50º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 50º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2004 Costão do Santinho • Florianópolis • Santa Catarina • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-04-6 [email protected] Palavras-chave: Hb variantes, cadeias globínicas, polimorfismo de Hb Ondei, LS; Zamaro, PJA; Bonini-Domingos, CR UNESP / IBILCE, LHGDH (Laboratório de Hemoglobinas e Genética das Doenças Hematológicas), Departamento de Biologia Diagnóstico laboratorial clássico na identificação de variantes de hemoglobinas – o que é preciso fazer? As hemoglobinas variantes, originadas em sua maioria por simples substituições de aminoácidos, resultam em mudanças nas seqüências de nucleotídeos. Atualmente, o número de Hb anormais identificadas tem aumentado devido à melhoria nas metodologias de análises, no entanto, muitos laboratórios de rotina não estão preparados para a correta identificação dos mutantes uma vez que, para o diagnóstico adequado das Hb anormais, são necessários vários testes desde o rastreamento do mutante até a confirmação de sua presença. Deste modo, objetivou-se caracterizar os mutantes de Hb das amostras de sangue enviadas ao LHGDH, utilizando diversas metodologias de análises. Foram analisadas 83 amostras de sangue periférico colhidas com EDTA, após consentimento informado, provenientes de diferentes Estados brasileiros e da Colômbia. As amostras foram submetidas a triagem para hemoglobinopatias incluindo métodos citológicos, bioquímicos, eletroforéticos e cromatográficos. Para identificação da cadeia globínica mutada, foram utilizadas as eletroforeses de cadeias polipeptídicas em pH alcalino e pH ácido. Os resultados dos procedimentos eletroforéticos em pH alcalino indicaram padrões de migração diversos, sendo que 45 % das amostras migraram na posição de Hb S. A diferenciação dessas Hb só foi possível com a associação de metodologias eletroforéticas e cromatográficas. O perfil dos mutantes, obtido pelas eletroforeses de cadeias polipeptídicas, foi: 42 % de mutantes de cadeia beta, 29 % de cadeia alfa, 5 % de cadeia delta, 4 % de cadeia gama e 2 % de fusões de cadeia delta/beta. Em 18 % não foi possível identificar a cadeia polipeptídica alterada. Encontraram-se oito suspeitas mutantes de cadeia beta em heterozigose: Hb D Los Angeles, Hb E, Hb Korle Bu, Hb J Baltimore, Hb D Iran, Hb E Saskatoon, Hb Deer Lodge e Hb J, sendo que 37 % delas migraram na posição de Hb S na eletroforese em pH alcalino. Para os mutantes de cadeia alfa foram seis suspeitas: Hb Hasharon, Hb J Oxford, Hb Q India, Hb G, Hb Queen e Hb I, sendo que 67 % migraram na posição de Hb S. As fusões de cadeia sugerindo Hb Lepore também apresentaram migração eletroforética similar a Hb S. Os resultados globais mostraram que as variantes não puderam ser identificadas apenas pelos métodos eletroforéticos usuais evidenciando-se a dificuldade de identificação, principalmente, daquelas que apresentaram perfil semelhante à Hb S em pH alcalino podendo ser incorretamente diagnosticadas. Portanto, para a identificação correta das Hb variantes e um diagnóstico seguro é fundamental a associação dos métodos eletroforéticos e cromatográficos, além da eletroforese de cadeias polipeptídicas como análise pré-molecular. Apoio financeiro: CAPES, BIO-RAD e BIO-OXFORD 581