DISTANÁSIA : BENEFÍCIO OU MALEFÍCIO NA VISÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE MAGALHÃES, Carolina Peixoto NASCIMENTO, Alline Oliveira do RODRIGUES, Cibelly Terciane de Sousa SANTOS, Cléa Medeiros dos ANDRADE, Lillyane Araújo RESUMO INTRODUÇÃO: A distanásia é etimologicamente o contrário da eutanásia. Consiste em atrasar o momento da morte usando meios de intensificação terapêutica, proporcionando ou não sofrimentos adicionais.Observou-se que existem faltas de conhecimento dos profissionais de saúde ao que se refere à ética na aplicação dos meios de prolongamento da vida. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: Uma das grandes dificuldades dos enfermeiros que prestam atendimento aos pacientes terminais, é não reconhecer a própria finitude. Diante disso, utilizam variadas formas para prolongar a vida desses pacientes. Existe um determinado momento na evolução de uma doença em que o processo de morte é algo inevitável, cabendo aos profissionais de saúde identificar esse momento para empregar condutas de retirada ou adoção de medidas de suporte de vida, segundo os princípios éticos. METODOLOGIA: Pesquisa de campo, com amostra de 12 enfermeiros, através de questionário contendo 9 perguntas objetivas e subjetivas. Aplicado nos hospitais de referência da cidade de João Pessoa – PB, nos meses maio/junho de 2004. RESULTADOS: Constatou-se que 50% dos enfermeiros utilizariam a distanásia mesmo em casos irreversíveis, 33,33% realizariam a distanásia com métodos que aliviassem o sofrimento. 66,66% admitiram que onde trabalham não existe um conselho ético e 33,33% afirmam existir. Referente aos ganhos reais para a sustentação da vida, 50% desconhecem esses critérios e os demais dizem conhecê-los. CONCLUSÃO: Observou-se que os enfermeiros desconhecem os métodos coerentes para à realização da distanásia. O melhor seria que os hospitais oferecessem treinamento especializado aos profissionais que assistem pacientes terminais. PALAVRAS CHAVE: distanásia, paciente terminal e ética. Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version DISTHANASIA: BENEFIT OR NON BENEFIT IN THE HEALTH PROFISSIONAL´S VIEW INTRODUCTION: Disthanasia is etymologically the opposite of euthanasia. It consists in delaying death moment using therapeutic intensification means, providing or not further suffering. It has been observed that there is lack of knowledge in health professionals referring to ethics in life extension applying. BIBLIOGRAPHICAL REVISION: One of the greatest difficulties of nurses who attend terminal patients is not recognizing their end. Therefore, they use different forms to extend these patients lives. There is a certain moment in a disease development in which death process is something inevitable, being the health professionals’ responsibility identify this moment and apply means of removal or adoption of life support measures, according to ethic principles. METHODOLOGY: Field research, with 12 nurses samples, through questionnaire with 9 objective and subjective questions. It was applied in hospitals of reference in João Pessoa – PB, in the months of May/June of 2004. RESULTS: It was verified that 50% of the nurses would use disthanasia even in irreversible cases. 66,66% admitted that there is not an ethical council at work and 33,33% admitted there is. When referring to real gains to life maintenance, 50% ignore these criteria and the others say they know. CONCLUSION: It has been observed that nurses ignore coherent methods to disthanasia realization. The best choice would be the offer of specialized training to professionals who assist terminal patients. keywords: disthanasia, terminal patient and ethics. INTRODUÇÃO A distanásia (do grego “dis”, mal, algo mal feito, e “thánatos”, morte) é etimologicamente o contrário da eutanásia. Ela consiste em atrasar ao máximo o momento da morte usando todos os meios, proporcionados ou não, ainda que não haja esperança alguma de cura, e ainda que isso signifique infligir ao moribundo sofrimentos adicionais e que, obviamente, não conseguirão afastar a inevitável morte, mas apenas atrasá-la umas horas ou uns dias em condições deploráveis para