terceirização: um instrumento estratégico para eficácia das

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XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão.
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009
TERCEIRIZAÇÃO: UM INSTRUMENTO
ESTRATÉGICO PARA EFICÁCIA DAS
ORGANIZAÇÕES.
JOSÉ GENTIL BEZERRA DA SILVA (UNIUOL)
[email protected]
FÁBIO FERREIRA DA SILVA (UNIUOL)
[email protected]
JOSÉ EMÍDIO DE ARAUJO NETO (UNIUOL)
[email protected]
O presente artigo teve sua concepção a partir de uma pesquisa teóricoempírica, evidenciando as aplicações mais adequadas na terceirização,
estabelecendo procedimentos dos tipos porque terceirizar, como e
onde? Respondendo ao seguinte questtionamento: na terceirização é
possível estabelecer um instrumento estratégico para eficácia das
organizações? Para tanto, utilizou-se de estudos de autores
conceituados que discorrem sobre o tema, evidenciando os dados que
levam as empresas a optarem por terceirizar suas operações como
ferramenta estratégica em setores chaves como o da tecnologia da
informação e logística operacional, entre outros. Comprovando que
existem inúmeros desafios principalmente nas fases de implantação e
adaptação, tendo a certeza que através deste instrumento as empresas
tornam-se mais eficientes e eficazes em suas estratégias competitivas.
Palavras-chaves: Terceirização; Eficácia; Tecnologia da Informação;
Estratégia.
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1. Introdução
A terceirização trata de uma tendência moderna que consiste na concentração dos serviços nas
atividades essenciais da organização, delegando a terceiros a parte complementar, os
conceitos de terceirização levantados nos estudos já realizados apresentam grande
diversidade, mas todos apontam para um só foco. No século XVIII, Adam Smith, economista
e filósofo escocês, já dizia. "A máxima de todo mestre cauteloso é nunca tentar fazer em casa
o que lhe custará mais do que comprar".
Nos dias atuais, os autores adaptaram os conceitos para o desenvolvimento de seus estudos,
não havendo ainda um padrão conceitual definido. O que existe são vários conceitos que se
diferenciam entre si, conforme os exemplos apresentados a seguir.
Giosa (1997, p. 14), considera a terceirização como “um processo de gestão pelo qual se
repassam atividades para terceiros com os quais se estabelecem uma relação de parceria
ficando a empresa concentrada apenas em tarefas essencialmente ligadas aos negócios que
atua.”
Queiroz (1998, p. 25), relata que "terceirização é uma metodologia de motivação e fomenta a
criação de novas empresas, o surgimento de mais empregos, maior geração de impostos ao
redor do poder público."
Para Gonsalves (2001, p. 31), “terceirização é a contratação de serviços por meio da empresa,
intermediária entre o tomador de serviços e a mão-de-obra, mediante contrato de prestação de
serviços. A relação de emprego se faz entre o trabalhador e a empresa prestadora de serviços.
E não diretamente com o contratante destes.”
Stair e Raynolds (2006, p. 49 ) afirmam que “terceirização é a contratação de serviços
profissionais externos para atender a certas necessidades específicas de negócios”.
A terceirização ou outsourcing do inglês (fornecimento externo) é um processo de
transferência, dentro da empresa - empresa-origem, de funções que podem ser executadas por
outras empresas - empresa-destino. Trata-se da transferência, para terceiros, de parte das
atividades de uma empresa. (LEITE, 2001).
Fazendo uma analogia entre os conceitos pode-se acrescentar que terceirização, é uma técnica
e uma filosofia de gestão. Trata-se de contratar serviços de uma entidade exterior à empresa
para executar trabalhos geralmente não estratégicos, que não produzam qualquer valor
acrescentado para o cliente. As organizações que se dispõe pela contratação de empresas
objetivando a terceirização de parte de suas atividades, necessitam estabelecer suas estratégias
de gerenciamento, para que a partir delas, possam-se delinear quais atividades poderão ser
terceirizadas, efetuando um planejamento nos níveis estratégico, tático e operacional.
O objetivo deste artigo é estabelecer através de uma abordagem teórico-empírica, um
planejamento estratégico onde
são evidenciadas as aplicações mais adequadas na
terceirização, estabelecendo procedimentos dos tipos por que terceirizar, como e onde.
Respondendo ao seguinte questionamento: Na terceirização, é possível estabelecer um
artefato estratégico para eficácia das organizações?
