CYP2D6. Efeitos semelhantes foram
encontrados com outros substratos da isoenzima CYP2D6.
Mecanismo: Estudos in vitro surgiram que a equinácea teve um efeito
inibitório fraco sobre a isoenzima CYP2D6 do citocromo P450; no entanto, o
estudo in vivo usando debrisoquina (outro substrato da isoenzima CYP2D6)
sugeriu que esse efeito não foi clinicamente relevante.
Importância e conduta: As evidências disponíveis sugerem de forma segura
que, na maioria dos pacientes, a equinácea não afeta a farmacocinética do
dextrometorfano. Aqueles que são carentes ou deficientes na isoenzima
CYP2D6 podem ter um aumento modesto nos níveis de dextrometorfano. No
entanto, sabe-se que o dextrometorfano tem uma ampla faixa terapêutica, e
a dose individual não precisa ser ajustada. Portanto, é pouco provável que
uma interação seja relevante clinicamente.
O dextrometorfano é usado como um substrato para avaliação da atividade
da isoenzima CYP2D6 e, portanto, esses resultados (juntamente àqueles
para a debrisoquina) também sugerem que é pouco provável que haja uma
interação farmacocinética clinicamente relevante entre a equinácea e outros
substratos da isoenzima CYP2D6.
d) Equinácea + Digoxina
A equinácea não parece ter um efeito clinicamente relevante sobre a
farmacocinética da digoxina.
Evidências experimentais: Um estudo in vitro mostrou que o extrato de
Echinacea purpúrea não afeta de forma significativa a farmacocinética da
digoxina, um substrato para a glicoproteína-P.
Mecanismo: Nenhum mecanismo previsto.
Importância e conduta: As evidências disponíveis sugerem que a equinácea
não afeta significativamente a farmacocinética da digoxina e, portanto,
nenhum ajuste na dose da digoxina parece ser necessário se a equinácea for
administrada conjuntamente.
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A digoxina é utilizada como um substrato para glicoproteína-P e, portanto,
esses resultados também sugerem que é pouco provável uma interação
farmacocinética clinicamente relevante entre a equinácea e outros
substratos da glicoproteína-P.
e) Equinácea + Imunossupressores
A interação entre a equinácea e imunossupressores é baseada somente em
uma suposição.
Evidências, mecanismos, importância e conduta: A equinácea tem efeitos
imunoestimulantes. Portanto, teoricamente, poderia antagonizar os efeitos
de medicamentos imunossupressores. Os fabricantes de três produtos de
equinácea licenciados no Reino Unido pela Medicines and Healthcare
Products Regulatory Agency (MHRA) desaconselham o uso concomitante de
imunossupressores, especialmente ciclosporina e metotrexato. Não parece
existir qualquer relato clínico de uma interação, mas, até que se obtenham
mais informações, seria prudente considerar essa recomendação.
f)
Equinácea + Medicamentos Fitoterápicos
Nenhuma interação foi encontrada.
g) Equinácea + Midazolam
A equinácea não parece alterar a ASC e o clearance do midazolam
administrado oralmente, embora a biodisponibilidade possa ser aumentada.
O clearance do midazolam administrado intravenosamente pode ser
moderadamente aumentado em pacientes tratados com equinácea.
Mecanismo: O midazolam é predominantemente metabolizado pela
isoenzima CYP3A4 do citocromo P450. Foi sugerido que a equinácea pode
ter efeitos opostos sobre a isoenzima CYP3A do citocromo P450 no fígado e
no intestino, o que explicaria a diferença nos efeitos do midazolam
administrado via oral e via intravenosa.
Importância e conduta: As evidências diretas de uma interação entre
midazolam e equinácea parecem estar limitadas aos estudos clínicos. Seus
resultados sugerem que é pouco provável que a equinácea interaja com
midazolam administrado por via oral, pois mesmo que a biodisponibilidade
tenha aumentado, esta não afetou sua concentração máxima ou a ASC. A
interação da equinácea com midazolam administrado por via intravenosa é,
no máximo, moderada. Como a dose de midazolam administrada por via
intravenosa é normalmente relacionada à resposta individual de cada
paciente, a possibilidade de um efeito reduzido pode ter sido adaptado. Os
autores de um dos estudos da isoenzima CYP3A4 podem depender do fato
de apresentarem alta biodisponibilidade oral e do grau de extração hepática,
e isso não é facilmente previsível. Estudos mais detalhados são necessários
para estabelecer se a equinácea tem qualquer efeito clinicamente relevante
sobre uma série de substratos da isoenzima CYP3A4.
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h) Equinácea + Tolbutamida
A equinácea não parece ter um efeito clinicamente relevante sobre a
farmacocinética da tolbutamida.
Importância e conduta: estudo sugere que a equinácea não afeta
significativamente a farmacocinética da tolbutamida e, portanto, nenhum
ajuste na dose da tolbutamida parece ser necessário se a equinácea for
ingerida conjuntamente. A tolbutamida é usada como um substrato para
avaliação da isoenzima CYP2C9 e, em consequência, esses resultados
também sugerem que é pouco provável uma interação farmacocinética
clinicamente relevante entre a equinácea e outros substratos da isoenzima
CYP2C9.
Referências Bibliográficas:
1. LORENZI, Harri; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais no Brasil
Nativas e Exóticas. Instituto Plantarum, 2ª Edição, Nova Odessa – SP Brasil, 2008.
2. WILLIAMSON, E.; DRIVER, S.; BAXTER, K. Interações Medicamentosas
de Stockley: Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos.
Editora Artemed, Porto Alegre – RS, 2012.
3. ECHINACEA
PURPUREA.
Disponível
em:
http://www.tuasaude.com/echinacea-pupurea/
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