Sarampo - Valinhos

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Sarampo
CID 10: B05
60
ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição - Doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmissível e extremamente contagiosa. A viremia
decorrente da infecção provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas
manifestações clínicas. A evolução apresenta três períodos bem definidos:
Período prodrômico ou catarral - Tem duração de 6 dias; no início da doença surge febre, acompanhada de tosse
produtiva, corrimento seromucoso do nariz, conjuntivite e fotofobia. Os linfonodos estão pouco aumentados
na região cervical e, algumas vezes, os intra-abdominais dão reações dolorosas à palpação do abdome. Nas últimas
24 horas deste período surge, na altura dos pré-molares, o sinal de Koplik – pequenas manchas brancas
com halo eritematoso, consideradas sinal patognomônico do sarampo;
Período exantemático - Ocorre a acentuação de todos os sintomas anteriormente descritos, com prostração
importante do paciente e surgimento do exantema característico: maculopapular, de cor avermelhada, com
distribuição em sentido céfalo-caudal, que surge na região retro-articular e face. Dois a três
dias depois estende-se ao tronco e às extremidades, persistindo por 5-6 dias;
Período de convalescença ou de descamação furfurácea - As manchas tornam-se escurecidas e surge
descamação fina, lembrando farinha.
Agente etiológico - Um vírus RNA, pertencente ao gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae.
Reservatório e fonte de infecção - O homem.
Modo de transmissão - É transmitido diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas,
expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.
Período de incubação - Geralmente dura 10 dias (variando de 7 a 18 dias), desde a data da exposição à fonte de
infecção até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até o início do exantema.
Período de transmissibilidade - De 4 a 6 dias antes do aparecimento do exantema até 4 dias após. O período de
maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e dois dias após o início do exantema. O vírus vacinal não é
transmissível.
Complicações - Infecções respiratórias, pneumonias, encefalites, otites médias, laringites, diarréias, panencefalite
esclerosante subaguda (Peesa) dentre outras.
Diagnóstico - Clínico, laboratorial e epidemiológico. O diagnóstico laboratorial pode ser feito por:
a) Elisa (IgM e IgG), fixação do complemento, inibição de hemaglutinação ou imunofluorescência indireta;
b) isolamento do vírus em cultura de células, a partir de secreção nasofaríngea e urina, até o 7º dia do início do
exantema.
Diagnóstico diferencial - Doenças exantemáticas febris agudas: rubéola, exantema súbito, escarlatina, eritema
infeccioso, dengue, sífilis secundária, enteroviroses e eventos adversos à vacina.
Tratamento - O tratamento é sintomático, podendo ser utilizado antitérmicos, hidratação oral, terapia nutricional com
incentivo ao aleitamento materno e higiene adequada dos olhos, pele e vias aéreas superiores. As complicações
bacterianas do sarampo são tratadas especificamente com antibióticos adequados para o quadro clínico e, se
possível, com a identificação do agente bacteriano. Nas populações onde a deficiência de vitamina A é um problema
reconhecido, a OMS e o Unicef recomendam o uso de uma dose elevada e única de vitamina A nas pessoas
acometidas pelo sarampo e suas complicações, nos indivíduos com imunodeficiências, com evidência de
xeroftalmia, desnutrição e problemas de absorção intestinal.
A suplementação de vitamina A é indicada na seguinte dosagem:
a) crianças de 6 a 12 meses: 100.000UI, VO, em aerossol;
b) crianças de 1 ano ou mais: 200.000UI, VO, em cápsula ou aerossol.
Quando se detectar xerodermia, repetir a dose de vitamina A no dia seguinte.
Características epidemiológicas - Doença de distribuição universal, endêmica nos grandes conglomerados urbanos
e epidemias a cada 2 ou 4 anos, dependendo da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade
da população, bem como da circulação do vírus na área. Atualmente, há evidências de interrupção da transmissão
autóctone do sarampo no Brasil. Todos os últimos casos confirmados foram importados da Ásia e
da Europa. Entretanto, como a homogeneidade da cobertura vacinal de rotina encontra-se em níveis abaixo do
necessário para uma adequada imunidade de grupo e como o vírus continua circulando em outros países do mundo,
há o risco de recirculação deste agente infeccioso no Brasil.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos
Identificação precoce de casos para adoção das medidas de controle, bem como identificar e monitorar as demais
condições de risco.
Notificação
Doença de notificação compulsória nacional e de investigação epidemiológica obrigatória imediata.
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