2. Terceirização
A história da terceirização começa com o enxugamento das mega-estruturas organizacionais,
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originou-se nos Estados Unidos, com o nome de outsourcing, no início da 2ª Guerra Mundial,
e se consolidou como estratégia empresarial começando na década de 50, deste o surgimento
da indústria automobilística, onde existe o aspecto de montadora.
Leiria e Saratt (1995, p. 97) relatam que não por acaso, a terceirização foi implantada no país
pelas multinacionais. Na década de 50 as indústrias de automóvel, querendo ser ágeis,
introduziram o conceito de se dedicar apenas a essência do negócio, no caso a montagem dos
veículos. O restante seria (e ainda é) delegado a terceiros, inclusive a produção de peças.
No Brasil, o problema principal para aprimorar a nova estratégia do mercado mundial, foi a
crise econômica, a recessão e o mercado restrito, que forçaram as empresas nacionais a
modernizarem seus processos de gestão empresarial, aliado com o desejo social de abertura de
novas empresas.
A partir da década de 80 a desverticalização das empresas brasileiras, o crescente aumento das
inovações tecnológicas, o início da globalização, entrada de novas empresas mais flexíveis no
mercado mundial, e o empreendedorismo deram início à demanda por terceirizações no
Brasil, não significando uma relação direta de causa e efeito. Este novo modelo de gestão
estendeu-se, já no final desta década para áreas também estratégicas das organizações, como a
da tecnologia da informação (SAAD, 2006).
No entanto, a partir da última década, têm ocorrido mudanças no mercado mundial, fatores
que forçaram as empresas a desenvolverem estratégias competitivas baseadas na cooperação
para alcançar maior produtividade e qualidade e conseqüente redução dos custos, visando
atender às necessidades e expectativas dos clientes.
Hoje a terceirização é uma das mais poderosas ferramentas da modernização empresarial,
permitindo a organização concentrar-se no seu negócio principal que é tantas vezes distorcido,
em alguns casos até esquecido ao longo da existência da empresa.
A terceirização deve tornar-se uma prática de gestão universal nas empresas, sejam elas
públicas ou privadas.
A terceirização pode ser classificada de seguinte forma:
A prestação de serviço: é uma ampla evolução, o terceiro intervém na atividade-meio do
tomador, executando seu trabalho nas instalações deste ou onde for determinado;
Franquia: é quando uma empresa concede a terceiro o uso de sua marca em condições
preestabelecidas ou comercializa os seus produtos;
Compra de Serviço: ocorre quando as empresas buscam obter de terceiros especialistas,
mediante determinadas especificações técnicas desejadas, a prestação de serviços de
manipulação de materiais;
Nomeação de Representantes: as empresas contratam profissionais especializados para
atuarem como seus prepostos no mercado, vendendo produtos ou prestando serviços;
Concessão; quando uma empresa atua em nome da outra, que cede sua marca sob condições
determinadas para comercializar os seus produtos;
Locação de mão-de-obra: consiste na utilização do chamado trabalho temporário previsto na
Lei 6.019/74, supervisionado pelo tomador desses serviços.
Dentre os serviços tradicionais na terceirização, o mercado em geral entende que a
terceirização se aplica principalmente na contratação dos seguintes serviços: administração de
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mão-de-obra; administração de restaurantes; limpeza e conservação; segurança/vigilância;
manutenção predial, entre outros.
No entanto, com o sucesso da implantação da terceirização, as empresas já estão migrando
dos ditos serviços tradicionais para a contratação dos serviços especializados. São eles:
logística operacional e distribuição; suprimentos; jurídico; comercial; recursos humanos
(desenvolvimento/recrutamento e seleção/ departamento de pessoal/benefícios); auditoria;
controle de qualidade; armazenagem; marketing; manutenção técnica; telemarketing;
tecnologia da informação.
As empresas que contratam serviços de terceiros são chamadas de “tomadoras” e as que são
contratadas são chamadas de “prestadoras”.
Conforme regulamenta o TST (Tribunal Superior do Trabalho) através do Enunciado 331, não
se permite que se contratem terceiros para executar os serviços relacionados à atividade-fim
(principais, objeto do contrato social) da empresa contratante, mas tão somente é permitida a
terceirização dos serviços ligados a atividade-meio (suporte, não essenciais).
