○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ SARAMPO ................................................................................................................................................ 57 FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE SARAMPO ............................................................................ 59 RUBÉOLA ................................................................................................................................................ 60 SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA ............................................................................................ 61 TÉTANO ................................................................................................................................................... 64 FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE tétano ...................................................................................... 66 COQUELUCHE ....................................................................................................................................... 67 FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE COQUELUCHE .................................................................... 68 DIFTERIA ................................................................................................................................................ 69 FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE DIFTERIA .............................................................................. 71 Manual das ações programáticas 55 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ SARAMPO · RUBÉOLA · TÉTANO · COQUELUCHE · DIFTERIA ○ PROTOCOLOS DAS DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS ○ ○ ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde PROGRAMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE AGRAVOS TRANSMISSÍVEIS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ HISTÓRIA CLÍNICA Secretaria Municipal de Saúde gue realizada do 1º ao 28º dia após o aparecimento do exantema); vínculo epidemiológico, ou seja, quando o caso suspeito for comunicante de um caso confirmado por laboratório. SARAMPO Criança que tomou uma dose de vacina Triviral, se maior de 1 ano. Criança que tomou duas doses de vacina triviral se < 4 anos. Conduta frente a um caso suspeito: · Notificação compulsória ao nível central no período de 24 horas após o diagnóstico. · Investigação epidemiológica do caso até 48 horas após a notificação, que deverá ser feita através do preenchimento da ficha de investigação epidemiológica, é importante registrar a idade do paciente, estado vacinal, data da coleta da amostra de sangue e registro do bloqueio vacinal. Este procedimento possibilita a investigação prospectiva de todas as pessoas que estiveram em contato com o paciente durante o período de transmissibilidade da doença, permitindo que todos os contatos sejam observados e vacinados, quando indicado. · Coleta de sangue para exame laboratorial deverá ser realizada do 1º ao 28º dia após o aparecimento do exantema. O sangue deverá ser colhido na própria unidade de saúde e encaminhado ao IPH. O transporte do sangue ao IPH será realizado pelo nível central da SMS mediante a solicitação da Unidade de Saúde. Somente em caso de não haver pessoal treinado para coleta venosa de sangue, o paciente deverá ser encaminhado ao IPH munido do impresso próprio DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO Doença com febre acima de 38ºC que apresente erupção maculopapular (exantema ), durante 4 a 6 dias, acompanhado de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse, coriza, conjuntivite, independente do estado vacinal. A febre, a coriza e a conjuntivite devem preceder a erupção. A presença de mancha de Koplik (raramente detectadas) reforça o diagnóstico. DEFINIÇÃO DE CONTATO Qualquer pessoa exposta a um caso de sarampo, durante os pródromos e até 4 dias após manifestar-se a erupção. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO Quando a interpretação dos resultados de exames laboratoriais realizadas for positiva para sarampo (IgM positivo com coleta de sanManual das ações programáticas 57 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ DEFINIÇÃO DE CRIANÇA DEVIDAMENTE VACINADA ○ ○ ○ ○ Doença exantemática aguda, de etiologia virótica, da família paramixovírus, altamente contagiosa, em sua evolução são identificados dois períodos distintos: a fase prodrômica e a fase exantemática. A fase prodrômica é também chamada de catarral, geralmente com duração de 3 a 7 dias, caracteriza-se pela presença de febre elevada, sintomas respiratórios catarrais, conjuntivite, fotofobia, exantema bucal, mancha de Koplik. A fase exantemática dura aproximadamente 4 a 6 dias, caracteriza-se pelo aparecimento de exantema maculopapular morbiliforme, nãopruriginoso, que se inicia na região retroauricular estendendo-se à face, pescoço e parte superior do tórax após algumas horas. Até o 3º dia já se encontra em todo o tronco e membros. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju alizada com vacina tríplice viral para os menores de 1 ano não vacinados. A vacinação poderá ser feita em crianças a partir de 6 meses de idade, todavia esta dose não será considerada como dose de esquema vacinal, devendo ser repetida aos nove meses. As crianças de 1 a 11 anos não vacinadas deverão receber uma dose da vacina Tríplice Viral. Os adultos a partir de 12 a 49 anos deverão ser vacinados com Dupla Viral. A área de extensão do bloqueio é de 100 a 1000 metros da residência do doente, em caso de escolar os alunos da mesma sala de aula da criança deverão ser vacinados (vacinação seletiva), o mesmo procedimento será realizado em creches ou trabalho quando se tratar de adultos. Em caso de positividade do exame laboratorial o bloqueio vacinal deverá abranger todo o bairro. · ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ de solicitação de sorologia para sarampo. É importante preencher o nome e endereço completo do paciente. · · Coleta de urina para isolamento do vírus do sarampo, que tem por objetivo identificar o vírus circulante no país. A urina deverá ser colhida na própria Unidade de Saúde em pacientes com até no máximo 7 dias após o aparecimento do exantema. Colher de 15 a 100ml em frasco estéril de preferência a 1ª urina da manhã após a realização de higiene íntima, desprezando-se o primeiro jato e coletando o jato médio. Não sendo possível, a urina deverá ser colhida a qualquer hora do dia. Logo após a coleta identificar o frasco com nome completo e endereço do paciente, colocar a urina em caixa de isopor com gelo reciclado (gelito) e enviar ao IPH acompanhado de solicitação em bloco receituário ou impresso próprio de isolamento de vírus do sarampo, em no máximo 24 horas após a coleta. O transporte da urina ao IPH será realizado pelo nível central da SMS mediante a solicitação da Unidade de Saúde. Medidas de controle devem ser tomadas até 48 horas após o recebimento da notificação de cada caso; a vacinação de rotina é a principal medida de controle do sarampo. Orientar a comunidade para a importância da notificação de novos casos que surgirem. Busque identificar a possível fonte de infecção e determinar se há ocorrência de novos casos na área; busca ativa de casos suspeitos em creches, escolas, orfanatos entre outros. Vacinação de bloqueio seletiva até 72 horas após a notificação, deverá ser re- Manual das ações programáticas 58 · Orienta-se o isolamento do doente desde a fase catarral até passado o 3º dia do exantema, reduzindo o risco de transmissão a outras crianças expostas. Não há necessidade de desinfeção concorrente ou terminal. · Diagnóstico laboratorial deverá ser realizada coleta de sangue para pesquisa, sorologia para sarampo a partir do 1º ao 28º dia após o aparecimento dos sintomas. Considera-se confirmado o resultado laboratorial que apresente IGM positivo. · Tratamento específico não existe, estando inteiramente voltado para a sintomatologia e complicações, podendo ser utilizados antitérmicos e hidratação oral. Estão contra-indicados os anti-histamínicos, expectorantes e antiinflamatórios. Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Bloqueio Vacinal Coleta de exames ○ ○ Notificação e Investigação ○ Caso Suspeito Acolhimento ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE SARAMPO Medidas de Controle Positivo Encerrar a ficha epidemiológica SINAN Negativo INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE EXAMES LABORATORIAIS DO SARAMPO Amostra coletada do 1º ao 28º dia após o aparecimento do exantema. Amostra coletada após o 28º dia após o aparecimento do exantema. Pesquisa de IgM positiva Pesquisa de IgM negativa Pesquisa de IgM positiva Pesquisa de IgM negativa Caso confirmado por laboratório. Caso descartado por laboratório. Caso confirmado por laboratório. Caso descartado por laboratório. Manual das ações programáticas 59 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju · Investigação epidemiológica obrigatória em 48 horas. · Medidas de controle para diminuir a circulação do vírus da rubéola e conseqüentemente a prevenção da síndrome da rubéola congênita devem ser instituídas em até 48 horas após o diagnóstico clínico. A manutenção de altas coberturas vacinais homogêneas com a vacina Triviral é a melhor medida de controle da rubéola. · Coleta para exame laboratorial (sorologia para rubéola) do 5º ao 28º dia após o início do exantema, todavia em virtude da possibilidade da perda do paciente, a coleta deverá ser feita tão logo o paciente chegue à unidade de saúde. · Vacinação de bloqueio seletiva com o objetivo de vacinar os contatos susceptíveis em até 72 horas após a notificação. Crianças de 1 a 11 anos deverão ser vacinadas com 1 dose de Triviral, adolescentes a partir de 12 anos e adultos até 49 anos deverão ser vacinados com 1 dose de Dupla Viral (Sarampo e Rubéola). Contra-indicada a vacinação de gestantes; as mulheres vacinadas devem ser orientadas a evitar a gestação no 1º mês seguido à vacinação. Gestantes expostas devem ser avaliadas sorologicamente, acompanhadas e orientadas, quando necessário. · Afastamento do doente das atividades habituais durante o período de transmissibilidade que dura em média 5 a 7 dias antes do início do exantema e 5 a 7 dias após o exantema. Gestantes devem ser afastadas do contato com doentes e comunicantes durante o período de transmissibilidade. INTRODUÇÃO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ RUBÉOLA Doença exantemática viral aguda, causada pelo vírus RNA (Rubivírus), caracterizada por exantema máculopapular, puntiforme, difuso que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se posteriormente para o tronco e membros. Apresenta febre baixa e linfadenopatia generalizada, (também conhecido como “contas de rosário”), principalmente retroauricular, cervical subocciptal, geralmente antecedendo o exantema em 5 a 10 dias. Adolescentes e adultos podem apresentar um período prodrômico com febre baixa, cefaléia, poliartralgia e mialgia, poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse. OBJETIVO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Imunizar a população, visando evitar a ocorrência de novos casos de síndrome da rubéola congênita. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO Toda pessoa com febre e exantema máculopapular, independentemente do estado vacinal. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO Indivíduo com exame laboratorial que apresente IGM positivo para rubéola, vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente. Conduta frente a um caso suspeito · Notificação compulsória em 24 horas após o diagnóstico clínico. Manual das ações programáticas 60 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Amostra coletada após o 28º dia do aparecimento do exantema ○ ○ ○ ○ ○ ○ Amostra coletada do 1º ao 28º dia após o aparecimento do exantema ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE EXAMES LABORATORIAIS DARUBÉOLA Pesquisa de IgM positiva Pesquisa de IgM negativa Pesquisa de IgM positiva Pesquisa de IgM negativa Caso confirmado por laboratório. Caso descartado por laboratório. Caso confirmado por laboratório. Caso descartado por laboratório. SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA Objetivo da Vigilância Epidemiológica Evitar a ocorrência de novos casos de SRC, através da imunização da população susceptível, particularmente as mulheres, antes do início da idade fértil. INTRODUÇÃO A síndrome da rubéola congênita (SRC) caracteriza-se pela infecção intra-uterina do feto pelo vírus da rubéola, geralmente é grave e pode acometer 40% a 60% dos recém-nascidos cujas mães foram infectadas durante os dois primeiros meses de gestação, sendo mais raro o acometimento após a 20ª semana. Os principais sinais e sintomas da infecção intra-uterina são o aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer, malformação congênita de grandes órgãos e sistemas oculares, cardíaco, auditivo e neurológico. Dentre as principais manifestações clínicas estão a