Sugestão de roteiro de exame clínico

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SUGESTÃO PARA O ROTEIRO DO EXAME CLÍNICO
ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO
Nome, idade, cor, sexo, nacionalidade, naturalidade, estado civil,
profissão , residência atual e anteriores, internamento anteriores.
QUEIXA PRINCIPAL (breve, usando as palavras do paciente).
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL
Há quanto tempo está doente?
Como começou a doença? Como evoluiu, sintomas atuais, tratamentos anteriores
Os sintomas devem ser relacionados cronologicamente, agrupados
fisiopatologicamente e assinalada a intensidade e periodicidade e demais dados.
INTERROGATÓRIO SÔBRE OS DIVERSOS APARELHOS E SISTEMAS
Sintomas gerais:
Febre, calafrios, sudorese
Emagrecimento / aumento do pêso.
Astenia
Palidez, icterícia, cianose
Mialgia.
Cabeça:
Cefaléia
Tontura
Vertigens
Lipotimia
Síncope
Convulsões
Olhos:
Acuidade visual
Diplopia
Escotomas
Dor ocular
Ouvidos:
Diminuição da acuidade auditiva
Zumbidos
Dor local
Secreção ouvido externo
Nariz:
Obstrução nasal
Coriza, rinorreia
Espirros
Epistaxe
Garganta:
Dor local
Tórax (aparelho circulatório e respiratório)
Dor ventilatório dependente
Dor precordial, dor aos esforços
Dor relacionada às mudanças de posição
Tosse e expectoração
Tosse seca
Vômica
Hemoptise
Dispnéia aos esforços
Dispnéia de decúbito (ortopnéia)
Dispnéia inspiratória, suspirosa
Sibilância, “chiadeira”
Palpitações
Tórax e abdome (aparelho digestivo)
Apetite
Sialorréia
Disfagia, odinofagia
Regurgitação
Pirose / azia
Dor abdominal em cólica
Dor abdominal em queimor (urente)
Dor abdominal em peso
Dor abdominal incaracterística
Diarréia
Constipação
Disenteria
Hematêmese
Melena
Enterorragia
Aumento do volume abdominal
Disfonia
Halitose
Sintomas relacionados com o sistema nervoso:
Insônia
Sonolência
Paralisias
Paresias
Parestesias
(Hemi, tetra)
Pelvis:
Sistema genital feminino leucorréia, prurido
Dismenorréia, amenorréia
Sistema genital masculino: impotência
Dor testicular, alterações volume do escroto
Sintomas relacionados com o sistema
hemolinfopoiético:
Linfonodos (“ínguas”)
Sufusões hemorrágicas
HISTÓRIA MÓRBIDA PREGRESSA: doenças da infância, doenças da
puberdade, doenças da vida adulta, doenças venéreas.
Operações, acidentes e traumatismos.
Choques emocionais e motivos de intranqüilidade.
HISTÓTIA MORBIDA FAMILIAR: Pai, Mãe, irmãos, descendentes, conjugue
(registrar a origem das informações e o valor das mesmas).
HISTÓRIA FISIOLÓGICA E SOCIAL DO PACIENTE:
Condições de nascimento e desenvolvimento.
Alimentação (quantitativa, qualitativa).
Repouso, sono, diversões, atividade física.
Puberdade menarca, história sexual; gestações, partos, abortos.
Hábitos, álcool, fumo, drogas.
Condições de trabalho, riscos profissionais; condições domésticas, co-habitação
com pessoas doentes; condições da habitação.
ANAMNESE RACIOCINADA: diagnóstico pela anamnese, hipóteses
diagnósticas.
EXAME FÍSICO
INSPECÇÃO GERAL
Psiquismo; facies; peso, altura, biótipo.
Grau de comprometimento do estado geral. Atitude no leito, em pé e na marcha.
Pele e mucosas, tecido subcutâneo; fâneros.
PACIENTE SENTADO
Primeira tomada da pressão arterial.
CABEÇA
Crânio; face; olhos, conjuntivas; pupilas; ouvidos externos.
Fundoscopia.
PESCOÇO E TÓRAX
Gânglios; tireoide; laringe; traquéia.
Inspecção estática e dinâmica, palpação, percussão e ausculta do tórax.
Exame das mamas.
PACIENTE EM DECÚBITO DORSAL
Exame do pulso arterial e venoso no pescoço.
