01/07/2010 Questões adicionais quanto ao uso de MQO com dados de séries temporais Hipótese de exogeneidade estrita: o termo de erro ut é não correlacionado com cada variável explicativa em todos períodos de tempo. Exige-se mais que exogeneidade contemporânea. MQO não viesado Séries de Tempo Capítulos 11 1 2 Processos estocásticos estacionários Questões adicionais quanto ao uso de MQO com dados de séries temporais Tudo fica mais complicado quando as observações são correlacionadas ao longo do tempo. Será que a correlação entre as variáveis em diferentes pontos no tempo tende para zero com rapidez necessária? Séries temporais que tenham correlação temporal substancial exigem atenção especial na análise da regressão. Propriedades assintóticas As distribuições de probabilidade são estáveis no decorrer do tempo. Um processo estocástico é estacionário se, para toda coleção de índices no tempo 1 ≤ t1 < …< tm, a distribuição conjunta de (xt1, …, xtm) for a mesma para (xt1+h, … xtm+h) para h ≥ 1. Ou seja, a distribuição de probabilidade não muda ao longo do tempo. 3 Processos estocásticos estacionários 4 Processos covariânciaestacionários Logo, estacionariedade implica que os xt’s são identicamente distribuídos e que a natureza de qualquer correlação entre termos adjacentes é a mesma entre todos os períodos. A estacionariedade implica que o futuro seja igual ao passado, ou seja, relações históricas podem ser generalizadas. Uma série com tendência é claramente não estacionária pois sua média muda ao longo do tempo. 5 Um processo estocástico é covariânciaestacionário se E(xt) é constante, Var(xt) é constante e, para quaisquer t e h ≥ 1, a Cov(xt, xt+h) depende apenas de h (não depende de t). Logo, essa forma mais fraca de estacionariedade requer apenas que a média e a variância sejam constantes no tempo, e que a covariância dependa apenas da distância no tempo entre as observações. 6 1 01/07/2010 Séries temporais fracamente dependentes Relação entre duas variáveis ao longo do tempo Se quisermos entender a relação entre duas variáveis ao longo do tempo, temos que pressupor alguma estabilidade. Se a relação entre y e x muda arbitrariamente ao longo do tempo, não conseguimos descobrir muito como a mudança de uma afeta a outra!! O coeficiente βj não muda ao longo do tempo. 7 Um processo MA(1) Uma série temporal estacionária é fracamente dependente se xt e xt+h são “quase independentes” quando h cresce. Se em um processo covariância-estacionário Corr(xt, xt+h) → 0 as h → ∞, dizemos que esse processo covariância-estacionário é fracamente dependente. À medida que as variáveis se afastam no tempo, a correlação entre elas se torna cada vez menor. Esses conceitos são importantes pois a análise de regressão exige alguma forma de estacionaridade. 8 Um processo AR(1) Um processo média-móvel de ordem 1, MA(1), é caracterizado por xt = et + α1et-1, t = 1, 2, … onde et é uma seqüência iid de média 0 e variância σ2e Esse processo é uma seqüência fracamente dependente e estacionária. Prove!!! Um processo auto-regressivo de ordem 1, AR(1), é caracterizado por yt = ρ1yt-1 + et , t = 1, 2,… onde et é uma seqüência iid com média 0 e variância σe2 . Para esse processo ser fracamente dependente, é necessário que |ρ| < 1 – processo AR(1) estável. Corr(yt ,yt+h) = Cov(yt ,yt+h)/(σyσy) = ρ1h que diminui quando h cresce. 