catarata, glaucoma, retinopatia, microftalmia, surdez, cardiopatia congênita, miocardite microcefalia, retardo mental, meningoencefalite, hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia, anemia hemolítica, exantema crônico entre outras. Manual das ações programáticas Definição de caso suspeito Recém-nascido cuja mãe foi caso suspeito ou confirmado de rubéola durante a gestação ou toda criança de até 12 meses que apresente sinais clínicos compatíveis com a infecção congênita pelo vírus da rubéola, independente da história materna. Definição de caso confirmado Recém nascido que apresente malformação congênita e com ao menos uma das seguintes condições: isolamento do vírus, presença de anticorpos IgM específicos, títulos de IgG persistentemente elevados e acima do esperado. 61 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ · Coletar amostra de sangue das gestantes expostas a um doente; na presença de IgM positivo, orientar e acompanhála até o final da gestação e 1 ano após o nascimento da criança. · Medidas de controle para evitar a SRC deve-se controlar a rubéola pós-natal, através da vacinação dos susceptíveis, com a vacina Triviral para crianças de 1 a 11 anos e Dupla Viral para adultos de 12 a 49 anos. Crianças menores de 12 meses com títulos de IgM ausentes, títulos ausentes na mãe, títulos de IgG do RN diminuindo em velocidade compatível. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju Definição de caso descartado Conduta frente a um caso suspeito / Quando há suspeita ou infecção materna durante a gestação. · Notificação compulsória. · Investigação epidemiológica obrigatória em até 48 horas após o conhecimento do caso. · Coletar amostra de sangue da mãe e do recém nascido logo após o nascimento ou logo após a suspeita nos menores de 1 ano. A presença de IgM positivo no sangue do RN é evidência de infecção congênita. Afastamento de gestantes por um período de 1 ano da criança doente, visto que são consideradas infectantes até 1 ano de idade. · A criança deverá ser acompanhada por um período mínimo de 1 ano pelo serviços de saúde local. · INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE EXAMES LABORATORIAIS DA GESTANTE QUE TEVE CONTATO COM UM CASO CONFIRMADO OU SUSPEITO DE RUBÉOLA Amostra coletada do 1º ao 28º dia após a exposição Pesquisa de IgM positiva Pesquisa de IgM negativa Caso confirmado por laboratório Pesquisar IgG Pesquisa de IgG positiva Caso descartado por laboratório Pesquisa de IgG negativa Coletar 2ª amostra entre 29 a 42 dias após a exposição Manual das ações programáticas 62 Pesquisa de IgM negativa Caso descartado por laboratório Pesquisa de IgM positiva Caso confirmado por laboratório Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE EXAMES LABORATORIAIS DA GESTANTE QUE TEVE CONTATO COM UM CASO CONFIRMADO OU SUSPEITO DE RUBÉOLA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Amostra coletada após o 42º dia da exposição Amostra coletada entre o 29º ao 42º dia após a exposição Pesquisa de IgG positiva Pesquisa de IgG negativa Pesquisa de IgG positiva Pesquisa de IgG negativa Caso confirmado por laboratório Caso descartado por laboratório Caso confirmado por laboratório Pesquisar IgG Pesquisa de IgG positiva Pesquisa de IgG negativa Caso confirmado por amostra tardia IgM (–) Caso descartado por laboratório INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE EXAMES LABORATORIAIS DO RECÉM-NASCIDO DE MÃE COM DIAGNÓSTICO CONFIRMADO DE RUBÉOLA DURANTE A GESTAÇÃO OU LACTENTE COM SUSPEITA DE SRC Amostra coletada após o nascimento ou após a suspeita de SRC Pesquisa de IgM positiva Caso confirmado por laboratório Pesquisa de IgM negativa e de IgG negativa Pesquisa de IgM negativa e de IgG positiva Caso descartado por laboratório Coletar 2ª amostra após 3 meses Manual das ações programáticas 63 Se houver queda acentuada do título de IgG Se IgG mantiver o mesmo título anterior Descartar o caso Confirmar o caso Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju há menos de 10 anos; gestante que tomou 3 doses de dT, tendo recebido a última dose há menos de 5 anos ou gestante que tenha recebido pelo menos a 2ª dose no 8º mês da atual gestação; indivíduo que tenha sofrido acidente grave com escoriações, perfuração em material contaminado e queimaduras que tomou 3 doses de dT, tendo recebido a última dose há menos de 5 anos. INTRODUÇÃO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ TÉTANO É uma doença infecciosa aguda, tendo como agente etiológico o Clostridium tetani, não contagiosa, introduzido no organismo através de ferimentos ou lesões contaminadas, podendo ser classificado como neonatal ou acidental. Manifesta-se por contraturas musculares e convulsões, geralmente desencadeada por estímulos luminosos, ruídos ou manipulação do doente, dos masseteres (trismo), músculos do pescoço, ocasionando dificuldade de deglutição, rigidez muscular progressiva atingindo os músculos reto-abdominais (abdômen em tábua) e o diafragma, levando a insuficiência respiratória, podendo chegar á contratura muscular generalizada (opistótono). O período de incubação varia de 4 dias a 3 semanas, variando de acordo com a natureza da lesão. Conduta frente a um ferimento suspeito: · Ferimentos de quaisquer natureza contaminados com poeira, terra, fezes de animais ou humanas, queimaduras, fraturas expostas, tecidos necrosados ou supurados, mordeduras de cão, gato, rato ou animais peçonhentos (superficiais ou profundos) devem ser limpos com água e sabão e desbridado amplamente, a fim de retirar o tecido desvitalizado e corpos estranhos, como terra , capim, farpas cacos de vidro, poeira ou fragmentos de metais. · Imunização com vacina Dupla Adulto (dT) conforme quadro a seguir. OBJETIVO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Diminuir a incidência da doença através da vacinação adequada da população. Conduta frente a um caso suspeito: DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO · Notificação compulsória do caso clinicamente diagnosticado. Tétano Neonatal - recém-nascido que apresente perda de reflexo de sucção, choro constante, pseudo-sorriso e contratura muscular. · Investigação epidemiológica do caso, destacando a área de ocorrência, faixa etária, ocupação, características do ferimento (tétano acidental) ou circunstâncias do parto (tétano neonatal), e antecedentes vacinais, a investigação do caso pode levar à identificação de outras pessoas que estejam expostos ao risco e cuja vacinação deve ser realizada. Tétano Acidental - paciente que apresente história de ferimento (não obrigatório), trismo, contratura muscular. Definição de pessoa adequadamente vacinada – pessoa que tomou 3 doses de vacina DTP, dT, DT ou TT, tendo sido a última dose Manual das ações programáticas 64 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ · Aplicar dT se tiverem decorridos 10 anos da última dose. ○ · APLICAR DUPLAADULTO (dT) - se menor de 7 anos aplicar DTP, completando 3 doses com intervalo de 2 meses; - setiver7anosoumaisaplicarDupla Adulto, completando 3 doses, com intervalo de 2 meses. ○ FERIMENTO LEVE NÃO CONTAMINADO ○ HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃO COM DTP, dT, DT, TT 3 DOSES OU MAIS ○ HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃO COM DTP, dT, DT, TT MENOS DE 3 DOSES OU IGNORADA · APLICAR DUPLAADULTO (dT) - se menor de 7 anos aplicar DTP, completando 3 doses com intervalo de 2 meses; - se tiver 7 anos ou mais aplicar Dupla Adulto, completando 3 doses, com intervalo de 2 meses. · APLICAR SAT 5.000 UI intramuscular após teste de sensibilidade ou imunoglobulina tetânica IM 250 UI. · Informar aos profissionais de saúde, agentes de saúde e lideres comunitários da ocorrência do caso e envolvê-los na vigilância e prevenção. · Medidas de controle – manutenção de níveis adequados de cobertura vacinal da população, especialmente gestantes para a prevenção do tétano neonatal. · Vacinação de bloqueio - deverá ser feita de forma seletiva em moradores das proximidades com 3 doses de vacina Tríplice Bacteriana (DTP) para crianças de 2 meses a 6 anos não vacinados, 3 doses de vacina Dupla Adulto para crianças a partir de 7 anos e adultos não vacinados. Crianças com esquema vacinal completo na idade escolar recebem apenas 1 dose de reforço. · Tratamento - é obrigatoriamente hospitalar, mantendo-se o doente em enfermaria com isolamento. Usa-se a antibioticoterapia, imunoterapia com soro antitetânico heterólogo ou imunoglobulina humana, sedativos e miorrelaxantes. Deve-se fazer a imunização do paciente com Dupla Adulto antes da alta hospitalar, pois a doença não confere imunidade. É desnecessário a desinfeção concorrente já que o tétano não é contagioso. Manual das ações programáticas 65 ○ ○ ○ · NÃO APLICAR SORO ANTITETÂNICO ( SAT ) Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ · Aplicar dT se tiverem decorridos 5 anos da última dose. ○ · NÃO APLICAR SORO ANTITETÂNICO ( SAT ) · NÃO APLICAR SORO ANTITETÂNICO ( SAT) TODOS OS OUTROS FERIMENTOS INCLUSIVE PUNCTÓRIOS ○ ○ TIPO DE FERIMENTO ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde ○ PROFILAXIA DO TÉTANO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE TÉTANO ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Acolhimento Caso Suspeito Diagnóstico Notificação e Investigação imediata Medidas de Controle Bloqueio Vacinal seletivo Encaminhamento à unidade hospitalar Diagnóstico diferencial, coleta de exames na unidade hospitalar Confirmado Descartado Diagnóstico final Intensificar as medidas de controle Encerrar o caso Manual das ações programáticas 66 Modelo Saúde Todo Dia Acompanhar evolução do caso ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ CONDUTA FRENTE A CASO SUSPEITO · Notificação compulsória · Investigação epidemiológica · Coleta de cultura de material colhido da nasofaringe ou fazendo o doente tossir em uma placa com meio de cultura Bordet. · Vacinação de boqueio seletiva, vacinar as crianças de 2 meses a 6 anos não vacinadas ou com esquema incompleto (atualizar esquema) com DTP (Tríplice). · Controle dos comunicantes, que devem ser observados durante 14 dias a partir do contato. · Quimioprofilaxia com eritromicina nos contatos menores de 6 anos (40 mg/Kg/ dia), durante 10 dias. · Medidas de controle através da imunização adequada da população infantil de 2 meses até 6 anos com 3 doses de vacina DTP e 1 reforço de 6 a 12 meses após a 3ª dose. · Isolamento do doente visando reduzir o risco para outras crianças; é recomendada a desinfeção dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas. OBJETIVO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Conhecer os casos visando adotar medidas de controle através do uso de vacinas. DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO Todo indivíduo que apresenta tosse seca com duração de 14 dias ou mais, que tem história de contato com paciente de coqueluche. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO Caso suspeito acrescido de um ou mais dos seguintes fatores: isolamento de Bordetella pertussis; leucograma sugestivo (leucocitose 20.000 ou + com linfocitose relativa ou absoluta 50% a 75%), tosse paroxística seguida de vômito. Manual das ações programáticas 67 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Doença infecciosa aguda e transmissível pela Bordetella pertussis, que compromete o aparelho respiratório, caracteriza-se por paroxismos de tosse seca, dividindo-se em 3 fases: Fase catarral - dura em média 1 ou 2 semanas, o doente apresenta febre pouco intensa, malestar geral, coriza e tosse seca. Fase Paroxística - tosse seca, dificuldade de inspirar, protusão da língua, congestão facial, cianose e asfixia, “guincho” (ruído característico), seguidos de vômitos com secreção viscosa, que pode durar até 2 meses. Fase de convalescença - episódios de tosse comum que persiste durante algumas semanas. O período de incubação varia de 6 a 12 dias. A transmissibilidade é maior na fase catarral. ○ Qualquer pessoa exposta a um caso de coqueluche, seja qual for a época compreendida entre o período catarral e até 3 semanas após os acessos de tosse típicos da doença. ○ INTRODUÇÃO ○ ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde DEFINIÇÃO DE CONTATO COQUELUCHE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE COQUELUCHE ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Acolhimento Caso Suspeito Diagnóstico Notificação e Investigação Bloqueio Vacinal seletivo Coleta de exames Descartado Diagnóstico final Medidas de Controle Confirmado Encerrar o caso Manual das ações programáticas Intensificar as medidas de controle, ampliar bloqueio vacinal 68 Acompanhar evolução do caso Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Conduta frente a caso suspeito · Notificação compulsória. · Investigação epidemiológica. Manual das ações programáticas 69 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ Medidas de controle através da imunização adequada da população infantil de 2 meses até 6 anos com 3 doses de vacina DTP e 1 reforço de 6 a 12 meses após a 3ª dose. As crianças maiores de 6 anos deverão fazer o reforço com a dT (Dupla Adulto). Indivíduo submetido