Inspecção, palpação e ausculta da região precordial.
ABDOMEM
Ausculta Inspecção, percussão, palpação superficial e profunda (seqüência:
colons, estômago, fígado, baço, rins.
Orifícios herniários.
ORGÃOS GÊNITO URINÁRIOS, ANUS E RETO
Inspecção e palpação do pênis e bolsas escrotais; região perianal, anus.
Toque retal (na posição adequada).
Inspecção da vulva, toque ginecológico, exame com espéculo (na posição
adequada).
MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES
Segunda tomada da pressão arterial.
Inspecção das veias. Palpação dos pulsos arteriais e gânglios.
Manobras para exame da coluna cervical.
PACIENTE EM PÉ
COLUNA E MEMBROS
Postura, curvaturas, musculatura para-vertebral; pregas cutâneas; mobilidade da
coluna; inspecção e mensuração dos membros. Palpação e exame das
articulações
SISTEMA NERVOSO
Equilíbrio, manobra de Romberg, marcha; motricidade, força muscular e
coordenação dos movimentos, tonus.
Reflexos osteotendinosos e masseterino, bicipital, patelar, aquileu.
Superficiais, corneano, conjuntivo-palpebral, foto motor e da acomodação,
palatino, abdominais, cremastéricos.
Plantar, Babinski.
Sensibilidade táctil, dolorosa e térmica; pesquisa de noção da posição segmentar
e sensibilidade vibratória. Pares cranianos.
ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO nome, idade, cor, sexo, nacionalidade, naturalidade, estado civil,
profissão , residência atual e anteriores, internamento anteriores.
Nome
O nome correto do paciente tem fundamental importância na elaboração do
prontuário médico, pois será a adequada identificação do paciente no arquivo do
hospital. Do ponto de vista legal e para qualquer eventual ato dos Conselhos de
Medicina, esta identificação deve constar completa.
Também as implicações referentes com a perícia médica e para a Medicina do
Trabalho exigem a referida correção.
Mas a identificação do paciente por seu nome também é fundamental no
relacionamento do médico com o paciente. Chamá-lo por seu próprio nome, saber
com quem esta falando. Nada será tão inadequado e mesmo chocante para um
paciente como ser referido como “ o caso de estenose mitral do leito 2”.
Idade
Os diversos grupos etários apresentam, como é sabido, patologias especiais.
Existem patologias que predominam ou mesmo só ocorrem em determinadas
faixas etárias, como a infância, "doenças próprias da infância", adolescência, a
vida adulta e a senilidade. Portanto a idade do paciente é fundamental para o
raciocineo clinico e não apenas um dado de identificação dos pacientes.
Sexo.
O sexo não é assinalado apenas como identificação. Existem diferenças
fisiológicas óbvias entre o sexo masculino e feminino. Existem doenças dos
órgãos sexuais que são, naturalmente específicas, como os antecedentes que se
referem ao útero, vagina, ovários na mulher e ao pênis, testículos, no homem.
Também existem diferenças a serem assinaladas, nas doenças endócrinas
A Hemofilia – só ocorre no sexo masculino.
Cor (Raça)
A cor da pele é um achado do exame físico. Não achamos adequado identificar
este achado como raça. Os pacientes de cor branca são leucodermos ; de cor
parda – faiodermos; de cor preta – melanodermos.
As diferenças semiológicas entre estes grupos são muito pouco expressivas.
Alguns dados podem ser eventualmente relacionados, como a anemia falciforme
que e mais freqüente em melanodermos.
Estado civil
Existe o estado civil legal e o “fisiológico”. Naturalmente com o propósito de
identificação, de aspectos trabalhistas e periciais, o médico devera assinalar
casado, solteiro, viúvo, divorciado.
Mas não poderá deixar de perguntar, do ponto de vista semiológico,
principalmente para pacientes do sexo feminino, se tem vida conjugal, pelas
implicações com os dados fisiológicos.
Profissão.
A profissão do paciente é muito importante na Medicina do Trabalho, no que e
conhecido como Saúde Ocupacional. Existem, em muitos casos relação direta
entre trabalho e doença. São as chamadas doenças profissionais. Desta forma é
muito importante para o raciocínio clínico saber sobre as atividades atuais e
anteriores, do paciente. Classicamente se relaciona a atividade dos mineiros com
a pneumoconiose.