o enfermo. A distanásia também é chamada “intensificação terapêutica”, ainda que seja mais correto denominá-la de “obstinação terapêutica”. Referindo-nos sempre ao doente terminal, perante a eminência de uma morte inevitável, médicos e doentes devem saber que é lícito 2 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version conformarem-se com os meios normais que a medicina pode oferecer e que a recusa dos meios excepcionais ou desproporcionados não equivale ao suicídio ou à omissão irresponsável da ajuda devida a outrem. Essa recusa pode significar apenas a aceitação da condição humana, que se caracteriza também pela inevitabilidade da morte. A decisão de iniciar ou suspender tratamentos que prolongam artificialmente a vida e, na prática, muito difícil, tendo que ser enfrentada diariamente por médicos que tratam pacientes terminais, severa e criticamente doentes, inconscientes, ou com quadros clínicos irreversíveis. Todos os casos que implicam em decisões de vida ou de morte são muito difíceis devido ao fato de envolverem desafios clínicos e problemas éticos complexos, não bem definidos sob o prisma da legalidade. Os pacientes que conservam a capacidade de tomar decisões têm o direito de aceitar ou recusar o tratamento proposto. Na maioria das vezes, estes aceitam a orientação do médico assistente, sendo que uma das situações mais freqüentes é aquela onde pacientes inconscientes não tem condições de participar dessa decisão. OBJETIVO Identificar, no que se referente aos profissionais de enfermagem, os métodos coerentes à ética profissional no prolongamento da vida do paciente. Perceber o nível de conhecimento dos enfermeiros no tocante a distanásia e critérios para manutenção da vida do paciente terminal. JUSTIFICATIVA Devido a grande falta de conhecimento existente por parte de alguns profissionais da área de saúde no que se refere à ética na aplicação dos meios de prolongamento da vida, fazse necessário o estudo detalhado sobre o assunto, aqui proposto. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA No universo secular, a própria morte e a dor são muitas vezes percebidas como sem sentido e, na medida em que escapam do seu controle, são vistas como fracasso pelo médico. A ênfase recai sobre a luta para garantir a máxima prolongação da vida, sobre a quantidade de vida, e há pouca preocupação com a qualidade desta vida prolongada. Uma conseqüência 3 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version disso é o eclipse da solicitude pela boa morte cultivada e resistência à eutanásia provocada como derrota frente ao inimigo morte. A partir da publicação dos Códigos de Ética Médica 1984 e 1988 a abordagem dos direitos do paciente terminal a não ter seu tratamento complicado, ao alívio da dor e a não ser morto pelo médico, entra numa nova fase com o surgimento de novos elementos, em grande parte trazidos pelo progresso da tecnociência (MARTIN, 1993). No Código de 1984 percebese a existência das tensões inerentes à aliança entre a benignidade humanitária, o modelo científico-tecnolópico e o medicocentrismo autoritário. Sua benignidade humanitária insiste sobre o "absoluto respeito pela vida humana", já exigido pelos Códigos de 1953 1965, e reforçado pelo principio 9° do Código de 1984 com o seguinte acréscimo ao texto da frase: "desde a concepção até a morte". A dificuldade é que esta valorização da vida tende a se traduzir numa preocupação com a máxima prolongação da quantidade de vida biológica e no desvio de atenção da questão da qualidade da vida prolongada. Como enfatiza Martin (1993) "Com a ênfase sobre o biológico, o sofrimento, a dor e a própria morte se tornam problemas técnicos a serem resolvidos, mais do que experiências vividas por pessoas humanas. O preço que se paga pelo bom êxito da tecnologia é a despersonalização da dor e da morte nas unidades de terapia intensiva, com todo o seu maquinário impressionante. Consegue-se prolongar a vida, mas diante destas intervenções bem sucedidas começam a surgir novas indagações: quando se pode abandonar o uso de suportes vitais artificiais? Quando é que se morre mesmo? Pode-se falar de eutanásia ativa e de eutanásia passiva?". Há