a exames laboratoriais, clínico-epidemiológico e clínico-anatomopatológico. ○ · DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO ○ Quimioprofilaxia nos contatos portadores sadios com penicilina benzatina em dose única de 600.000 UI IM para os menores de 30 kg e 1.200.000 UI dose única IM para acima deste peso ou penicilina procaína ou eritromicina. ○ · Todo indivíduo que independente do estado vacinal, apresenta quadro agudo de infecção da orofaringe com presença de placa branco-acinzentada ocupando as amígdalas com comprometimento do estado geral e febre moderada. ○ ○ DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO ○ Controle dos comunicantes visando a identificação e tratamento daqueles que podem ser portadores sadios, realizando coleta de material para exames colhido das secreções nasais e orofaringe (cultura para isolamento do Corynebacterium diphtheriae ). Manter a doença sob controle através da imunização em massa e evitar a ocorrência de casos e surtos. ○ · OBJETIVO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ○ Vacinação de boqueio seletiva, vacinar as crianças de 2 meses a 6 anos não vacinadas ou com esquema incompleto (atualizar esquema) com DTP (Tríplice). As crianças maiores de 6 anos deverão fazer o reforço com a dT (Dupla Adulto). Doença bacteriana aguda causada pela Corynebacterium diphteriae caracterizandose por membranas branco-acinzentadas aderentes, circundadas por processo inflamatório que invade as amígdalas, laringe e nariz e ocasionalmente pela pele, conjuntivas e mucosas genitais. O período de incubação varia entre 2 a 5 dias. ○ · INTRODUÇÃO ○ Tratamento do doente antes da chegada dos resultados laboratoriais, a nível hospitalar, é realizado através da administração do soro antidiftérico (SAD), via IM em dose única de 40.000 a 80.000 UI após teste de sensibilização e antibioticoterapia com penicilina procaína 50.000 UI/kg/dia de 12/12 horas IM ou eritromicina 30 a 40 mg/kg/dia de 6/6 horas VO. A transmissibilidade cessa de 24 a 48 horas após iniciado o tratamento do doente. ○ · Secretaria Municipal de Saúde DIFTERIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prefeitura Municipal de Aracaju · Isolamento do doente até que duas culturas de exsudato de naso e orofaringe sejam negativas (colhidas 24 a 48 horas após a suspensão do tratamento). Não sendo possível a realização da cultura, suspende-se o isolamento 14 dias após o aparecimento da doença. É recomendada a desinfeção dos objetos contaminados com secreções nasofaríngeas. · Orientar pacientes e familiares 2. AUXILIAR DE ENFERMAGEM · Acolhimento · Coleta de sangue e material para exames · Vacinação de bloqueio · Imunização de acordo com o esquema vacinal após a alta já que a doença não confere imunidade. · Intensificar ações de imunização 3. MÉDICO ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA UNIDADE BÁSICA FRENTE A CASOS SUSPEITOS DAS DOENÇAS IMUNIOPREVINÍVEIS, DIFTERIA COQUELUCHE E TÉTANO. · Acolhimento · Notificar e investigar os casos suspeitos · Diagnóstico e tratamento dos doentes · Prescrição de quimioprofilaxia 1. ENFERMEIRO · Realizar medidas de controle · Acolhimento · Encaminhamento para a imunização · Notificar e investigar os caso suspeitos · Acompanhar a evolução do caso · Realizar medidas de controle · Orientar pacientes e familiares · Realizar bloqueio vacinal · Encaminhamentos 4. ASSISTENTE SOCIAL · Acompanhar a evolução do caso · Desenvolver ações de educação em saúde · Acompanhar a quimioprofilaxia · Intensificar ações de imunizações · Incentivar a população para a imunização · Coleta de sangue e material para exames · Mobilização da população para medidas de controle Manual das ações programáticas 70 Modelo Saúde Todo Dia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Secretaria Municipal de Saúde ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ FLUXO DE UM CASO SUSPEITO DE DIFTERIA ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Acolhimento Caso Suspeito Notificação e Investigação imediata Diagnóstico Encaminhamento à unidade hospitalar Medidas de Controle Bloqueio vacinal seletivo Diagnóstico diferencial, coleta de exames na unidade hospitalar Descartado Diagnóstico final Confirmado Encerrar o caso Intensificar as medidas de controle Acompanhar evolução do caso Vacinação após a alta Manual das ações programáticas 71 Modelo Saúde Todo Dia