Em muitas oportunidades o ambiente do trabalho empoeirado, enfumaçados,
está relacionado com asma brônquica, bronquite crônica e enfisema pulmonar.
Alergias podem estar relacionadas com a ocupação do paciente pelo seu contato
com substâncias do ambiente, industriais, par as quais e sensível.
Também existem acidentes relacionados com o trabalho como : fratura ao cair de
um andaime, por exemplo
Naturalidade.
São dados relacionados ao local onde o paciente nasceu, sua residência atual e
anteriores. Poderá ter residido em regiões endêmicas de doenças, como as
regiões do Pais onde existe a doença de Chagas, a esquistosomose, malaria, etc.
Movimentos migratórios e epidemiologia de infecciosas e parasitárias devem ser
levados em consideração. Existe uma Geografia médica ou nosogeografia, que
trata da distribuição destas
doenças, no Pais. O conhecimento adequado,
portanto, dos locais onde o paciente morou, pode ser muito importante para o
raciocínio clínico e para o diagnóstico
QUEIXA PRINCIPAL (breve, usando as palavras do paciente se for o caso).
Por definição a queixa principal é o que levou o paciente à procurar o médico,
Reponde a pergunta inicial:
O que sente ?
O que lhe traz ao médico ?
Poderá ser apenas uma referencia, ou mais de um sintoma.
Deve ser assinalada com poucas palavras e se possível com as mesmas
expressões utilizadas pelo paciente. Muitas referencias são apresentadas com
um termo “ leigo “ mas que pode facilmente ser traduzido pelo termo "científico",
como por exemplo, falta de ar por dispnéia, dor no peito por precordialgia, urinar
muito por poliúria. Nestes casos o termo semiológico deve ser assinalado. Mas em
muitas oportunidades o médico não consegue com exatidão interpretar a palavra
citada. Não deve fazer por analogias, será preferível assinalar como o paciente
referiu. A continuidade do exame físico poderá trazer uma correta interpretação
para o sintoma.
Por vezes os pacientes relatam como queixa diagnósticos como "pressão alta" ou
"menopausa". Não são adequados como queixa principal, será sempre preferível
assinalar os sintomas que estes datados clínicos estão ocasionando e que foram
motivadores da consulta. Existe risco em aceitar os "diagnósticos" dos pacientes.
A referência de que tem “hemorroidas". Poderá estar relacionada com câncer
retal.
Em algumas oportunidades doenças crônicas e já com o diagnóstico estabelecido
são referidas como queixa principal. São pacientes asmáticos crônicos, são
pacientes diabéticos. Referem que estão consultando por serem portadores
destas patologias e sem uma sintomatologia atual
.
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL:
Há quanto tempo está doente? Como começou a doença?
Como evoluiu a doença, sintomas atuais, tratamentos anteriores.
Os sintomas devem ser relacionados cronologicamente,
agrupados fisiopatologicamente e assinalada a intensidade e periodicidade e
demais dados
As perguntas que visam estabelecer a cronologia da doença são de fundamental
importância para o diagnóstico. Existem doenças agudas e doenças sub-agudas e
doenças crônicas Embora aparentemente simples, este estabelecimento da
história no tempo é muitas vezes complexo e difícil. Inicialmente existe uma
memorização deturpada do passar do tempo. Na grande maioria das vezes, os
pacientes referem períodos menores do que a realidade. Isto é, falam “no ano
passado”, quando o sintoma ocorreu há dois ou três anos.
Muito freqüente é o paciente relacionar o início dos sintomas ou algum dado de
sua evolução com um acontecimento pessoal, como dizer “foi logo após o
casamento da minha filha”. Em todos estes casos deve haver persistência, saber
exatamente quantos meses ou anos que a sintomatologia iniciou.
Um jargão medico habitual e assinalar, por exemplo: sem antes nada sentir, há
dois anos,,,
A insuficiência cardíaca, na sua manifestação de insuficiência ventricular esquerda
pode ser exemplo adequado. Os sintomas habitualmente iniciam com dispnéia
aos esforços maiores. O paciente que antes podia sem desconforto subir três
lances de escada, subir aclives, etc., passa a ter desconforto respiratório, dispnéia
aos grandes esforços. Aumento da freqüência dos movimentos respiratórios com
diminuição da amplitude dos mesmos.
