ESTUDO DA BIOACUMULAÇÃO DE MERCÚRIO (Hg) TOTAL EM

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XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia
25 a 28 de setembro de 2012
Porto de Galinhas – PE
ESTUDO DA BIOACUMULAÇÃO DE MERCÚRIO (Hg) TOTAL EM FÊMEAS DE
Podocnemis expansa (Podocnemididae:Testudines) NO RIO TAPAJÓS, PARÁ – BRASIL
Daniela Bianchi; José R. P. Peleja; Fábio A. G. Cunha; Evelise M. da S. Viana; Sâmea Cibele F. da Silva;
Andria L. Viana; Otávio S. Peleja; Cárlison S. de Oliveira; Brendson C. Brito
[email protected] (Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, Pará).
Muitos trabalhos têm sido desenvolvidos na Amazônia tentando entender a presença antrópica e natural de
Hg e a sua dinâmica nos solos e nos ambientes aquáticos. Outros versam sobre bioacumulação de Hg em
diversos organismos aquáticos na bacia do rio Tapajós, principalmente aqueles utilizados como fonte de
alimento pelas comunidades ribeirinhas, no entanto, poucos são os estudos sobre a bioacumulação deste
elemento traço em quelônios amazônicos e nenhum com espécimes provenientes da bacia do rio Tapajós.
Este estudo visou investigar a bioacumulação de mercúrio total em Podocnemis expansa, através da análise
de músculo, anexos corporais (carapaça e unhas) e ovos, além de testar o uso desses anexos como
indicadores dos níveis de Hg corporal na espécie. Foram coletadas dez fêmeas adultas no momento da
ovoposição, no mês de outubro de 2008, na praia do Tabuleiro de Monte Cristo, localizada na margem
esquerda do rio Tapajós. Neste momento foram retiradas as amostras e coletados ovos para análise de Hg, e
aferidas as medidas morfométricas comprimento da carapaça, largura da carapaça, comprimento do plastrão
e peso dos animais. A determinação dos valores de mercúrio nas amostras foi realizada através do método de
fluorescência atômica a vapor frio (CVAFS) no Laboratório de Biologia Ambiental da UFPA – Santarém. As
concentrações de mercúrio nos anexos corporais foram as mais elevadas sendo 151 ng.g-1 ± 65,4 e 137 ng.g1 ± 42 para unha e carapaça, respectivamente, enquanto tecido muscular apresentou 18,4 ng.g-1 ± 7,5. Os
níveis de mercúrio total no tecido muscular correlacionaram-se negativamente com as variáveis
morfométricas comprimento da carapaça (r = -0.5656, p = 0.0884), largura da carapaça (r = -0.5806, p =
0.0784) e peso (r = -0.5529, p = 0.0973). Os anexos corporais não se apresentaram como bons indicadores
dos níveis de Hg no músculo das fêmeas. Não foi encontrada diferença significativa entre as concentrações
de mercúrio total nos componentes dos ovos (clara 15,6 ng.g-1 ± 6,6; gema 14,2 ng.g-1 ± 5; casca 17 ng.g-1
± 5,5) e tecido muscular (18,4 ng.g-1 ± 7,5) , demonstrando que os ovos são bons indicadores dos níveis de
Hg no tecido muscular das fêmeas de Podocnemis expansa no Rio Tapajós.
Palavras-chave: mercúrio, bioacumulação, P. expansa
Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
801
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