9 Um processo AR(1) 10 Revisitando a tendência Corr(yt ,yt+h) = Cov(yt ,yt+h)/(σyσy) = ρ1h que diminui quando h cresce. Embora os y´s sejam correlacionados para qualquer h >= 1 , a correlação se torna pequena para h grande se ρ ≤ 1 1 11 Uma série com tendência não pode ser estacionária, pois sua média muda com o tempo. Uma série com tendência pode ser fracamente dependente. Se uma série é fracamente dependente e é estacionária em torno de sua tendência, ela é chamada de tendência-estacionária. Desde que a tendência seja incluída na regressão, ela pode ser utilizada na análise de regressão. 12 2 01/07/2010 Hipóteses para a consistência Inferência em grandes amostras Homocedasticidade: Var (ut|xt) = σ2, para todo t. Ausência de correlação serial: E(utus| xt, xs) = 0 para t ≠ s. Com essas hipóteses, temos normalidade assintótica e os erros-padrão, as estatísticas t´s e F usuais são válidos. Linearidade e dependência fraca. Uma forma mais fraca da hipótese de média condicional zero: E(ut|xt) = 0, para todo t. Sem perfeita colinearidade nas variáveis explicativas. Logo, para não tendenciosidade assintótica (consistência), precisamos de uma hipótese mais fraca do que a da exogeneidade dos regressores (necessária para não tendenciosidade para qualquer tamanho de amostra). 13 Exemplos: A hipótese de mercados eficientes 14 Exemplos: A hipótese de mercados eficientes Seja yt o retorno percentual semanal (de uma quarta-feira a outra, no encerramento) do índice composto da Bolsa de Valores de NY. Uma forma estrita da hipótese de mercados eficientes estabelece que as informações observáveis no mercado anteriores à semana t não devem ajudar a prever o retorno durante a semana t. ( ) E y t / y t −1 , y t − 2 , y t −3 ,... = E ( yt ) Se a informação acima é falsa, poderemos usar as informações sobre os retornos passados para prever o retorno corrente. Como testar isto? 15 Exemplos: A hipótese de mercados eficientes 16 Exemplos: A hipótese de mercados eficientes Especificar um modelo AR(1). Banco de dados: nyse.gdt Modelo 1: Mínimos Quadrados (OLS), usando as observações 76/01/21-89/03/29 (T = 689) Variável dependente: return Testar H0: β1 = 0 Uma vez que a defasagem de um período de y é controlada nenhuma outra defasagem de y afetará o valor esperado de y. 17 const return_1 Coeficiente Erro Padrão 0,179634 0,0807419 0,0588984 0,0380231 Média var. dependente Soma resíd. quadrados R-quadrado F(1, 687) Log da verossimilhança Critério de Schwarz rô 0,191138 3059,738 0,003481 2,399457 -1491,244 2995,559 0,001405 razão-t 2,2248 1,5490 p-valor 0,02642 0,12184 D.P. var. dependente E.P. da regressão R-quadrado ajustado P-valor(F) Critério de Akaike Critério Hannan-Quinn h de Durbin ** 2,112540 2,110395 0,002030 0,121838 2986,488 2989,997 0,505169 18 3 01/07/2010 Passeios aleatórios Passeio aleatório (cont.) Um passeio aleatório é um processo AR(1) com ρ1 = 1, ou seja, ele não é fracamente dependente. Em um passeio aleatório, o valor esperado de yt é y0 – ou seja, não depende de t. Var(yt) = σe2t, ou seja, cresce com t. Dizemos que um passeio aleatório é altamente persistente, uma vez que E(yt+h|yt) = yt para todo h ≥ 1. 19 Um passeio aleatório é um caso especial do que é conhecido como uma processo com uma raiz unitária. Observe que tendência e persistência são conceitos diferentes – uma série pode ter tendência mas ser fracamente dependente, ou pode ser altamente persistente sem qualquer tendência. Um passeio aleatório com deslocamente é um exemplo de uma série altamente persistente e com tendência. 20 Transformando séries persistentes Para usar séries altamente persistentes na análise de regressão, precisamos transformá-las em séries fracamente dependentes. Dizemos que um processo fracamente dependente é integrado de ordem zero, I(0). Um passeio aleatório é integrado de ordem 1, I(1), o que significa que sua primeira diferença será I(0). 21 4