Após, em períodos naturalmente relacionados com a etiologia, grau de
comprometimento do coração, a dispnéia passa a ocorrer com esforços médios,
como andar apressadamente no plano, subir um lance de escadas e mais
recentemente com pequenos esforços, como andar no plano, cuidados próprios,
etc. A ortopnéia ou dificuldade em respirar em decúbito dorsal, obrigando a
elevação do tórax, “uso de mais de um travesseiro” no repouso noturno,
habitualmente ocorre nesta fase em que o paciente nota dispnéia aos médios
esforços. Também aparece dispnéia paroxística noturna, como acordar
subitamente durante a noite, durante o sono, obrigando à sentar na cama, muitas
vezes induzindo o paciente “procurar ar nas janelas do seu quarto”. A tosse seca
com os esforços e eventualmente com chiadeira e eliminação de secreção
esbranquiçada ocorre mais habitualmente nesta fase das anamneses dos
pacientes com insuficiência cardíaca esquerda.
Estes sintomas devem, portanto, ao serem descritos e anotados, estarem
assinalados com a cronologia, agrupados fisiopatológicamentes. Isto é, sintomas
que tem repercussão no mesmo aparelho ou sistema.
A dor da insuficiência coronária, angina pectoris, pode também ser exemplo.
Deve ser assinalado o primeiro episódio quando ocorreu, quais foram os fatores
desencadeantes da dor, a sua localização principal, e as irradiações da dor, o
tempo de duração e o alívio. Devem ser pesquisadas as periodicidades das
crises, no dia, semana ou mês, até o momento do interrogatório. Deve ser
assinalado o eventual efeito dos medicamentos que foram utilizados, como no
caso citado de angina pectoris, o alivio com os nitratos, “vasodilatadores”
coronários.
.
Algumas histórias são simples e curtas, poucos sintomas, facilmente dispostos,
ordem cronológica. Os pacientes os relatam de forma clara no tempo. Algumas
histórias tem os sintomas com “lógica”, isto é, estão referidos como são descritos
os quadros clínicos das patologias.
Nem sempre, no entanto, o medico terá facilidade, porque algumas histórias são
longas, com inúmeros sintomas. O relato destes sintomas, por vezes não formam
sentido na fisiopatologia dos quadros clínicos habituais. Mas em Medicina é
insistentemente afirmado que “não existem doenças, existem doentes”. Os
quadros clínicos podem se associar, podem alterar quanto as suas expressões
semiológicas, por intercorrências ou pela individualidade do paciente.
A anamnese difícil, será difícil para todos: o iniciante ou o experiente.
Nestas histórias complexas, algumas regras facilitarão o interrogatório.
Histórias complicadas são trabalhosas para todos:
1) determine o sintoma-guia;
2) época de seu inicio;
3) use o sintoma-guia como centro da história;
4) avalie as relações com outros sintomas.
Devemos sempre lembrar que a história da doença não é o registro direto das
informações do doente. Devem ser elaboradas as informações, "digeridas" por
assim dizer. Interpretadas com o conhecimento médico.
Omissões iniciais são habituais no início de nossas atividades e facilmente
justificadas porque ainda faltam conhecimentos dobre as doenças.
Sintomas e sinais
Os sintomas são sentidos pelo paciente apenas, não são achados de exame
fisco Exemplos: dor, náuseas. Certamente a dor e as náuseas podem ser
deduzidas pela expressão e atitudes dos pacientes; mas suas características,
suas intensidades só podem ser narradas pelo paciente.
Os sinais são reconhecíveis por inspeção, palpação, percussão, ausculta ou
meios subsidiários. Exemplos: cianose, palidez.
Em algumas oportunidades como a dispnéia, a tosse, são sensações subjetivas e
objetivas.
Sinal patognomônico é aquele cuja presença sugere, é patognomônico, de uma
patologia. Como por exemplo a sensação de tontura giratória e labirintopatia. O
sintoma típico se relaciona diretamente à patologia, como a dor constritiva, de
localização retroesternal e desencadeada por esforço e alívio com repouso, pode
ser considerado um sintoma típico de doença coronária crônica, angina de
esforço.
Os sintomas atípicos são pouco característicos, não sugerem diretamente uma
etiologia, como sensação dolorosa no tórax, sem fatores desencadeantes ou de
alívio.
A avaliação dos sintomas requer compreensão da fisiopatológia das doenças.