O Ministério do Trabalho e Emprego fiscaliza as empresas que contratam empresas
tomadoras de serviços irregularmente com o intuito de burlar as leis, prejudicando os
trabalhadores. Constatando-se a irregularidade, o Ministério do Trabalho e Emprego condena
a empresa contratante a pagar todos os direitos trabalhistas ao indivíduo contratado
irregularmente.
O Decreto Presidencial no 2.271, de 7 de julho de 1997, dispõe sobre a contratação de serviços
(terceirização) pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dá outras
providências. Em seu Art. 1º, § 1º versa: “As atividades de conservação, limpeza, segurança,
vigilância, transportes, informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e
manutenção de prédios, equipamentos e instalações serão de preferência, objeto de execução
indireta.”
2.1.2 Porque se terceiriza
As organizações estão sempre em busca da excelência na produção de bens e prestação de
serviços, por isso vêm buscando formas de focalizar o seu objetivo principal, delegando a
outrem as tarefas afins. O motivo pelo qual as organizações terceirizam um processo de
negócios é permitir o foco mais específico em seu núcleo de negócios (STAIR e
RAYNOLDS, 2006).
Peter Drucker apud Saad (2006, p. 1) relata que esta mudança (terceirização), significa um
grande negócio, as agências governamentais, os grandes hospitais, as grandes universidades,
não são necessariamente os que empregão muitas pessoas. Essas empresas terão rendimentos
substanciais e resultados substanciais – obtido em grande parte porque elas, elas mesmo,
fazem apenas o trabalho que é focado na sua missão, diretamente relacionado aos seus
resultados, o resto elas contratam.
No mundo globalizado somente conseguem sobreviver, as organizações que se especializam
no seu produto, devido a alta exigência do mercado consumidor e a concorrência predatória
que hoje está em todos os setores da economia.
As organizações buscam na terceirização parceiros que minimizem seus problemas de
produção e prazos, atendendo melhor e mais rápido os seus clientes e usuários, agindo apenas
sobre as funções de apoio o que não irá influenciar o seu negocio principal.
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Terceirizar é uma opção estratégica para melhorar a gestão da organização, vale salientar que
a terceirização não deve ser confundida com recursos para enxugar o quadro de pessoal,
gerando demissões em massa, redução de salários, e desobrigar a empresa de encargos
sociais.
Como qualquer ferramenta administrativa a terceirização deve ser cuidadosamente avaliada
pelos gestores organizacionais antes de ser implementada nas empresas. Pode-se argumentar
que a terceirização representa uma redução de custos e riscos operacionais, pode trazer para
empresa inovações tecnológica e agilidade na execução das tarefas de apoio, excelência com
qualidade, maior competência operacional, flexibilidade, eficácia organizacional e a
desburocratização.
Entretanto, a terceirização se não for bem elaborada e acompanhada pode colocar em risco a
atividade meio da empresa (contratante) como, por exemplo, revisões constantes dos acordos
celebrados, pois sempre há o risco de se contratar empresa não hábil para executar o serviço
desejado, e eventualmente pode ocasionar à perda da infra-estrutura e da cultura
organizacional da empresa (contratante).
3. Terceirização estratégica na Tecnologia de Informação
3.1 Estratégia
O mundo corporativo além da alta competitividade vem passando por mudanças em
velocidade avassaladora, essas mudanças interferem na eficácia dos processos organizacionais
de duas maneiras: positiva ou negativamente. Diante deste cenário, busca-se otimizar
constantemente o impacto dessas mudanças quando positivo e minimizar se negativo. Para
isso desenvolvem-se estratégias no intuito de livrar-se dos efeitos negativos dessas mudanças
num cenário tão conturbado.
Há um conceito básico para o termo estratégia, e este conceito básico de estratégia está
relacionado à ligação da empresa com ambiente no qual está inserida. E, nesta situação, a
empresa procura definir, operacionalizar e implementar estratégias que maximizam os
resultados da interação estabelecida. (OLIVEIRA, 2006, P. 190).
A estratégia significa, literalmente, “a arte do general”, derivando-se da palavra grega
strategos, que significa, estritamente, general. Estratégia, na Grécia antiga, significava aquilo
que o general fez... Antes de Napoleão, estratégia significava a arte e a ciência de conduzir
forças militares para derrotar o inimigo ou abrandar os resultados da derrota. Na época de
Napoleão, a palavra estratégia estendeu-se aos movimentos políticos e econômicos visando a
melhores mudanças para a vitória militar (STEINER, 1969, apud OLIVEIRA, 2006, P. 190).