um passo rumo à recuperação da valorização da boa morte cultivada no artigo 6° do Código de 1988 que diz ser antiético para o médico utilizar "seus conhecimentos para gerar sofrimento físico ou moral". Mais significativo ainda, porém, é o art. 61, parágrafo 2°, que incentiva o médico a não abandonar seu paciente "por ser este portador de moléstia crônica ou incurável" e a "continuara assisti-lo ainda que apenas para mitigar o sofrimento físico ou psíquico". Este cuidado em mitigar não apenas o sofrimento físico mas também o psíquico é sintomático de uma nova preocupação com integralidade da pessoa, que vai além da dor física. Este novo cuidado se reflete no reconhecimento do direito do paciente terminal a não ter seu tratamento complicado. Como no art.23 do Código de 1984, há, no art. 60 do Código de 1988, a proibição de "complicar a terapêutica". Fica também claro no Código de 1988 a obrigação do médico "utilizar todos os meios disponíveis de diagnóstico e tratamento a seu 4 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version alcance", mas a medida do seu uso não é sua eficácia em resolver o problema técnico de como controlar o sofrimento e a morte, mas sim o benefício do paciente. Isto nos permite questionar se a gestão técnica do sofrimento e o adiar o momento do morrer são sempre do interesse do paciente, situação hoje muito freqüente na fase final da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Lepargneur, 1985). Segundo Martin (1993), um outro aspecto importante no Código de 1988, no que se refere ao direito do paciente de não ter seu tratamento complicado, é a preocupação em regulamentar pesquisas médicas em pacientes terminais. O art. 130 proíbe ao médico "Realizar experiências com novos tratamentos clínicos ou cirúrgicos em paciente com afecção incurável ou terminal sem que haja esperança razoável de utilidade para o mesmo, não lhe impondo sofrimentos adicionais". Aqui não se trata de uma rejeição da ciência e tecnologia, reconhece-se a legitimidade de recorrer a tratamentos experimentais, mas a partir de um critério bem definido: existência de uma esperança razoável de que o tratamento será útil para o próprio doente e que este não sofrerá desnecessariamente. A situação limite experiência na relação médico-paciente é aquela marcada pela impossibilidade de curar. Mas precisamente o que a situação terminal traz de novo é a relativização da função de curar e sua inserção numa visão mais global da interação médicopaciente. O limite da possibilidade terapêutica não significa o fim da relação médico-paciente. Esta situação traz à tona a essência da ética da relação. Zilling (1993), ao refletir sobre o relacionamento médico-paciente, fala de uma medicina entre estranhos e de uma medicina entre próximos. No relacionamento com estranhos, as regras e os procedimentos tornam-se muito importantes, e o controle, antes que a confiança, domina. Os estranhos não se conhecem o suficiente para terem confiança mútua. Conseqüentemente, na falta de um conhecimento mais profundo ou de valores comuns, os estranhos se apóiam em regras e procedimentos para estabelecer controle. Por contraste, em relações entre próximos, todas as partes se conhecem muito bem e freqüentemente partilham valores ou pelo menos sabem quais são os valores que não são partilhados. Em tais relações, regras formais e procedimentos, apoiados por sanções, podem não ser necessários, e até ser prejudiciais para a relação. Childress e Ziegler (1992), citam que, se muito do que se falou ultimamente de ética médica não foi a partir do modelo da prática com estranhos em que o controle, as normas legais e os procedimentos substituíram a confiança e a confidência que norteavam anteriormente o relacionamento médico. 