Os mesmos sintomas podem estar relacionados com estas diversas patologias e
serem originados em diversos órgãos: como a dispnéia que pode estar
relacionada com distúrbios da faringe, laringe, traquéia, brônquios,
pulmões, pleura, coração, diafragma e mediastino ou ter origem psicossomática.
Sintomas podem ser “orgânicos”, como habitualmente citados como a dor
coronária na isquemia miocárdica, dispnéia na congestão pulmonar.
Sintomas podem ser “psíquicos”, como tosse nervosa,dispnéia suspirosa na
ansiedade. É muito importante que para o paciente está distinção não existe.
O paciente sente da mesma forma, são reais
Aspectos culturais, sociais e econômicos modificam a interpretação para o
paciente. Pessoas cujos hábitos de trabalho ou por outras causas, têm uma
período de tempo longo entre as refeições, podem estar mais habituadas à
sensação de fome, de eventual dor epigástrica
É muito importante valorizar as expressões usadas pelos pacientes. Envolvem
maneiras de falar regionais ou individuais. Nestes casos, na impossibilidade de
uma interpretação adequada, os sintomas devem ser anotados com as próprias
palavras do paciente, enfatizando este fato. É possível que para outro examinador
as expressões registradas sejam valiosas para o adequado raciocínio clínico.
Esquema básico par análise do sintoma
1. Início
a)Época em que o sintoma surgiu e se ocorre episodicamente, o início do primeiro
episódio.
b)Modo de inicio do sintoma:
súbito ou gradativo, fatores ou situações que o desencadearam ou o
acompanharam em seu inicio
c)Duração do sintoma
2. Características, quanto à localização, qualidade, intensidade e relações com as
funções orgânicas
3. Evolução
a)Evolução cronológica da sintomatologia, com as modificações ocorridas e os
tratamentos efetuados e as características do sintoma no momento em que está
interrogando o paciente.
O sintoma-guia em muitas oportunidades pode ser estabelecido e em torno do
qual se estrutura a história clínica. Por exemplo, a dispnéia de esforço (definida
como a consciência da dificuldade em espirar com esforços) por insuficiência
ventricular esquerda como já mencionado.
INTERROGATÓRIO S0BRE OS DIVERSOS APARELHOS E SISTEMAS :
Sugestão para interrogar sobre os diversos aparelhos e sistemas.
O interrogatório sobre os diversos aparelhos e sistemas (ISDAS) é um
complemento da história da doença atual e indispensável por levantar ainda
outras possibilidades, além daquelas sugeridas pela história da doença atual e
que auxiliem no diagnóstico ou acrescentem dados para reconhecer outras
enfermidades Exemplo: impotência sexual na HDA, com o estabelecimento de
disfunção erétil. No ISDAS, o relato, antes não mencionado pelo paciente, de
sede excessiva (polidipsia), aumento do volume urinário (poliúria) e
emagrecimento. Desta forma uma nova hipótese diagnóstica é acrescida, de
diabete.
Alguns pacientes fazem omissões pelo medo inconsciente dos diagnósticos e os
questionamentos objetivos do ISDAS, podem trazer dados importantes para o
diagnóstico clínico.
Todas as queixas que surgem neste interrogatório devem ter registro das suas
características semiológicas.
A melhor maneira para a sistematização do interrogatório, é uma abordagem
seguindo os segmentos do corpo. Naturalmente alguns sistemas orgânicos
abrangem mais de um segmento, como o sistema nervoso, o aparelho circulatório.
Em cada segmento, os sintomas dos órgãos de diferentes aparelhos, devem ser
questionados.
Sistemas podem ser investigados em seqüência.
HISTÓRIA MÓRBIDA PREGRESSA:
Devem ser assinaladas as doenças da infância, doenças da puberdade., doenças
da vida adulta, doenças venéreas. Operações, acidentes e traumatismos.
Choques emocionais e motivos de intranqüilidade.
Vida conjugal e ajustamento familiar, deverá ser perguntada, principalmente os
relacionamentos entre pais e filhos, entre irmãos, entre marido e mulher.
Certamente existem dificuldades em interrogar a este respeito, o paciente, em
muitas oportunidades, tem reservas em expor detalhes de sua vida íntima e das
relações familiares.
As condições sócio-econômicas são importantes para compor o quadro clínico e
mesmo para planejar a terapêutica, em tantas oportunidades muito onerosa para
os pacientes. Se houver necessidade de mais informações, perguntar sobre o
rendimento mensal, situação profissional, dependência econômica de parentes ou
instituição.