Com essa perspectiva, Luecke (2008), afirma que para uma empresa criar estratégia deve
começar com pesquisa e intensa análise das questões de alta prioridade para atingir os
objetivos e ser bem-sucedida a longo prazo.
Fica claro que estratégia é uma arte utilizada para aplicar os meios disponíveis a uma empresa
com vista em alcançar e/ou maximizar um ou mais objetivos. Ou seja, decisões presentes com
implicações futuras.
A estratégia deve ser competitiva, e para ser competitiva deve assumir uma ação ofensiva ou
defensiva (PORTER, 1986). A definição de uma estratégia competitiva é, em essência, o
desenvolvimento de uma fórmula ampla relativa ao modo como uma empresa irá competir,
quais deveriam ser as suas metas e quais as políticas necessárias para leva-se a cabo essas
metas e efetuar testes de consistência (LERNER, 2002).
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O termo "estratégia competitiva" se refere a como uma empresa se posiciona para competir
em um mercado em resposta às estratégias e posições externas, de modo a obter uma
vantagem competitiva sustentável.
Os resultados das transformações no mundo empresarial configuram a denominada
flexibilização do trabalho, que tem se delineado em dois cenários: um de flexibilidade interna
e gestão institucionalizada (variante européia); e outro de desregulamentação e flexibilidade
externa (variante americana), (CORIAT, 1998 apud CHERCHIGLIA, 2004). No primeiro
cenário, a característica essencial é a busca da flexibilidade interna para enfrentar a
imprevisibilidade do mercado, apoiando-se na construção de uma via negocal-coletiva de
repactuação da cooperação no trabalho (renegociação salarial, redução da jornada de trabalho
e “partilha” dos empregos sob formas variadas).
As garantias possibilitadas pela proteção social não são fundamentalmente retiradas, sendo o
salário indexado à produtividade de determinados setores ou à economia no seu conjunto. No
segundo cenário, o mercado caracteriza-se pela multiplicação das formas enfraquecidas de
emprego e de trabalho (negação de conquistas sociais do trabalho, generalização dos contratos
temporários e abrandamento da legislação trabalhista e de proteção social, implantação do
salário relacionado ao desempenho, com diversos sistemas de prêmios, motivando a
individualização).
Assim, as firmas ajustam seus efetivos às variações da demanda. A flexibilização do trabalho,
principalmente na variante americana, tem levado a uma dualização do mercado de trabalho
(PIORE e SABEL, 1984 apud CHERCHIGLIA, 2004). Em uma ponta teríamos um núcleo de
assalariados estáveis altamente qualificados e polivalentes, bem remunerados e bem
protegidos. A flexibilidade seria funcional, dada pela capacidade do empregador de
movimentar esse segmento entre diversas funções com conteúdos diferenciados. Na outra
extremidade, teríamos uma força de trabalho mais instável, com poucos direitos trabalhistas,
com contratos de trabalho por tempo determinado ou parcial e um crescente número de
desempregados.
A flexibilidade seria numérica e consistiria na habilidade do empregador em alterar o tamanho
de sua força de trabalho. O resultado combinado dessa dupla estratégia (flexibilidade
funcional e numérica), num contexto de desregulação, tem sido: aumento de pessoal
temporário externo fornecido por terceirização, desemprego crescente, diminuição do núcleo
dos empregados estáveis e bem pagos e aumento da precariedade e da exclusão. (PIORE e
SABEL, 1984 apud CHERCHIGLIA, 2004).
No Brasil, o mercado de trabalho parece ter trilhado a variante americana, com desregulação
das relações de trabalho, crescimento do trabalho informal, generalização de contratos por
tempo determinado e temporários, subcontratações e terceirização.
3.2 Terceirização como ferramenta estratégica
Uma das principais questões do cenário atual dos negócios é a necessidade das organizações
de atuarem de forma competitiva. Diante disso, a terceirização surge como possibilidade
concreta para vantagem competitiva. Pode-se dizer que é uma ferramenta estratégica, cuja
exploração pelas empresas está se dando de forma gradativa.
Trata-se de uma inovação na categoria de serviços, que vem como aliada à dinâmica do core
competence, que designa as competências estratégicas, únicas e distintivas de uma
organização que lhe conferem uma vantagem competitiva intrínseca e, por isso, constituem os
fatores chave de diferenciação face aos concorrentes (FERNANDES, 2003).