5 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version Nos últimos anos uma das grandes dificuldades dos profissionais de saúde que prestam atendimento a pacientes fora de possibilidades terapêuticas, é não reconhecer a própria finitude. Diante disso, utilizam variadas formas para prolongar a vida desses pacientes. Geralmente, usar tais medidas em pacientes terminais, sem nenhuma expectativa de recuperação, é tratamento impróprio. Segundo PIVA e CARVALHO, 1993, distanásia (diz + thanasia) significa morte lenta ansiosa e com muito sofrimento. Embora pouco usado em nosso meio, é empregado como sinônimo de tratamento fútil. Os médicos visam do salvar a vida do paciente terminal, submetendo-o a um grande sofrimento ou tortura, e isso é decorrente, possivelmente pela insegurança ou pela onipotência do profissional, como também dizem respeito às angústias, relacionadas entre outras, a possibilidade de morte do paciente, ao sentimentos de impotência e, a desvalorização do seu trabalho por parte de alguns membros da equipe multiprofissional. Já a eutanásia (eu + thanasia), morte serena, sem sofrimento. Oposto de distanásia. Prática pela qual se busca abreviar, sem dor, sofrimento, a vida de um doente reconhecidamente incurável. Mas, na realidade o que é muito confundido em nosso meio é distanásia e eutanásia passiva. Sendo esta última, deixar de morrer através da suspensão de uma medida vital e que levaria o paciente ao óbito em um espaço de tempo variado. Há um determinado momento na evolução de uma doença que, mesmo que se dispunha de todos os recursos ocorrem um processo de morte inevitável, este conceito referese àquele momento e que as medidas terapêuticas não apresentam a sobrevida, mas apenas prolongam um processo lento de morrer. Nesta circunstância, a morte não deve ser temida e sim recebida como uma amiga que trará alívio aos sofrimentos. Cabe aos profissionais de saúde saber identificar um momento em que o paciente esta em fase terminal, essa identificação do período de inversão de expectativas envolve todo um processo de racionalização, exigindo uma postura crítica, neutra e isenta de conceitos préconcebidos, que avalie as opções terapêuticas utilizáveis ou dispensáveis no atual estágio da doença. Essa racionalização levará em conta pelo menos três grandes critérios: os objetivos que são obtidos por meios de imagens, exames laboratoriais e anátomo-patológicos, que confirmam ou não o estágio avançado da doença, um outro critério é o subjetivo, obtido por verificação de reações observadas no exame físico e por fim os intuitivos, sendo estes avaliados tanto no grupo médico como no paciente. Com análise integrada desses critérios teremos uma concepção do paciente como todo, e sua interação com a doença. (CARVALHO; 1993, 131). 6 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version Após a identificação da fase terminal poderão ser empregadas ou negadas condutas ao paciente terminal incluindo comumente a não-adoção e/ou retiradas de medidas de suporte de vida, ordem de não reanimar, interrupção de tratamento fútil, suspensão de cuidados ordinários e/ou extraordinários. A atuação médica é movida por dois grandes princípios morais: a preservação da vida e o alivio do sofrimento. Estes dois princípios se completam na maior parte das vezes,entretanto em determinadas situações podem tornar-se antagônicas, devendo prevalecer um sobre o outro. Se tomarmos como principio básico o de se optar sempre pela preservação da vida, independente da situação, estaremos como tal atitude negando a existência da finitude humana. Porém, os princípios éticos da beneficência, não maleficência, autonomia e justiça deve ser realizada em seqüência de prioridades. Na maioria das ocasiões o principio da beneficência prevalece sobre a não-maleficência, mas dependendo da situação, pode haver uma inversão nessa prioridade. No sentindo de aplicar corretamente estes princípios, deve-se estabelecer como, quando e o que determinará o predomínio de um sobre o outro. De uma forma objetiva e simples, poderíamos dizer que na fase salvável deve prevalecer o principio da beneficência sobre o da não-maleficência. Nesse período, justifica-se a aplicação de medidas salvadoras, mesmo que traga consigo algum grau de sofrimento, pois o objetivo principal é a preservação da vida. Por outro lado, quando do paciente encontra em fase de morte inevitável, a cura já não é mais possível e os objetivos encontram-se na nãomaleficência. Ou seja, tomar medidas que proporcionem o alivio do sofrimento em primeira instância. Se instituído nessa fase, um tratamento mais agressivo, visando a cura, alem de ineficaz, trará maior sofrimento (PIVA E CARVALHO 1993). Metodologia Local e período de execução O experimento foi realizado no período 15 de junho a 15 de julho do corrente ano, nos hospitais Edson Ramalho, Memorial São Francisco, Unimed, Hospital Universitário Lauro Wanderley, Hospital de Emergência e Trauma. Coleta de dados Os dados foram coletados com a utilização de questionário, objetivo e subjetivo, constante de 09 itens, abrangendo a ética profissional referente à utilização da distanásia. 