Nos dias atuais vivemos um período de socialização da medicina, onde o
atendimento é realizado em muitas oportunidades pelos chamados convênios. O
médico deverá conhecer o que estas instituições podem amparar o paciente,
quanto aos eventuais exames complementares, se necessários, internações
hospitalares, pagamento de eventuais prótese, se for o caso.
Também devem ser pesquisadas as condições culturais e o grau de escolaridade.
Registro, se for o caso, do nível cultural, que poderá ser assinalado como
nível cultural baixo, nível cultural médio, nível cultural elevado.
Se é adepto de religião e qual. Em algumas religiões existem fatos que podem
motivar o planejamento clínico, como por exemplo, as Testemunhas de Jeová não
permitem a transfusão de sangue.
HISTÓTIA MORBIDA FAMILIAR:
Pai, Mãe, irmãos, descendentes, conjuge (registrar a origem das informações e o
valor das mesmas)
HISTÓRIA FISIOLÓGICA E SOCIAL DO PACIENTE:
Condições de nascimento e desenvolvimento.
Alimentação (quantitativa, qualitativa) deverá ser pesquisada, os hábitos
alimentares do doente. Se a alimentação está adequada em função da
idade, sexo e trabalho desempenhado. Perguntar sobre a alimentação habitual, o
tipo e a quantidade dos alimentos, no sentido de uma análise quantitativa e
qualitativa.
Repouso, sono e diversões são dados importantes e em muitas oportunidades
relacionados com os sintomas relatados.
A falta de atividade física tem sido mais freqüentemente relacionada com risco
para diversas enfermidades, ocorrendo maior incidência de doença coronária,
infarto do miocárdio nas pessoas sedentárias.
Outras relações entre enfermidades e esforços físicos são importantes, como
lesões degenerativas da coluna vertebral nos trabalhadores braçais;
Trabalho e prática de esportes o médico deve indagar sobre ambos.
Puberdade e menarca, história sexual, gestações, partos, abortos, devem ser
pesquisados com os necessários detalhes
Hábitos, álcool, fumo, drogas. Alguns vícios são ocultados pelos doentes, pelos
familiares, exigindo do médico uma grande habilidade, discrição e perspicácia no
interrogatório.
Investigar sempre sobre tabagismo, alcoolismo e uso de tóxicos.
Fumar, habitualmente não é omitido pelos doentes, mas em alguns casa em que
já houve a proibição, pode, esconder do médico.
Os malefícios do fumo são indiscutíveis: relação com câncer pulmonar, asma,
bronquite e enfisema, insuficiência coronária. Deve-se investigar tempo de
duração, a natureza e a quantidade.
A ingestão de bebidas alcoólicas também é socialmente aceita,
mas muitas vezes é omitida ou minimizada. Deve ser adequadamente
estabelecida por potenciais efeitos graves sobre o fígado, cérebro,
nervos periféricos, pâncreas e também coração. O etilismo é uma doença.
O tipo de bebida e a quantidade habitualmente ingerida, devem ser avaliados,
bem como o grau de dependência ao uso de álcool.
Condições de trabalho, riscos profissionais.
Ocupação atual e anteriores. Não é a simples citação da profissão, mas os
detalhes da natureza do trabalho, substâncias em contato, características do
meio ambiente, grau de ajustamento ao trabalho.
Existem nítidas relações entre ambiente de trabalho e doença como por exemplo:
asma brônquica e ambientes enfumaçado ou empoeirado, inseticidas, pêlos,
penas, plumas, algodão, lã, livros velhos e outros antígenos ou irritantes das vias
aéreas.
As condições domésticas cohabitação com pessoas doentes e as condições da
habitação são detalhes obrigatórios em muitas oportunidades.
Existem regiões, zonas rurais principalmente, com maior presença de
transmissores de doenças infecciosas e parasitárias. Devem ser pesquisados
dados da casa e do meio ambiente que a envolve. A casa de pau-a-pique é, há
muitos anos, relacionada com a presença dos triatomídeos (barbeiro), inseto
transmissor da doença de Chagas.
Também são importantes as condições sanitárias, como a ausência de fossa e o
uso de água de poço, por se relacionarem com elevada incidência de doenças
infecciosas e parasitárias
ANAMNESE RACIOCINADA: diagnóstico pela anamnese ; hipóteses
diagnósticas.
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