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Para Nunes (2006), o core competence para ser considerado, terá que estabelecer três
requisitos básicos:
 Proporcionar o acesso a uma ampla variedade de mercados;
 Contribuir de forma significativa para o produto final e;
 Difícil imitação pelos concorrentes.
Desta forma, definindo as competências como um conhecimento técnico ou uma tecnologia
especifica que é susceptível de oferecer um valor único para os clientes e que distingue a
empresa das rivais.
A contratação de terceiros vem sendo encarada como um dos caminhos mais avançados da
empresa moderna. Remontando às teorias administrativas, pode-se dizer que as empresas
estão divididas em três tipos: a do primeiro reproduz o mecanismo encontrado em instituições
milenares, como a Igreja e instituições militares, principalmente no que se refere à estrutura
hierárquica e normas. É a clássica empresa taylorista: volumosa, pesada e sem agilidade. A do
segundo tipo, ainda taylorista, porém menos engessada, começa a agregar aspectos
participativos, mas nunca em sua gestão, para não correr riscos.
Para chegar ao terceiro tipo, a empresa passa por três momentos. Em princípio, os que detêm
o poder conscientizam-se de que é preciso mudar para reagir às ameaças do ambiente externo.
Depois, é feita uma análise de valores (custos e benefícios) de cada uma das funções da
empresa, abandonando a visão segmentada. Finalmente, é possível identificar o que é
estratégico e o que é acessório, podendo ser passado a outros. Neste momento, sem o
ultrapassado receio de perda do poder, a terceirização ganha razão de ser (LEIRIA, 1991).
A terceirização assume a condição de ferramenta estratégica no momento em que é utilizado
para agregar valor, assim como também transformar um negócio. A terceirização acrescenta
um novo elo na cadeia de abastecimento e isto equivale, geralmente, a uma garantia extra
(MONTEIRO, 2006).
3.3 Tecnologia da Informação
A informática ou tecnologia da informação pode ser conceituada como recursos tecnológicos
e computacionais para guarda, geração e uso da informação e do conhecimento. Está
fundamentada nos seguintes componentes: hardware e seus dispositivos e periféricos;
software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de dados e informações
(REZENDE 2000).
Todos estes componentes interagem e necessitam do componente fundamental, que é o
recurso humano (peopleware ou humanware). Embora conceitualmente esse componente não
faça parte da tecnologia da informação, sem ele esta tecnologia não teria funcionalidade e
utilidade.
O hardware contempla os computadores e seus respectivos dispositivos e periféricos. O
software contempla os programas em seus diversos tipos, tais como o software de base ou
operacionais, de redes, aplicativos, utilitários e de automação. Eles dirigem, organizam e
controlam os recursos de hardware, fornecendo instruções, comandos – programas.
Os sistemas de telecomunicações são recursos que interligam o hardware e o software. As
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comunicações podem ser definidas como as transmissões de sinais por um meio qualquer de
um emissor para um receptor. As telecomunicações se referem à transmissão eletrônica de
sinais para comunicações inclusive por meios como: cabos telefônicos, fibra ótica,
microondas, rádio, etc. As comunicações de dados são um subconjunto especializado de
telecomunicações que se referem à coleta, processamento e distribuição eletrônica de dados,
normalmente entre os dispositivos de hardware de computadores.
A gestão de dados e informações com seus respectivos recursos, parte integrante da
Tecnologia da Informação, também são subsistemas especiais do Sistema de Informação
global das empresas. Os dados, quando a eles são atribuídos valores, transformam-se em
informações. A gestão de dados e informações compreende as atividades de guarda e
recuperação de dados, níveis e controle de acesso das informações.
A gestão de dados e informações contempla quatro atividades relevantes: esquema de guarda
de dados (cópia ou backup), recuperação de dados, controle de acesso e níveis de acesso ou de
navegação sistêmica, requerendo dessa gestão um completo plano de contingência e um plano
de segurança de dados e informações.
3.4 Terceirização na Tecnologia da Informação
Os anos 90 apresentaram duas tendências. A primeira é que as organizações estão
concentrando todos seus esforços nas atividades essenciais, levando à terceirização em larga
escala. A segunda é a conscientização quanto o valor da informação, vista como um dos mais
importantes ativos da organização, reconhecendo que é cada vez mais difícil ser autosuficiente nesta área.