7 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version Foram coletados dados de 12 enfermeiros pertencentes aos quadros profissionais dos referidos hospitais. Análise dos dados Os dados coletados foram analisados e comparados à literatura científica abrangendo a área da distanásia, sendo apresentados em congresso profissional da área de saúde. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Maio Elaboração do projeto de pesquisa x Revisão bibliográfica x Elaboração e aplicação do questionário Junho Julho x Análise dos resultados e Conclusão x Envio do trabalho e elaboração do painel x ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS GRÁFICO 1: Avaliar o conhecimento dos enfermeiros pesquisados a respeito do conceito de distanásia. De acordo com o gráfico abaixo percebe-se que todo o grupo amostral sabia o que significava o termo distanásia. Conhecimento sobre Distanásia 120% Percentual 100% enfermeiros 80% 60% 40% 20% 0% 1 8 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version GRÁFICO 2: Perceber a opinião dos familiares diante dos profissionais que insistem em prolongar a vida do paciente terminal. 83,33% dos enfermeiros responderam que os familiares, diante dos profissionais de enfermagem, demonstram ter esperança de uma melhora do quadro do paciente em fase terminal. Familiares com Esperança de Melhora no Quadro 100% Afirmam percentual 80% Negam 60% 40% 20% 0% 1 GRÁFICOS 3: O gráfico de número 3, representa as condições dos hospitais onde o grupo amostral trabalha, no que se refere às condições para manter a vida do paciente em fase terminal. 83,33% dos enfermeiros relataram que o hospital onde trabalham apresenta condições para a utilização do prolongamento da vida. Hospital com Condições de Prolongar a Vida 100% Percentual enfermeiros que Afirmam 80% enfermeiros que Negam 60% 40% 20% 0% 1 GRÁFICO 3.1: Nesse gráfico observa-se, segundo informações colhidas com os profissionais de enfermagem, as condições dos hospitais para manutenção da vida. 33,34% dos enfermeiros afirmam que a instituição não oferece esse tipo de condições. Já 66,66% dos 9 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version enfermeiros referem-se a existência, nos hospitais que trabalham, de UTI com recursos tecnológicos avançados, favorecendo o prolongamento da vida do paciente terminal. percentual UTI com Boas Condições 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Afirmam Negam 1 GRÁFICO 4: Observou-se, através de entrevistas com profissionais de enfermagem, de quem é a decisão de utilizar equipamentos e/ou medicamentos para prolongar, ainda mais, a vida do paciente terminal. 91,66% dos entrevistados afirmam que a decisão de utilizar medicação e/ou equipamentos para prolongar a vida do paciente terminal, deverá ser exclusiva do médico. Decisão de Prolongar a Vida é do Médico percentual 100% Afirmam Negam 80% 60% 40% 20% 0% 1 10 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version GRÁFICO 5: Foram avaliadas as visões dos profissionais de enfermagem, frente a distanásia. A opção mais aceita foi a de realizar a distanásia mesmo em quadros irreversíveis. 50% dos enfermeiros acreditam que a distanásia deverá ser utilizada, mesmo em quadros clínicos irreversíveis. Ao passo que, 33,33% relatam que só realizariam a distanásia se disponibilizassem de métodos que aliviassem o sofrimento do paciente. percentual Distanásia Mesmo em Quadros Irreversíveis 60% 50% Afirmam 40% 30% Não responderam Negam 20% 10% 0% 1 GRÁFICO 6: Gráfico para avaliar a existência ou não de um conselho ético do hospital, para tomada de decisões relevantes referentes ao paciente terminal. 66,66% dos profissionais admitem que no hospital em que trabalham não existe esse conselho ético. E, 33,33% afirmam existir esse tipo de serviço. Quando perguntado sobre quais profissionais faziam parte do conselho de ética foi respondido que médicos e enfermeiros compunham o quadro. Existência de Conselho de Ética 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% percentual Afirmam Negam 1 11 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version GRÁFICO 7: Esse gráfico refere-se a uma pergunta subjetiva, sobre a existência de apoio de algum profissional de saúde ao paciente terminal. 41,66% dizem não existir um apoio dos profissionais de saúde ao paciente terminal quanto as suas etapas de proximidade da morte. Um dos profissionais entrevistados relatou: “não (até hoje), mas isto se faz necessário, principalmente apoio psico-espiritual ao paciente e sua família”. 58,33% afirmam ter apoio de psicólogos e assistentes sociais ao paciente terminal. percentual Apoio dos Profissionais ao Paciente Terminal 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Afirmam Negam 1 GRÁFICO 8: Através de pergunta aberta, foi indagado sobre os critérios para saber se os procedimentos complexos de sustentação da vida asseguram ganhos reais ao paciente terminal. Metade dos entrevistados (50%) dizem desconhecer os critérios que asseguram os ganhos reais para sustentação da vida. Os demais, afirmam que existem critérios, como se referiu um dos entrevistados: “segurança e conhecimento no manuseio dos equipamentos utilizados e nos procedimentos com o paciente”. 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Critérios para Ganhos Reais para Sustentação da Vida Afrimam Negam 1 12 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version GRÁFICO 9: A opinião de 75% dos enfermeiros é que não deve ser retirado ou não adotar nenhum procedimento se suporte a vida do paciente terminal. Já 25% dos profissionais não continuariam a manutenção da vida, se o caso for irreversível. percentual Não Retirada do Suporte à Vida 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Afirmam Negam 1 CONCLUSÃO Ø Os profissionais de enfermagem da grande João Pessoa apresentam conhecimentos sobre distanásia, entretanto demonstram não existir apoio de conselho ético na tomada de decisões para manutenção da vida do paciente terminal. Ø Os critérios para avaliar se o tipo de procedimento que está sendo utilizado para prolongar a vida do paciente são vagos, sendo difícil explicar para os familiares o quadro real do paciente e o tempo de vida que o mesmo irá ter utilizando aquele tipo de procedimento. Ø As decisões de prolongar a vida do paciente terminal são exclusivas dos médicos, justamente por não haver um conselho ético formado por múltiplos profissionais de saúde. Ficando a família do paciente com apenas uma opção de escolha, a opinião do médico que acompanha aquele doente. Ø Foi percebido que, mesmo um número relevante de profissionais de enfermagem, sendo a favor da não retirada de medidas de suporte a vida do paciente terminal, 13 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version demonstram dúvidas no que se refere ao sofrimento extremo durante essa manutenção da vida. Ou seja, a qualidade de vida e a manutenção da mesma sem qualidade geram dúvidas e incertezas nos enfermeiros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Cordeiro, F. Prolongar artificialmente a vida: Quando e como? Rev. Assoc. Méd. Brasil. 1993: 59 – 60. Childress J: Ziegler M. A medicine of strangers or a medicine of intimates: the two legacies of Karen Ann Quinlan. Second opinion health-faith-ethics 1992;4:68. Lepargneur H. Antropologia do sofrimento. Aparecida: Santuário, 1985. Martin, LM. A ética médica diante do paciente terminal: leitura ético-teológica da relação médico-paciente terminal nos códigos brasileiros de Ética Médica. Aparecida: Santuário, 1993. Piva, J.P., Carvalho, P.R.A. Considerações éticas nos cuidados médicos do paciente terminal. 1993: 129 – 138. Zilling C. A sina dos pacientes NTBR. Jornal do Conselho Federal de Medicina,. Brasília, CFM, 1993: 12. 14 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version