Neste cenário é que nasceu a terceirização da área de TI, que pela sua peculiaridade difere
substancialmente da terceirização de outras áreas, como limpeza e vigilância. Outros motivos
para a terceirização são obter economias de custos ou benefícios da experiência do fornecedor
dos serviços (STAIR e REYNOLDS, 2006, p.50).
Não obstante, a terceirização como já dito anteriormente não traz só benefícios, chegando a
ser desconfortável a posição de depender de parceiros pouco comprometidos com as
prioridades da empresa que contrata. O problema é que esta situação só pode ser descoberta
em conseqüência de erros cometidos, geralmente acompanhados de grandes transtornos. O
que cria sérios problemas para ambas as empresas Earl apud Laudon e Laudon(2004, p.412).
As grandes empresas há muito terceirizam, por exemplo, a confecção de sua folha de
pagamento, porque mesmo para aquelas que possuem um contador na empresa, é difícil
calcular a folha de pagamento manualmente, logo, contratam firmas especializadas,
facilitando o trabalho e reduzindo enormemente os custos, o tempo, e o layout empresarial.
Também é muito comum trabalhos com grande volume de digitação de textos serem
contratados porque assim se obterá um trabalho mais rápido e com melhor qualidade, em vez
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de ocupar um funcionário que não tem muita prática no assunto e que irá demorar dias o que
um digitador fará em apenas algumas horas.
A terceirização tornou-se popular porque algumas organizações acham que ela é mais efetiva
em custos do que manter seu próprio pessoal de informática (LAUDON e LAUDON, 2004,
p.412).
As tarefas da área de TI candidatas à terceirização são as que se encontram nos extremos em
termos de qualificação exigida – as menos qualificadas, que são mais padronizadas e as mais
qualificadas, que exigem um "know-how" maior. Exceção feita a serviços com prazos críticos
que a equipe interna não teria condições de fazê-los.
A área de desenvolvimento é uma área forte candidata a terceirização, uma vez que envolve
recursos tecnológicos e conhecimento técnico de alta capacidade.
Stair e Reynolds (2006, p.473) relatam que “muitas companhias contratam empresas externas
especializadas em consultoria para o desenvolvimento de seus sistemas. Essas empresas de
consultoria assumem, em geral, parte ou toda a atividade de desenvolvimento das companhias
que as contratam.”
Numa visão simplista, se terceiriza quando sai mais barato comprar do que produzir (essa é a
regra básica na visão de custos), porém quando se trata de uma visão estratégica, o objetivo é
de investir para ganhar competitividade, terceirizando inclusive a área de TI, onde a adoção
de novas tecnologias fará com que a organização atinja seus objetivos de forma mais racional
e lucrativa.
Empresas devem ser especialmente cautelosas ao usar a terceirização para desenvolver ou
operar aplicações que lhes dêem algum tipo de vantagem competitiva (LAUDON e
LAUDON, 2004, p.412)
4. Conclusão
Mesmo não sendo uma idéia nova, a terceirização se mostra nos dias atuais uma poderosa e
flexível ferramenta de gestão. Desde os primórdios da sua aplicação em organizações vem
evoluindo e mostrando-se cada vez mais adaptável as novas necessidades organizacionais.
O que antes se restringia as atividades não estratégicas, hoje se mostra eficiente como
estratégia organizacional, gerando parcerias que resultam em bens e serviços de mais
qualidade. Hoje não se discute mais se a empresa irá terceirizar, mas sim onde e quando irá
fazê-lo. As decisões que darão estas respostas serão tomadas levando-se em conta a geração
dos meios que farão a organização atingi maximizar seus objetivos.
Cada vez mais a área de TI será alvo de terceirização, uma vez que a empresa para se manter
no mercado terá que fazer uso das modernas ferramentas de TI, que lhes possibilitarão um
diferencial competitivo.
No contexto atual a ferramenta terceirização atua em áreas estratégicas como é caso da
Logística operacional e da Tecnologia da Informação (TI), quebrando um dos últimos tabus,
que não se terceiriza áreas estratégicas.
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Está claro, que neste cenário globalizado de competições e corrida em busca da excelência
organizacional, a terceirização passa a ser um instrumento estratégico para eficácia das
empresas que a utilizam, tornando-se mais competitivas e proativas no que se refere às
melhorias contínuas, satisfazendo as exigências dos clientes, mantendo sua organização no
ápice da competitividade do mercado mundial. O que mantém a relação de causa e efeito,
produzindo mais em menos tempo. Com o menor custo e maior qualidade.
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